Móveis e janelas danificados no Palácio do Planalto. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Bolsonaristas golpistas depredaram prédios do Congresso, Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF), o que levou o presidente Lula a intervir na segurança local
A direção nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou nota na qual conclamou que é “hora de encerar de uma vez por todas os intentos contra o Estado Democrático de Direito no país”. A entidade considerou inaceitável a invasão dos prédios públicos e os ataques desferidos contra os Três Poderes realizados neste domingo (8).
Bolsonaristas golpistas depredaram prédios do Congresso, Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF), o que levou o presidente Lula a intervir na segurança local.
Por conta da situação, o ministro do STF Alexandre de Moraes afastou Ibaneis Rocha (MDB) do cargo de governador do Distrito Federal.
“Além da depredação física, os ataques têm como objetivo o enfraquecimento dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e da Constituição Federal, que são os pilares do mais longevo período democrático da história brasileira”, diz a nota da entidade.
A OAB também cobrou ação das forças de segurança de acordo com as disposições legais.“Somente assim será possível buscar a pacificação necessária ao Brasil. Para isso, é preciso que os artífices dos levantes golpistas sejam identificados e punidos, sempre tendo acesso ao devido processo, à ampla defesa e ao contraditório”, prosseguiu.
A Ordem lembrou ainda que as liberdades de expressão e manifestação, protegidas pela Constituição Federal, não incluem permissão para ações violentas nem para atentados contra o Estado Democrático de Direito.
“A Ordem acompanhará os desdobramentos do episódio e está pronta para atuar, de acordo com suas incumbências legais e constitucionais, em defesa das instituições republicanas e das prerrogativas de advogadas e advogados que trabalharem nos casos decorrentes dos eventos deste domingo, usando para isso, inclusive, ações judiciais”, finalizou.
O subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado cita o "vandalismo ocorrido no Distrito Federal" e "inúmeros prejuízos ao erário federal" para justificar o pedido
A idosa que Bia Kicis deu como morta em discurso
na Câmara dos Deputados
PF entra na mansão de Anderson Torres p/ apreender computadores, docs e outras provas
EriBarros
@EriBarros
O Brasil precisa ser passado a limpo, não é possível e nem há o que dialogar com fascistas, apoiadores e incentivadores do terrorismo. São criminosos e com tais devem sem tratados, não importa se tiveram milhões de votos.
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, confirmou, hoje (10), que os órgãos responsáveis pela investigação do ataque às sedes dos Três Poderes, já identificaram alguns dos financiadores da ação.
Embora cerca de 1.500 pessoas tenham sido levadas para a Polícia Federal, o ministro ressalta que equipes especializadas estão interrogando e qualificando os crimes. Segundo ele, a expectativa é que, ainda hoje, à noite, divulgue-se um número definitivo de prisões.
O governo do Distrito Federal, por sua vez, divulgou uma lista com 277 nomes de pessoas presas. São 158 homens e 119 mulheres. Os golpistas foram levados para o Centro de Detenção Provisória 2, na Papuda.
A Polícia Civil afirma que, pelo menos, 15 crimes foram cometidos. Entre eles, estão golpe de Estado, dano a bem público e lesão corporal. O ministro Flávio Dino diz que os financiadores identificados poderão responder por associação criminosa (até três anos de prisão) e prática de crimes contra o Estado Democrático de Direito (até oito anos de prisão), tentando destituir um governo legitimamente eleito, entre outros delitos previstos no Código Penal brasileiro. O crime de golpe de estado pode implicar em até 12 anos de reclusão.
O número de presos deve aumentar. Na Academia Nacional de Polícia, há centenas de pessoas detidas que estão passando por uma triagem da Polícia federal para serem liberadas ou presas por envolvimento na depredação.
O Ministério também divulgou que recebeu, em 24 horas, 30 mil denúncias e informações sobre os terroristas que cometeram os atos de vandalismo na Esplanada dos Ministérios.
Segundo o secretário de Acesso à Justiça, Marivaldo Pereira, neste primeiro momento as apurações darão prioridade aos dados de quem financiou o envio de caravanas de radicais bolsonaristas para Brasília e os gastos dos acampamentos em frente a quartéis do Exército.
“Já foram identificados os primeiros financiadores, sobretudo em relação aos ônibus: aqueles que organizaram o transporte, que contrataram os veículos. Estas pessoas já estão todas identificadas”, disse Dino à imprensa.
Ele informou que, entre os financiadores, há desde pequenos comerciantes até empresários do agronegócio e indivíduos ligados a colecionadores, atiradores desportivos e caçadores.
A previsão é que o relatório da Advocacia-Geral da União com os nomes das companhias seja entregue ainda hoje (10) à Justiça Federal do Distrito Federal. O órgão vai pedir medidas cautelares para o bloqueio dos bens das empresas e solicitar que a Justiça reserve parte dos recursos para cobrir os estragos na Esplanada dos Ministérios.
“O que posso afirmar é que a investigação está em curso; já foram feitas as primeiras individualizações e, com isso, haverá o prosseguimento que cabe: a aplicação das sanções previstas em lei”, acrescentou o ministro.
Segundo Dino, os primeiros financiadores identificados estão espalhados por dez unidades federativas (a maioria do Sul e Centro-Oeste).
O novo foco dos investigadores está na ligação dos terroristas com líderes políticos que tenham articulado a vinda de bolsonaristas radicais a Brasília, no último fim de semana. Já se sabe que estes políticos mantiveram contato com os empresários que financiaram a ação.
Segundo a governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão, cerca de 1,5 mil pessoas foram detidas no local por envolvimento nos atos de vandalismo. O ministro Flávio Dino, contudo, disse que o número ainda não é definitivo.
“Tivemos a apreensão de aproximadamente 1,5 mil pessoas, mas agora estamos tratando das individualizações. Trata-se da maior operação de polícia judiciária da história do Brasil, mas não se trata de uma prisão em massa. É preciso identificar cada pessoa e o que ela fez. Temos equipes trabalhando nisso, fazendo as oitivas, lavrando autos de apreensão e de prisão em flagrante. Além disso, houve algumas situações humanitáriasque foram solucionadas ontem mesmo. Nossa expectativa é que, ainda hoje, à noite, tenhamos um número definitivo”, concluiu Dino.
Sem anistia
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes afirmou nesta terça-feira (10) que as instituições punirão “todos os responsáveis” pelos atos de terrorismo.
“Dentro da legalidade, as instituições irão punir todos os responsáveis, todos. Aqueles que praticaram os atos, aqueles que planejaram os atos, aqueles que financiaram os atos e aqueles que incentivaram, por ação ou omissão. Porque a democracia irá prevalecer”, declarou Moraes.
“Mas as instituições não são feitas só de mármore e cadeiras. São feitas de pessoas, de coragem, de cumprimento da lei. Não achem esses terroristas que até domingo faziam badernas e crimes, e que agora reclamam que estão presos querendo que a prisão seja uma colônia de férias. Não achem que as instituições irão fraquejar”, continuou Moraes.
Quase ao mesmo tempo, no Senado, o presidente Rodrigo Pacheco (PSD-MG) fez um discurso duro contra os atos de terrorismo – e também reforçou que ‘minoria extremista’ será identificada, investigada e punida.
Idosos, mulheres e crianças
Um ônibus com bolsonaristas detidos pela Polícia Federal deixou o ginásio da Academia Nacional da PF, no início da tarde desta terça-feira (10), em direção à Rodoviária Interestadual de Brasília. O grupo era composto principalmente por idosos com comorbidades. Mulheres com crianças também foram liberadas.
Eles estavam no local desde a manhã de segunda (9), após serem retirados do acampamento instalado no Quartel-General do Exército. Ao todo, 1,2 mil foram detidos. Cerca de 50 ônibus foram usados para levar o grupo para a Superintendência da Polícia Federal. O grupo levado à rodoviária já passou por triagem e foi liberado nesta manhã.
Desde a noite de segunda, a PF começou a liberar menores de idade, mulheres com crianças pequenas e idosos, que tiveram prioridade na triagem. A Polícia Federal ainda não divulgou um balanço de quantas pessoas foram soltas e quantas continuam presas.
Liderados pela deputada Carla Zambelli (PL-SP), deputados bolsonaristas pedem garantia de direitos humanos a presos em atos. O ofício, enviado à Defensoria Pública da União e ao Ministério dos Direitos Humanos, cita pessoas que estariam sendo “tolhidas de condições básicas em termos de alimentação, hidratação e alojamento”.
Por meio de nota, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania disse que “expressa preocupação com todas as pessoas do país que se encontram presas”. Disse também que estaria monitorando as prisões.
55 ônibus apreendidos
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) interceptou e apreendeu, em menos de 24 horas, 55 ônibus envolvidos nos atos golpistas. O efetivo da PRF está estrategicamente distribuído em um “cinturão” viário que compreende as principais rodovias de acesso à capital federal. Em todos os casos, os passageiros são identificados e conduzidos para unidades da Polícia Federal.
Um ônibus apreendido em Santa Maria (DF), que seguia para Minas Gerais, tinha entre os passageiros dois policiais militares armados (um reformado e outro da ativa), que usaram spray de pimenta no interior do ônibus para causar tumulto.
Em outro caso, na mesma área, a vistoria encontrou estojos de bombas de gás lacrimogêneo já deflagradas, além de um cartão de acesso do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República.
Responsabilidade governamental
Anderson Torres e Ibaneis Rocha participaram da posse do ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino Foto: Renato Alves/ Agência Brasília
A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, que comandava a Segurança Pública do Distrito Federal. Ele já foi exonerado da pasta, mas estava viajando para a Flórida (EUA), onde se encontra Bolsonaro, no momento dos atentados.
O governador Ibaneis Rocha (MDB) também foi afastado do cargo. O governador pode ser punido com impeachment e até ser preso.
Policiais militares do Distrito Federal foram flagrados tirando selfies e até comprando água de coco durante os ataques golpistas em Brasília no domingo. As investigações ainda estão em andamento, mas esses agentes podem ser punidos com exoneração e até detenção, se for comprovado que infringiram regras do Código Militar.
Bethlucida2
@Bethlucida2
Os nazistóides do Brasil!!!
Frota 77
@77_frota
Deputado eleito Andre Fernandes divulgou o ato:
Luiz Müller
@luizm
ATENÇÃO!! O corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Benedito Gonçalves, aceitou a denúncia para cassar os mandatos de: Eduardo Bolsonaro, Carla Zambelli, Bia Kicis, Gustavo Gayer, Nikolas Ferreira, Magno Malta e para prender o presidente Bolsonaro.
Militar da reserva do Exército, Adriano Camargo Testoni estava acompanhado da esposa, Evelise Rodrigues, em atos terroristas na Esplanada.
"Forças Armadas filha da puta. Bando de generais filha da puta. Vanguardeiros de merda. Covardes. Olha aqui o que está acontecendo com a gente", grita Testoni
“Nós temos imagens de crianças de 4 anos, 3 anos que, quando cruzam as fronteiras [para outros países] tem seus dentes arrancados para não morderem na hora do sexo oral”– foi o que ela disse em discurso gravado.
Acossada pela cobrança de provas, Damares afirmou, ontem, em entrevista à Band News:
“O que eu falo no meu vídeo são as conversas que eu tenho com o povo na rua. Eu não tenho acesso, os dados são sigilosos, mas nenhuma denúncia que chegou na ouvidoria [do ministério] deixou de ser encaminhada”.
