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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

02
Out23

Em conversa com Deltan, Bruno Brandão diretor de ong estrangeira chamou parte do Congresso de 'corja'

Talis Andrade

Por Alex Tajra

Em diálogos apreendidos pela operação "spoofing", e aos quais a revista Consultor Jurídico teve acesso, o diretor da "ONG" Transparência Internacional, Bruno Brandão, chama parte do Congresso de "corja" e deixa claro, mais uma vez, a intenção da instituição de abocanhar recursos provenientes dos acordos de leniência firmados pela finada "lava jato". Nas mensagens, o então procurador também orienta a TI a entrar com ações públicas para favorecer determinados interesses do lavajatismo. 

Em 11 de janeiro de 2017, Brandão aciona o ex-procurador pelo Telegram para falar sobre um caso em que a TI iria divulgar uma nota, em meio a uma suposta ameaça feita por homens a mando de um deputado federal na cidade de Parambu (CE). Ele pede a opinião de Deltan sobre o texto. Neste contexto, diz Brandão:

"Quis lhe mostrar isso porque a realidade desse pessoal é essa cotidianamente. Temos que dar muita foça pra essa gente, eles ficam completamente expostos e desassistidos (fazem muita loucura também). Nós temos um projeto muito importante para isso — depois queria falar com vc sobre isso. Nós temos que fortalecer a luta contra a corrupção na base — é lá que aquela corja no congresso encontra sustentação." As grafias originais foram mantidas pela reportagem.

Em outro momento, ainda em janeiro de 2017, Brandão e Dallagnol conversam sobre a situação no Peru, país que também enfrentava turbulência política por conta do lavajatismo. Brandão cita preocupação com o fato de a crise poder influenciar a derrocada do governo e, consequentemente, fomentar a volta do fujimorismo ao poder.

O diálogo se dá no contexto da divulgação de uma lista com 200 nomes da política peruana que teriam recebido propina da construtora Odebrecht, em um enredo semelhante ao que ocorreu no Brasil.

"É furada. Boato, até onde eu sei", responde Deltan ao diretor da "ONG".

Ambos também discutiram a execução provisória da pena, pauta que naquele ano tramitava no Supremo, ainda sem definição. Deltan publicou texto em suas redes sociais defendendo a medida, no contexto da indicação de Alexandre de Moraes para o Supremo Tribunal Federal, cuja aprovação foi referendada pelo Senado em 22 de março daquele ano.

"Moraes tem posição nesse sentido, favorável à execução. Em off, parece-me um nome que pode ser positivo", diz Deltan na conversa.

Brandão responde: "Bom saber que dá pra ter esperança. Tomara que não entre com fatura para quitar."

Os diálogos reforçam a interferência da "ONG" no trabalho do Ministério Público Federal no Paraná, além da sua contaminação em outros questões das autointituladas forças-tarefa que emergiram após o início da "lava jato". Um ponto aventado mais de uma vez é a destinação dos recursos para "prevenção e controle social" — o eufemismo é utilizado para falar dos fundos nebulosos que a "lava jato" queria criar para receber valores altíssimos provenientes dos acordos de leniência. 

Em outras conversas, a "ONG" já havia demonstrado interesse em receber parte desses recursos. As conversas também mostram como a TI influenciou nas diretrizes para se construir os acordos de leniência firmados com as empresas investigadas na "lava jato", em especial o firmado com a J&F. 

"Estou pensando em ir a Curitiba na semana que vem para conversar com a Secretária Executiva da 13a Vara e apresentar os projetos que gostaríamos de pedir a designação de recursos. Vc vai estar por aí? Se vc tiver tempo, poderíamos marcar um almoço ou uma reunião rápida? Eu poderia tentar organizar no dia que for mais conveniente pra vc. Abç!", escreveu Brandão em 30 de janeiro de 2017.

Deltan também sugeriu, em outros trechos, que a TI ajuizasse ações civis públicas que poderiam beneficiar a "lava jato". Uma delas envolve o acesso de dados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Em outra mensagem, de 22 de março de 2017, o deputado cassado afirma:

"Bruno, outra ação para ajuizar, em potencial....que tal? o Temer indicou indivíduos despreparados tecnicamente (políticos) para cargos em Itaipu Binacional e na Nuclep, desrespeitando os princípios da Lei de Responsabilidade das Estatais. E aí, o que acontece? A Lei prevê alguma sanção? Não.", escreve Deltan. 

