Mangueira bate duro no fundamentalismo bolsonarista
A Mangueira fez referências quase diretas ao presidente Jair Bolsonaro, ”Não tem futuro sem partilha nem messias de arma na mão“, cantaram os integrantes, em alusão ao presidente
Falando Verdades - A escola de samba e atual campeã do carnaval do Rio de Janeiro, Mangueira, resolveu bater duro no fundamentalismo religioso bolsonarista. A escola mostrou um Jesus Negro na avenida, os falsos profetas radicais com “armas na mão”, com o tema a “Verdade Vos Fará Livre”, com forte crítica social e política criticando o “messias com arma na mão” em alusão a Jair Bolsonaro.
A escola de samba Mangueira, levou a crítica ao escopo ideológico do Bolsonarismo neopetencostal radical á avenida, com um Jesus mostrado com rosto de negro, sangue de índio e corpo de mulher, a escola de samba criticou os profetas da intolerância. Um jesus negro e outro Jesus mulher.
A Mangueira que é atualmente campeã do carnaval do Rio de Janeiro, voltou com fortes críticas sociais e políticas para a avenida e mostra ao mundo o radicalismo bolsonarista.
O samba cita um Jesus de “rosto negro, sangue índio, corpo de mulher”, e menciona “profetas da intolerância” que não sabem que a “esperança brilha mais que a escuridão”.
“Jesus pode ser de todos os gêneros. E se fossemos ensinados, desde criança que Jesus também poderia ser uma mulher, será que o Brasil estaria no topo do feminicídio? Que todos os olhos possam acolher todas as imagens de Jesus, porque ele está no meio de nós”, disse a rainha da Mangueira, Evelyn Bastos.
A Mangueira fez referências quase diretas ao presidente Jair Bolsonaro, ”Não tem futuro sem partilha nem messias de arma na mão“, cantaram os integrantes, em alusão ao presidente.
A letra do samba enredo e vídeo do desfile da Mangueira:
A Verdade vos Fará Livre
Compositores Manu da Cuíca e Luiz Carlos Máximo
Intérprete Marquinho Art’Samba
Eu sou da Estação Primeira de Nazaré
Rosto negro, sangue índio, corpo de mulher
Moleque pelintra do buraco quente
Meu nome é Jesus da gente
Nasci de peito aberto, de punho cerrado
Meu pai carpinteiro desempregado
Minha mãe é Maria das Dores Brasil
Enxugo o suor de quem desce e sobe ladeira
Me encontro no amor que não encontra fronteira
Procura por mim nas fileiras contra a opressão
E no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão
Eu tô que tô dependurado
Em cordéis e corcovados
Mas será que todo povo entendeu o meu recado?
Porque de novo cravejaram o meu corpo
Os profetas da intolerância
Sem saber que a esperança
Brilha mais que a escuridão
Favela, pega a visão
Não tem futuro sem partilha
Nem messias de arma na mão
Favela, pega a visão
Eu faço fé na minha gente
Que é semente do seu chão
Do céu deu pra ouvir
O desabafo sincopado da cidade
Quarei tambor, da cruz fiz esplendor
E num domingo verde e rosa
Ressurgi pro cordão da liberdade
Mangueira
Samba que o samba é uma reza
Se alguém por acaso despreza
Teme a força que ele tem
Mangueira
Vão te inventar mil pecados
Mas eu estou do seu lado
E do lado do samba também