Damares deveria ser presa. Não é doida, nem idiota e ainda não tem imunidade para dizer o que que quiser. Terá depois de ser empossada como senadora. É ligada a um grupo americano de extrema-direita que apoia Trump e distribui fake news. O que ela fez foi requentar uma antiga fake news desse grupo.
A campanha de Bolsonaro tenta desvinculá-lo de Damares. Impossível. Bolsonaro a conheceu quando ela circulava no Congresso como assessora do senador Magno Malta (PL-ES). Gostou dela, e quando se elegeu presidente, empregou Damares como ministra. Ela e Michelle Bolsonaro tornaram-se amigas.
A extrema-direita já deu mostras suficientes de possuir uma mente pervertida, capaz de, como diz a psicanálise, projetar nos adversários suas fantasias sexuais mais sórdidas. O auge (e a comprovação) disso aconteceu durante a campanha eleitoral, quando inventaram uma “mamadeira de piroca”, uma mamadeira com um pênis no lugar do bico que seria distribuída em creches (!!), para atacar o opositor Fernando Haddad. Quem em sã consciência imaginaria uma coisa dessas? Só alguém muito pervertido, claro.
Entre os extremistas em ação no novo governo, ninguém parece superar a ministra da Mulher, Direitos Humanos (sic) e da Família, Damares Alves, em reunir as mais bizarras fantasias sexuais em forma de “denúncias” contra a esquerda e os LGBTs. Damares conseguiu superar os grandes clássicos da literatura erótica em termos de perversões. Em menos de dois meses desde que foi alçada ao poder, o catálogo da ministra já reúne as mais doentias teorias sobre sexo já vistas. De onde é que eles tiram estas coisas?Freud explica.
Neste post, elencamos algumas das perversões que a ministra Damares afirmava estar sendo disseminadas aos estudantes, a partir do jardim de infância, nas escolas públicas do país –e, claro, culpava a esquerda por elas. É de se perguntar: o que gente com uma mente tão doentia pretende fazer com suas crianças?
Este post será atualizado à medida em que vierem à tona novas revelações sobre o catálogo de perversões sexuais da ministra.
Kit gay
A então assessora do senador Magno Malta foi uma das primeiras fundamentalistas religiosas a falar em “kit gay”. Um manual contra a homofobia, o “Escola sem Homofobia”, que o governo federal, sob o comando do PT (claro), intencionava distribuir nas escolas, foi transformado em um “manual de como se tornar gay” pelos fundamentalistas.
A ministra de Bolsonaro afirmou em 2013 que os holandeses começam a masturbar bebezinhos a partir dos sete meses para que se tornem “homens saudáveis sexualmente” e as meninas teriam sua vagina “massageada” na mesma idade para que “tenham prazer na fase adulta”. Os holandeses, claro, souberam da aberração da qual eram acusados emanifestaram sua indignação nas redes sociais.
Holandeses masturbam bebês de 7 meses
Damares conseguiu superar os grandes clássicos da literatura erótica em termos de perversões. Em menos de dois meses, o catálogo da ministra já reúne as mais doentias teorias sobre sexo já vistas. De onde é que eles tiram estas coisas? Freud explica
Hotéis-fazenda são fachada para turistas transarem com animais
Fala sério! A mulher acha que as pessoas vão com suas famílias para hotéis-fazenda não para descansar e ver a natureza, mas para transarem com bezerros, cabras e galinhas. Curioso que quem admitiu que já fez sexo com animaisfoi o chefe dela.
Meninos de 3 anos chupam o pipi do coleguinha
Segundo a ministra Damares, uma professora de Brasília estaria em um dilema porque um aluno de três anos de idade estaria fazendo sexo oral em outro bebê da mesma idade, mas a diretora a teria admoestado a não fazer nada a respeito porque seria “homofobia”. Só problemas psicológicos (e sexuais) graves podem explicar que alguém acredite que um bebê de três anos possa “chupar o pipi” de outro, como se as escolas fossem lugar de orgia entre crianças. E dizer que se a professora fizesse algo contra isso seria “homofobia”? Mitomania em grau máximo.
Dever de casa de meninas de 12 anos é beijar meninos e meninas
Veja aqui mas casos eróticos e sexuais de Damares Alves: Segundo a ministra, eleita senadora do DF, uma professora de Brasília estaria em um dilema porque um aluno de três anos de idade estaria fazendo sexo oral em outro bebê da mesma idade, mas a diretora a teria admoestado a não fazer nada a respeito porque seria “homofobia”. Só problemas psicológicos (e sexuais) graves podem explicar que alguém acredite que um bebê de três anos possa “chupar o pipi” de outro, como se as escolas fossem lugar de orgia entre crianças. E dizer que se a professora fizesse algo contra isso seria “homofobia”? Mitomania em grau máximo.
Revela a mente suja:
Segundo a ministra Damares, uma professora de Brasília estaria em um dilema porque um aluno de três anos de idade estaria fazendo sexo oral em outro bebê da mesma idade, mas a diretora a teria admoestado a não fazer nada a respeito porque seria “homofobia”. Só problemas psicológicos (e sexuais) graves podem explicar que alguém acredite que um bebê de três anos possa “chupar o pipi” de outro, como se as escolas fossem lugar de orgia entre crianças. E dizer que se a professora fizesse algo contra isso seria “homofobia”? Mitomania em grau máximo. Diz mais a mente mais prolixa do que a de Donatien Alphonse François de Sade, de Leopold von Sacher-Masoch:
Dever de casa de meninas de 12 anos é beijar meninos e meninas
Ver Jesus no pé de goiaba é fichinha perto disso. O mais impressionante é que Damares é incapaz de exibir qualquer evidência do que fala. Quem acredita numa coisa dessas? Só quem acredita em mamadeira de piroca. Ou quem tem uma mente tão doentia quanto.
Crianças a partir de 10 anos recebem espelhinhos na escola para aprender a se masturbar
Segundo Damares, nas escolas de Rondônia as crianças a partir de 10 anos recebiam cartilhas e, junto com elas, um espelhinho para aprender a se masturbar olhando suas vaginas. Provas disso? Zero.
Livros didáticos redirecionam crianças para sites pornô
Essa merecia um processo: segundo a ministra, livros didáticos aprovados e distribuídos pelo Ministério da Educação redirecionam crianças para sites pornô. Nas provas aplicadas a estudantes, professores perguntariam a crianças de 9 anos: “O que é boquete?” As editoras e autores atacados por Damares deviam pedir indenização, além dos professores e dos pais das crianças. Que tipo de gente ela acha que são os professores do Brasil para permitir uma coisa dessas? Que tipo de pais não zelam pelo que seus filhos aprendem na escola? Talvez pais como a ministra, acusada de pegar a filha dos outros sem autorização.
Meninas enfiam crucifixo na vagina
Em um congresso de extrema direita financiado com dinheiro público na capital paulista, espécie de versão fascista do Foro de São Paulo, Damares se espantou por nenhum jovem ter lhe oferecido maconha ou alguma menina ter enfiado um crucifixo na vagina. Onde a ministra anda? Ou melhor, onde a cabeça da ministra anda? Ela está pensando que crucifixo é vibrador?
Assistam a este documentário do canal Meteoro sobre Damares Alves:
O país enterrou mais de 685 mil brasileiros diante do escárnio de Bolsonaro. É chegada a hora dele enterrar os seus cúmplices em covas rasas
por Weiller Diniz
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O cercadinho do coveiro é povoado por ignorantes, zumbis, condenados e fichas-sujas, cujas lambanças se acumularam malcheirosas em uma necrópole que pretendeu necrosar a democracia, mas fracassou. Nesse sepulcro maligno, os malfeitores o rodeiam, os infames o exaltam, os degenerados o louvam, os vis o bajulam, os delinquentes o circundam, os salteadores o protegem, os assassinos o seguem, os fascistas o servem e os golpistas o celebram. Apesar da retórica cínica sobre a inexistência de corrupção na pocilga, os sentenciados que focinham no chiqueirinho do Alvorada desmentem a falsa alegação ética. Os corruptos, alguns já condenados, os presos por outros delitos e os suspeitos de crimes diversos são muitos: Valdemar Costa Neto, Roberto Jefferson, Daniel Silveira, Fabrício Queiroz, Milton Ribeiro, Eduardo Cunha e Arthur Lira. Entre os apenados há os que não desencarnam jamais e insistem na sobrevida em mandatos parlamentares mesmo com as fichas imundas. Gradualmente os defuntos vão sendo enterrados pela Justiça Eleitoral. Outros são sepultados por decisões políticas e outros por expurgos eleitorais. O féretro bolsonarista se avoluma na reta final da campanha. Muitos dos marcados para morrer já se sentem desenganados, começando pelo próprio líder do cortejo fúnebre que cavou a sepultura com as próprias mãos. Em pânico, ao recusar a morte, cometeu seguidos suicídios que sacramentaram o clima de velório: o 7 de setembro, os funerais da rainha inglesa e a farsa na ONU.
A abrasividade das pesquisas vai exumando vários outros cadáveres políticos, esqueletos que só ficaram expostos a luz depois da doutrinação diabólica do bolsonarismo. Uma legião de mortos-vivos que, muito em breve, regressará à inexpressividade do pó das suas catacumbas infectas. Ministros e líderes da doutrina satânica do bolsonarismo que disputam pleitos majoritários perecem diante do réquiem estridente e impiedoso das sondagens eleitorais. O Rio Grande do Sul abriu covas coletivas para soterrar 3 múmias do bolsonarismo. Onyx Lorenzoni é a imagem mais moribunda da seita. Foi perdoado pelo juiz universal Sérgio Moro pelo crime de caixa 2, que ele alega não ser corrupção (“o que aconteceu comigo foi caixa 2, não tem nada a ver com corrupção”). Fez um acordo para se livrar da condenação e resfolega na disputa pelo governo do Rio Grande do Sul. É a quase a mesma anemia profunda diagnosticada em Luiz Carlos Heinze, defensor de Bolsonaro e da cloroquina assassina na CPI da Pandemia e que está na UTI na disputa do Rio Grande do Sul com 4% das intenções de votos. No mesmo estado agônico, respirando por aparelhos, encontra-se o vice Hamilton Mourão em terceiro lugar na disputa pela vaga ao Senado Federal também no RS. O candidato de Bolsonaro em Minas Gerais, Carlos Vianna, líder do governo, é outro em estado terminal com cadavéricos 5% dos votos. A missa fúnebre também já foi encomendada para outro ex-líder de Bolsonaro, Major Vitor Hugo, com 4% dos votos em Goiás. Outra urna funerária já aberta é a do ex-ministro João Roma na Bahia, com anêmicos 7% de votos.