Brandão também se compromete com Deltan a escrever uma carta de apoio, em nome da Transparência Internacional, para que o MPF concorresse a um prêmio de "Excelência no Serviço Público" promovido pela ONU. O diretor da "ONG" afirma que já havia escrito um texto "em ingês para a FGV usar", mas que iria pedir para a TI adaptá-lo para indicar toda a ação do MPF para o prêmio. 

Deltan pede celeridade, pois as inscrições acabariam alguns dias depois daquela conversa. "Vou dar um jeito. Se eles não puderem correr com isto em Berlim [sede da Transparência Internacional], fazemos daqui", responde Brandão. 

 

Condução coercitiva de jornalista

Em 21 de março de 2017, o jornalista Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, teve sua condução coercitiva determinada pelo então juiz Sergio Moro. Ele também ordenou a apreensão de todos os documentos, mídias, computadores, etc, para pressionar Guimarães a revelar suas fontes. O inquérito investigava "violação de sigilo profissional". 

Deltan envia a Brandão, neste mesmo dia, a nota que seria publicada pela "lava jato" para se defender das críticas que a operação sofria por conta da referida condução coercitiva. Brandão opina que algo na nota "não fica claro", e Deltan a redige novamente. "A ascom trocou 'jornalista' por 'blogueiro'", diz Deltan a Brandão em meio à discussão.

Na mesma conversa, o diretor da TI diz, preocupado com a repercussão: "O problema é que vai perdendo apoio de formadores de opinião que são mais equilibrados, como Gaspari, Kennedy Alencar e outros. Nessa guerra que a coisa está isso conta muito. A esquerda radical vcs nunca vão agradar, mas tem um campo mais neutro que tem que ser cuidado...Gente na nossa própria equipe na TI já ficou à tarde inteira me pressionando para falarmos e deixar claro qeu nosso apio não é irrestrito e acrítico. Mas com a informação nova que a nota de vcs traz, vão reavaliar com certeza."

Deltan agradece: "Caro, obrigado por avisar e apontar com franqueza as críticas. Sem isso, não teríamos prestado esclarecimentos adequados."

Dias depois, Moro voltou atrás em relação a várias determinações que havia feito contra Guimarães. As acusações contra Guimarães, neste processo, não perseveraram, e o instrumento da condução coercitiva, amplamente utilizado pela "lava jato", foi declarado ilegal pelo Supremo Tribunal Federal em junho de 2018. 

 

20
Nov20

Lula lamenta o assassinato de negro no Carrefour e diz que o racismo é a origem de todos os abismos brasileiros

Talis Andrade

racismo fertas carrefour.jpg

 

“Amanhecemos transtornados com as cenas brutais de agressão contra João Alberto Freitas, um homem negro, espancado até a morte no Carrefour. O racismo é a origem de todos os abismos desse país. É urgente interrompermos esse ciclo”, disse o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao comentar o assassinato de João Alberto Freitas, numa loja do Carrefour em Porto Alegre.

Movimentos negros de Porto Alegre convocaram protesto para final da tarde diante do Carrefour do Passo d'Areia contra o assassinato de João Alberto Silveira Freitas.

 

Deputados petistas repudiam assassinato de homem negro no Carrefour em Porto AlegreCelebração da Consciência Negra lembra história de Zumbi dos Palmares –  MAIS Santos

Parlamentares da Bancada do PT na Câmara manifestaram repúdio e indignação com o assassinato – a socos e pontapés – de João Alberto Silveira Freitas, ocorrido na noite desta quinta (19), dentro das instalações do supermercado Carrefour – em Porto Alegre – e praticado por seguranças do estabelecimento.

Os petistas afirmaram que o ato covarde contra o homem negro simboliza o racismo ainda existente no País. Ao lembrarem que o crime ocorreu na véspera do Dia da Consciência Negra, os parlamentares exigiram ainda punição severa para os autores do assassinato.

O líder do PT na Câmara, deputado Enio Verri, classificou o ato como uma barbaridade. Além de punição para os autores do crime ele também pediu a responsabilização das empresas envolvidas. “A bárbara cena dos seguranças do Carrefour é o fiel reflexo da desumanidade com que são contratadas essas pessoas. O modus operandi se alinha à ideologia de quem contrata e a atitude não é outra senão aquilo para o que foi contratada. É responsabilidade da empresa”, apontou.

