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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

07
Mai20

Da Operação Brother Sam à entrega da base em Alcântara

Talis Andrade

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V - Porque Moro é mais perigoso até do que Bolsonaro

por Carlos Tautz

Córtex Político

___

            A rigor, ameaça desse tipo e iminência já ocorreu. Em 1964, o então governador de Minas Gerais e dono do falecido Banco Nacional tramou para derrubar o Presidente constitucional João Goulart. Magalhães Pinto desejava a guerra civil para dividir o Brasil. Seu plano, que não deu certo, era declarar Minas um “estado beligerante” e receber apoio logístico e militar dos 4 mil fuzileiros navais dos EUA que estavam na costa do Brasil, prontos para invadir o país com apoio da submissa e traidora elite das Forças Armadas brasileiras. O plano todo ficou conhecido como Operação Brother Sam e  está registrado no Centro de Pesquisa e Documentação da Fundação Getúlio Vargas.

            Agora, pelo menos outros dois casos são exemplares de avanços concretos dos EUA em suas intenções de afincar-se no território brasileiro. Bolsonaro apoiou e apoia um e outro, mas ainda não demonstrou capacidade de liderar nenhum dos dois processos. Ambos encontram-se sob condução da elite militar representada em seu governo, que também não os levou a termo, apesar da longa história de submissão gostosamente voluntária da alta oficialidade brasileira em relação a seus pares nos EUA.

            A primeira grande ameaça recente à unidade do território brasileiro teve seu ápice público em 2016 sob o golpista Michel Temer. Segundo a BBC Brasil, “tropas americanas foram convidadas pelo Exército brasileiro a participar de um exercício militar na tríplice fronteira amazônica entre Brasil, Peru e Colômbia em novembro deste ano. Segundo o Exército [brasileiro], a Operação América Unida terá dez dias de simulações militares comandadas a partir de base multinacional formada por tropas dos três países da fronteira e dos Estados Unidos”.

            Registre-se: foi a primeira vez que tropas americanas pisaram, pelo menos oficialmente, a porção brasileira da bacia amazônica.

            A possibilidade dessas tropas se assentarem em definitivo em um enclave dos EUA no território do Brasil está aberta, e parada no Congresso Nacional, desde que Bolsonaro retomou em março de 2019 um acordo para entregar a base aeroespacial de Alcântara (MA). A trama já foi tentada no governo de outro entreguista, o ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso, nos anos 1990, mas não foi adiante. A rigor, os EUA não querem, e nem precisam de, mais uma base aeroespacial.

            O valor de Alcântara para Washington em verdade é militar e estratégico. Seria uma forma de os EUA manterem tropas no território da sua maior ameaça na América do Sul, além de ser, devido à posição geográfica em frente à África, uma forma de controlar todo o Atlântico sul e se aproximar estrategicamente do Golfo da Nigéria, onde estão enormes reservas de petróleo semelhantes ao pré-sal brasileiro.

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            Perigos desse tipo – perigos maiores até do que o risco de convulsão social que se vive sob Bolsonaro, porque irreversíveis – parecem fazer mais sentido em um possível governo Moro daqui a dois anos. Ele já desenvolveu ligações orgânicas com os EUA, o hegemon  global, e, internamente, possui aceitação superior até a Bolsonaro.

            Enfeixado em apoios decorrentes do nihil obstat dos EUA, onde possui as ligações aqui demonstradas, além de internamente manter aliança permanente com as Organizações Globo e outras frações da burguesia, Moro seria uma força política capaz de organizar em torno de si tamanha coesão social que a meia-esquerda que nos representa não conseguiria sequer esboçar argumentos contrários.

            Este é, no fundo, o problema que mais preocupa.

Alcântara - Base do CLA.jpg

 

07
Jun18

Cerveró denunciou parceria da Petrobrás com Odebrecht, fechada durante o governo FHC, como “um dos maiores escândalos”

Talis Andrade

 

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Em 2016, o ex-diretor internacional da Petrobrás, Nestor Cerveró, detalhou em delação premiada os esquemas que lhe valeram uma condenação por 12 anos e três meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, que cumpre em prisão domiciliar.

 

Cerveró ocupou cargos na estatal de 2003 a 2014.

 

Em um de seus depoimentos, chamou a atenção o inconformismo de Cerveró com o fato de que o escândalo da Braskem — parceria da Odebrecht com a Petrobrás — não ter sido investigado.

 

Foi uma negociata “do governo anterior”, como diria o Jornal Nacional em relação aos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso.

 

FHC quebrou o monopólio da Petrobrás em 1995. No mesmo ano, a Odebrecht fundou sua empresa no ramo petroquímico, a OPP Petroquímica.

 

A partir de então, várias empresas do ramo petroquímico foram privatizadas, com amplo financiamento do BNDES.

 

Leia sobre as safadezas de FHC em benefício do genro ...