Sepultura funesta e semelhante vai se abrindo em São Paulo. O candidato de Bolsonaro ao governo, Tarcísio de Freitas, treme diante da lápide gélida com a aproximação do terceiro colocado nas pesquisas, Rodrigo Garcia, já em situação de empate técnico, diminuindo a chance de avançar para um eventual 2 turno. Em avançado estado de putrefação, também em São Paulo, estão os candidatos ao Senado Janaína Paschoal – bolsonarista enterrada como indigente pelo ‘mito’ – e o astronauta-ministro Marcos Pontes. Outros ministros de Bolsonaro também definham rumo à Câmara Alta. Damares da Silva foi enterrada viva por Bolsonaro no Distrito Federal e Gilson Machado em Pernambuco está desfalecido, em contagem regressiva até o óbito formal. Mesmo desenlace anunciado para o ex-ministro Rogério Marinho no Rio Grande do Norte, em segunda colocação. Símbolo máximo da necrofilia bolsonarista, Sérgio Moro agoniza na disputa pelo Senado na disputa contra o criador Álvaro Dias. Entre os bolsonaristas que vão fracassando na disputa por governos estaduais estão ainda Márcio Bittar (AC), Rodrigo Cunha (AL), Manato (ES), entre outros cadáveres menos conhecidos. Os mais notórios – MG e RJ – descolaram da ameaça mortal do bolsonarismo. Entre os ex-ministros e líderes apenas Teresa Cristina vem escapando da maldição bolsonarista e respira na liderança pela disputa pelo Senado no seu estado. Há ainda uma legião de ex-ministros disputando eleições proporcionais ameaçados pelo espectro da mortandade bolsonarista. Entre eles Eduardo Pazuello, Osmar Terra, Ricardo Salles, Marcelo Alvares, Luiz Henrique Mandetta e Abraham Weintraub, que procura no exorcismo de Bolsonaro uma ressurreição. Muitos poderão antecipar o dia dos finados para 2 de outubro.
Quem sobrevive e respira por aparelhos, milagrosamente, nessa xepa tumular, mesmo após duas condenações da Justiça por corrupção, é o atual presidente da Câmara. Arthur Lira, candidato a reeleição em Alagoas amparado por uma liminar eterna com o azedume da decomposição. A fermentação da corrupção é nauseante e levou para cadeia um prefeito aliado de Lira da cidade de Rio Largo, onde a malversação parece ser mais ampla que a largura do rio que banha a cidade adubada pelo orçamento secreto em seus fantásticos becos da propina. O nome do rio que passa por Rio Largo é sugestivo, Mundaú, que poderia ser rebatizado de imundaú. Arthur Lira é o homem mais estratégico do capitão. Ele segurou uma montanha de quase 150 pedidos de impeachment. O poder monárquico, indefensável em uma democracia, lhe permitiu apresentar uma fatura muito elevada na gestão do orçamento secreto que, de público, se transformou em privado, pulverizando os mandamentos constitucionais da publicidade e impessoalidade.
Entre os apoiadores de Bolsonaro Arthur Lira é um forte concorrente no concurso da delinquência. Já foi condenado em duas ações por corrupção em Alagoas. Os dois casos se referem à Operação Taturana, deflagrada em 2007 pela PF para apurar desvios na Assembleia Legislativa, onde Lira exerceu mandatos de 1999 a 2011. Foi acusado de se apropriar de verba de gabinete do Legislativo e de vencimentos de funcionários, o berço das rachadinhas. Às vésperas da eleição de 2022 estourou o escândalo do “beco da propina” em Rio Largo, município cujo prefeito é aliado de Lira. Também tem digitais dele no kit robótica e em sonegação. Lira ostenta a curiosa proeza de ter sido “desdenunciado”, “desacusado” de corrupção pela procuradora serviçal do governo, Lindôra Araújo. Só corrupção não é o bastante. Lira também acusado de violência doméstica por sua ex-mulher, Jullyene Lins, igualmente candidata a deputada em Alagoas. Lira disse ser o homem do antipresidente: “ninguém representa mais Bolsonaro em Alagoas do que eu…ninguém vai roubar isso”. Exótico o verbo para um estado onde Lula tem quase 60% dos votos e os candidatos de Lira ao pleito majoritário suspiram.
Outros aliados de Bolsonaro já estão na missa de corpo presente e alguns já sentem o mal-estar e o desconforto com as decomposições extremistas e ficarão fora da festa cívica/eleitoral que se avizinha. Por seis votos a um, o TER/RJ decidiu que o deputado federal Daniel Silveira está inelegível a qualquer cargo eleitoral em 2022. Em que pese o anúncio óbvio da defesa, de um recurso às instâncias superiores, a iniciativa é natimorta, dada a jurisprudência já firmada sobre o tema. Na decisão, o TRE levou em conta o argumento do Ministério Público Eleitoral de que o indulto presidencial concedido em 21 de abril – do mesmo teor dado por Donald Trump a Steve Bannon – extingue a pena de prisão, mas não susta os outros efeitos da condenação. Em abril de 2022, o deputado foi condenado pela Suprema Corte a oito anos e nove meses de prisão, com a perda dos direitos políticos, por ter atentado contra as instituições e ter estimulado atos antidemocráticos. Em um vídeo que resultou na sua primeira prisão, o deputado defendeu o fechamento do STF e fez apologia ao AI-5, o mais nefasto dos Atos Institucionais da ditadura militar. Daniel Silveira já foi preso duas vezes. A primeira por ataques a ministros do STF em fevereiro de 2021 e a segunda por desrespeitar o uso da tornozeleira eletrônica por cerca de 30 vezes.
O Tribunal Superior Eleitoral também sepultou em 1º de setembro, por unanimidade, a candidatura de Roberto Jefferson à Presidência da República. A Corte entendeu que ele está inelegível até 24 de dezembro de 2023. O período refere-se ao prazo de 8 anos depois do cumprimento de pena de condenação. Jefferson foi condenado em 2012 pelo Supremo Tribunal Federal a sete anos de prisão no julgamento do caso do Mensalão. A pena terminaria em 2019. Em 2016, Jefferson teve a pena extinta por decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do STF. O magistrado aplicou os efeitos de um indulto da presidente Dilma Rousseff em dezembro de 2015. A decisão declarou a pena extinta. Contudo, o perdão não anulou efeitos secundários da condenação, como a inelegibilidade. Jefferson é entusiasta do golpe, vira e mexe incita a violência contra ministros do STF a quem já chamou de “lobistas” e “malandros”. “Nós temos que entrar lá e colocar para fora na bala, no pescoção, no chute na bunda, aqueles 11 malandros que se fantasiaram de ministros do Supremo Tribunal Federal”.“O povo já entendeu que, quando cessam as palavras – e elas estão acabando – principia a pólvora. E a pólvora não virá pelo Estado, pelas Forças Armadas: o povo vai lançar mão da pólvora para resolver estas situações”. “É o povo que botará fogo na primeira banana de dinamite”, ameaçou. O presidente do PTB incentivou o povo brasileiro a invadir a sede do Senado e a praticar vias de fato em desfavor dos senadores, especificamente dos que integraram a CPI da Pandemia.
Em São Paulo o esqueleto dos malfeitores é Eduardo Cunha, candidato a deputado federal e aliado de Bolsonaro. Cunha tem uma folha corrida de causar inveja aos demais bandoleiros e integra a elite do crime. A carreira delinquente o levou à Câmara Federal entre fevereiro de 2003 e setembro de 2016, quando teve o mandato cassado. Depois de muitas chicanas e manobras, o plenário expeliu Cunha no dia 12 de setembro de 2016. Ele já estava afastado do mandato por determinação do STF. Acusado de mentir na CPI da Petrobrás, teve aberto contra si um processo que resultou na cassação por quebra de decoro, tornando-o inelegível até o final de 2026. Votaram pela absolvição apenas 10 parlamentares, entre eles o atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. Cunha capitaneou a trama que levou ao impeachment da ex-Presidente Dilma Rousseff. A torpeza foi uma vindita pelo PT não ter sido solidário a ele no processo por quebra do decoro no Conselho de Ética. Em março de 2016, o STF acatou por dez votos a zero a denúncia do então Procurador-Geral contra Cunha por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, tornando-o réu. Em 5 de maio de 2016, o plenário do STF unanimemente manteve a decisão do então ministro Teori Zavascki que determinou afastamento de Cunha do mandato de deputado federal e, consequentemente, do cargo de Presidente da Câmara.
Em 19 de outubro de 2016 foi preso preventivamente pela Polícia Federal e, em março de 2017, foi sentenciado a 15 anos e quatro meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Em 18 de maio de 2017, teve um segundo mandado de prisão expedido pela Justiça. No final de março de 2020, teve a prisão preventiva substituída pela domiciliar em razão da pandemia, por ser do grupo de risco. Em setembro de 2020, voltou a ser condenado na Lava Jato, e teve sua aposentadoria na ALERJ cassada. Cunha ganhou uma liminar do TRF-1 para ser candidato, mas ela foi cassada pelo então presidente do STF, Luís Fux. Cunha ganhou uma nova rodada judicial na esperança de ser candidato, mas é improvável que ela se sustente. Em sua prestação de contas ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para disputar as eleições, Cunha declarou patrimônio de R$ 14,1 milhões. O valor é R$ 12,4 milhões superior ao apresentado em 2014, quando ele concorreu ao posto pela última vez.
Mamãe falhei é uma caricatura moribunda dos tempos sepulcrais do bolsonarismo. Egresso dos esquifes autoritários escreveu muito cedo o próprio epitáfio. Por causa de declarações sexistas envolvendo ucranianas já punidas pelas ruínas da anexação foi cassado e está inelegível. A cova se abriu ao ter um áudio, manchado por barro sexista, vazado do zap: “Ucranianas são fáceis, porque são pobres”, disse o então deputado estadual, Arthur do Val, que também atende por um falacioso heterônimo maternal. Nada difere do machismo de Bolsonaro à deputada Maria do Rosário em 2014 – pelo qual foi condenado – e da defesa do turismo sexual em 2019. O MBL foi pedra fundamental para a implosão do Brasil. Apoiou Bolsonaro, tentou impulsionar a candidatura fascista de Sérgio Moro, coveiro original do país, e hoje desfalece vítima das próprias contradições. Também por agressões contra a jornalista Vera Magalhães, idênticas à de Bolsonaro, Douglas Garcia pode repousar no mesmo jazigo dos inelegíveis.
O cortejo sinistro do coveiro Bolsonaro se repete. Em 2020 Bolsonaro apoiou candidatos a prefeito em 5 capitais e 45 pretendentes a vereador. Foram eleitos apenas 9 vereadores, menos de 20% dos apoiados por ele. Os postulantes às prefeituras foram exterminados. Apenas dois avançaram ao segundo turno e perderam. Os demais receberam a extrema-unção logo no primeiro turno. Em Fortaleza o então aliado de Bolsonaro se viu obrigado a se descolar do dedo podre para escapar da maldição. O capitão Wagner repele novamente Bolsonaro, agora na disputa pelo governo do Ceará. No Rio de Janeiro, Marcelo Crivella se tornou um dos cadáveres mais emblemáticos do sepulcro bolsonarista. Os outros ataúdes foram empilhados em São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Manaus. Celso Russomano colou a campanha em Bolsonaro e a estratégia foi mortífera. Amargou uma humilhante quarta colocação com pouco mais de 10% dos votos. Desencarnou ao somar sua rejeição com a imagem letal do capitão. Em Belo Horizonte, o escalado de Bolsonaro para morrer, Bruno Engler, foi enterrado por Alexandre Kalil. Em Manaus, o coronel Alfredo Menezes obteve desbotados 11% dos votos. Outra vítima da maldição foi em Recife. Após receber o bafejo de morte de Bolsonaro, a delegada Patrícia definhou, caiu nas pesquisas e acabou em quarto lugar. As capitais totalizavam 18 milhões de eleitores. Os bolsonaristas somaram pálidos 1,5 milhão de votos. Um cemitério eleitoral com menos de 10% dos votantes. O país enterrou mais de 685 mil brasileiros diante do escárnio de Bolsonaro. É chegada a hora dele enterrar os seus cúmplices em covas rasas.