Ao também lamentar o assassinato, a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, destacou que é necessário combater o racismo no País e defender as vidas dos brasileiros e brasileiras negros e negras. “Muito triste no Dia da Consciência Negra acordarmos c/ a notícia de mais um homem assassinado por racismo. Combater o racismo é condição p/ construir uma sociedade justa e igualitária. Vidas negras importam sim. Não pode ser só discurso. Quantas vidas mais serão perdidas?”, indagou.

O crime ocorrido no Carrefour em Porto Alegre repercutiu entre os parlamentares petistas gaúchos. A deputada Maria do Rosário disse que as cenas da agressão que circulam pela internet são um “horror” e confirmam que o “racismo mata”. “O assassinato ocorrido ontem em Porto Alegre mostra que o racismo é uma das marcas deixadas pela escravidão num país que foi o último a colocar fim a esta forma de discriminação e intolerância. Alertas para a persistência desta luta necessária. Exigimos justiça! Vidas Negras Importam”, afirmou.

Sobre o assassinato, o deputado Marcon indagou “até quando?” notícias sobre mortes de pessoas negras por espancamento irão ocorrer no País. “Exigimos a apuração do caso e justiça!”, disse. Ele lembrou ainda que nesta sexta-feira (20), às 18h, haverá uma manifestação em frente ao Carrefour Passo D’Areia exigindo justiça em relação ao assassinato.

Já o deputado Paulo Pimenta postou que “é revoltante que na véspera do Dia da Consciência Negra, um homem negro tenha sido agredido até a morte por seguranças de uma loja do Carrefour”. Na mesma linha, o deputado Henrique Fontana declarou que “a violência racista é inaceitável”.

“Os responsáveis pelo crime da noite passada que tirou a vida de João Alberto Silveira Freitas em um Carrefour de Porto Alegre precisam ser exemplarmente punidos. Não basta não ser racista, é preciso ser antirracista”, afirmou.

O deputado Bohn Gass escreveu que, diante desse assassinato, hoje é um dia de revolta. “No Dia da Consciência Negra, a revolta no lugar de celebração. No RS, João Alberto Freitas (“Beto”) é espancado até a morte por seguranças de um mercado. Repudiar já não basta! É preciso política afirmativa, educação antirracista, reparar a segregação histórica. Quantos Betos?”, indagou.

Parlamentares negras e negros do PT também repudiaram o crime cometido no Carrefour em Porto Alegre. A deputada Benedita da Silva lamentou mais esse ato de violência contra negros no País e também lembrou os casos de violência contra as mulheres, que nesta quinta-feira (19) também vitimou a candidata do PT à prefeitura de Curralinho (Pará), Leila Arruda.

“Todos os dias, o racismo e o machismo assassinam centenas de João e centenas de Leila em nosso país. Esses dois brutais assassinatos são retratos de um Brasil governado à luz do fascismo. Não podemos mais conviver com estas realidades. Precisamos ir à luta! Vidas Negras Importam”, disse.

Ao também repudiar o assassinato de João Alberto, o deputado Valmir Assunção fez um apelo: “Chega de nos matar!”. “Jamais podemos normalizar este tipo de violência! É urgente que a sociedade se una em um comportamento antirracista para acabar com situações como essa. Vidas Negras Importam!”, defendeu.

Deputado Jorge Solla: – “Quando o caldo entorna? Mais um negro é assassinado cruel e covardemente no Brasil. A história de George Floyd, aqui, é uma trágica rotina que precisa parar urgentemente. Que cenas assombrosas. Que racistas desgraçados!”

Deputado Alencar Santana Braga: – “João Alberto Silveira Freitas, negro, espancado e assassinado na véspera do Dia da Consciência Negra por seguranças de um Carrefour em Porto Alegre. Em fevereiro de 2019, no Rio de Janeiro, Pedro Gonzaga, jovem negro de 19 anos, também foi morto por seguranças do Carrefour”.

Deputado José Guimarães, Líder da Minoria na Câmara: – “É revoltante ver as imagens do espancamento de um homem negro pelo segurança do Carrefour, esta não é a primeira vez que o supermercado se envolve em atos cruéis. Queremos punição dos envolvidos. O racismo precisa ser combatido por toda a sociedade! Vidas Negras Importam”.

