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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

23
Abr23

“Eu conto 100 anos de história da esquerda brasileira”

Talis Andrade
Marcelo Ridenti fala de seu último livro, o romance Arrigo: “eu conto 100 anos de história da esquerda brasileira”
 
 
Marcelo Ridenti fala de seu último livro, o romance Arrigo
 
 

Arrigo: com este nome próprio incomum (mas também um verbo significando “arranco”), o sociólogo Marcelo Ridenti batizou não só o protagonista de seu primeiro romance como também o próprio livro. Trata-se da história da vida de um brasileiro, militante de ações e de partidos políticos de esquerda, que nasce e alcança a juventude na cidade de São Paulo, no início do século XX. Uma travessia existencial entremeada pelo cenário político e social que transcorre as décadas vividas, no país e fora dele. Telma Gil, do NPC, entrevistou o autor sobre sua nova obra.

Marcelo é autor de outros livros, fruto de suas pesquisas na área da sociologia, que tratam criticamente da produção cultural e política de grupos de esquerda e de direita. O mais recente é “O segredo das senhoras americanas: Intelectuais, internacionalização e financiamento na Guerra Fria cultural” (São Paulo, Ed. Unesp, 2022). Agora ele se lança ao romance, mas sem abandonar o campo em que política e cultura se encontram ao demonstrar como emergem tanto o processo de dominação quanto o de resistência social.

Através da trajetória de Arrigo, vivemos os sentimentos que marcam a existência daqueles que não se curvam e lutam: aflições, escolhas e paixões políticas e pessoais, sofrimentos, alegrias – sentimentos que todos carregamos. É um convite à leitura e reflexão que acompanha um emocionante e envolvente cotidiano militante sobre as possibilidades de existir e resistir.

O sociólogo Marcelo Siqueira Ridenti é paulistano, 63 anos, tem três filhos, e é professor no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UNICAMP. Entre os livros de sua autoria estão: “Em busca do povo brasileiro: artistas da revolução, do CPC à era da TV (Ed. UNESP, 2a ed. revista e ampliada, 2014); “Brasilidade revolucionária – um século de cultura e política” (Ed. UNESP, 2010)”; “O fantasma da revolução brasileira” (Ed. UNESP, 2a ed. revista e ampliada, 2010), e entre diversos artigos: “As mulheres na política brasileira – os anos de chumbo” (Tempo Social, Revista USP, SP,1990). Leia a entrevista completa!

 
Arrigo - Boitempo Editorial
 
 
 

 


 

Telma Gil entrevista Marcelo Ridenti

NPC: Nada melhor do que o próprio autor apresentar sua obra. Então, vamos começar com você explicando do que trata Arrigo…

Marcelo: Eu conto a história do Arrigo, esse personagem que tem nome italiano como Arrigo Sacchi, por exemplo, ou Arrigo Boito, que era um músico, ou o que a gente tem no Brasil, o Arrigo Barnabé. É a história de um Arrigo, mas a palavra arrigo também significa arrancar da terra, arrancar a juta da terra. Então, pode ser “eu arrigo”, “eu arranco”.

Ele é um personagem próprio, da mesma geração de alguns personagens que aparecem e também são amigos dele no livro: o Apolônio de Carvalho, o Carlos Marighella, o Caio Prado Junior, todos nascidos por volta de 1910, pouco antes, pouco depois. O Arrigo é um personagem de idade avançada e que lutou todas as lutas do século XX, especialmente nos governos autoritários.

Chegou a ser preso durante o governo repressivo do Artur Bernardes; lutou no movimento de 35 e acabou sendo preso depois da derrota da chamada Intentona Comunista; foi pra Europa depois que saiu da cadeia e no navio encontrou o Apolônio de Carvalho, um personagem real do Partido Comunista que o convence a lutar na Guerra Civil Espanhola. Ele vai lutar na Espanha contra o Franco; depois vai pra França também lutar contra o nazifascismo; volta ao Brasil, participa de todo o processo de democratização e depois de 64, com outros companheiros, fundam um grupo guerrilheiro, o grupo do Arrigo; com a redemocratização, ele é preso, vai para o exílio.

Então, eu conto 100 anos de história da esquerda brasileira até chegar nos momentos mais recentes. O marco temporal do livro é de mais ou menos 1917 até mais ou menos 2018, época da eleição do último presidente de extrema direita, o que, em parte, motivou a realização do livro.

NPC: A questão do tempo é algo bem forte em Arrigo, tanto que o título do livro, como você já disse em uma outra entrevista, poderia ter sido “Um tiro no tempo”. Qual sua relação com o tempo?

Marcelo: A gente vai ficando mais velho e vai dando mais importância para a passagem do tempo. Eu vou fazer 64, vai sobrando mais memória. No livro, eu tentei trabalhar com tempo nesse âmbito da memória, mas também juntando com a reconstituição objetiva da história. Quem lê o livro vai perceber que tem um cuidado muito detalhado com os fatos históricos, os acontecimentos…

NPC: Você pode citar algumas das fontes que você usou?

