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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

27
Jun23

Elite do Exército, 'kids pretos' quase levaram o país a uma guerra civil

Talis Andrade

terror bsb 12 dez.jpg

Ônibus e carros foram queimados em Brasília após diplomação de Lula em 12 de dezembro de 2022. 

Imagem: Evaristo Sá/AFP

 

Matheus Pichonelli 

Colunista do UOL

- - -

Uma das muitas lendas espalhadas antes e depois das eleições de 2018 dizia que Jair Bolsonaro, ex-capitão expulso do Exército após se insurgir contra superiores e planejar explodir bombas em unidades militares, é que seus antigos colegas de farda funcionariam, durante seu governo, como garantia de contenção a suas eventuais recaídas incendiárias.

Eleito, Bolsonaro se cercou de militares e espalhou minas terrestres por onde passou.

As constantes ameaças de intervenção, como as proferidas em 7 de Setembro de 2021, eram chamadas de "atos impensados", tomados por um "desequilibrado", no calor da hora, nos momentos do recuo. E, ao menos para o grosso da opinião pública, nunca ficou muito clara a paternidade de atos cometidos por seus seguidores, sobretudo no período entre a eleição de Lula (PT) e as invasões de 8 de janeiro, classificadas por apoiadores como obra de tresloucados ou inimigos infiltrados.

Nessa conta entrava uma tentativa de atentado a bomba em um caminhão de combustível à entrada do Aeroporto de Brasília, em dezembro de 2022. E também a quebradeira promovida por bolsonaristas no dia da diplomação do petista, no mesmo mês, quando cinco ônibus, três automóveis e uma viatura do Corpo de Bombeiros foram incendiados na capital do país.

Observados assim, os atos golpistas pareciam expor o fracasso de militares em trancar um touro, preso junto a seus seguidores mais radicais em uma loja de cristais protegida por defensores da lei e da ordem.

Mas, conforme avançam as investigações sobre os dias que antecederam o 8 de janeiro, cai um pouco a cada dia a lenda do cavalo eleito presidente que precisava ser moderado para não botar fogo no parquinho.

Em uma reportagem publicada na quarta-feira (6) no site da revista piauí, o repórter Allan de Abreu apontou as digitais de forças militares especiais antes, durante e depois da depredação dos prédios dos Três Poderes. Conhecidos como "kids pretos", esses militares compõem a elite do Exército brasileiro e, segundo a reportagem, são treinados para ações de sabotagem e insurgência popular, conhecidas como "operações de guerra irregular". Alguns deles ocuparam posição de destaque na gestão Bolsonaro, que em seus tempos de Exército alimentou o sonho de se tornar também um membro da força especial.

Não conseguiu, mas se tornou o chefe de ao menos 26 "kids pretos" — entre eles os ex-ministros Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil) e Eduardo Pazuello (Saúde), e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, hoje preso.

Mensagens interceptadas no celular de Mauro Cid expuseram as pressões de amigos e auxiliares diretos de Bolsonaro para que o Exército tomasse a dianteira numa tentativa de golpe de Estado, gestado em minutas golpistas e insurreições que poderiam levar a um sonhado decreto de Lei de Garantia e Ordem e deixassem como os militares a missão de administrar a bagunça. Um desses subordinados era o coronel Elcio Franco Filho, um "kid preto" que atuou como número 2 da Saúde e da Casa Civil.

A apuração se debruçou sobre detalhes do 8 de janeiro que exigiam treinamento em ações de sabotagem e insurgência, como uso de granadas, luvas especiais, táticas para derrubada de portões e resistência contra bombas de gás lacrimogêneo, o que demonstra um método nas invasões que não poderia ser assimilado por uma multidão em fúria e desorganizada, como era de se esperar em situações do tipo.

Um dos muitos "kids pretos" presentes na ação era o próprio chefe do Gabinete de Segurança Institucional de Lula, que mal havia assumido e caiu após aparecer em vídeos internos distribuindo água e orientando os golpistas.