Deputada Erika Kokay: – “No Dia da Consciência Negra, o Brasil tem mais um caso de um homem negro espancado até a morte, agora, num Carrefour em Porto Alegre. A violência contra os corpos negros não pode ser a regra. Não podemos naturalizar a barbárie! Vidas Negras Importam”.

Deputado Nilto Tatto: – “Até quando alguns seguirão dizendo que no Brasil não há racismo? Ontem, de novo, mais uma vez, novamente, um homem negro foi covardemente espancado e assassinado por seguranças do supermercado Carrefour em Porto Alegre. Isso será naturalizado por aqui até quando?”

Deputado Alexandre Padilha: – “As imagens só reforçam a importância de termos atitude antirracistas hoje e todos os dias do ano. O racismo brasileiro faz, novamente, mais uma vítima”.

Deputado Carlos Zarattini: – líder da Minoria no Congresso – “Mais um brutal crime de racismo, de preconceito, de discriminação! Além da punição exemplar aos assassinos, o Carrefour precisa ser punido!”

Deputado Paulo Teixeira (PT-SP) – “Dia da Consciência Negra e a notícia é da morte de um negro por seguranças do Carrefour. Vidas negras importam! Carrefour tem que ser punido, pedir desculpas e indenizar a família e a comunidade negra”.

Deputado Pedro Uczai: – “É revoltante ver pessoas negras, serem mortas por nada, sem poder se defender. As imagens do homem negro, morto em Porto Alegre, são cruéis e evidenciam o ódio gratuito e duro, sobre a vida negra. Até quando vamos naturalizar isso?”

Deputado Reginaldo Lopes: – “Ontem, véspera do Dia da Consciência Negra, mais um assassinato da população negra! Esse caso no Carrefour mostra o quanto as vidas negras são banalizadas no Brasil. Toda solidariedade à família e aos amigos de José Alberto Silveira Freitas. Vidas Negras Importam”.

Deputado Joseildo Ramos: – “Soubemos do assassinato de Beto, um homem negro espancado pelos seguranças do Carrefour de Porto Alegre um dia antes do dia da Consciência Negra. Um crime que não configura como uma exceção, mas como um exemplo da violência cotidiana à qual o povo negro está exposto.”

Deputado Carlos Veras: – “81% veem racismo no Brasil. Só 34% admitem preconceito. + de 75% das vítimas de homicídios são negras, entre elas, João Freitas, brutalmente espancado até morte, ontem, em supermercado. É triste e revoltante! Todo dia é dia de combater o racismo estrutural que violenta o país”.

Deputado Odair Cunha: – “Uma pessoa negra é morta no Brasil a cada 23 minutos. João Alberto Freitas, assassinado ontem em um supermercado Carrefour em Porto Alegre, é mais uma vítima do racismo no Brasil. No Dia da Consciência Negra estamos mais uma vez de luto. Vidas Negras Importam”.

Deputada Professora Rosa Neide: – “A violência praticada contra uma vida negra em um supermercado de Porto Alegre demonstra como a estúpida estrutura escravista ainda está presente. Nossa solidariedade à família de João Alberto Silveira. Enquanto tivermos voz vamos dizer não ao preconceito racial.”

Deputado Waldenor Pereira (PT-BA) – “No Dia da Consciência Negra, acordamos com a notícia de que João Alberto Freitas, homem negro, foi espancado e morto covardemente por seguranças do Carrefour. Um crime absurdo, que nos choca profundamente. É preciso pôr um fim ao racismo estrutural do Brasil! Vidas Negras Importam!”.

Deputada Natália Bonavides: – “Começamos 20 de novembro com muita indignação por mais uma brutalidade racista no Brasil. Ontem, João Alberto, homem negro, foi espancado até a morte no Carrefour, em POA. Dia da consciência negra é mais um dia de luta antirracista para mudar essa realidade. Vidas Negras Importam!”.

Deputado Célio Moura: – “Chega de racismo! É preciso punir esses criminosos perigosos. O racismo mata, humilha e destrói vidas! Punição exemplar, aos assassinos do Carrefour!”

