Caso Adriano derramará mar de lama e sangue no pós-Bolsonaro
por Fernando Brito
- - -
Na minha participação no programa Bom para Todos, da TVT, falo do escândalo que é a inação do Ministério Público diante dos áudios revelados pela Folha de S. Paulo, onde uma irmã do ex-capitão Adriano da Nóbrega, ex-miliciano morto em um suposto confronto com a polícia diz que a sua excecução foi negociada com “cargos no Palácio do Planalto” e a reação, bem orquestrada, do rachadista Fabrício Queiroz e do próprio Bolsonaro.
Comento ainda a mudança de comando da Petrobras e o grande benefício para o país que foi a inviabilização de Adriano Pires para o cargo, em razão das denúncias de seus contratos com empresas que negociam com a estatal.
Também falo sobre inflação e a chapa Lula – Alckmin.
Políticos repercutiram hoje uma gravação revelada pela Folha de S Paulo, na qual a irmã de Adriano da Nóbrega acusa o Palácio do Planalto de trocar cargos comissionados pela morte do ex-policial militar, que foi apontado como chefe de uma milícia e suspeito de fazer parte do esquema de "rachadinha" no antigo gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PL).
No áudio, feito dois dias após a morte dele em fevereiro de 2020, Daniela Magalhães da Nóbrega diz que o irmão "era um arquivo morto". "Já tinham dado cargos comissionados no Planalto pela vida dele. Fizeram uma reunião com o nome do Adriano no Planalto. Entendeu, tia? Ele já sabia disso. Foi um complô mesmo", fala.
Segundo a Folha de S Paulo, a gravação foi autorizada pela Justiça e Daniela não é acusada de envolvimento nos possíveis crimes do irmão.
"Bomba! Planalto ofereceu cargos pela morte de Adriano da Nóbrega. É o que revela áudio da irmã dele. É estarrecedor, um bando de milicianos usando de qualquer meio para eliminar que não interessa mais pra eles. Não é um governo, é uma quadrilha", disse o deputado federal Ivan Valente (PSOL).
O pré-candidato à Câmara Guilherme Boulos (PSOL) disse que o caso poderia ser uma "queima de arquivo" e apontou envolvimento do presidente Jair Bolsonaro (PL). "Irmã de miliciano ligado a Bolsonaro fala que o governo ofereceu cargos em troca de seu assassinato! 'Já tinham dado cargos comissionados no Planalto pela vida dele'. O Presidente da República é acusado de ser mandante de homicídio!", escreveu.
"Um governo miliciano é capaz de tudo, até de queima de arquivo", comentou Carlos Zarattini, deputado federal (PT).
"Adriano era amigo dos Bolsonaro e suspeito de participar de esquema no gabinete de Flávio. Investigação Já!", disse o deputado federal (PSB) Alessandro Molon.
O senador Humberto Costa (PT) falou que a gravação "levanta suspeita de envolvimento de Bolsonaro e seus filhos na morte do ex-PM Adriano Nóbrega".
"Grave! Polícia Civil/RJ revela denúncia de que Palácio do Planalto ofereceu cargos comissionados pela morte do miliciano Adriano Nóbrega. A que interessaria calar o miliciano, que tinha a mãe lotada no gabinete do filho do presidente?", questionou a deputada federal Natália Bonavides (PT).