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A banda de punk rock paulista Garotos Podres divulgou nesta sexta-feira, 28, apoio ao festival de punk "Facada Fest", que acontecerá em Belém. O festival está sendo investigado pela Polícia Federal por divulgar cartazes satirizando Jair Bolsonaro.
![Cartaz Garotos Podres]()
O festival, realizado com esse nome em Belém desde 2017, começou a ganhar notoriedade no ano passado. O cartaz de 2019 trazia a imagem do palhaço Bozo ornado com uma faixa presidencial e empalado por um lápis.
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No Carnaval deste ano de 2020, um folião de rua saiu fantasiado de Bolsonaro, dando vida ao cartaz.
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Em outro desenho, Bolsonaro era representado com um bigode semelhante ao de Adolf Hitler, vestindo uma cueca da bandeira dos Estados Unidos e vomitando fezes sobre uma floresta em chamas.
![(Foto: Divulgação)]()
A “Facada Fest” foi parar nos trending topics (assuntos mais comentados) do Twitter nesta sexta-feira (28). A jornalista Mônica Bergamo chamou o fato de “sucesso”.
Sheherazade publicou as ilustrações do grupo punk contra Bolsonaro e ironizou: “peço que não retuítem, pela honra do nosso presidente” (leia mais no Brasil 247).
O ministro da Segurança Pública Sergio Moro pediu a abertura de inquérito contra 4 integrantes de 1 coletivo punk de Belém (PA). Eles são organizadores do festival de música “Facada Fest”.
Um dos cartazes mostra o palhaço Bozo morto com 1 lápis enfiado na garganta; outro, 1 índio segurando a cabeça de Bolsonaro, em cuja testa há uma suástica; e o 3º, uma caricatura do presidente com detalhes que remetem ao líder nazista Adolf Hitler, vomitando fezes sobre uma floresta. O coletivo será investigado por crime contra a honra de Bolsonaro e apologia ao homicídio.
O despacho de Moro também argumenta que a imagem do palhaço empalhado é uma “clara apologia ao atentado criminoso sofrido por Jair Messias Bolsonaro durante a campanha eleitoral, que quase tirou sua vida”.
Por meio de nota, o ministro disse que a necessidade de investigação foi apontada pela consultoria jurídica e que, agora, cabe ao Ministério Público e à Polícia Federal elucidar os fatos e, “se for o caso, oferecer ação penal”. Segundo a Folha de S.Paulo, o grupo, composto por membros de bandas de rock, foi interrogado nesta 5ª feira (27.fev.2020).
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Em nota divulgada pelo coletivo, eles apontam a investigação como uma tentativa de censura. “Com tantos problemas ocorrendo neste momento no país —motim das polícias militares, degradação ambiental na Amazônia e os indícios cada vez mais fortes de ligações entre políticos e milicianos—, causa-nos espanto o uso do aparato judicial e policial de nosso país na repressão de 1 festival de música. Criminalizando a atividade artística e a liberdade de expressão, garantidas pela Constituição de 1988, a Constituição Cidadã”, diz o texto.
O festival existe desde 2017, já com o nome de Facada Fest. No ano passado, deveria ter sido em Belém, mas foi impedido pela Polícia Militar sob justificativa de que a festa não tinha alvará. O evento também já foi realizado em Marabá (PA).
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Imitando o pai, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) partiu para o ataque contra as jornalistas Rachel Sheherazade e Mônica Bergamo, nesta sexta-feira. Elas ironizaram o pedido de inquérito do ministro da Justiça, Sergio Moro, contra artistas punk de Belém (PA).
“Os mesmos que nos acusam de intolerantes e ditatoriais estimulam deliberadamente uma próxima tentativa de assassinato contra meu pai. Não se trata de apoio ou não ao presidente, de respeitá-lo ou não. Aqui estamos na esfera criminal e não na de debate político. Teucu é pouco!”, escreveu o parlamentar, que é escrivão de polícia, no Twitter.
Com a mensagem, Eduardo insinua que o grupo de punks criou o festival por conta da “facada” de Bolsonaro durante a campanha de 2018. O festival, no entanto, acontece desde 2017, antes do episódio.