Deputado Afonso Florence: – “Mais um assassinato de uma pessoa negra, em que o vídeo gravado prova o caráter doloso da ação dos assassinos. Os assassinos de João Alberto não podem ficar impunes. Vidas negras importam!”

Deputada Margarida Salomão: – “Que horror, que absoluto horror amanhecer o Dia da Consciência Negra com a notícia de um novo homicídio contra um negro, em pleno Carrefour de Porto Alegre”.

Deputado Rogério Correia: – “Inadmissível, revoltante, deplorável. Não dá para aceitar qualquer tipo de discriminação, muito menos uma violência desta. Infelizmente isso parece estar se normalizando cada vez mais no país onde impera o discurso de ódio vindo do próprio presidente”.

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18
Mar20

Boulos apresenta cinco medidas para enfrentar a crise do coronavírus

Talis Andrade
Guilherme Boulos
@GuilhermeBoulos
 
5 medidas para enfrentar a crise do Coronavírus: 1. Revogar o Teto de Gastos. 2. Suspender os despejos durante a pandemia. 3. Plano de garantia de emprego dos trabalhadores formais. 4. Benefício emergencial para os informais. 5. Anistia de contas de água, luz e gás na crise.
18
Mar20

Boulos apresenta cinco medidas para enfrentara crise do coronavírus

Talis Andrade
Guilherme Boulos
@GuilhermeBoulos
 
5 medidas para enfrentar a crise do Coronavírus: 1. Revogar o Teto de Gastos. 2. Suspender os despejos durante a pandemia. 3. Plano de garantia de emprego dos trabalhadores formais. 4. Benefício emergencial para os informais. 5. Anistia de contas de água, luz e gás na crise.
11
Dez19

Weintraub fala em drogas nas universidades e toma invertida de Ivan Valente: e o avião presidencial com 39kg de cocaína?

Talis Andrade

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A Comissão de Educação da Câmara dos Deputados convocou o ministro da Educação, Abraham Weintraub, para dar explicações sobre declaração dada à imprensa de que nas universidades federais há extensivas plantações de maconha e que seus laboratórios de química são usados para a síntese de drogas. A audiência ocorre nesta manhã (11), com transmissão ao vivo pelo facebook PT na Câmara.

Durante audiência pública da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, usou reportagens televisivas e manchetes de jornais para reafirmar declarações recentes sobre plantações de maconhas nas universidades federais e o uso de seus laboratórios para formulação de drogas sintéticas.

Argumentos que foram rebatidos com veemência pela deputada e ex-reitora da Universidade Federal de Juiz de Fora, Margarida Salomão (PT-MG). “O ministro da Educação não pode usar a palavra sem responsabilidade. Queremos informações detalhadas e responsáveis sobre essas alegações que ele fez e que já foram desmentidas oficialmente pela polícia e pela justiça”, rechaçou a deputada, uma das autoras do requerimento à realização da audiência. 

Margarida criticou a apresentação em slides do ministro. Para ela, o que se viu foi “uma apresentação sensacionalista que trata de uma forma indevida de eventos já apurados, tanto o da UnB (Universidade de Brasília) quanto da UFMG”.

A deputada relatou que no caso da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o delegado que cuidou do caso, Rodolfo Machado, identificou os suspeitos e, à época, afirmou que eles não eram estudantes da UFMG. Além disso, continuou a parlamentar, o juiz que também cuidou da denúncia afirmou que não existiam provas que evidenciassem o comprometimento da instituição nos casos denunciados.

No caso da UnB, Margarida Salomão observou que ficou claro que o local onde foram encontrados os vasos com 13 pés maconha não eram do campus. Para a deputada, não se pode tomar incidentalidades como fatos. “É necessário provas além das versões sensacionalistas”.

“É seu papel ministro, como gestor da educação apurar, cobrar, inibir e impedir, em não fazendo isso, e tratando meramente esse assunto como fofoca ou meme, eu quero dizer que o senhor está prevaricando”, alertou Margarida Salomão.

Cortina de fumaça

Em seu pronunciamento, a deputada professora Rosa Neide disse que a exposição do ministro não passa de “cortina de fumaça com o único objetivo de vender, de tornar privado o espaço público, para que a sociedade brasileira possa continuar construindo conhecimento, seja banido de política pública nesse País”.