Marcelo: Por exemplo, para falar das cadeias, os livros do Everardo Dias, um velho militante do começo do século XX, que morreu nos anos 60. Ele escreveu livros interessantes, como “Memórias de um exilado” e “Bastilhas modernas”. Como preso político, além de falar sobre as prisões dele, conta as de outros prisioneiros. Faz um levantamento detalhado das prisões, especialmente durante o governo do Arthur Bernardes. Assim como o Graciliano Ramos, em Memórias do Cárcere, faz durante a ditadura do Getúlio, antes do Estado Novo, quando ele foi preso. Usei não só o projeto Brasil Nunca Mais, mas o relatório da Comissão Nacional da Verdade, que conta detalhadamente as prisões e as torturas terríveis e, especialmente, aquelas às quais mulheres foram submetidas. Tem a biografia do Marighella, a biografia do Caio Prado Júnior, a autobiografia do Apolônio de Carvalho e os estudos que estão, por exemplo, na História do Marxismo no Brasil, que eu ajudei a organizar, além de alguns livros meus, como a biografia que eu escrevi sobre a esquerda armada, O Fantasma da Revolução Brasileira.

NPC: Eu queria falar um pouquinho sobre o “inventário das prisões políticas”, no qual você registra os inúmeros períodos de ditadura que o Brasil viveu, descrevendo também com bastante detalhe as torturas. A intenção era provocar um impacto no leitor?

Marcelo: Isso não foi à toa. A minha decisão de escrever foi porque a gente estava enfrentando, continuamos enfrentando, risco de um retrocesso democrático no Brasil, risco de uma ditadura mesmo. Quis mostrar como as pessoas reagiram, não só aqui, mas também na Europa, durante o nazifascismo na luta do Arrigo, dos seus companheiros, primeiro resistindo ao Franco e depois na ocupação nazista da França. Eu trabalho com esse lado, que recupera a memória e reconstitui a história, mas que ao mesmo tempo tem também um lado que é humano e de arte. Eu trabalho muito com referências a poemas do Carlos Drummond de Andrade, ou especialmente do Manuel Bandeira.

NPC: Mas nesse inventário das prisões políticas você teve um propósito?

Marcelo: A gente vai se impactando. Desde o meu outro livro, Brasilidade Revolucionária, que tem um capítulo sobre o Everardo Dias — primeiro os anarquistas, depois os comunistas e mesmo os tenentes sofreram perseguição política, foi terrível. É preciso que as novas gerações conheçam tudo que passamos, que saibam que tivemos um presidente que publicamente elogiava um torturador. Eu achava que tinha que contar um pouco dessa história. O livro tem a intenção de recuperar os elos perdidos, como a luta democrática, como a luta contra ditadura militar, a luta contra a ditadura do Estado Novo, ou, mais antigamente, as lutas contra a República Oligárquica, contra os patrões, contra aquela frase famosa atribuída ao Washington Luiz: “A questão operária é uma questão de polícia!”; e como todos os direitos que nós temos hoje foram conquistados duramente em batalhas. Uma história anterior, longa, de resistência popular. Faz parte da hegemonia burguesa, se a gente quiser chamar assim, colocar a ideia de que o povo brasileiro é um povo pacífico, ordeiro, que aceita as coisas. Não, nós temos uma tradição longa de luta contra as injustiças, as arbitrariedades que vêm desde o tempo do escravismo, desde o tempo da colônia.

Esse é o lado político, mas o livro não é uma demonstração de tese acadêmica. Eu estou contando uma ficção. Não é um balanço para julgar politicamente. Não quero demonstrar nada, quero só expressar, contar uma história que funde os destinos individuais do Arrigo, dos companheiros do Arrigo. O livro tem esse lado, umas 10 ou 15 páginas que expressam uma coisa da tortura, mas também tem pedaços que são mais brincalhões …

NPC: Está bem mesclado, mas é um inventário! Eu colocaria dessa maneira. Agora, queria fazer uma pergunta que junta com seu outro livro, sobre o romantismo revolucionário: o Arrigo foi capitulado no pós-golpe por essa orientação?

Marcelo: De certa maneira, ele é um revolucionário. No sentido que o Michel Lowÿ coloca nos escritos dele. Significa que você pega elementos do passado da tradição para construir uma proposta de futuro. Quer dizer, se você pega elementos, por exemplo, do povo brasileiro, tem alguma coisa que está arraigado na experiência dos trabalhadores do campo e da cidade e de um passado que serve para resistir ao avanço da mercantilização geral da vida no presente e, ao mesmo tempo, anunciar o futuro. De certa maneira, o Arrigo tem um pouco disso, de recuperar tradições, mas não no sentido de voltar ao passado, mas de usar esses elementos para pensar o futuro. Particularmente, um autor que o Michel Lowÿ usa muito quando fala disso é o Walter Benjamin. Aquela coisa do Anjo da História, que é impelido pelo vento para frente, mas vai de costas, olhando para as ruínas que estão atrás. O meu livro tem esse lado que é um pouco de olhar as ruínas do que foram deixadas para trás para construir um futuro. É uma volta ao passado nesse sentido romântico, mas ao mesmo tempo revolucionário. Você não está idealizando o passado, mas como é que esse passado, em grande parte trágico, coloca elementos para pensar o futuro.

