Colunista observou que a vida de Moro foi salva por conta da atuação da PF como uma instituição de Estado
247 -O colunista do portalUOLJosias de Souza considerou o plano do senador Sergio Moro para combater organizações criminosas como "inútil". A iniciativa foi anunciada pelo ex-juiz suspeito no Senado após ser divulgado que ele foijurado de morte pelo Primeiro Comando da Capital (PCC).
"Salvo pelo setor de inteligência, Moro escalou a tribuna do Senado para defender o uso da força", diz o jornalista.
"Foi a primeira oportunidade de Moro para exibir alguma serventia como parlamentar. Revelou-se inútil. Não notou que a força se torna impotente quando falta método e jeito no combate ao crime organizado", prossegue.
Josias observou ainda que a vida de Moro foi salva por conta da atuação da Polícia Federal como uma instituição de Estado, "não de um governo presidido pelo principal antagonista do alvo dos criminosos".
"Valendo-se da inteligência, o MP paulista interceptou mensagens do PCC e escutou uma testemunha. Farejou dois planos do braço operacional da facção, chamado de Sintonia Restrita. O Plano A previa a libertação do chefão Marcola. O Plano B envolvia homicídios e extorsão mediante sequestro. Ambos foram desbaratados. Quando o nome de Moro e dos seus familiares surgiram na investigação, a PF exibiu comportamento de mostruário".
O colunista do UOL Reinaldo Azevedo comentou no UOL News que não faz sentido relacionar a fala do presidente Lula (PT) em querer se vingar do senador Sergio Moro (União Brasil-PR) às ameaças que o parlamentar sofreu da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Associar essa operação àquilo que Lula disse ontem é uma barbaridade, não se sustenta. A exploração política será feita e indica que o Palácio do Planalto precisa tomar mais cuidado com entrevistas".
O ex-juiz e senador Sergio Moro era um dos alvos do PCC, que pretendia realizar ataques contra servidores públicos e autoridades.
O que aconteceu:
Ao menos nove pessoas já foram presas, todas no estado de São Paulo.
Além do senador, o promotor Lincoln Gakiya, do Ministério Público de São Paulo, também era um dos alvos do grupo; o MP-SP também auxiliou na operação de hoje.
"Foi investigado e identificado um plano de homicídios contra vários agentes públicos", escreveu o ministro da Justiça, Flávio Dino, nas redes sociais.
O que aconteceu:
Extorsão mediante sequestro também era uma das ações planejadas pelo grupo criminoso, segundo a PF.
Os principais investigados se encontram nos estados de São Paulo e Paraná, diz a PF. Um esconderijo do PCC foi encontrado pela corporação em São José dos Pinhais (PR).
Alvos da operação Sequaz estão também em Rondônia, Distrito Federal e Mato Grosso do Sul.
Uma fala de Randolfe Rodrigues (Rede-AP) sobre autonomia da Polícia Federal vem irritando bolsonaristas nas redes sociais. Nesta quarta-feira (22), o senador, frente a frente com Sergio Moro (UB-PR) no plenário do Senado, prestou solidariedade ao ex-juiz pelas ameaças que ele vinha sofrendo no âmbito de um plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) para matá-lo e que foi desarticulado após operação da Polícia Federal (PF), mas fez questão de relembrar que a instituição só pôde proteger o ex-juiz por ter sua autonomia garantida, vilipendiada no governo Bolsonaro, para qual Moro trabalhou como ministro da Justiça.
Apesar de ter sido sob o governo Lula e com Flávio Dino à frente do Ministério da Justiça que a PF deflagrou a operação que prendeu membros do PCC ligados ao plano de atentado, a extrema direita vem tentado associar as ameaças ao presidente pela fala, feita em entrevista na terça-feira (21), dando conta de que, quando estava preso, dizia que só ficaria bem após "foder" Moro.
O próprio Moro, que já sabia das investigações da PF contra a organização criminosa que planejava o atacar, tentou, indiretamente, associar Lula ao caso, antes mesmo da operação policial vir à tona. Em entrevista à CNN na noite de terça-feira (21), disse que a declaração de Lula rememorando seus tempos de prisão "gera risco" para ele e sua família.
Em seu discurso no Senado, Randolfe trouxe esses fatos à tona.
"É importante colocar as coisas no seu devido lugar. O presidente Lula não tem 90 dias de governo. O PCC não foi fundado agora. O plano para matar vossa excelência [Moro] não foi arquitetado nesses 3 meses, foi de antes. Vossa excelência [Moro], já ao assumir o mandato, foram tomadas providências, e vossa excelência tinha conhecimento das providências de investigações que estavam em curso pela Polícia Federal", declarou.