Para a deputada do MT, as falas públicas do ministro – ele que deveria ser o principal agente da educação brasileira -, que, ao invés de sensacionalismo, deveria ter o compromisso de trazer em público qual é o projeto de educação do governo para o País.

“Então, nesse sentido, as universidades mais atacadas no Brasil têm, nas polêmicas criadas pelo ministro, todos os dias que ocupar o tempo para fazer defesas públicas daquilo que nada agrega à educação brasileira”, criticou.

Inimigo da educação

Ao se dirigir ao ministro, o deputado Waldenor Pereira disse que condena o uso e o tráfico de drogas em qualquer lugar, seja, no Palácio do Planalto, no Congresso Nacional, no avião presidencial e também nas universidades. No entanto, observou que o fato também de extrema gravidade é, segundo ele, o governo Bolsonaro manter no cargo de ministro de Estado “alguém que com as suas manifestações e frases estapafúrdias, com suas posturas polêmicas, tenha se indisposto com todos aqueles que fazem a educação no Brasil, ao ponto de hoje, ser considerado o inimigo número um da educação pública brasileira”.

Sensacionalismo

O deputado Alencar Santana Braga ressalta que Weintraub não apresentou provas de suas acusações. “Não podemos admitir que um ministro de Estado, com a exigência ética que se faz necessária para ocupá-lo, difame e ofenda um patrimônio do povo brasileiro que são as universidades federais. ”

Segundo o petista, tentam pegar os casos isolados para transformar em um problema de toda a universidade. Ele avalia que estão tentando criar sensacionalismo, medo e caos em determinados setores sociais para desmantelar a universidade pública. “E no avião presidencial? O senhor, hoje, teria medo de entrar no avião presidencial, com 39 quilos de cocaína? Provavelmente, sim, o senhor não vai entrar. Ou vai mandar a polícia fazer uma vistoria antes de entrar, se a sua preocupação é essa. É lamentável, ministro, lamentável”, criticou.

Baboseira ideológica

Ao discursar, a deputada Maria do Rosário detalhou o quadro da educação brasileira na gestão do ministro do Bolsonaro. Ela relatou que há abandono da educação infantil, da pré-escola da educação básica, do ensino médio e do ensino superior, com cortes de bolsas de mestrado e doutorado e abandono das pesquisas. “E aqui vemos uma baboseira ideológica. É o ministro da baboseira ideológica. É ideologia de péssima qualidade, sem formação adequada que diz respeito ao conhecimento científico, não traz números, trouxe fake news, trouxe mentiras”, denunciou.

“No meu estado [RS] temos mais de 100 mil pessoas, trabalhadores da educação, professores que estão em greve porque seus salários não são pagos há mais de 40 meses, salários atrasados e o ministro não quer saber disso, não quer saber de educação”, constatou.

Alencar Santana Braga ressalta que Weintraub não apresentou provas de suas acusações. “Não podemos admitir que um ministro de Estado, com a exigência ética que se faz necessária para ocupá-lo, difame e ofenda um patrimônio do povo brasileiro que são as universidades federais.”

Doença terminal

O deputado Pedro Uczai disse que a impressão que o ministro Weintraub passa com a exposição é de que “o cara é um enviado” ao usar termos como “salvar”, “joio”, “trigo” – “palavras do mundo religioso, do mundo do dualismo do bem e o mal, do céu e do inferno”. Ao fazer essa referência, o deputado lembrou de frase dita recentemente por um membro do PSDB: “Weintraub é uma doença terminal da educação no Brasil”.

“Quando ouvi essa frase, eu tinha achado que tinha sido dura e agressiva, mas ouvi o senhor nessas cinco ou seis horas e não vi nenhuma proposta concreta para a educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e ensino superior. O que o senhor vai fazer para os próximos três anos para salvar o Brasil? A sua coerência mostra que não é aqui o seu lugar. Vossa excelência deveria ir para uma experiência religiosa ou pastoral, mas não na educação pública brasileira, pelo seu próprio conceito, pela sua própria concepção. A educação precisa de ciência, de tecnologia e de sabedoria”.

Em outro requerimento, 12 deputados do PT também reclamam da postura do ministro. “Com a posse de Abraham Weintraub o MEC se transformou em propagador de polêmicas e ataques à educação pública e seus profissionais, sendo o atual ministro o principal porta-voz.”