NPC: Então, acho que ele foi capitulado…

Marcelo: Em grande parte, ele era um romântico revolucionário.

NPC: Você acha que esse seu novo livro vai alcançar mais leitores do que os anteriores?

Marcelo: Essa é a coisa mais fascinante, porque, em teoria, esse romance pode ser lido por qualquer pessoa, minimamente alfabetizada. Diferente dos meus outros livros, como O fantasma da Revolução Brasileira, Brasilidade Revolucionária, Em Busca do Povo Brasileiro, Artista da Revolução ou O Segredo das Senhoras Americanas. Embora eu sempre tente escrever para ser compreendido por qualquer pessoa letrada, é difícil, porque tem as exigências acadêmicas, as citações, a reflexão, a linguagem, que acabam restringindo. Num romance, eu me permito tentar conversar com qualquer pessoa, que não precisa ser sociólogo, nem historiador, nem ter diploma universitário.

NPC: O professor Daniel Aarão comentou que tem observado uma tendência dos acadêmicos de entrar pelo campo ficcional. O Marcelo romancista vai influenciar o Marcelo acadêmico?

Marcelo: De certa maneira, sempre influenciou. Se você olhar os meus escritos como acadêmico, eu uso muito o que as pessoas falam. Tento incorporar esse lado humano, existencial — claro que confrontado com a reconstituição objetiva da história. Ao mesmo tempo, questionando uma certa ilusão biográfica que as pessoas têm quando falam de si mesmo, reconstruindo pelo discurso a própria vida, que eu diria que tem uma ligação desde sempre.

NPC: Ao explicar a origem do novo livro, você cita o verbo “arrigar” no sentido de “arrancar”. O que Arrigo “arrancou” do Marcelo?

Marcelo: Acho que arrancou uma coisa que está lá no fundo, até mesmo pessoal. Olhar a sociedade brasileira hoje passa por essa via que, ao mesmo tempo, é memória, é história, mas é existencial. Por exemplo, quando eu era menino, no comecinho dos anos 60, ficava muito com os meus avós, no Brás, em São Paulo. Ali, na rua João Boemer, eram vários quarteirões, foi tudo destruído. E o que está no lugar? O templo de Salomão. Então, o livro arranca um pouco isso: que sociedade é a nossa, essa cultura que eu vi um pouco do tempo dos meus avós e que o meu pai foi criado nela, foi tudo afastado para construir essa coisa monstruosa. Na minha opinião, monstruosa. Ao mesmo tempo, a gente entende que as pessoas simples, às vezes, não têm quem lhes dê a mão, e quem dá são esses evangélicos. O Reginaldo Moraes, no fim da vida, dizia que a esquerda brasileira tinha uma tradição de ser uma espécie de religião laica. Você organizava as bases, os sindicatos, os partidos e criava comunidades de ajuda mútua e isso foi se perdendo com o tempo. Se acreditou que, pela obra dos próprios trabalhadores, eles criariam esses mecanismos. Por outro lado, esses setores religiosos muitas vezes doutrinam as pessoas, arrumam um emprego, criam um sentido de ajuda. Então, é superimportante ter entidades sindicais ou partidárias que tentem fazer essa aproximação.

NPC: Arrigo conversa com várias manifestações culturais, como as artes plásticas, a música  a própria Editora Boitempo lhe encomendou um playlist de Arrigo. O livro pode render outros frutos? Como uma sugestão de leituras para uma formação militante, um roteiro turístico para São Paulo ou Rio, ou mesmo uma adaptação para o cinema ou teatro?

Marcelo: Eu acho que dá uma minissérie, mas seria muito cara, porque teria que ser filmado em São Paulo, Rio, Recife, Barcelona, Lisboa, Marselha, Paris, depois Santiago do Chile.

NPC: É a primeira vez que a Boitempo faz um playlist de um livro?

Marcelo: Alguém lá teve essa feliz ideia e eu fiz agora mais do que eles pediram. Preparai 14 playlists, cada uma tem mais ou menos uma hora. Tem o Arrigo acadêmico, que é música popular; tem o Arrigo e a República Velha; tem o Arrigo menino com as canções italianas que ele ouvia no tempo da mãe dele no começo do século, e assim por diante. Arrigo na Guerra Civil Espanhola tem mais de uma hora, com canções anarquistas e comunistas dessa época. Depois, tem Arrigo na resistência ao nazifascismo na França, com todas as canções que vêm desde a revolução francesa, canções populares. Tem o Arrigo e as namoradas, o Arrigo e a Aurora, o Arrigo e a Sima, as namoradas principais. Tem outra que é mais geral, o Arrigo sentimental. E ainda o Arrigo na resistência à ditadura, o Arrigo no tempo, com questões tratando da passagem do tempo.