Na sequência, Randolfe começou a relembrar de como funcionava a Polícia Federal no governo Bolsonaro - fala que vem irritando bolsonaristas e o próprio Moro, que reagiu às declarações de seu colega de Senado através do Twitter.
"Ainda bem que voltamos a ter no Brasil uma Polícia Federal que é instituição do Estado brasileiro, que não aceita interferência política. Aliás, senador Moro, interferência política que outrora foi denunciada pelo senhor. Dia 24 de abril de 2020, vossa excelência se lembra, pediu demissão do Ministério da Justiça, e o que disse: ’falei para o presidente que seria uma interferência política’, e ele disse ’seria mesmo’. Palavras suas. Esse tempo de Polícia Federal que o senhor viveu, que teve interferência política politica sobre ela, acabou. A Polícia Federal voltou a ser instituição de Estado. Crimes, seja contra quem for, seja contra os que tentaram armar contra o presidente no dia de sua posse, seja os crimes contra vossa excelência, conhecido opositor do governo federal, serão desbaratados e os criminosos irão pra cadeia".
Randolfe prosseguiu dando ainda mais detalhes sobre como as interferências na PF durante o governo Bolsonaro impediram as investigações de chegarem até o mandante do assassinato de Marielle Franco e sentenciando que é justamente a volta da autonomia na corporação, sob o governo Lula, que impediu o assassinado do ex-juiz.
"A obrigação do Estado de proteger está sendo cumprida, obrigação essa que, lamentavelmente, não foi cumprida pela PF para garantir a continuidade das investigações sobre o assassinato de um miliciano chamado Adriano da Nóbrega, que foi assassinado e, depois, naquela época, o governo de então, o Ministério da Justiça de então, resolveu não estourar investigações. O caso Adriano da Nóbrega e os esquemas milicianos que poderiam chegar a quem mandou matar Marielle não teve essa sorte porque teve interferência política na Polícia Federal", pontuou.
"Esse tempo do Estado sob ataque acabou porque não temos mais um presidente da República que fica advogando para as pessoas pessoas se jogarem ao vírus. Não teemos mais um presidente que quer corromper e usurpar o Estado Democrático de Direito todos os dias. O tempo de intervenção na PF ainda bem que passou, porque é só esse tempo novo que possibilita que o PCC agora seja desbaratado e que, inclusive, opositores ao presidente sejam protegidos", finalizou.
Joaquim de Carvalho e Sergio Moro (Foto: Brasil 247 | Marcos Oliveira/Agência Senado)
"Estão criando um falso mártir. Não é exagero. Não havia nenhum motivo para a facção criminosa matar o Moro", diz jornalista
247 -O jornalista Joaquim de Carvalho afirmou, em participação naTV 247desta quinta-feira (23), que a grande imprensa quer fazer do senador e ex-juiz suspeito Sergio Moro (União Brasil-PR) um “mártir” em função de estar nos planos de uma facção criminosa, o PCC, que visava sequestrar e assassinar autoridades e servidores públicos.
“Depois da imprensa criar o falso herói vão criar o falso mártir. Estão criando um falso mártir. Não é exagero. Não havia nenhum motivo para a facção criminosa matar o Moro. Motivo não havia. Não foi ele o responsável pela decisão [que transferiu líderes de fações crimonosas para presídios federais]e o próprio Moro quando era corregedor dos presídios em Catanduvas, 2007. Catanduvas foi o primeiro presídio federal construído no governo Lula, de segurança máxima. O repórter José Maschio, da Folha de São Paulo, fez uma matéria sobre o caos que havia em Catanduvas sob a corregedoria do Moro. Havia regalias dos presos”, disse.
Ainda segundo ele, “o Moro não foi inimigo de facção criminosa quando corregedor e nem foi quando foi ministro da Justiça. Quem efetivamente enfrentou a facção criminosa foi opromotor Lincoln Gakiya, que é promotor de Presidente Prudente. Ele pediu a transferência do Marcola [líder da facção criminosa PCC] para um presídio federal e o Moro apenas cumpriu”.
“Ele não é mártir. Não houve efetivamente uma ação contra ele. O que tem são imagens que podem ser, por exemplo, mostraram uma parede que poderia ser um cativeiro lá em São José dos Pinhais, quebrando, e aquilo parece muito mais um depósito de armas. Então, estão criando cenas, imagens, para mostrar de novo ‘olha este é o falso mártir’”, completou.