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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

16
Jul22

Deputado miliciano chefiando quadrilha veio pronto para bater e matar

Talis Andrade

www.brasil247.com - Rodrigo Amorim

 

Bolsonaristas buscam incendiar o país para o golpe sangrento de Bolsonaro

 

247 - Pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro pelo PSB, o deputado federal Marcelo Freixo e apoiadores foram agredidos e impedidos de se manifestarem neste sábado (16) na Praça Saens Pena, na Tijuca, Rio de Janeiro.

De acordo com relato da professora e pré-candidata a deputada estadual pelo PT Elika Takimoto, o grupo de bolsonaristas responsáveis pela agressão aos militantes era liderado pelo deputado estadual do Rio de Janeiro Rodrigo Amorim (PTB). "Rodrigo Amorim e sua turma agrediram Freixo e militantes do PT que estavam caminhando por aqui pela praça!".

"Estamos na pré-campanha e sendo impedidos por bolsonaristas de caminhar pelas ruas! Isso não pode ser normalizado! Aconteceu agora com a caminhada do Freixo e a corja do Rodrigo Amorim!", acrescentou Elika em seguida no Twitter.

De acordo com Elika, os bolsonaristas estavam armados. "Rodrigo Amorim veio para cima de uma atividade pacífica de uma atividade com o Freixo aqui no Rio. Xingaram, ameaçaram e fizeram questão de mostrar que estavam armados. Para evitar mais confusão, Freixo se retirou. Não vamos normalizar essa violência!".

Também pré-candidato a deputado estadual, Rodrigo Mondego publicou seu relato no Twitter e informou que um boletim de ocorrência será registrado. "Eu e outros militantes de esquerda estávamos em uma caminhada com o Freixo na Praça Saens Pena quando fomos atacados por um grupo armado bolsonarista liderado pelo deputado Rodrigo Amorim, que nos agrediu, quebrou bandeiras e nos ameaçou. Estamos indo para a delegacia fazer o BO".
 
 

 

Ceciliano repudiou o confronto do arruaceiro quebra placa

O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), deputado André Ceciliano (PT), repudiou o confronto do deputado estadual Rodrigo Amorim e equipe contra ato pacífico de apoiadores da candidatura de Marcelo Freixo e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Essa política do ódio não pode prevalecer. Esse tipo de marketing do mal tem consequências nefastas, vide o que aconteceu com o companheiro de Foz de Iguaçu. É preciso frear urgentemente essa escala da violência. A esperança e o amor precisam vencer o ódio”, continuou.

Mais cedo, o advogado Rodrigo Mondego afirmou ter sido vítima de agressões por um grupo armado e apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), no Rio de Janeiro. Ele acusou o deputado Rodrigo Amorim de liderar as agressões.

Segundo Mondego, que é militante da esquerda, a agressão teria ocorrido durante uma caminhada organizada por simpatizantes da esquerda.

“Eu e outros militantes de esquerda estávamos em uma caminhada com o Freixo na Praça Saenz Pena quando fomos atacados por um grupo armado bolsonarista liderado pelo deputado Rodrigo Amorim, que nos agrediu, quebrou bandeiras e nos ameaçou. Estamos indo para a delegacia fazer o RO”, registrou no Twitter.

 

Da mesma forma, a atriz Lucélia Santos também relatou o caso de violência nas redes sociais.

“Aconteceu agora! O deputado estadual Rodrigo Amorim, acompanhado de homens (vários armados) encurralaram a nossa caminhada pacífica Lula-Freixo aqui na Tijuca. Foi estarrecedora a violência com que eles nos atacaram: quebraram bandeiras e gritaram ameaças. Não nos intimidarão!”, escreveu.

Veja Rodrigo Amorim apareceu com uma turma de parrudos halterofilistas armados: 

A provocação da turma miliciana no Rio - reduto eleitoral da família Bolsonaro - visa criar um clima artificial para um golpe de estado. O golpe que ameaça ser sangrento. Que o Gabinete do Ódio tem suas listas de presos políticos e de lideranças marcadas para morrer. Vide tags

19
Jun21

Ventres da pátria hostil

Talis Andrade

Artistas e amigos criam grafites em homenagem a Kathlen Romeu em comunidade  do Lins de Vasconcelos - Plantão dos LagosRio de Janeiro: Kathlen e seu bebê, mais duas vidas negras interrompidas no  Brasil | Atualidade | EL PAÍS BrasilBurial of Kathlen Romeu, 24-year-old black girl, four months pregnant...  News Photo - Getty ImagesCobrando justiça, familiares enterram Kathlen Romeu na tarde desta  quarta-feira | Voz das Comunidades

PERVERSO INSTINTO ANIMAL. Doze policiais militares, armados de fuzis, de tocaia em um beco, atiraram em Kethlen Romeu que caminhava com a avó. Eles ficaram espantados com a beleza da jovem. Eles ficaram escandalizados com a gravidez da negrinha

 

O racismo foi implacável com Kathlen Romeu, mulher negra e grávida que foi vítima de uma ação policial. Não bastou matá-la com uma “bala perdida”. Um tipo de violência para o qual não há indignação que baste

 

Por Ynaê Lopes dos Santos, Deutsche Welle

Quem já esteve grávida sabe que esse é um estado de sublimação extrema, sobretudo quando ele é fruto de uma escolha da mulher. A centelha de uma revolução que começa imperceptível, e que no espaço de 40 semanas (aproximadamente) toma todo o ventre, transforma um corpo inteiro, para que outro corpo possa nascer. E tamanha transformação é acompanhada pelo enfrentamento de muitos medos. Alguns que nem sabíamos que existiam, outros que estavam escondidos há muito tempo, e que imaginávamos ser apenas lembrança.