O deputado José Ricardo (PT-AM) denunciou que o governo federal não está cumprindo metas do Plano Nacional de Educação (PNE), como a que prevê aplicação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na área.

“O ano está terminando e o governo atual não fez esforço nenhum para esse objetivo do PNE ser atingido, que é lei. Nem esse e nem outros. Como o senhor vem aqui falar que está tendo a maior revolução na educação nesse governo? Na verdade, está tendo o maior retrocesso, descontrole, desconstrução e o fim de políticas fundamentais na educação”, declarou José Ricardo.

Em seu pronunciamento, ele citou alguns desses retrocessos, como a Emenda Constitucional nº 95, que congela por 20 anos os investimentos públicos em educação, saúde, moradia. “Não vemos o governo trabalhando para revogá-la. Esse é o pleito de todos que pensam na educação e no futuro do País. E o senhor, como ministro, não está sendo uma voz para rever isso! Como um ministro da Educação não vai trabalhar para se ter mais recursos nessa área?”.

Avião com 39kg de cocaína

PSOL na Câmara
 

Logo no começo da pataquada que está sendo a "apresentação" de @AbrahamWeint , que usa casos isolados para demonizar as universidades públicas como antros de produção de drogas, o líder @IvanValente tascou: "E os 39kg de cocaína no avião presidencial?". Silêncio do ministro

 

O líder do PSOL, @IvanValente , apresentou os péssimos dados de execução orçamentária que comprovam a péssima gestão do ministério da Educação. "E vossa excelência preocupada em colocar polícia em campus universitário?", ironizou, pedindo que o min. definisse o Iluminismo.

"Temos na Educação alguém que combate a educação!", declarou @IvanValente . Ele também denunciou que @AbrahamWeint persegue a @unb_oficial usando fake news.

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11
Dez19

Parlamentares criticam novo ataque de Bolsonaro contra a ativista Greta Thunberg

Talis Andrade

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Parlamentares usaram as redes sociais e o microfone do Congresso para enviar um recado ao presidente Jair Bolsonaro após o ex-capitão chamar a ativista Greta Thunbergde “pirralha” nesta terça-feira (10) ao ser questionado sobre o assassinato de indígenas no Maranhão. O ataque fez Greta incluir a expressão na sua descrição do Twitter.

“Uma ‘pirralha’ digna; um presidente estúpido, imbecil e indigno”, declarou o vice-líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry (MA), em seu perfil no Twitter.

Célio Moura (PT-TO) foi à tribuna da Câmara criticar a fala do presidente, dizendo que Bolsonaro tem que respeitar os indígenas do Brasil. “Os índios Guajajara estão sendo atacados há muito tempo. Lá no Maranhão os indígenas tem que ser protegidos. O presidente Bolsonaro agora, com o ataque à jovem Greta Thunberg que denunciou o massacre contra os indígenas fez com que esse assunto se tornasse notícia no mundo inteiro”, declarou. “Bolsonaro envergonha o mundo ao tentar calar uma jovem de 16 anos. A juventude brasileira tem que assumir a bandeira do meio ambiente”, completou.

Érika Kokay (PT-DF) também criticou a postura do presidente, dizendo que isso apenas reforça a imagem negativa do país no exterior. “Bolsonaro, reconhecido no mundo inteiro como inimigo do meio ambiente, acha que pode ofender Greta Thunberg? Ao chamá-la de ‘pirralha’ por criticar morte de indígenas no Maranhão, presidente reforça sua insignificância global nas questões do meio ambiente e das mudanças climáticas”, tuitou.

O líder da Oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP) aproveitou para criticar a ausência de medidas para conter o desmatamento e a atuação de grileiros. “Bolsonaro fomenta desmatamento, contribui com as mortes dos indígenas, destrói a Amazônia. Pirralho é quem entrega nossas riquezas e não é capaz de gerir fundos para proteção do Meio Ambiente. A covardia do presidente é do tamanho da sua incompetência!”, afirmou.

@CelioMouraTO

Jovem ativista sueca, Greta Thunberg, afirmou que os índios morreram por defender a Amazônia e segue firme criticando com veemência o desmonte do governo Bolsonaro com as políticas ambientais. Isso irritou o destemperado presidente.