Ainda a ser esclarecido, o interesse do grupo em empurrar o país à beira de uma guerra civil parece, a cada dia, mais evidente: inviabilizar o governo que poderia frear o processo de militarização e tutela das estruturas civis (o que se traduziu, sob Bolsonaro, em expansão de privilégios, cargos, recursos e picanha).

Era isso o que parte das tropas queria quando, lá em 2018, dizia-se que eles apenas toleravam a ideia de ver um insubordinado passar a dar ordens para generais de quatro estrelas.

"Esse cara está nas nossas mãos", disse aos amigos, segundo a piauí, o general Luiz Eduardo Ramos, após telefonar para um então obscuro deputado do baixo clero em março de 2018. Era Jair Bolsonaro.

O cavalão, como era conhecido em seus tempos de militar, era na verdade o Cavalo de Troia de um grupo de elite que, tudo leva a crer, orientou e seguiu orientando planos de sabotagem até mesmo quando o agora ex-presidente saiu de cena e já não tinha utilidade.

Que Bolsonaro tem na sua manga uma parcela dos militares, isso todo mundo sabe. O que ninguém entendia era como um militar rebelde como Bolsonaro poderia fazer isso. A chave pra responder a essa dúvida pode estar nos Kids Pretos, uma força militar especializada em criar confusão. 

 

 

14
Out22

Operação da PF no MA pode ser só a ponta do iceberg do orçamento secreto

Talis Andrade

Charge do Zé Dassilva: Orçamento secreto | NSC Total

 

Orçamento Secreto foi criado para eleger Bolsonaro e deputados da curriola de Arthur Lira. Sobre esta caverna de Ali Babá e os 40 ladrões escreve Matheus Pichonelli:

 

Demorou, mas aconteceu.

Nesta sexta-feira (14), a Polícia Federal prendeu os primeiros investigados por crimes relacionados ao orçamento secreto. A notícia foi publicada em primeira mão pelo repórter Breno Pires, da revista "piauí".

Pires é autor de uma extensa reportagem publicada na edição de julho da revista e que deveria servir de roteiro para qualquer autoridade minimamente interessada em seguir o dinheiro e entender para onde vão os recursos do orçamento secreto.

A apuração já mostrava que esses recursos alimentavam fraudes escancaradas em prefeituras do interior do Maranhão, que inflavam dados de atendimento médico para obter recursos do seu, do meu, do nosso SUS, o Sistema Único de Saúde.

A estratégia era grosseira. Para receber as verbas, os gestores municipais registravam atendimentos médicos e consultas que jamais foram realizados. Uma das prefeituras informou, por exemplo, que realizou mais exames para detecção do vírus HIV do que toda a cidade de São Paulo em um ano.

Outra registrou tantas extrações dentárias que, se os procedimentos tivessem mesmo sido realizados, todos os seus habitantes teriam hoje em média 19 dentes a menos.

Esses recursos só alimentavam esquemas do tipo porque contavam com padrinhos em Brasília: os deputados que viram nas sombras do orçamento secreto uma forma de roubar sem deixar as digitais.

Tudo sob as bênçãos dos líderes do Congresso e do presidente Jair Bolsonaro (PL), que deixou o orçamento ser dragado por neoaliados em troca de governabilidade e agora finge que o problema não é com ele.

Até o momento, duas pessoas foram presas sob suspeita de integrarem a rede criminosa: os irmãos Roberto e Renato Rodrigues de Lima.

Outros endereços são alvo de busca e apreensão.

Segundo a “piauí”, a operação desta sexta-feira é só a primeira a colocar a PF nas ruas.Charge do Zé Dassilva: secreto | NSC Total

 

 

 

 

 

 

30
Jan21

Assessor de Pazuello diz que Manaus tem fila de 600 pacientes que podem “morrer na rua”

Talis Andrade

enfermeira demitida_amarildo.jpg

 

General da reserva disse ainda que o governo sabia desde 28 de dezembro que a crise avançava no estado, mas que preferiram esperar a transição de prefeitos. E perguntou cruel e safadamente: - E aí, vai adiantar abrir o leito?