Para acessar a playlist de Arrigo, acesse:

22
Mar23

Yanomami: O sonho tormentoso de Deus

Talis Andrade
Foto: Ricardo Stuckert

 

Em textos poéticos, a angústia frente ao eterno retorno da tragédia dos povos da Amazônia. O Criador vislumbra o impasse da destinação de suas criaturas. Tudo em nome da “poeira brilhante na lama”, como definiu Davi Kopenawa

 

 

O PESADELO DIVINO

Num sonho tormentoso, Deus se vê falando a Motociata e Motosserra, ilustres ninfocidas e guardiãs do recém-criado décimo círculo infernal.

1. Há muito contemplo o caminho que percorreis. Conheço as vossas tramas e os vossos ardis. Bem sei do que sois capazes.

2. Agora, pois, atentai à minha palavra: Eis que ponho inimizade eterna entre vós e os ribeirinhos, e selo convosco uma firme aliança, simbolizada por este anel, feito do mais fino ouro que se pôde extrair da Terra Yanomami.

3. Sem o vosso auxílio e unidade de espírito não se cumpriria tão cedo o plano que ora cogito.

4. Arrependi-me novamente da criação e decidi, de uma vez por todas, extirpar os seres viventes da face da terra.

5. Não posso, porém, renunciar así no más à minha obra, pois, feito o belo Narciso, também ele um ser criado à minha imagem e semelhança, apego-me a tudo aquilo em que me vejo, ainda que mal, espelhado.

6. Por isso, lembrei-me de vós, que formais uma só carne e um só pensamento. 

7. Recordai o mandamento que ditei a vossos pais: crescei e multiplicai-vos!

8. Tomai em vossas mãos aquilo que escapou das minhas. Expandi a vossa atuação até os confins da terra e até o fundo dos mares. E não poupeis o luzeiro menor, dominai-o! E, se puderdes, tratai de ocultar o maior, toldando o firmamento com o vosso admirável arsenal de pestilências.

9. Acreditei uma vez nas virtudes dos filhos de Noé e dos filhos de seus filhos. De todo o coração, apostei na redenção da criatura. Debalde!

10. Fazei, pois, cumprir o meu intento e sereis recompensadas com a incomparável paz do inexistente.

 

 

DOS LEGADOS PATRIÓTICOS

 

Ao yanomami
A anomia

À mídia
O direito à afasia

Ao pastor
A voz da fanfarronice pia

 

20
Mar23

Radicada em Portugal, cantora brasileira Anna Setton lança seu terceiro álbum

Talis Andrade
 
 
 
Anna Setton lança o primeiro álbum após cantar por 14 anos na noite  paulistana | Blog do Mauro Ferreira | G1

“O futuro é mais bonito” é o título do terceiro álbum da artista, lançado no mês passado, em Portugal. Em abril, a cantora e compositora se apresenta em outras capitais europeias.

Capa do novo álbum da cantora e compositora Anna Setton.
Capa do novo álbum da cantora e compositora Anna Setton. © Divulgação
 
 

por Fábia Belémcorrespondente da RFI em Lisboa

Residindo em Portugal desde novembro de 2021, Anna Setton tem quase 20 anos de carreira e três discos gravados. Ela conversou com a RFI sobre seu trabalho mais recente, lançado em fevereiro.

“É um álbum no qual eu resolvi usar um discurso positivo, um discurso leve, um discurso amoroso para chegar às pessoas, para trazer essa energia positiva para as pessoas, esperando, acreditando nesse futuro melhor”, conta.

O novo disco também trata de sua mudança a Portugal e, segundo Anna, "da vontade de falar de futuro". O objetivo era apostar em um trabalho diferente, “onde eu me arriscasse, onde eu experimentasse coisas que eu ainda não tinha experimentado, [que] trouxesse uma modernidade diferente para essa música brasileira clássica que eu gosto e me inspiro”.

A meta da cantora se traduz num trabalho pop contemporâneo e que oferece um caldeirão de ritmos brasileiros. “Tem samba, tem xote, tem um 'roquinho', tem um samba-canção que virou um bolero, tem música com uma clave afro. E é uma música brasileira que se pretende contemporânea”, diz.

A cantora e compositora Anna Setton
A cantora e compositora Anna Setton © Divulgação

 

“O futuro é mais bonito” destaca a cantora e compositora de MPB que também transita por outros estilos, pop, indie e jazz. Essa é uma forma que a artista tem de dialogar “com esses timbres, com essas texturas, com elementos, às vezes uma coisa eletrônica, às vezes um sample, alguma coisa mais moderna”.

Setton sublinha que tudo isso junto leva o álbum “pra esse universo mais pop e mais contemporâneo da música mundial e também da música brasileira.”

