![Tenente-coronel Washington Lee Abe, comandante do 5º Comando Regional da PM, em Cascavel. Foto: Cabo Valdemir da Luz/AEN-PR]()
Que tem cara de assassino tem
A bancada da bala, eleita na onda bolsonarista, no golpe eleitoral que prendeu e impediu que Lula fosse candidato em 2018, tem sede de sangue. Na campanha eleitoral que elegeu o sucessor do golpista Michel Temer, Bolsonaro anunciou - com o apoio de Sergio Moro e procuradores e delegados da polícia política, a famigerada autodenominada Liga da Justiça - que Lula iria apodrecer na cadeia.
Foi publicar um texto sobre a sanha assassina de militares, que aparece o deputado estadual pelo Paraná Coronel Lee (DC) a ameaçar de morte o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O discurso de ódio, a apologia da violência, a apologia do assassinato, as declarações do deputado covarde, do deputado violento, do deputado raivoso, foram publicadas pelo jornalista Eduardo Matysiak.
"O que nos traz hoje aqui é um desaforo, uma ameaça de um indivíduo, um elemento que é chamado de Lula", disse o parlamentar ao plenário da Assembleia Legislativa (Alep).
"Esse camarada quer visitar nossas residências, nossas casas, quer juntar um grupo de desocupados, vagabundos, para conversar com nossa família, para conversa com a gente. Coronel Telhada, ex-comandante da Rota, hoje deputado em São Paulo, aqui é o Coronel Lee, ex-comandante do Bope do Paraná", complementou.
O deputado também disse que mandou integrantes do MST "para o inferno".
"O nosso modus operandi, Coronel Telhada, é o mesmo. A última vez que esse bando do MST e da esquerda veio nos visitar, queriam conversar com a gente no meio do mato, foram parar no inferno. Então, Lula. Mande a sua turma toda falar com a gente de novo. Vocês vão visitar seus amigos que estão lá. É esse nosso recado", ameaçou.
Trata-se da confissão de uma chacina. Da matança de pequenos agricultores, de camponeses, dos sem terra tão perseguidos pelos governadores golpistas do Paraná, e por Sergio Moro.
Pela confissão, trata-se de um assassino vil, que só mata pobres, pés no chão, o coronel de "morte e vida severina".
Esses deputados comandaram o pior das polícias militares: as polícias das chacinas, dos massacres, do genocídio de jovens negros e mulatos.
Escrevi um alerta sobre o crime de lesa-majestade, dos covardes a bravata, dos assassinos confessos a advertência, a audácia, a cominação, a morte anunciada de Lula da Silva.
O sujeito macabro, desvairado, enlouquecido, que faz terrorismo político, intimidação, assédio policial, coação assassina, não merece ser candidato a cargo nenhum.
Se existe Lei no Brasil, se existe Justiça no Brasil, lugar de pistoleiro, de serial killer é na cadeia. O psicopata não pode ser eleito para nenhum cargo, não pode praticar o crime de manchar de sangue o legislativo.
Até quando os brasileiros vão ouvir, impassíveis e coniventes e cúmplices, das tribunas das Câmaras de Vereadores, das Assembléias Legislativas, do Congresso Nacional: - Eu matei um, eu matei dois, eu matei três, eu matei um bando, eu matei uma legião, e vou matar Lula da Silva! Até quando será repetida esta insanidade? Esta insânia? Esta piloura? Este tresvario? Esta psicopatia?
Coronel Lee é simplesmente mais um demente a jurar Lula de morte. Isso deu votos em 2018, mas os loucos de farda, ou pijama melado de sangue, vão perder a mamata nas eleições deste ano.
Os eleitores não vão votar em matadores, homicidas sanguinários, sicários malvados. Veja aqui uma lista de pistoleiros que prometem matar Lula.
Publica Brasil 247:
Não foi a primeira ameaça ao ex-petista em 2022, ano eleitoral. O deputado federal Junio Amaral (PL-MG) divulgou um vídeo no qual ele manuseava uma arma de fogo enquanto fazia provocações ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No dia 24 de março, circulou nas redes sociais um vídeo em que um homem na cidade de Gravatal, no Sul de Santa Catarina, praticou tiros ao alvo e fez ameaças a membros do PT.
Antes o vereador de Porto Alegre Leonel Radde (PT-RS) foi ameaçado de morte por neonazistas, assim como Lula, a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) e o ativista do movimento negro Antonio Isupério.
Comenta Antonio Uchoa Neto:
República dos assassinos. O esquadrão da morte no poder. Às favas com os escrúpulos, juiz ladrão, com o supremo, com tudo. Nunca vi tanta desgraça junta.
Darcy Ribeiro, junto ao túmulo de Glauber Rocha: "O Glauber morreu de Brasil!" O Brasil é a doença que está nos matando, a todos. Os que não estão morrendo, figurativa ou literalmente, ou não se dão conta dessa doença, não são brasileiros.
São os assassinos, são as autoridades que cometem genocídio por omissão, ou homicídio através de sicários.
Gente para quem a morte dos outros é fonte de prosperidade.
Matar indiscriminadamente, ou matar alvos certos, para essa gente dá no mesmo.
Bandido bom é bandido morto. Batalhadores (cf. Jessé Souza) bons são batalhadores mortos. Matar, matar, matar. Como eu não morri, tanto se me dá.
Perceber ódio, visceral ou não, nos olhos de vizinhos - gente que mora a poucos metros de nós - diante de certas notícias, é estarrecedor e deprimente.
E é essa gente, que nos cerca, que são os verdadeiros fâmulos da morte, ainda que os escandalize apontar-lhes essa pecha.
Meu cunhado relativizou a morte de Marielle Franco, ocorrida no dia do meu aniversário, fazendo eco a algumas fake news divulgadas logo depois - fotos, inclusive - que mostrariam a vereadora convivendo com traficantes. E era um homem bom, divertido, bom pai e bom marido, adorava cachorros. A cara dele, com o desmascaramento dessas mentiras, e o surgimento da verdade sobre os Bolsonaro, depois? Dir-se ia, 'não tem preço'. Mas tem, na verdade. Perder um pouco de fé, na humanidade.
Essa gente que comemora mortes, de quem quer que seja, deixa pelo caminho um pouco de sua humanidade; depois retornam desse pesadelo, mas retornam diferentes. Sempre com uma ponta de desconfiança do nosso renovado acolhimento. Creio que acalentam uma última esperança de poder dizer: 'tá vendo, eu tava certo!'
Ficam à espera de uma prova contra o Lula. De uma prova de que a esquerda matou Marielle. De uma prova que Adélio era um agente do PSOL. De uma prova de que Sérgio Moro não foi parcial. De uma prova que o Brasil está sob iminente ameaça dos comunistas.
Não sei. De uma prova de que o mundo é, de fato, como eles acham que é.
Em resumo: uma república dos assassinos, de esquadrões da morte, escrúpulos mandados às favas, de juízes ladrões, com o supremo, com tudo.
Contanto que fiquem sob a guarda de um ser benevolente, déspota ou não, tudo estará bem.
Não querem ser livres, nem autônomos, querem estar sob a proteção de algo, querem estar a salvo de pobres, pedintes, desvalidos, favelados, todos esses seres repugnantes que nos incomodam à mesa, nas ruas, no trabalho, nos aeroportos e nas universidade.
Na vida.