Bom dia meus ungidos!!!! Vocês acharam que as denúncias acabaram?! Não mesmo. Hoje a denúncia é contra o Roberto Marinho, pastor e amigo de Feliciano. Segue o
Denúncias envolvem Silas Malafaia, Magno Malta, Damares Alves, a pastora e ex-deputada Flordelis e o próprio Marco Feliciano
por Ricardo Nêggo Tom
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Acompanhando os escândalos sexuais envolvendo a cúpula do cristianismo brasileiro, pude ouvir o silêncio ensurdecedor de fiéis que acreditam na santidade de muitos desses pastores e pastoras mais devassos e pervertidos do que qualquer profissional da zona do meretrício. Que os profissionais da zona não se ofendam com a comparação. Tem casos de estupro, assédio sexual, abuso de menores, orgias, adultério, tem áudio de pastora conservadora elogiando o “varão” de homem casado e até relações homossexuais, prática que eles tanto condenam e demonizam. Estamos falando de uma igreja do jeito que o diabo gosta, e que talvez esteja sendo comandada pelo próprio na figura de líderes religiosos sem escrúpulos e sem nenhum respeito pelo nome do Deus que dizem seguir.
A jornalista Patricia Lélis, que em 2016 denunciou uma tentativa de estupro contra ela cometida pelo pastor e deputado Marco Feliciano, volta a carga em 2022 trazendo ainda mais denúncias e revelações sobre o que acontece nos porões obscuros do cristianismo evangélico brasileiro. Obviamente, ela precisa provar o que tem dito e publicado em suas redes sociais, a respeito de figuras como Silas Malafaia, Magno Malta, Damares Alves, a pastora e ex-deputada Flordelis e o próprio Marco Feliciano, a quem Patrícia agora acusa de promover orgias durante os eventos gospel que ele organiza e participa. Isto incluiria, segundo a jornalista e ex-secretária de Feliciano, a contratação de garotos de programa para satisfazer aos seus desejos sexuais menos héteros. Pelo visto, a máquina de passar cartão do pastor aceita depósito em espécie.
Talvez eu comece a expor algumas pessoas antes do esperado. A começar por Marco Feliciano. Eu não fui a única mulher que ele estuprou e abusou, eu apenas fui a única em que o caso se tornou público. Feliciano, vamos falar sobre suas orgias durante o evento dos Gideões?!
[Foram retirados da listas de pregadores do Gideões 2022 "vários nomes importantes que eram figuras sempre presentes, como Gilmar Santos e Abílio Santana, mas manteve Marco Feliciano e Junior Trovão"]
Apesar de as acusações serem graves, é importante que não se generalize o segmento como um todo, porque ainda existem pessoas sérias e comprometidas com o evangelho de Cristo. Porém, se analisarmos a conduta de tais líderes com relação a seus fiéis e ao evangelho distorcido e alienante que eles lhes oferecem, é possível concluir que sacanagem é a especialidade da casa. Afinal, uma coisa puxa a outra.
Quem rouba milhares de pessoas pobres e carentes através da imposição do dízimo, é bem capaz de organizar surubas com o dinheiro arrecadado em nome de Deus. E tais surubas, não em nome de Deus, é claro, seriam muito mais dignas do que o falso culto que eles celebram em suas igrejas. Desde que não envolvam estupros e aliciamento de menores de idade, uma acusação que Patrícia Lélis direciona ao senador Magno Malta, e que se espera que ela também possa provar. Logo ele, que se notabilizou pela sua luta contra a pedofilia.
A ex-namorada de Eduardo Bolsonaro, também conhecido como “bananinha”, devido a uma revelação feita pela mesma Patrícia de que ele tinha o “mito” pequeno, também aponta Silas Malafaia como uma espécie de Sultão do meio gospel, que costuma contratar garotas de programa para alegrar os bacanais ungidos que ele gosta de organizar. É a marcha para o prazer de um dos principais defensores da família cristã e tradicional brasileira. Eu fico imaginando o Malafaia participando de uma suruba com aquela voz estridente e irritante, obrigando as “irmãs” a dizerem amém após receberem a unção seminal do seu espírito de porco. A minha dúvida é: Será que eles também vão para o inferno ou a putaria para esses "ungidos de deus" é liberada através de um excludente de ilicitude divino?
você também vai inventar laudo falso pra ela? Somos todas loucas mentirosas? Lembrando que: Eu jamais quis expor outras vítimas, pensei muito antes de fazer isso. Nãos sejam uns filhos da puta com outras vítimas, como muitos foram comigo!
Patrícia Lélis
@lelispatricia
·
A vítima mais recente que me procurou do Marco Feliciano, foi a Tahyline. Ela relata que foi perseguida por Feliciano e teve que chegar ao ponto de trocar se número.
Enquanto o cabaré evangélico brasileiro vai pegando fogo, eu fico aqui lembrando das vezes em que ouvi esses homens e mulheres de Deus apontando os seus dedos sujos para o “pecado” dos outros e oferecendo o fogo do inferno para aqueles que, segundo a moralidade cristã que eles defendem, são abomináveis aos olhos de Deus. Seja pela forma como se orientam sexualmente, pela religião que praticam ou pela ideologia política que defendem. Enquanto a esquerda defende às claras uma liberdade de comportamento que os seus adeptos usam com moderação, a extrema direita, os inquisidores da liberdade alheia, se refestelam até o talo com uma liberalidade oculta e promíscua que eles abominam publicamente. Que Patrícia Lélis apresente as provas que diz ter o mais rápido possível e que tenha início o apocalipse particular de cada um desses falsos profetas usurpadores da fé alheia e profanadores do verdadeiro evangelho de Cristo.
Patrícia Lélis
@lelispatricia
Agora vamos expor MARISA LOBO, a psicóloga que assinou um laudo me diagnosticando como mitomaníaca SEM NUNCA TER ME CONSULTADO. A mesma que fazia aquelas loucuras da cura gay. Ela ajudava Feliciano e pastor Everaldo a lavar dinheiro nas igrejas, segue o :
A exposta dessa vez será: DAMARES ALVES. Tem cara de velha boazinha?! Tem. Mas na verdade ela sempre acobertou estupros e abusos de Magno Malta e Feliciano. Vamos aos prints:
Patrícia Lélis
@lelispatricia
Detalhe, Damares foi reclamar depois com minha mãe por causa disso
E eu que achava que a minha alma já estava perdida por estar no “mundo”, estou descobrindo que o meu mundo perto do mundo dessa gente é uma verdadeira igreja. Glória a Deus!
Patrícia Lélis
@lelispatricia
Vcs estão acompanhando o caso da igreja IPDA? Que é uma briga por poder e santidade? Léia Miranda tá tendo um caso com um pastor casado da igreja. Vale lembrar que Léia é a mais conservadora dentro da ala conservadora. Uma loucura!
Léia Miranda teve um áudio vazado em que deixa claro um caso com um pastor casado da igreja
[O pastor David Miranda Neto, líder do Regenere da Igreja Deus é Amor, revelou que um laudo pericial confirmou que é a voz de sua tia Léia Miranda que aparece em um vídeo com áudios picantes.
Na conversa, Leia Miranda, que é cantora, pregadora e coordenadora geral das instituições Reviver, além de integrante do alto clero da IPDA, elogia o órgão genital do rapaz e conta detalhes de uma relação sexual com ele.
Na Igreja Pentecostal Deus é Amor (IPDA) existem duas alas: uma mais conservadora, que faz parte justamente Léia Miranda e a mais progressista na questão de uso e costumes – como corte de cabelo, depilação e barba para homens – comandada por David Miranda Neto, filho de Débora Miranda.
Com o áudio vazado, uma reunião definiu que Léia fosse afastada dos púlpitos, onde costumava pregar contra o adultério e cantar hinos e da diretoria da Fundação Renascer, que cuida das obras sociais da Deus é Amor]
“A gente vem alertando desde o golpe contra Dilma que precisamos ter uma estratégia para lidar com os evangélicos”, afirma Nilza Valéria, coordenadora da frente
Por Eduardo Maretti /RBA
A Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito – que atua em 20 Estados do Brasil – formalizou apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida pelo Palácio do Planalto. O movimento dos evangélicos é apartidário, mas diz que o apoio é necessário diante “das ameaças diuturnas das forças reacionárias sustentadas pelo governo federal e pelo próprio Bolsonaro”.
A entidade afirma que o Estado de direito (como a democracia) existe “para deter as forças destruidoras do Anti-Messias”. “Se não detivermos essa situação de modo imediato, muito mais vidas serão ceifadas. E todo o futuro, não só do Brasil, mas de todo o planeta, estará ameaçado”, diz a frente.
O crescimento de Jair Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto entre o eleitorado evangélico tem sido apontado por pesquisas. No mais recente estudo Genial/Quaest, o presidente cresceu de 48% para 52% no segmento. Enquanto Lula oscilou para baixo, de 29% para 28%. No Datafolha do final de julho, esse dado já aparecia com força: a diferença a favor do atual mandatário passou de 5 para 10 pontos percentuais em um mês.
É importante observar, no entanto, que o segmento evangélico, por si só, não dará a vitória a Bolsonaro. Isso porque ele teria de crescer entre as mulheres, os mais pobres, os jovens, os nordestinos e outros grupos – inclusive os católicos. Portanto, crescer só entre evangélicos não basta para Bolsonaro. Mesmo assim, nessa frente é preciso que o combate eleitoral seja eficiente, porque o crescimento entre os protestantes se espraia para as mulheres desse grupo, assim como para os mais pobres etc.
O caso Damares
“O crescimento de Bolsonaro nas igrejas é real e tem preocupado os setores progressistas”, diz Nilza Valéria, coordenadora nacional da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito. Ela destaca ações da ex-ministra Damares Alves e de um pastor da igreja evangélica Assembleia de Deus em Botucatu (SP), Rúben Oliveira Lima, que afirmou durante um culto que os crentes que declaram voto em Lula não merecem a Santa Ceia. “Sistema que prega que vai ajudar aos pobres, mas no casamento dele não teve um pobre”.
Valéria diferencia duas personagens dos cultos evangélicos. Uma coisa são os líderes midiático-políticos poderosos, que disseminam falsas informações, fake news e mentiras que se espalham nas redes. Esse trabalho é consciente e deliberadamente insidioso. Damares, por exemplo, não surgiu do nada antes de ser ministra. Desde 2015 ela era assessora parlamentar do senador Magno Malta, liderança importante da bancada evangélica.
É a partir de pastores “de cima”, como Damares, que as informações chegam aos cultos. Os pequenos pastores de comunidades, por exemplo, muitas vezes acreditam nas informações que repassam aos fiéis, que chegam a eles pela pregação dos poderosos e influentes.
É preciso que crentes falem com crentes
Para Nilza Valéria, é importante que candidatos progressistas e, principalmente, a campanha de Lula, ouçam as vozes progressistas dos evangélicos. “É preciso de alguma forma incluir-nos na estratégia de campanha, para permitir que crentes falem com crentes”, diz. “O que não se pode de forma alguma é emular um discurso em que Lula e aliados façam falas religiosas caindo na armadilha bolsonarista”, defende.