A morte é algo que ganha outra dimensão para as grávidas. Não só porque todo parto é um renascimento – e, por isso, é também um tipo de morte –, mas porque sabemos não estar mais sozinhas. Sabemos que a vida, aquela vida guardada no útero, depende de nós.

Mas esse “nós” não é uma condição equânime entre as grávidas. Porque neste “nós” está aquilo que somos: o que comemos, onde moramos, nossa cor de pele, nossa classe social. E o que testemunhamos nas últimas semanas é que até mesmo a gravidez sucumbe ao racismo.

Kathlen Romeu era uma jovem mulher negra e grávida que morreu em decorrência da ação do Estado brasileiro. Não, ela não foi vítima de violência obstétrica ou de negligência médica na hora do parto. Ela não pôde parir porque foi morta em decorrência de uma ação policial que ceifou sua vida e a do filho que carregava no ventre. Um tipo de violência que não tem nome, para a qual não tem dor que dê conta nem indignação que baste.

Segundo levantamento da plataforma de dados Fogo Cruzado, 15 grávidas foram baleadas na Região Metropolitana do Rio de Janeiro desde 2017, quatro delas em meio a ações policiais, e oito morreram. Houve ainda dez bebês baleados quando ainda estavam nos ventres de suas mães, e só um deles sobreviveu.

As ações policiais que atingiram Kathlen Romeu e outras mulheres grávidas obviamente não as tinham como vítimas potenciais. Tampouco se preocuparam em evitar suas mortes. Viraram estatística. Daquelas tristes, que dão um nó na garganta e que podem causar algum tipo de constrangimento dentre os responsáveis pela segurança pública no Brasil – mas muitas vezes, nem isso.

Afinal de contas, eram mulheres, e provavelmente muitas delas eram negras. As mesmas que recebem menos anestesia na hora do parto, ou que têm um pré-natal menos criterioso, pois são tidas como “boas parideiras”, “mulheres de ancas largas” que aguentam a dor do parto e todas as demais. Argumentos ao mesmo tempo infundados e amplamente difundidos por uma ideologia falaciosa que acredita na existência de raças humanas e da desigualdade biológica entre elas.

Só que o racismo não mata só uma vez. Ele mata duas, às vezes três vezes a mesma pessoa. Mata quando tira a vida, mata quando esfrega na cara que a vida tirada não importa. E mata quando tenta lucrar com essa morte.

O racismo foi implacável com Kathlen Romeu, uma mulher negra do Rio de Janeiro e que circulava em espaços destinados às classes dominantes. Não bastou matá-la com uma “bala perdida” quando ela ia visitar sua família numa comunidade na zona norte da cidade. Transformou sua morte num código de venda da loja em que ela trabalhava, sob o pretexto de que 3,5% do valor das peças compradas iriam para a família de Kathlen (o mesmo percentual que ela ganhava de comissão). Isso mesmo que você leu: a morte da Kathlen viralizou nas redes sociais, e a marca para a qual ela trabalhava achou que poderia unir o útil ao agradável, fazendo uma “boa ação” ao mesmo tempo que, literalmente, lucrava com a morte de uma mulher grávida.

Para uma historiadora, é impossível não traçar um paralelo entre a ação de marketing dessa empresa e todo o embate político que esteve por trás da Lei do Ventre Livre – que em 2021 ano completa 150 anos. A lei, aprovada em setembro de 1871, representou um verdadeiro divisor de águas na luta abolicionista brasileira. Dentre os ganhos, estava a definição de que, a partir daquela data, os filhos e filhas das mulheres escravizadas estariam livres. Com uma condição: a liberdade do ventre só ocorreria depois que o proprietário da mãe fosse indenizado.

Essa compensação poderia ser feita de duas formas: ou a escravizada pagava 600$000 réis, ou seu filho e/ou filha teria que trabalhar como escravizado até os 21 anos de idade. A liberdade estava garantida, contanto que os proprietários ainda pudessem lucrar. Uma lei emancipacionista, mas que assegurava uma sobrevida de 50 a 60 anos para a escravidão. Bem a cara da nossa elite escravocrata e do Brasil de hoje, que não soube e não quis rever seu passado escravista.

Parem de nos matar, JUSTIÇA para Kathlen Romeu! - PSOL Carioca

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