 

A Imprensa safada e vendida esconde o morticínio de Manaus. Para proteger um governo genocida. A verdade deve ser mostrada, para o povo usar máscara, passar álcool gel nas mãos, para evitar aglomerações, para recusar o kit tratamento precoce do Ministério da Saúde, para não ir na conversa de pastores necrófilos e de almas sebosas, que condenam a vacina. 

leite embalagem_fred.jpg

 

Publica Forum: 

O general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes, recém-nomeado no Ministério da Saúde para o Departamento de Logística, afirmou na quinta-feira (28), em reunião da comissão externa do coronavírus na Câmara dos Deputados, que há 600 pacientes em Manaus que podem “morrer na rua”.

De acordo com o assessor de Eduardo Pazuello, pacientes com Covid-19 estão na fila de atendimento do sistema de saúde do município e “vão morrer na rua” caso evoluam para quadros graves.

atos pazuello_zedassilva.jpg

 

A capital do Amazonas enfrenta um colapso no sistema de saúde por conta do avanço desenfreado dos casos de Covid-19. A cidade também sofre com falta de oxigênio para atender os doentes. Mais de 30 pessoas morreram por falta de oxigênio nos dias 14 e 15 de janeiro.

Na reunião na Câmara, Fernandes enfatizou que o maior problema do município está na falta de oxigênio. “Abre o leito, bota o paciente e ele vai morrer asfixiado no leito. E aí, vai adiantar abrir o leito?”, questionou. 

Para o general incompetente, o povo pobre deve morrer sem cuidados paliativos. Deve morrer asfixiado. Deve morrer em casa, na rua, nos corredores dos hospitais, sem ar, sem ar. Dinheiro para o carrinho do supermercado tem. Para os gastos bilionários da presidência da República e ministérios. Para a vida fácil e luxuosa. Milhões para comprar leite condensado, bolos, chiclete, doces, vinho, bombons, chocolate & delícias mil, para uma doce vida de gozos. 

Após ficar sem oxigênio hospitalar em uma unidade pública de saúde de Manaus (AM), na manhã de quinta-feira (14/01), a idosa Maria Auxiliadora da Cruz, de 67 anos, morreu. "Minha sogra não faleceu pela covid. Infelizmente, ela morreu por falta de ar", lamentou a psicóloga Thalita Rocha, em vídeos compartilhados no Instagram. "Infelizmente, minha sogra não aguentou. Mais uma vez, vítima desse sistema imundo", disse a psicóloga no Instagram.

Familiares de pessoas internadas no Serviço de Pronto Atendimento (SPA) Dr. José Lins, no bairro da Redenção, em Manaus, também denunciaram a falta de oxigênio para pacientes nesta quinta-feira (14). Alguns dos internados não resistiram e outros conseguiram receber cilindros providenciados pela própria família.

capital amazonense enfrenta um colapso no sistema de saúde por conta do avanço dos casos de Covid-19 e sofre com hospitais e cemitérios lotados, além da falta de oxigênio nas unidades hospitalares. 

Falta de ar em Manaus é um retrato macabro. Escreve Matheus Pichonelli:

A falta de oxigênio já não é sinônimo de cansaço, sufoco, necessidade de renovação, mas de asfixia literal, física e dolorosamente real sofrida por quem precisou ser internado em meio a um novo surto de coronavírus em Manaus e não encontrou, no leito hospitalar, cilindros capazes de restabelecer o sistema respiratório atingido pelo vírus. Desesperadores, os relatos de profissionais da área sobre a situação demonstram uma catástrofe de proporções amazônicas. O oxigênio acabou em instituições de referência, como o Hospital Universitário Getúlio Vargas. Estima-se que uma ala inteira de pacientes morreu sem ar. Um gestor comparou o espaço inicialmente dedicado ao tratamento de pacientes a uma câmara de asfixia.

Para o jornal El País, da Espanha: "Morrer sem oxigênio em Manaus, a tragédia que escancara a negligência política na pandemia". Leia a reportagem aqui. A militarização do Ministério da Saúde desnuda as nulidades militares que ocupam o governo federal incompetente e necrófilo. 

lute nao tem oxigenio.jpg

 

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