Trabalho autoral

Das dez canções do disco, oito são de autoria de Anna Setton com diferentes parceiros.“Foi um desejo desse álbum explorar esse meu lado compositora”, conta.

Gravado no Recife, o disco foi produzido pelos músicos pernambucanos Guilherme Assis e Barro, que aproximou a artista paulista de compositores que já conhecia, mas que não tinha tido a oportunidade de trabalhar junto. "Então, é um álbum que tem bastante dessa rede de artistas e de compositores e músicos de Pernambuco, do Recife”, reitera.

Gosto pela música

Anna contou à RFI que o gosto pela música se revelou cedo, e o ambiente da casa da família contribuiu para isso. “Os meus pais sempre gostaram muito de música, a minha casa sempre foi uma casa muito musical. E meu pai toca um pouco de violão, minha mãe canta. Quando eu fiz 15 anos, eu ganhei meu primeiro violão e comecei a tocar, já comecei a gostar muito, já foi uma identificação grande, comecei a fazer aula, comecei a fazer aula de canto.”

No meio do caminho veio o curso de Relações Internacionais, mas não teve jeito: a música falou mais alto. Logo que se formou, Anna decidiu se dedicar somente à música.

A carreira começou na noite paulistana. Primeiro, a artista cantava em rodas de samba e choro. “Depois eu fui cantar um repertório de jazz, fui cantar em piano bar de hotel, jazz clubs”, lembra.

Quando Anna Setton cantava na noite, o cantor e compositor Toquinho descobriu o talento da jovem artista. “Ele me convidou para fazer alguns shows, gravar o disco que ele estava gravando”.

Como cantora convidada, Anna se apresentou com Toquinho em mais de 200 shows no Brasil, em outros países da América Latina, nos Estados Unidos e na Europa. Foram quase cinco anos trabalhando juntos. “Foi uma parceria longa, onde eu aprendi muito também, foi uma segunda faculdade de música”, recorda.

No mês que vem, a artista volta aos palcos europeus com o novo álbum. Os quatro primeiros shows já marcados vão acontecer em Lisboa, Paris, Bruxelas e Madri.

“Vai ser muito bom poder ser essa brasileira que leva música brasileira pela Europa, por aí, sabe? Então, tô ansiosa, acho que vai ser bom”, prevê a artista.

05
Dez22

Dilma questiona decisão de juíza que negou autoria de ‘Roda Viva’ a Chico: “qual o fundamento?”

Ex-presidenta afirma que a canção “nos despertou” à época da ditadura militar e “ainda inspira”

Talis Andrade

www.brasil247.com -

 

247 - A ex-presidenta Dilma Rousseff questionou, em um texto publicado em suas redes sociais, a decisão da juíza substituta do TJ-RJ, Monica Ribeiro Teixeira, que voltou a negar a autoria da música “Roda Viva” a Chico Buarque, em um processo em que o cantor e compositor processou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL) por utilizar a canção indevidamente.

Na ação, Chico cobra a retirada de sua música da postagem de Eduardo, além de uma indenização de R$ 48 milhões e publicação da sentença condenatória no Instagram. Em 1968, a letra virou inspiração para uma peça de teatro quando o elenco foi espancado pelo regime militar. Para Dilma, a canção “nos despertou” à época e “ainda inspira”.

A ex-presidenta indaga qual seria o intuito da magistrada: “Ignorar o uso indevido que Eduardo Bolsonaro fez da canção? Pois, como justificar que uma música feita para combater a ditadura militar fosse, sem autorização do seu autor, Chico Buarque, utilizada indevidamente em apoio ao fascismo que ele, Eduardo Bolsonaro, representa?”

Leia abaixo a íntegra e ouça a música, que também foi postada por Dilma:

 

Roda Viva" é de Chico Buarque e o testemunho é de muitas gerações

Qual o fundamento da sentença da juíza que concluiu não haver provas de que a música 'Roda Viva' foi escrita pelo nosso grande compositor, músico e poeta Chico Buarque de Holanda? Ignorar o uso indevido que Eduardo Bolsonaro fez da canção? Pois, como justificar que uma música feita para combater a ditadura militar fosse, sem autorização do seu autor, Chico Buarque, utilizada indevidamente em apoio ao fascismo que ele, Eduardo Bolsonaro, representa?

Só negando a autoria a Chico Buarque.

Ou se trata de simples desconhecimento do fato de que uma das músicas mais lindas da história da MPB foi escrita por Chico Buarque em 1967, cantada por ele num festival, premiada com o primeiro lugar e emocionado uma geração inteira de brasileiras e brasileiros? E que todos nós, desta geração e das próximas, podemos nos arrolar como testemunhas da autoria do Chico e da profunda emoção que Roda Viva nos despertou e ainda inspira?

Talvez a juíza substituta do TJRJ, Monica Ribeiro Teixeira, possa alegar como desculpa para ignorar a autoria de Roda Viva o fato de não ter nascido quando a música foi lançada. Mas, neste caso, a dificuldade poderia ter sido rapidamente sanada com uma consulta ao Google e ao Ecad, para descobrir o que o país inteiro já sabe.