Respeite @GretaThunberg!#PovosIndigenas

Vídeo incorporado

“Uma ‘pirralha’ digna; um presidente estúpido, imbecil e indigno”, declarou o vice-líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry (MA).

Referindo-se a Bolsonaro como ‘covarde’, a deputada Margarida Salomão (PT-MG) aproveitou a ocasião para criticar a postura do governo brasileiro diante de Donald Trump. “Fala grosso com uma adolescente mulher. Fala fino com o presidente dos EUA. Não se trata apenas de um sujeito asqueroso. É um asqueroso covarde”, disse.

Já o líder da Oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), lamentou a ausência de medidas para conter o desmatamento e a atuação de grileiros. “Bolsonaro fomenta desmatamento, contribui com as mortes dos indígenas, destrói a Amazônia. Pirralho é quem entrega nossas riquezas e não é capaz de gerir fundos para proteção do Meio Ambiente. A covardia do presidente é do tamanho da sua incompetência!”.

Deputada eleita pelo PSOL-RS, Fernanda Melchionna aproveitou a nova gafe para censurar a postura do atual presidente. “Uma Greta incomoda o Presidente. Duas Gretas incomodam, incomodam muito mais. O nível de presidente que temos é de quem chama aquela que se tornou símbolo mundial de luta em defesa do meio ambiente de ‘pirralha’. Que tenhamos mais e mais Gretas e bem menos Bolsonaro!”, escreveu.

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04
Dez19

"Bolsonaro terá elevado a fake news à condição de política econômica".

Talis Andrade

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Parlamentares criticam o ministro da Economia, Paulo Guedes, após uma reportagem do jornal Financial Times apontar que dados econômicos do governo Jair Bolsonaro têm falhas sobre as exportações. A matéria trouxe como título "Falha nos dados econômicos brasileiros desperta preocupações entre analistas".

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De acordo com o texto do jornal britânico, as estatísticas econômicas do governo brasileiro têm falhas nos números sobre as exportações, que influenciam a cotação da moeda, e superfaturado o pibinho para 0,6%. O FT registra que o IBGE admite que pode ter que revisar os dados do terceiro trimestre, o que normalmente seria feito em apenas um ano.

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"Sabemos que transparência e verdade nunca importaram para esse governo", afirmou a deputada federal Sâmia Bomfim. "Ainda assim, a suspeita levantada pelo jornal Financial Times de que informações sobre a atividade econômica brasileira foram manipuladas é algo surpreendente e muito grave. O que Paulo Guedes tenta esconder?"

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Que esperar de um governo de ministros incompetentes. O presidente é orientado por um "filosofo" terraplanista, Olavo de Carvalho, que indica ministros para as pastas da Educação, da Cultura, dos Direitos Humanos. Um governo que tem um super ministro da Economia medíocre. Um super ministro da Justiça analfabeto.

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O 247 entrevistou deputados. Para Erika Koaky, a reportagem demonstra que o Brasil passa "vergonha internacional". "Jornal inglês Financial Times questiona dados apresentados pelo governo Bolsonaro sobre crescimento de 0,6% do PIB no último trimestre. O jornal questiona estatísticas econômicas e aponta falhas nos números apresentados, entre outras dúvidas de analistas", destacou.

Margarida Salomão ressaltou que é "questionada a própria qualidade do governo, a competência mínima de saber coligir dados".

De acordo com Orlando Silva, "se confirmada a desconfiança do Financial Times, sobre maquiagem nos números da economia brasileira, estaremos diante de fato gravíssimo, com potencial para ferir de morte a confiabilidade do governo". "Bolsonaro terá elevado a fake news à condição de política econômica".

Maria do Rosário questionou: "Este era o governo que iria 'recuperar' confiança dos investidores estrangeiros?".

Em um post na rede social, Jandira Feghali viu "sinal de fumaça que vem do Financial Times!". "Se Bolsonaro maquiou dados econômicos sobre exportações vai levar o Brasil para o isolamento no mundo, prejudicando diretamente a população brasileira. Gravíssimo! e mostra que Paulo Guedes entende mais de AI-5 do que de economia".

paulo guedes pib.jpeg

 
Rogerio Lubk
 
@incorporativa
 
Quando digo que o é outro lixo que se acha 'meio de comunicação'... #BozoPibinho
 
 
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1:55 PM · Dec 4, 2019Twitter Web App

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