O que Bolsonaro faz é criar um discurso de guerra religiosa. Ele sabe que esta é uma nação essencialmente cristã, evangélica ou não, e que tem um segmento religioso crescente no país, o evangélico. Ele usa o discurso moral dirigido a esse enorme eleitorado e seus aliados, como Damares e pastores líderes, fazem o discurso religioso nas redes sociais e para o interior dos templos.
Nesse cenário, é preciso evitar armadilhas que deem a Bolsonaro a chance de pautar as campanhas progressistas. E, portanto, saber o que dizer aos evangélicos. Sobretudo, não discriminá-los como uma população à parte. São pessoas comuns que tomam ônibus, pagam aluguel, vão ao supermercado, têm as mesmas carências de todos, e não podem ser tratadas como uma classe à parte da sociedade.
“Ninguém é só evangélico. Eu, por exemplo, estou superfeliz que o meu Fluminense passou à semifinal da Copa do Brasil”, diz Valéria. “Eu não sou apenas evangélica, eu sou tricolor também”, avisa. “A gente vem alertando desde o golpe contra Dilma que a precisamos ter uma estratégia para lidar com os evangélicos.”
O exemplo de Macron
Ela dá um exemplo de fora do Brasil. O presidente francês, Emmanuel Macron, foi reeleito em abril, derrotando a representante da extrema-direita Marine Le Pen com apoio de ampla aliança. “Vamos imaginar que a mulher do presidente, Brigitte Macron, tivesse postado um tuíte celebrando um filme muçulmano. Para mim é certo que Macron não seria reeleito se ela postasse algo que soasse como elogio à cultura islâmica, a qualquer aspecto do mundo islâmico”, diz Valéria, em referência à xenofobia de parte dos franceses.
Fundador da Igreja Batista do Caminho, em Niterói (RJ), Henrique Vieira fala com a #CartaCapital sobre sua formação religiosa, sua interpretação bíblica e dos ensinamentos de Jesus e do uso do nome de Deus na política. De acordo com o pastor, Cristo está além de interpretações de esquerda e direita, e colocar sua própria visão da Bíblia como definitiva, como faz Jair Bolsonaro, é fascista e violento.
Jair Bolsonaro já não é mais unanimidade entre os evangélicos brasileiros, cada vez mais divididos em relação ao presidente em quem votaram maciçamente em 2018. Segundo pesquisa recente do Instituto Ipec, 59% dos evangélicos disseram 'não confiar em Bolsonaro'.
O escândalo das rachadinhas, nome popular para a prática criminosa do peculato, revela o passado oculto do presidente Jair Bolsonaro. Este é o tema do podcast "UOL Investiga - A Vida Secreta de Jair".
Intitulado "A Verdade Liberta", o quarto e último episódio conecta todas as histórias da família Bolsonaro e do esquema ilegal de devolução de salários nos gabinetes.
O programa traz bastidores da prisão de Fabrício Queiroz e um resumo das provas contra ele e Flávio Bolsonaro. Também revela o que se descobriu para conectar o presidente Jair Bolsonaro diretamente ao esquema.
Em formato narrativo, o podcast apresentado pela jornalista Juliana Dal Piva, com ajuda da equipe do núcleo investigativo do UOL, foca em aspectos não revelados do envolvimento direto do presidente da República no esquema ilegal de entrega de salários de assessores na época em que ele exerceu seguidos mandatos de deputado federal (entre os anos de 1991 e 2018).
Juliana Dal Piva, premiada jornalista
"A VIDA SECRETA DE JAIR"
EPISÓDIO 4 - A VERDADE LIBERTA
JAIR BOLSONARO, discurso de vitória em outubro de 2018: "Meu muito obrigado a todos no Brasil por essa oportunidade. E, se me permitem, eu quero fazer a leitura do meu discurso da vitória."
JULIANA DAL PIVA: O presidente Jair Bolsonaro costuma contar para a família e para os amigos que ele já leu a Bíblia duas vezes. E tem um trecho que ele cita sempre. É do Novo Testamento: O Evangelho de João, capítulo 8 e versículo 32.
JAIR BOLSONARO, discurso de vitória em outubro de 2018:
"Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. Nunca estive sozinho (...)"
JULIANA DAL PIVA: Esse trecho é tão importante para o Bolsonaro que ele citou logo no início do discurso de vitória da eleição presidencial em 2018. Naquele dia, 28 de outubro, o Bolsonaro estava em casa ao lado da atual primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e de vários apoiadores.
O Bolsonaro estava usando um terno cinza e uma camisa azul. Era o único mais formal. Já era quase verão no Rio de Janeiro e todo mundo em volta dele estava com camisetas brancas ou amarelas com algum slogan da campanha ou adesivos com o número do PSL, o 17, que era o do partido do presidente Bolsonaro.
Logo depois do resultado, as televisões entraram ao vivo com o clima na casa de Bolsonaro. O SBT, por exemplo, mostrou até quando o presidente recém-eleito rezou de mãos dadas com a mulher e o ex-senador Magno Malta.
Ali estava ainda o Gustavo Bebianno, que era presidente do PSL. O deputado Hélio Lopes, grande amigo do Bolsonaro. Tinha o futuro ministro Onyx Lorenzoni e o senador Luis Carlos Heinze, que agora, durante a pandemia de covid-19, ficou conhecido por defender a cloroquina, um remédio que não tem eficácia para combater a doença. No fundo, longe das câmeras, também estava o advogado Frederick Wassef.
E foi na frente de toda essa gente que o Bolsonaro citou que a verdade ia libertar.
JAIR BOLSONARO, discurso de vitória em outubro de 2018: "A verdade vai liberar esse grande país. E a liberdade vai nos transformar em uma grande nação. A verdade foi o farol que nos guiou até aqui e que vai seguir iluminando o nosso caminho."
JULIANA DAL PIVA: O Bolsonaro já tinha citado essa passagem da Bíblia várias outras vezes na campanha e no plenário da Câmara dos Deputados.
Quando o Bolsonaro menciona essa passagem sobre a verdade, o que ele quer é dizer que a visão dele é a "verdadeira". Mesmo que os fatos neguem o que ele chama de "verdade".
E pra conhecer a "verdade" primeiro é preciso encarar os fatos. Mas justamente são os fatos sobre o caso da rachadinha que expuseram um passado que o presidente e a família dele parecem querer esquecer. Ou esconder.
E, investigando essa história, fiquei pensando no que significava conhecer a "verdade" sobre os gabinetes da família Bolsonaro.
Eu sou Juliana Dal Piva, colunista do UOL, e nesse quarto episódio do podcast UOL Investiga: A vida secreta de Jair, vou te contar por que os promotores do Rio de Janeiro denunciaram o senador Flávio Bolsonaro.
O filho mais velho do presidente foi apontado como líder de uma organização criminosa capaz de ter desviado pelo menos 6 milhões de reais dos cofres públicos.
Para fazer essa acusação, os investigadores reuniram milhares de documentos que se tornaram provas contra o Flávio.
Mas, no meio desses papéis, apareceram também indícios que conectavam ao esquema pessoas muito próximas ao presidente Jair Bolsonaro. Assessores, parentes, suas ex-mulheres e até a primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Também vou te mostrar mais gravações inéditas de familiares do presidente. Áudios que mostram uma conexão direta de Jair Bolsonaro com o esquema de devolução de salários.
ANDREA SIQUEIRA VALLE, em gravação: "Não é pouca coisa que eu sei, não. É muita coisa que eu posso ferrar a vida do Flávio, ferrar a vida do Jair, posso ferrar a vida da Cristina. Entendeu? Então, é por isso que eles têm medo aí e mandam eu ficar quietinha, não sei o quê, tal"
JULIANA DAL PIVA: Revelações que apontam para uma conclusão: os gabinetes da família Bolsonaro funcionavam como uma coisa só, sem divisões. E o presidente colocou os filhos na política, mas comandava cada um dos mandatos. Tudo parece um grande negócio de família. Fica comigo até o final que você vai ouvir e também vai entender.
JULIANA DAL PIVA: Os gritos assustaram quem passou perto do gabinete presidencial no Palácio do Planalto no fim daquela terça-feira. Era 20 de outubro de 2020.
O presidente estava aos berros naquele início de noite e quem passou perto não pode evitar de ouvir o Bolsonaro gritando que o filho mais velho, o Flávio, era perseguido pelos promotores do Rio de Janeiro.
No dia anterior, o Ministério Público do Rio de Janeiro entregou no Tribunal de Justiça do estado uma denúncia contra o senador Flávio Bolsonaro.
Não se sabe ao certo como, porque o caso corre em sigilo, mas o presidente Jair Bolsonaro soube de alguns detalhes da denúncia.
Além da raiva, é difícil saber ao certo o que passou na cabeça do Bolsonaro naquele dia.
O rompante do presidente até foi notado pelos auxiliares, mas o motivo dos gritos acabou escondido do público em geral por mais duas semanas.
Depois de 820 dias no caso, o Ministério Público do Rio de Janeiro finalmente decidiu denunciar o Flávio e o amigo de longa data do presidente, Fabrício Queiroz. Além deles, mais 15 pessoas.
E os principais crimes apontados foram desvio de verba pública, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Soa bem pesado e é. Mas não foi uma surpresa.
A família Bolsonaro já dava como certo que o Flávio teria que enfrentar essas acusações na Justiça.
Esse destino parecia selado desde o dia 18 de junho do ano passado, quatro meses antes da denúncia.
TELEJORNAL: "Olá, bom dia. A Polícia Civil e o Ministério Público de São Paulo prenderam agora há pouco Fabrício Queiroz, que foi assessor de Flávio Bolsonaro quando ele era deputado estadual do Rio."
JULIANA DAL PIVA: O Brasil acordou naquela manhã com a resposta para a pergunta que rodou o país por mais de um ano e meio.
PERGUNTA: Cadê o Queiroz?
JULIANA DAL PIVA: Eram três horas da manhã quando 20 policiais do Garra, o Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos, deixaram a capital paulista. Já era o início do inverno, então fazia frio em São Paulo. O Brasil estava no meio da primeira onda de casos da pandemia de covid-19.
Os policiais saíram sem informação de quem era o alvo da operação. Uma hora depois eles chegaram em Campinas e aí sim receberam instruções de alguns promotores. Só os promotores é que sabiam o nome do alvo da operação num endereço da cidade de Atibaia, no interior de São Paulo.
Mais uma hora passou e todo o grupo chegou ao local. Às seis horas da manhã, policiais e promotores estavam na frente de uma casa numa chácara que fica no número 644, na rua das Figueiras, bairro Jardim dos Pinheiros.
Na frente do endereço tinha uma placa que identificava o lugar como o escritório do Frederick Wassef, o advogado da família Bolsonaro. Por isso, representantes da OAB também acompanharam tudo.
Os policiais, então, tocaram a campainha algumas vezes. E nada. Como ninguém apareceu, eles decidiram entrar. Cortaram uma corrente no portão e depois forçaram a porta da frente da casa.
Quando entraram no imóvel, os agentes encontraram um homem assustado e ainda deitado na cama. Era o Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro. Quem me contou esses detalhes foi o promotor paulista José Cláudio Báglio, que comandou a operação de prisão do Queiroz em Atibaia.