Assista a seguir a prova de que a música que encantou o Brasil e continua fundamental até hoje tem como autor um dos maiores compositores brasileiros de todos os tempos: Chico Buarque cantando a SUA Roda Viva no festival da canção, ao ser anunciada a sua vitória:

 

03
Dez22

12 músicas essenciais na cultura brasileira - mas censuradas durante a Ditadura Militar

Talis Andrade

Gil, Chico e a história de um clássico contra a opressão que segue atual -

 

AI-5, ato institucional de 1968, exigia liberação de músicas, filmes e mais previamente à publicação; Chico Buarque, Gilberto Gil, Gal Costa e outros artistas essenciais brasileiros foram reprimidos

 

por Yolanda Reis 

Em 1 de abril de 1964, começou o Regime Militar no Brasil. Uma das maiores lembranças da ditadura é o Ato Instucional nº5 - ou AI-5. Este, de dezembro de 1968, instaurou regras como junção dos poderes legislativo e executivo, toques de recolher, proibição de reuniões não autorizadas e, mais lembrado, a censura da liberdade de expressão.

A arte foi uma das que mais sofreu com as medidas. Depois do AI-5, músicas, filmes, livros, revistas e jornais precisavam de aprovação governamental prévia à publicação. Diversos artistas, vivos até hoje, tiveram canções censuradas. Os motivos iam desde subversão à palavras de grafia errada.

eparamos, abaixo, 10 músicas essenciais da cultura brasileira censuradas durante a ditadura - e explicamos porquê o governo militar não gostava delas:

 

“Cálice” (1973), Chico Buarque e Gilberto Gil

Letra: “Pai, afasta de mim este cálice / De vinho tinto de sangue”

Por quê foi censurada: o refrão, quando falado, vira “afasta de mim este cale-se”. Na folha de censura da Ditadura, aparece, anotado à tinta de caneta: “cale-se, cale-se, cale-se.” Era uma crítica à censura.

 

“Apesar de Você” (1970), Chico Buarque

Letra: “Hoje você é quem manda / Falou, tá falado / Não tem discussão / A minha gente hoje anda / Falando de lado / E olhando pro chão, viu / Você que inventou esse estado / E inventou de inventar / Toda a escuridão / Você que inventou o pecado / Esqueceu-se de inventar / O perdão / Apesar de você / Amanhã há de ser / Outro dia”

Por quê foi censurada: A letra foi aprovada em primeiro momento. Depois de alguns meses, porém, o Tribuna da Imprensa comentou que era como um hino jovem. Reviram, perceberam o significado escondido, censuraram. Inclusive, o militar que a liberara antes foi punido. Buarque, em depoimento, disse que a canção era sobre uma mulher mandona. Não colou. A polícia invandiu a gravadora para destruir todas as cópias - por sorte, esqueceram da matriz, e a música original ainda existe.

 

“Jorge Maravilha” (1973), Chico Buarque

Letra: “E nada como um tempo após um contratempo / Pro meu coração / E não vale a pena ficar, apenas ficar / Chorando, resmungando /  até quando, não, não, não [...] Você não gosta de mim, mas sua filha gosta”

Por quê foi censurada: Depois de lançar “Apesar de Você”, Chico Buarque tinha todas as músicas automaticamente “interditadas”. Inventou o pseudônimo Julinho da Adelaide. Lançou, sob ele, “Jorge Maravilha”. Inicialmente aprovada, foi censurada quando o Jornal Brasil dedurou o músico. A partir disso, todas as composições submetidas ao governo precisavam ser acompanhadas pelo RG e CPF do compositor.

Acredita-se que a música seja uma provocação direta ao então presidente Ernesto Geisel, pois Amália Lucy, filha dele, declarou publicamente amar Chico Buarque. O músico nega: conta uma história da vez que foi preso e levado ao DOPS, e um policial pediu um autógrafo para a filha, pois esta o adorava.

 

“Tiro Ao Álvaro” e “Um Samba no Bexiga” (1973), Adoniran Barbosa 

Letra: “Meu coração até parece / Táuba de tiro ao álvaro [...] Teu olha mata mais / Que atropelamento de automover / Mata mais que / Bala de revorve.” (“Tiro ao Álvaro”)

“Domingo nois fummo num samba no Bexiga / Na Rua Major, na casa do Nicola / À mezzanotte o'clock / Saiu uma baita duma briga / Era só pizza que avuava junto com as braciola.” ("Um Samba no Bexiga")

Por quê foi censurada: Aparentemente, “falta de gosto”, como diz a anotação da folha de análise do governo. As palavras erradas eram típicas da persona de Adoniran, um homem simples dos subúrbios de São Paulo. Naquele mesmo ano, foram vetadas outras três composições do músico: “Casamento de Moacir”, “Despejo na Favela” e “Já fui uma Brasa”.