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 ... e do filho mais velho (aquele que casou com a filha de Magalhães Pinto, cujo banco das netinhas recebeu uma ajuda do presidente sogro. Uma ajuda que até hoje não se sabe de quantos bilhões). Leia mais

 

 

02
Nov17

O chanceler do Brasil, o santo das causas ganhas

Talis Andrade

O rei Midas tudo que tocava virava ouro. Aloysio Nunes supera o mito. Todo ouro que toca vira ouro santo no Brasil de tendas de milagres espalhadas por todas as cidades. De um Brasil que todo povo reza:

 

“Meu Santo Expedito das causas justas e urgentes, socorrei-me nesta hora de aflição e desespero, intercedei por mim junto ao Nosso Senhor Jesus Cristo. Vós que sois um Santo Guerreiro. Vós que sois o Santo dos Desesperados, vós que sois o Santo das Causas Urgentes."

 

Aloysio Nunes Ferreira começou a militância política, quando entrou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco da Universidade de São Paulo. Logo depois do golpe militar de 1964, filiou-se ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), e foi presidente do tradicional Centro Acadêmico XI de Agosto, que lhe falicitou ser infiltrado na Ação Libertadora Nacional (ALN), organização guerrilheira liderada por Carlos Marighella e Joaquim Câmara Ferreira, o Toledo.

 

Assumiu na clandestinidade o pseudônimo Mateus. Durante muito tempo foi motorista e guarda-costas de Marighella. As ações da ALN incluíram assaltos para angariar fundos que sustentariam a resistência armada.

 

Em agosto de 1968, participou do assalto ao trem pagador da antiga Estrada de Ferro Santos-Jundiaí. Foi o motorista do carro no qual os assaltantes fugiram do local com os malotes que continham 108 milhões de cruzeiros novos (21 600 dólares estadunidenses), dinheiro suficiente para o pagamento de todos os funcionários da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Em outubro do mesmo ano, participou do assalto ao carro-pagador da Massey-Ferguson interceptando o veículo na praça Benedito Calixto, no bairro paulistano de Pinheiros. O lucro desse assalto nunca foi revelado. E num passe de mágica, Aloysio passou a viver na Europa, na Paris dos exilados com esposa e filhos.

 

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Cartaz de procurado pelo Exército na ditadura militar, e Aloysio em Paris  

 

 

Todos os companheiros de guerrilha foram presos e torturados e mortos. Aloysio 'matou' mais que o Cabo Anselmo. O preço conhecido: duas fazendas que tomou de algum defunto. Fazendas que escondem cocaína em tonéis de leite. Fazendas avaliadas em dois reais para o pagamento do devido e honesto imposto.

 

No Senado Federal, Aloysio é o santo sucessor do parceiro de crimes ex-senador Tuma, que fazia dupla com o herói da luta contra os comunistas o 'patriota' delegado Fleury, morto na cilada de uma orgia dentro de um iate.

 

Aloysio Nunes merece ser senador do São Paulo de governadores honestos como Maluf, líder civil da didatura, com Magalhães Pinto governador de Minas Gerais e ex-chanceler do Brasil dos militares.

 

De Aloysio, a gloria de ser chanceler de Temer três vezes secretário de Segurança, chefe das polícias civil e militar de São Paulo, inclusive durante os tempos de chumbo, e eterno rei do porto de Santos ancaradouro dos navios piratas, porteira do tráfico internacional.

 

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Nas últimas eleições presidendiciais, quase conquistou a vice-presidência do Brasil. Perdeu para Temer de quem é ministro do Exterior 

 

 

Mais um crime de Aloysio vai milagrosamente prescrever.

 

 

Em petição enviada ao Supremo Tribunal Federal, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, aponta que Aloysio Nunes Ferreira, chanceler do governo Temer, recebeu R$ 500 mil da Odebrecht em 2010, embora os recursos não tenham sido declarados à Justiça Eleitoral.

 

As informações foram publicadas pelos jornalistas Rubens Valente e Reynaldo Turollo, na edição desta quinta-feira 2, da Folha de S. Paulo.

 

"É fato incontroverso que houve o repasse de recursos para a campanha do senador Aloysio Nunes. Resta investigar a origem destes recursos e a finalidade do repasse", escreveu Dodge ao relator do caso no STF, Gilmar Mendes.

 

"O inquérito foi aberto em março a pedido do então procurador-geral Rodrigo Janot como desdobramento do acordo de delação. Dois delatores da empreiteira informaram à PGR sobre o pagamento a Aloysio. Um deles disse que repassou os dados sobre Aloysio ao 'departamento da propina´ da empresa e fez duas entregas, de R$ 250 mil cada uma, para o ´representante´ do candidato em hotéis da zona sul, não nominados, no segundo semestre de 2010. No sistema de acompanhamento dos pagamentos, Aloysio tinha o codinome ´Manaus´", apontam os jornalistas.

 

Há risco de que Aloysio Nunes se beneficie da prescrição, assim como o senador José Serra (PSDB-SP), outro senador de São Paulo também investigado e chanceler de Temer.

 

 

 

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