JOSÉ BÁGLIO, em entrevista a Juliana Dal Piva: Ele estava deitado, ainda, no interior de uma casa. Uma casa confortável, mas antiga, de chácara mesmo, típica da região ali. Parecia que algumas coisas estavam meio improvisadas ali, alguns colchões lançados em outros cômodos, etc.
JULIANA DAL PIVA: Quando vocês chegaram e entraram, viram ele deitado, como é que ele reagiu?
JOSÉ BÁGLIO: Ele se mostrou bastante surpreso, não acreditando no que estava acontecendo. Num primeiro momento, ele não queria dizer nada, mas depois ele confirmou que era efetivamente ele. Mesmo porque a gente estava com a identificação positiva de que ele estaria no local e o próprio caseiro disse que não sabia quem era. Se eu não me engano, o caseiro disse que conheceu ele por outro nome. Foram realizadas as buscas. Os documentos e objetos que eram de interesse da investigação foram apreendidos conforme a ordem judicial.
(...)
JULIANA DAL PIVA: A ação policial foi chamada de "Operação Anjo", em uma referência a como Queiroz e a família dele chamavam o advogado Frederick Wassef. Falei para você sobre isso no episódio anterior. Lá em Bangu, o Queiroz ficou numa cela do lado do Sergio Cabral, que era o governador do Rio de Janeiro, você deve lembrar.
Enquanto o Queiroz descobria a cadeia, as equipes do Ministério Público e da polícia ainda procuravam a mulher dele, a Márcia Aguiar. Ela também teve a prisão decretada, mas ninguém achou a Márcia. A mulher do Queiroz fugiu dos investigadores e ficou foragida da Justiça por 40 dias.
Já tinha meses que a Márcia tinha medo de ser presa. Lembra?
(...)
E, naquele dia da prisão do Queiroz, eu falei com o advogado Paulo Emílio Catta Preta sobre a entrada dele no caso.
JULIANA DAL PIVA: Quando o senhor começou a atuar na defesa do Queiroz?
PAULO EMÍLIO CATTA PRETA: Olha, rigorosamente, primeiro ato mesmo, a partir de hoje. Mas eu já estou sendo procurado pela família há alguns dias, cerca de uns 15 dias, no sentido de eu advogar para ele, defendê-lo nessa questão da Alerj. Ele estava sem advogado porque o defensor tinha renunciado já há algum tempo. Eles me perguntaram se eu podia advogar, falei que sim, pedi para estudar os autos e, enfim, prosseguimos.
JULIANA DAL PIVA: O senhor atendia o ex-capitão do Bope Adriano Nóbrega. O senhor está dizendo que foi procurado pela família do Queiroz, o senhor acha que também teria alguma relação?
PAULO EMÍLIO CATTA PRETA: Não fui informado sobre isso, mas posso supor que, por eles terem visto a minha atuação no caso do Adriano, eles eram amigos, talvez isso tenha sido um dos motivos de eles terem me procurado. Mas não me foi dito isso.
JULIANA DAL PIVA: O senhor foi procurado por quem especificamente da família?
PAULO EMÍLIO CATTA PRETA: ui procurado pelas filhas inicialmente, depois falei com ele ao telefone. Não estive com ele ainda não, até porque achava que tinha tempo para estudar o processo e, enfim, acho que a medida (prisão) de hoje abrevia o meu tempo.
JULIANA DAL PIVA: O senhor foi procurado em Brasília?
PAULO EMÍLIO CATTA PRETA: Em Brasília.
JULIANA DAL PIVA: Pessoalmente, por telefone?
PAULO EMÍLIO CATTA PRETA: Por telefone.
JULIANA DAL PIVA: Entendi. or tinha conhecimento de que ele estava no imóvel do Wassef?
PAULO EMÍLIO CATTA PRETA: Não, não tinha conhecimento.
JULIANA DAL PIVA: Quando as filhas procuraram, elas não disseram isso pro senhor?
PAULO EMÍLIO CATTA PRETA: Não, elas não falaram onde ele estava e eu também não perguntei. Foi uma conversa inicial de tentar procurar um advogado, basicamente contar o caso e dizer o que é que tem e vai querer essa defesa. Não cheguei a perguntar isso [onde ele estava] e eles [família] também não me falaram.
JULIANA DAL PIVA: Esse é um trecho de uma entrevista que o advogado Paulo Emílio Catta Preta me deu naquele dia. A íntegra foi publicada na revista Época.
Antes de continuar, tem uma coisa importante que eu preciso te contar. Quatro meses antes do Queiroz ser preso, o Adriano morreu numa operação policial na Bahia.
O Adriano era foragido da Justiça fazia um ano. A polícia diz que ele reagiu e houve um confronto. Já a família do Adriano diz que ele foi executado.
Mas essa é uma história longa, cheia de polêmicas que rende sozinha um episódio inteiro. Vai ter que ficar pra outro dia.
O que interessava naquele 18 de junho de 2020 era a prisão de Queiroz na casa do advogado da família Bolsonaro.
Todo mundo procurou o Wassef por uma explicação. Afinal de contas, fazia meses que ele dizia que não sabia onde o Queiroz estava. Aí o Queiroz foi preso e o Wassef mudou a versão. O advogado passou a dizer que emprestou a casa para o Queiroz ficar durante os tratamentos de saúde que ele fazia em São Paulo. O Wassef inclusive repetiu isso em uma entrevista para minha coluna no UOL este ano.
JULIANA DAL PIVA: O senhor nunca se encontrou com nenhum desses assessores que é investigado, além do Queiroz?
FREDERICK WASSEF: Quem te disse? Eu falei que eu me encontrei com o Queiroz? Nunca falei isso. Você nunca ouviu falar que eu me encontrei com o Queiroz, isso é mentira. Nunca disse a ninguém que me encontrei com o Queiroz.
JULIANA DAL PIVA: O Queiroz esteve na sua casa, como o senhor bem sabe, ele foi preso em Atibaia.
FREDERICK WASSEF: Eu falei? Você acabou de fazer uma afirmação que eu não disse.
JULIANA DAL PIVA: Eu estou corrigindo, é uma pergunta, o senhor pode responder e dizer: o senhor nunca esteve com o Queiroz.
FREDERICK WASSEF: Olha o que eu vou falar sobre o Queiroz, preste bem atenção. Fui vítima de fake news. Jamais escondi Queiroz. Jamais Queiroz esteve escondido, procurado ou foragido. Queiroz não era indiciado. Não era denunciado. Não era réu em ação penal. Não era nada. Era apenas um averiguado, assim como Flávio e outras 40 pessoas. A senhora deveria saber Juliana que jamais existiu uma determinação judicial que impedisse Queiroz de viajar, ir, vir ou que ele tivesse que declarar ao juízo "senhor juiz vou sair hoje, vou passar uma semana em São Paulo pelos motivos tais e retorno na data tal". Nunca teve nada disso. Portanto, jamais houve qualquer ilegalidade no Queiroz viajar. Então vou fazer um breve resumo da história Queiroz para combater a fake news. O Queiroz morava no Rio, em endereço declinado à Justiça, e era lá que ele morava e sempre esteve. Jamais morou comigo e muito menos se escondeu comigo. São mentiras criminosas e fake news. Vou dar duas informações importantes para a senhora. Onde estava Queiroz antes de ele ser preso em Atibaia? Por que falaram que ele morava em Atibaia há um ano? Mentira. Ele estava no Rio de Janeiro. O Queiroz chegou em Atibaia e foi preso apenas três dias após a sua chegada. Ele foi preso no quarto dia. Onde o Queiroz estava antes? Na residência dele, no Rio de Janeiro, no endereço fornecido nos autos do processo. Quanto tempo ele esteve lá? Dois meses. E antes disso? Sim, ele esteve em Atibaia, 10, 12 dias. Não sei, porque não estava lá. Não vi. Não falei com ele. Mas e antes? Rio de Janeiro. Então vou resumir para a senhora: o Queiroz viajava. Morava no Rio e fazia viagens. Ficava a maior parte do tempo no Rio. Aí vinha a Atibaia, fazia seu tratamento de saúde, passava uns dias e voltava. Ele apenas viajava e transitava. Permitir o uso de uma propriedade, para que uma pessoa em tratamento de câncer, pudesse ter um abrigo, não é irregular, imoral ou crime. Não é nada.
JULIANA DAL PIVA: O Wassef não gosta de falar desse assunto. Até porque é no mínimo difícil de imaginar que ele emprestasse a casa e não falasse com o Queiroz. Eu até já te mostrei uma mensagem do Queiroz falando de uma conversa com o "Anjo".
FABRÍCIO QUEIROZ, em áudio de outubro de 2019: "O 'Anjo' também a primeira coisa que o 'Anjo' chegou pra mim e falou na minha cara foi: você foi traído, você foi traído ontem à noite!"
(...)
ITALO NOGUEIRA, entrevista com Jair Bolsonaro em janeiro de 2018: "Então vamos falar do seu patrimônio. O senhor estava criticando o fato de a Folha ter divulgado o valor do patrimônio do senhor, da sua família."
JAIR BOLSONARO: "Peraí? Você tem que divulgar é o meu patrimônio. Daqui a pouco você vai querer pegar a minha mãe. Meus pais, meu pai já morreu. Meus irmãos. Tem que pegar o meu, esquece meus filhos (...)"
JAIR BOLSONARO: "Você tá enchendo o saco, porra. Tá procurando cabelo em ovo."
JULIANA DAL PIVA: Nessa ocasião, a Camila Mattoso perguntou por que ele recebia auxílio-moradia se tinha um apartamento em Brasília e o Bolsonaro respondeu na maior grosseria.
CAMILA MATTOSO, entrevista com Jair Bolsonaro em janeiro de 2018: "E o senhor utilizou em algum momento, deputado, o dinheiro do auxílio-moradia para esse primeiro apartamento?"
JAIR BOLSONARO: "Como eu estava solteiro naquela época, esse dinheiro de auxílio-moradia eu usava para comer gente. Você está satisfeita agora? É a resposta que você merece. O dinheiro do auxílio-moradia eu dormi em hotel, eu dormi em casa de colegas meus militares. O dinheiro foi gasto em alguma coisa. Você quer que eu preste a continha? Recebi 3 mil, eu gastei 2 mil de hotel, vou devolver mil. Tem cabimento?"
ITALO NOGUEIRA: "Diversos colegas seus fazem isso".
JULIANA DAL PIVA: Nessa entrevista, o presidente Jair Bolsonaro também falou uma coisa que me fez pensar sobre como ele e os filhos atuavam juntos.
JAIR BOLSONARO, entrevista janeiro de 2018: "Não há diferença, muitas vezes um funcionário que trabalha para mim, trabalha para os dois também."
JULIANA DAL PIVA: Nesse dia, o comentário do Bolsonaro não chamou a atenção necessária sobre o que realmente significava não ter diferença trabalhar para ele ou para os filhos. Não parecia nada demais que eles compartilhassem algum serviço entre os assessores.
Só que com o tempo e a investigação sobre a rachadinha, isso foi se mostrando um modus operandi. A filha do Queiroz, por exemplo. A Nathália.
NATHÁLIA QUEIROZ, em áudio: "Meu pai é muito burro, cara. Muito burro. O que é que ele tem que ficar falando essas coisas? Ele não aprendeu com esse monte de merda que aconteceu? Vai e ainda fica falando mais de política, gente, que prazer é esse que ele tem?"