 

"Pra não dizer que não falei das flores" (1968), Geraldo Vandré

Letra: “Caminhando e cantando / E Seguindo a canção / Somos todos iguais / Braços dados ou não [...] Vem, vamos embora / Que esperar não é saber / Quem sabe faz a hora / Não espera acontecer [...] Há soldados armados, amados ou não / Quase todos perdidos de armas na mão / Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição / De morrer pela pátria e viver sem razão".”

Por quê foi censurada: A música fala de movimentação, resistência, não conformidade. Não demorou para virar hino de resistência à Ditadura Militar. A primeira censura foi na apresentação dela em um programa da TV Globo. Não recebeu o lugar de melhor canção a mando do governo. Depois, proibida oficialmente por “ofensas” ao exército. Em 2009, foi eleita pela Rolling Stone Brasil uma das 100 Maiores Músicas Brasileirasde todos os tempos.

 

“Uma Vida Só (Pare de Tomar a Pílula)” (1973), Odair José

Letra: “Pare de tomar a pílula”

Por quê foi censurada: Fanfarrão e piadista, Odair José teve diversas faixas censuradas: “Vou Tirar Você Desse Lugar“, “Deixe Essa Vergonha de Lado”, “Cristo, Quem é Você?”, “Vou Morar Com Ela” e “Pare de Tomar a Pílula”. O motivo era que as letras, todas em tom de brincadeira, falavam sobre sexo - e iam contra a moral e bons costumes. 

 

“Hoje É Dia de El-Rey” (1973), Milton Nascimento e Dorival Caymmi

Letra: “Filho, meu ódio você tem / Mas El Rey quer viver só de amor / Sem clarins sem mais tambor/ Vá dizer: nosso dia é de amor /  [Filho:] Juntai as muitas mentiras / jogai os soldados na rua / nada sabeis desta terra / hoje é o dia da lua / Leva daqui tuas armas / então cantar poderia / mas nos teus campos de guerra / hoje morreu poesia.”

Por quê foi censurada: A música mostra uma conversa do Filho, que não gosta do rei, e do Pai, que acredita ser El Rey ser de amor. “Conteúdo nitidamente político,” julgou o censor da Ditadura. 

 

“Cruel Cruel Esquizofrenético Blues“ e “Ela Quer Morar Comigo na Lua”, (1982), Blitz

Letra: “Esse vazio idiota que te consome/E some com a tua paz / Que se foi como aquela empregada radical / Que você mandou embora numa cena feia / Depois da ceia na noite de Natal / Só porque ela pegou no peru do seu marido” (“Cruel Cruel Esquizofrenético Blues”)

“Ela diz que eu ando bundando” (“Ela Quer Morar Comigo na Lua”)

 

“Vaca Profana” (1984), Caetano Veloso 

Letra: “Dona das divinas tetas / Derrama o leite bom na minha cara / E o leite mau na cara dos caretas”

Por quê foi censurada: Considerada de mau gosto, tanto pelo título, quanto pelo conteúdo. Feriam a moral e bons costumes dos brasileiros.

 

“Opinião” (1964), Zé Keti

Letra: “Podem me prender / Podem me bater / Podem, até deixar-me sem comer / Que eu não mudo de opinião / Daqui do morro / Eu não saio, não”

Por quê foi censurada: Canção de anos antes do AI-5, foi censurada em 1968. A letra é composição contra a ideia do governo de derrubar as favelas; virou, porém, palavras de resistência. Em 1970, Zé Keti a regravou.

02
Dez22

Quem canta Caetano a ditadura militar espanta (letra e música)

Talis Andrade

Vaca | Humor Político – Rir pra não chorar | Página: 2

 

Vaca profana
 
Caetano Veloso
 
 
 
 
02
Dez22

Quem canta Sérgio Sampaio a ditadura militar espanta (letra e música)

Talis Andrade

ditadura 6.jpeg

 

Eu Quero é Botar Meu Bloco na Rua
 
Sérgio Sampaio
 
27
Nov22

Em decisão pró-Eduardo Bolsonaro, juíza duvida que Chico Buarque é autor de ‘Roda viva’

Talis Andrade

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Chico Buarque processa deputado, mas decisão diz que não há comprovação que música é dele

 

247 -  A juíza substituta do 6º Juizado Especial Cível da Comarca de Capital Lagoa, Monica Ribeiro Teixeira, indeferiu o pedido de Chico Buarque, que processou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por usar a canção “Roda Viva” como trilha sonora em post nas redes sociais.

Na decisão pró-Eduardo Bolsonaro, a juíza diz que falta comprovação que a música é mesmo de Chico Buarque. A informação é da coluna de Ancelmo Gois, em O Globo.

Segundo a juíza, há “ausência de documento indispensável à propositura da demanda, qual seja, documento hábil a comprovar os direitos autorais do requerente sobre a canção ‘Roda Viva’”.

Roda Viva. de 1967, é uma das músicas mais regravadas de Chico. "Em se tratando de direitos autorais, não há que se falar na necessidade de apresentação de registro para que se pleiteie a sua proteção em qualquer esfera", explicou o advogado de Chico Buarque, João Tancredo, que recorreu da decisão da juíza.