JULIANA DAL PIVA: Ela sempre foi personal trainer. Mas passou um tempo nomeada no gabinete do Flávio e depois virou funcionária do Bolsonaro. Se ela trabalhasse normalmente como assessora parlamentar, isso não importava. A questão é que as provas mostraram que ela sempre foi personal. Era, portanto, funcionária fantasma na Alerj e na Câmara dos Deputados.
Então, desde 2018, a situação dos funcionários dos Bolsonaro deixava dúvidas. E o patrimônio da família do agora presidente também.
Só que faz pouco tempo que a gente sabe em detalhes as suspeitas em algumas dessas negociações de imóveis. E o Bolsonaro já tinha sido eleito presidente da República quando os problemas vieram à tona.
O fato inegável antes da eleição de 2018 era que o Bolsonaro e os três filhos construíram quase todo aquele patrimônio depois de entrar para a política.
A primeira vez que o presidente Jair Bolsonaro disputou uma eleição foi em 1988. Ele concorreu a vereador no Rio de Janeiro e disse para a Justiça Eleitoral que tudo o que ele tinha era um Fiat Panorama, uma moto e dois terrenos em Resende, no sul do estado.
Já o Flávio e o Carlos foram eleitos pela primeira vez no início dos anos 2000. Ainda eram estudantes universitários e nunca tiveram outro emprego fora da política.
Décadas passaram. Hoje o Flávio é senador e teve antes quatro mandatos de deputado estadual.
FLÁVIO BOLSONARO, em discurso no Senado em junho de 2021: "É fácil depor quando você está com a verdade do lado, então eu senti isso do general Pazuello, muita tranquilidade."
JULIANA DAL PIVA: O Carlos já está no sexto mandato de vereador.
CARLOS BOLSONARO, em discurso na Câmara de Vereadores em 2012: "Não trata-se aqui de sermos héteros ou homossexuais, trata-se de caráter."
JULIANA DAL PIVA: O Eduardo foi para o segundo mandato de deputado federal. Ele se tornou deputado em 2015. Antes, foi policial federal concursado por quatro anos.
EDUARDO BOLSONARO, em uma aula em 2018: "Se quiser fechar o STF, sabe o que você faz? Não manda nem um jipe, manda um cabo e um soldado."
JULIANA DAL PIVA: Essa carreira de políticos profissionais da família Bolsonaro rendeu. Todos eles enriqueceram na política. Esse também é outro fato.
O Bolsonaro só não tem um patrimônio maior porque na separação da Cristina ela ficou com dois terços do total, mais de 2 milhões de reais na época. É aquela segunda mulher dele de quem eu te falei no segundo episódio.
O patrimônio de Bolsonaro hoje é um apartamento em Brasília, duas casas num condomínio na Barra da Tijuca, uma casa onde funciona um escritório político dele em Bento Ribeiro, na zona norte do Rio, e a casa de praia em Angra dos Reis. Aquela onde ele fazia um tour mostrando as armas pros convidados. Tudo isso, mais umas ações e uns carros, soma, segundo o Bolsonaro, uns 2,2 milhões de reais.
Mas é o tamanho do empreendedorismo do Flávio que causou mais surpresa. Lá em 2003, tudo que o estudante de Direito Flávio Bolsonaro tinha era um carro. Um Gol 1.0.
Hoje, o Flávio é dono de uma mansão de 6 milhões de reais em Brasília. E, desde 2005, ele negociou 20 imóveis. Também montou uma loja de chocolates, em 2015. E é justamente essa ascensão financeira do Flávio o coração da investigação do Ministério Público sobre a rachadinha.
FLÁVIO BOLSONARO, em entrevista para a TV Record em janeiro de 2019: "Eu explico mais uma vez. Eu sou empresário, o que eu ganho na minha empresa é muito mais do que ganho como deputado estadual. Eu não vivo só do meu salário de deputado."
JULIANA DAL PIVA: Esse é o Flávio, em janeiro de 2019, tentando explicar por que tinha feito 48 depósitos de 2 mil ao longo de alguns dias.
Imagina essa cena. O Flávio, um deputado estadual, sozinho na frente de um caixa eletrônico, depositando um envelope de 2 mil. Depois outro, mais um e assim por diante. Eu nunca nem vi 96 mil reais em dinheiro vivo. Você não acha mais simples ir direto no caixa fazer esse depósito todo de uma vez? [Transcrevi trecho inicial. Leia mais aqui]
Dossiê divulgado nessa quarta-feira (11/5) aponta que, em 2021, a cada 27 horas uma pessoa morreu vítima da violênciacontra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais no Brasil. Ao todo, foram registradas 316 mortes, o que representa um aumento de 33,33% em relação a 2020, quando ocorreram 237 óbitos.
Entre as causas, 262 foramvítimas de homicídioe, 23, de latrocínio. Juntos, os crimes violentos representam 90,19% das causas dos óbitos relacionados à orientação sexual e identidade de gênero. Também foram documentados 26 suicídios e cinco pessoas morreram por outras causas.
As principais populações afetadas foram homens gays (145) e travestis e mulheres trans (141), que somaram 286 óbitos. Em menor número, aparecem mulheres lésbicas (12), homens trans e pessoas transmaculinas (8), bissexuais (3), outros segmentos (3) e aqueles que não tiveram a identidade de gênero ou orientação sexual não informada (4).
Subnotificação
O documento foi produzido por meio do Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+, coordenado pelo Acontece – Arte e Política LGBTI+ e pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), em parceria com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) e a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT).
Asorganizações apontamque, apesar dos índices serem alarmantes, os números ainda podem ser subnotificados. Isso ocorre porque o levantamento tem notícias publicadas em veículos de imprensa como principal fontes dos dados. Além disso, quando também são consultadas denúncias feitas por meio das redes sociais.
“Como dependemos do reconhecimento da identidade de gênero e da orientação sexual das vítimas por parte dos veículos de comunicação que reportam as mortes, é possível que muitos casos de violências praticadas contra pessoas LGBTI+ sejam omitidos.”
Levantamento da Agência Pública mostra que a maior parte dos parlamentares foi favorável aos ‘PLs da Morte’, apontados como ameaças ao meio ambiente e aos povos tradicionais
A Agência Pública analisou os votos dos deputados da Frente Parlamentar Evangélica (FPE) em pautas antiambientais que tiveram discussão recente no Congresso Nacional, nesta legislatura. A maioria dos deputados da FPE votou a favor da aprovação dos chamados ‘PLs da Morte’, um combo de cinco projetos que têm sido apontados como ameaças ao meio ambiente e a povos tradicionais. Além do PL 191, essa lista de projetos inclui o PL 3729/2004, que trata sobre licenciamento ambiental; o PL 6299/2002, conhecido como o Pacote do Veneno; o PL 2633/2020, conhecido como o PL da Grilagem; e o PL 490/2007, que altera o Estatuto do Índio e defende a tese do Marco Temporal, que limita o reconhecimento de territórios tradicionais.
Dentre os 196 deputados signatários da FPE, segundo a Câmara dos Deputados, 131 (66%) foram favoráveis ao caráter de urgência do PL 191/2020. Outro PL, o 3729/2004, aprovado no dia 13 de maio de 2021 na Câmara e em tramitação no Senado, flexibiliza as regras para o licenciamento ambiental no Brasil. Novamente a maioria dos deputados signatários da FPE – 131 (66%) dos 196 – foram favoráveis ao projeto.
Aprovado recentemente na Câmara, o PL 6299/2002, conhecido como Pacote do Veneno, flexibiliza a liberação de agrotóxicos no país, entre outras alterações. Aguardando apreciação no Senado, o projeto contou com apoio de 135 (68,8%) deputados federais signatários da Frente Parlamentar Evangélica. Também está no Senado o PL 2633/2020, projeto que possibilita a regularização fundiária de terras da União por autodeclaração. A aprovação na Câmara, no dia 3 de agosto de 2021, contou com apoio de 136 (69%) deputados signatários da FPE.
O quinto projeto do pacote chamado de “PLs da Morte” foi aprovado na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e aguarda votação na Câmara. O PL 490/2007 pretende alterar o Estatuto do Índio, e com isso validar a tese do Marco Temporal. Dentre os 40 votos totais favoráveis ao projeto na CCJ no dia 23 de junho do último ano, 17 foram de deputados signatários da FPE. Nos 21 votos totais contrários, apenas um foi de um deputado signatário da FPE.
A Frente Parlamentar Evangélica (FPE) é composta por 196 deputados (14 estão fora do exercício) e sete senadores signatários, conforme o site da Câmara dos Deputados. Embora chamada de evangélica, ela inclui parlamentares que professam a fé católica, espírita ou ainda quem não assume nenhuma religião. O grupo reúne 19 partidos. O Partido Liberal (PL), partido atual do presidente Jair Bolsonaro, tem a maior representatividade, com 42 parlamentares. O Republicanos, vinculado a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) e que tem como presidente o bispo e deputado Marcos Pereira, e o Partido Social Democrático (PSD), vêm em sequência, com 29 e 28 signatários, respectivamente. Tanto o PL, quanto o Republicanos e o PSD orientaram voto afirmativo para os cinco PLs antiambientais citados na reportagem.
A Frente Parlamentar Evangélica não é, necessariamente, um sinônimo da bancada evangélica. “Enquanto a FPE é uma entidade formal, balizada pelo regime estatutário do Congresso Nacional, a bancada reúne deputados e senadores que têm uma articulação mais sólida em torno de pautas em comum”, explica Lívia Reis, coordenadora de Religião e Política do Instituto de Estudos da Religião (ISER). Atualmente, a bancada evangélica congrega 121 parlamentares (110 deputados e 11 senadores), segundo o gabinete do presidente da FPE, deputado Sóstenes Cavalcante, que também é uma das lideranças.
A reportagem também analisou os votos dos 110 deputados da bancada evangélica em quatro ‘PLs da morte’ que tiveram votação na Câmara dos Deputados. No PL 191, 82 (74,5%) votaram sim e 11 (10%) votaram não. No PL 3729/2004, 82 (74,5%) votaram a favor, e 7 (6,3%) contra. 79 (72%) apoiaram o PL 6199, e 12 (11%) foram contra. No PL 2633, 87 (79%) foram favoráveis e 05 (4,6%) contrários.
Discursos ambientais
Sóstenes Cavalcante assumiu o posto de líder da Frente Parlamentar Evangélica no último dia 16 de fevereiro, sucedendo Cezinha Madureira (PSD-SP). O deputado se posiciona como um “um político conservador, mais à direita” e “liberal na economia e conservador nos costumes“. Em entrevista recente, ele afirmou que a meta do seu mandato é “focar na eleição para ampliar a bancada com o máximo de colegas”. O líder apoiou a eleição de Bolsonaro à presidência em 2018, mas já esboçava proximidade com o chefe de estado há alguns anos. O deputado é apadrinhado por Silas Malafaia, pastor da Assembléia de Deus Vitória em Cristo.
À Pública, Sóstenes disse que não existe uma orientação específica para os membros da FPE em votações que versam temas ambientais. Os votos de apoio a pautas antiambientais, segundo ele, sinalizam uma sinergia entre grande parte da bancada evangélica com o atual governo. “Não tiramos uma decisão da FPE desse assunto, mas pela Frente ter no mínimo 80% de deputados de partidos da base aliada ao governo, temos uma tendência de votar a [favor da] redução dessas demarcações conforme os projetos que tramitam na casa. Não é decisão da bancada ou FPE, mas das bancadas partidárias, e quando é [de interesse] do governo, passa a ser daqueles que compõem [sua] base”, afirma o deputado.