Na postagem, Eduardo exibia imagens de bolsonaristas processados por atos antidemocráticos, com a legenda: "O Brasil está sob censura. Numa ditadura a 1º a morrer é a liberdade de expressão/imprensa".

Por ser o autor da canção, o cantor e compositor pedia que Bolsonaro retirasse do ar a publicação.
 

Tem dias que a gente se senteComo quem partiu ou morreuA gente estancou de repenteOu foi o mundo então que cresceuA gente quer ter voz ativaNo nosso destino mandarMas eis que chega a roda-vivaE carrega o destino pra lá
 
Roda mundo, roda-giganteRodamoinho, roda piãoO tempo rodou num instanteNas voltas do meu coração
 
A gente vai contra a correnteAté não poder resistirNa volta do barco é que senteO quanto deixou de cumprirFaz tempo que a gente cultivaA mais linda roseira que háMas eis que chega a roda-vivaE carrega a roseira pra lá
 
Roda mundo, roda-giganteRodamoinho, roda piãoO tempo rodou num instanteNas voltas do meu coração
 
A roda da saia, a mulataNão quer mais rodar, não senhorNão posso fazer serenataA roda de samba acabouA gente toma a iniciativaViola na rua, a cantarMas eis que chega a roda-vivaE carrega a viola pra lá
 
Roda mundo, roda-giganteRodamoinho, roda piãoO tempo rodou num instanteNas voltas do meu coração
 
O samba, a viola, a roseiraUm dia a fogueira queimouFoi tudo ilusão passageiraQue a brisa primeira levouNo peito a saudade cativaFaz força pro tempo pararMas eis que chega a roda-vivaE carrega a saudade pra lá
 
Roda mundo, roda-giganteRodamoinho, roda piãoO tempo rodou num instanteNas voltas do meu coração
 
Roda mundo, roda-giganteRodamoinho, roda piãoO tempo rodou num instanteNas voltas do meu coração
 
Roda mundo, roda-giganteRodamoinho, roda piãoO tempo rodou num instanteNas voltas do meu coração
10
Nov22

Gal Costa: Imprensa internacional repercute morte da cantora

Talis Andrade

CorreioO DiaCorreio BrazilienseDiario de PernambucoFolha de PernambucoA Tarde

A morte repentina de Gal Costa, na manhã desta quarta-feira, 09 de novembro, pegou a todos de surpresa. Uma das maiores cantoras do Brasil, já deixa saudade e é homenageada por famosos, amigos e imprensa. E não é somente a imprensa brasileira: a morte de Gal repercutiu internacionalmente, virando manchete de várias publicações pelo mundo, como Itália, Paraguai, Portugal, Argentina, entre outros

Gilberto Gil
@gilbertogil
“Não mais um sim um não, um sul, um norte
O sonho dessa canção passageira
Mochila da viagem passageira
Passagem nessa vida passageira
Para uma vida ainda passageira"
 
de Gil para Gal, "Viagem Passageira"

 

31
Out22

O povo unido jamais será vencido (vídeo música)

Talis Andrade

O Povo Unido Jamais Será Vencido - Clipe Completo - YouTubeVídeo: 'El pueblo unido jamás será vencido'

por Sérgio Ortega Quilapayun

 

 

De pé, cantar, que vamos triunfar

Avançam já bandeiras de unidade

Já vão crescendo brados de vitória

E tu verás teu canto e bandeira, florescer

A luz de um rubro amanhecer,

Milhões de braços fazendo a nova história.

 

De pé, marchar, que o povo vai triunfar

Agora já ninguém nos vencerá

Nada pode quebrar nossa vontade

E num clamor mil vozes de combate nascerão

Dirão, canção de liberdade;

Será melhor a vida que virá.

 

E agora, o povo ergue-se e luta

Com voz de gigante, gritando avante

 

O povo unido jamais será vencido…

 

O povo está forjando a unidade

De norte a sul, na mina e no trigal

Somos do campo, da aldeia e da cidade

Lutamos unidos pelo nosso ideal, sulcando

Rios de luz, paz e fraternidade

Aurora rubra serás realidade

 

De pé, cantar, que o povo vai triunfar

Milhões de punhos impõem a verdade

De aço são, ardente batalhão

E as suas mãos levando a justiça e a razão

Mulher, com fogo e com valor

Estás aqui junto ao trabalhador.

 

E agora, o povo ergue-se e luta

Com voz de gigante, gritando avante

 

O povo unido jamais será vencido

 

- - -

Adaptação Luís Cíli

Sob a regência do maestro Joaquim França, o Coletivo Consciente de Orquestra e Coro, de Brasília, interpreta a versão em português da antológica canção chilena “El pueblo unido jamás será vencido”. O clipe “O povo unido jamais será vencido” foi feito pela Trupe do Filme. Captação e mix de som foi de Afrânio Pereira.

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