Jair Bolsonaro (à direita), Sóstenes Cavalcante (ao fundo), Silas Malafaia (à esquerda) e Magno Malta (ao centro) na Marcha Para Jesus, em 2015
O deputado também afirma que as lideranças evangélicas no Congresso são “liberais na economia e progressistas em projetos econômicos”. “Se tivermos que alinhar algum segmento não será com segmentos indígenas que queiram impedir o progresso e prosperidade do seu povo”, diz. Ele também comenta que já realizou reuniões com lideranças indígenas, e que, na sua percepção, “nem sempre a questão da exploração de territórios tradicionais é um ponto pacifico dentro da comunidade indigena”. Também diz que não vê “nenhum dano ambiental, de maneira nenhuma, [com as propostas dos PLs].”
Proteger o meio ambiente é algo que, segundo Sóstenes, faz parte da sua religiosidade, mas ele discorda do que chama “pauta do meio ambiente com viés de esquerda e ideológico”. “Leremos com a responsabilidade que se requer, mas não leremos na mesma cartilha da pauta de esquerda nem de ONGs sustentadas por países estrangeiros, que lamentavelmente é o que aconteceu com a pauta de meio ambiente no Brasil”, completa o deputado.
Dentre os projetos de lei propostos por ele na atual legislatura e analisados pela Pública, apenas um versa sobre temática ambiental. Trata-se do PL 2014/2021, que propõe a garantia de porte de armas aos fiscais ambientais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Sóstenes é o terceiro presidente da atual legislatura da FPE. Silas Câmara (Republicanos-AM) presidiu a Frente até o final de 2020. Pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, ele votou a favor, quando compareceu às votações, de todos os projetos de lei apreciados na Câmara analisados nesta reportagem pela Pública.
Silas Câmara foi eleito pelo estado do Amazonas em 2018 e já se manifestou sobre alguns episódios envolvendo seu estado. Em novembro de 2021, imagens de balsas de garimpeiros na extensão do Rio Madeira, que corta o Amazonas e Rondônia, chamaram a atenção da imprensa, sociedade civil e ativistas. O episódio mobilizou uma ação do Ibama e da Polícia Federal, que queimou e dispersou a maioria das embarcações. Na época, Câmara se posicionou a favor do garimpo ilegal na região e pela legalização da prática. Em discurso no plenário, o deputado disse que “o extrativista mineral familiar não é bandido”. “São homens e mulheres responsáveis, que conhecem a região, que zelam pelo meio ambiente, que amam o próximo e que precisam sobreviver desta atividade”, afirmou, clamando até ao presidente: “eu peço ao Presidente Jair Messias Bolsonaro, que tem compromisso com o meio ambiente e tem compromisso também com as pessoas, com as vidas, com as famílias, que pare esta ação e tome uma atitude coerente, racional e responsável para que essas famílias possam ser abordadas pelo Governo Federal”.
A narrativa favorável ao garimpo apareceu novamente em sua votação no PL 2633. Câmara afirmou em discurso que “esse projeto de lei atende a necessidade de muitos, como disse ainda há pouco o companheiro que me antecedeu, proprietários legítimos das terras que supostamente pela esquerda estão sendo tituladas como terras públicas. Na verdade, esse projeto dá um norte ao monitoramento para que, por exemplo, a preservação ambiental seja realmente eficiente, através do mapeamento de quem se torna de fato proprietário”.
Durante sua presidência na FPE, Câmara foi autor do PL 4447/2019, apensado ao PL 1610/1996, que “permite exploração sustentável em terras indígenas”; do PL 2348/2019, que altera lei de distribuição de terras no país e permite a regularização daquelas que estão em uso indevido; e do PL 5829/2019, que versa sobre energia solar e estabelece o marco da geração distribuída no país. Ainda, em 2019, presidiu a Comissão de Minas e Energia na Câmara dos Deputados.
Sóstenes (no centro da mesa) em reunião com lideranças indígenas
Alinhamento entre as bancadas do boi e da Bíblia
A Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) é uma das maiores do Congresso Nacional, e seu desdobramento, a bancada ruralista, é apontada por organizações socioambientais como o núcleo estruturante de várias pautas que ferem direitos de povos originários e de proteção à natureza. O pesquisador em sociologia da religião e ecologia na USP, Renan Willian dos Santos vê pontos múltiplos de articulação entre as bancadas ruralista e evangélica, “não só morais, mas econômicos, já que a união de ambas se dá prioritariamente pela troca de favores”. “Eles [FPE] são uma espécie de centrão, fisiologismo puro, e podem fazer acordos para votar em outros assuntos que não os interessem”, argumenta.
O presidente da Frente Parlamentar Evangélica, Sóstenes Cavalcante, confirma o alinhamento e a troca de favores entre as frentes evangélica e do agronegócio. “Normalmente a gente trabalha com a frente do agronegócio. Temos uma tendência a se alinhar com essa frente, nos nossos temas que são prioritários [para nós], mais ligados a costumes, a gente também conta com a ajuda da frente do agronegócio. Nesses assuntos a nossa tendência será também alinharmos, dentro da responsabilidade necessária, com a [FPA]”.
Entre os 196 deputados signatários da FPE, 99 fazem parte também da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Zequinha Marinho (PL-PA) é um deles. O senador integra a mesa diretora da atual legislatura da FPE, e é também vice-presidente da frente do agronegócio. Zequinha foi apontado como um dos agentes favorecedores do garimpo ilegal no Pará, estado onde foi eleito. Segundo a Repórter Brasil, o senador “pressiona os diretores da Agência Nacional de Mineração (ANM) para que as lavras garimpeiras sejam autorizadas com mais rapidez”.
Outro ponto de convergência entre as bancadas pode estar relacionado à uma prática histórica de igrejas evangélicas no Brasil: as missões evangelizadoras em terras indígenas, que promovem pregações e ações para pessoas não convertidas à fé cristã. O pesquisador Renan diz que existe uma “vantagem colateral [da aliança entre as frentes parlamentares], que é o financiamento da construção de templos nas bordas das reservas indígenas, com obras de missionários. Por isso, os evangélicos vão votar a favor de maior demarcação em TI ou para flexibilização? Para flexibilizar”, elucida ele.
Sóstenes Cavalcante nega a relação entre a votação dos parlamentares da FPE em pautas antiambientais e as práticas missionárias em territórios indígenas. Ele reforça que os votos refletem alinhamentos com a base do governo, e critica a decisão, em setembro de 2021, do ministro do STF Luís Roberto Barroso, que proibiu a entrada de missões religiosas em terras de povos originários isolados. “Por princípio constitucional, existe liberdade religiosa, em todos os territórios, inclusive os indígenas, mas o STF insiste em ferir o próprio texto constitucional”, diz o deputado.
O deputado Silas Câmara também já defendeu as missões da Assembléia de Deus, afirmando que a prática é importante para reduzir as desigualdades sociais. “Todos sabem que os missionários, principalmente os cristãos evangélicos e católicos, prestam um grande serviço aos indígenas do Brasil, aliás serviço esses que o Estado brasileiro não presta”, disse Câmara ao site Direto ao Ponto.
Bruna Galvão, diretora executiva da Casa Galileia, organização que busca fortalecer o campo da democracia e da justiça socioambiental com foco em públicos cristãos, acredita que a “convergência de interesses [entre as bancadas ruralista e evangélica] não são trabalhadas de maneira óbvia”. Ela afirma que a tentativa de barrar a tese do Marco Temporal, que compromete demarcações de territórios tradicionais, incomoda líderes evangélicos “não só porque afeta os projetos missionários ideológicos, mas também interesses econômicos” em terras indígenas.
Além disso, o pesquisador Renan acrescenta que o agronegócio tende, hoje, a se aproximar especificamente dos evangélicos por desentendimentos históricos com parte da igreja católica. “Existe o CIMI [Conselho Indigenista Missionário] e a teologia da libertação, então uma parcela do catolicismo já foi uma pedra no sapato do agro”, explica. “Do ponto de vista desse setor, os evangélicos têm uma vantagem, por ser uma religião mais solvente”, completa, ao se referir a um tipo de discurso religioso de algumas igrejas evangélicas que induzem o rompimento de laços dos recém convertidos com seu território, origem e crenças anteriores.
Maioria dos evangélicos é contra degradação ambiental, diz pesquisa
Os posicionamentos e votos antiambientais de lideranças evangélicas no Congresso Nacional não condizem com o que pensam a maioria dos evangélicos brasileiros. A constatação é da pesquisa realizada, em 2020, pelo Evangélicos Pelo Clima (coalizão co-fundada por Bruna, Flávio Conrado e Camila Mantovani), em parceria com a Purpose. Por meio de entrevistas com duas mil pessoas que professam a fé evangélica, a coalizão descobriu que 67% dos fiéis dizem que o candidato defender pautas de preservação ambiental influencia na hora do voto; 85% acham que é pecado o ser humano atacar o meio ambiente; e 82% acham que um crime contra a natureza é um pecado contra Deus.
Na análise da diretora de campanhas da organização Casa Galileia, Camila Mantovani, a bancada evangélica não espelha a população evangélica brasileira. “Enquanto a primeira é majoritariamente composta de homens brancos e de alto poder aquisitivo, a segunda integra uma maioria de mulheres, pessoas negras e pobres”. Ela também acredita que o posicionamento da frente em pautas ambientais muitas vezes passa despercebido, e que isso não acontece por acaso. “Tem uma certa sabedoria na maneira que utilizam da não polarização [da pauta ambiental]. Enquanto você tem um alarde sobre gênero, justiça reprodutiva etc., você está blindado, porque as pessoas estão preocupadas em olhar para isso. Então, se você acha que ninguém está fiscalizando seus votos na pauta ambiental, você pode passar a boiada o quanto quiser. Tem uma certa sagacidade para isso não ser usado”, completa.
A simpatia com a preservação ambiental dos evangélicos, constatada na pesquisa do Evangélicos Pelo Clima, acompanha a média geral dos brasileiros. Contudo, conforme a análise, não há tanto engajamento. Dados do documento apontam que 60% dos entrevistados não têm acessos ou não recebem informações sobre a preservação do meio ambiente em suas igrejas, mas 77% acham importante que elas apoiem atividades de preservação ambiental.
Para o pesquisador da USP Renan, a temática não é central para as lideranças evangélicas, mas isso não significa um antiambientalismo ou negacionismo das igrejas em relação ao apocalipse climático. Ele lembra falas de pastores conservadores como Silas Malafaia, que já afirmou que “o maior responsável pelo desequilíbrio ambiental é o ser humano.” Ainda, Flávio Conrado citou Abner Ferreira, líder da Assembléia de Deus de Madureira e próximo do deputado Cezinha de Madureira. O bispo participou, em outubro, do encontro Fé e Ciência: rumo à COP26, no Vaticano, quando reforçou a importância de cuidar do meio ambiente citando a Bíblia: “Foi Deus quem responsabilizou os homens sobre esta tarefa. Gênesis 2:15 está escrito: ‘Tomou pois o Senhor Deus o homem e o pôs no Jardim do Éden, para o lavrar e o guardar’. Trabalhar e proteger, proteger e trabalhar. O cristão não deve violar os mandamentos de Deus quanto à preservação das espécies por causa do progresso”.