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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

24
Nov22

O compromisso democrático

Talis Andrade

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Da frente única antipetista à frente ampla com Lula: o resgate democrático do Planalto

 

por Marcus Ianoni /A Terra É Redonda

Como várias análises reconhecem, a eleição presidencial de 2022 marca uma virada no processo político de regressão democrática que estava em curso no Brasil, sobretudo, desde 2016, com a deposição da ex-presidente Dilma Rousseff. A principal variável nova, resultante das urnas, é a sinalização de que a cambaleante democracia brasileira passa a recuperar o vigor capaz de reverter a trajetória de decadência a que havia sido jogada, em especial, pelo bolsonarismo, movimento de perfil neofascista, que colonizou várias instituições do Estado nos últimos quatro anos e instaurou o caos na sociedade.

A eleição de Lula apoiou-se, desde o primeiro turno, em uma coalizão qualificada como sendo de frente ampla, pelo seu propósito de unir partidos e atores sociais até então adversários em torno do resgate democrático do governo federal e da nação. Dez partidos compuseram a coligação registrada no TSE: Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV), PSB, Federação PSOL Rede, Solidariedade, Avante, Agir e PROS. O PCO também apoiou Lula desde o início. No segundo turno, juntaram-se mais 4 agremiações – PDT, Cidadania, PCB e PSTU –, totalizando 15 partidos.

Além disso, o líder petista contou com o sólido apoio da candidata presidencial e senadora do MDB, a senadora Simone Tebet, assim como o PSDB e o União Brasil liberaram seus diretórios para apoiarem quem quisessem. Em São Paulo e Pernambuco, por exemplo, o PSDB fez o L. Nove ex-presidenciáveis apoiaram Lula no segundo turno, entre os quais Fernando Henrique Cardoso. Agora, com o governo de transição em atuação, o MDB oficializou sua participação nessa etapa-chave e indicou mais três de seus quadros, além da senadora já integrada.

De novembro de 2019, quando saiu da prisão, até 30 de outubro de 2022, Lula, líder popular e carismático, transformou veto em voto e em aliados. Converteu em voto na frente ampla o veto que recebeu em 2018, quando, em contexto de extremado antipetismo e lawfare, foi preso e impedido de concorrer ao pleito. Na ocasião, os liberais se uniram em frente única contra o PT, contra a esquerda. Desde meados deste ano que finda, uma das principais novidades da conjuntura foi a ruptura de uma parcela das lideranças políticas e sociais liberais com a transigência em relação ao autoritarismo bolsonarista, evidenciada, já antes do pleito, em iniciativas como a Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito! A locomotiva desta ruptura foi a chapa Lula-Alckmin, que PSB e PT formalizaram desde abril-maio.

Não é pouca coisa, muito pelo contrário, o país ter transitado da frente única antipetista à frente ampla com Lula, após transitar na corrosão democrática aberta pelo golpe de Estado de 2016 e aprofundada no (des)governo de Jair Bolsonaro, que, entre outros, não passou pelo teste da crise da pandemia, que também contagiou a economia, maltratada pelo negacionismo sanitário, por Paulo Guedes, pela sede de reeleição do capitão, pelo orçamento secreto do centrão etc.

As situações de crise são propícias a mudanças em três elementos-chave extraídos da análise do conceito de Estado: regime político, políticas públicas e coalizões. Regime refere-se às regras do jogo político institucional, à formação e troca do governo e à sua duração, às liberdades e direitos existentes ou não etc. As políticas públicas dizem respeito às propostas e decisões governamentais sobre temas de interesse público, destacando-se, obviamente, o tema da economia, pelo seu impacto na renda dos trabalhadores, das firmas e do próprio Estado.

Por fim, seja para decidir sobre as regras político-institucionais ou sobre as políticas públicas, os agentes do Estado (políticos e burocracia de carreira) precisam de apoio, que advém de coalizões, no sentido amplo do termo. Um partido, por si só, é uma coalizão entre atores, eleitores, grupos sociais etc, constituída tanto formal quanto informalmente. Não raro, partidos coalizam-se entre si. Examinando as coalizões em perspectiva ampliada, elas são político-institucionais e sociopolíticas. Os executivos, parlamentos e partidos não são ilhas à parte do mercado e da sociedade.

A história mostra que o compromisso democrático dos atores é uma barreira contra a autocratização e assim se deu nessa eleição presidencial no Brasil. Na Grande Depressão, Hitler, após se eleger, em 1932, pressionou exitosamente o presidente Hindenburg, com o apoio ativo da grande burguesia, para ser nomeado Chanceler da Alemanha, em um contexto de divisão entre a social-democracia e o Partido Comunista, devido à recusa da unidade dessas organizações dos trabalhadores pela Terceira Internacional, já controlada pelo stalinismo. Assim se abriu o caminho para a frente única fascista.

Nessa mesma grande crise, a coalizão do New Deal, costurada em torno do presidente Roosevelt e dos Democratas, conciliou demandas de grandes empresários urbanos e rurais e dos trabalhadores, que tiveram seus direitos reconhecidos (organização sindical, barganha e ação coletivas, seguridade social). Nessa mesma crise, enquanto no Brasil desenrolava-se o processo político da Revolução de 1930, formou-se no Reino Unido, em 1931, o inusitado Governo Nacional, uma coalizão entre o Labour, os Tories e os Liberais, que durou até 1940 e causou um impacto político-institucional democratizante, respaldado pelo big business, mas que não bloqueou algumas conquistas relevantes dos trabalhadores, como o Holidays with Pay Act 1938, que garantiu as férias remuneradas, só abolidas pelo Statute Law (Repeals) Act 2004, no governo de Tony Blair.

No Brasil do pós-guerra, fatores externos e internos – nesse caso, pode-se destacar o Manifesto dos Mineiros e o próprio fato do país, então, ser uma ditadura que lutara na trincheira dos Aliados – reconfiguraram, por meio de pressões civis e militares, a relação de forças e conduziram Vargas à renúncia, abrindo-se a democracia populista.

A crise do capitalismo neoliberal, aberta na Grande Recessão (2007-2008) e desdobrada na crise da dívida europeia e na desaceleração dos países emergentes, foi e tem sido o esteio de diversas modalidades de autocratização, inclusive de perfil neofascista, como se pode conceber o trumpismo e o bolsonarismo. O desempenho ruim ou insatisfatório da economia, a austeridade fiscal e o correlato aumento da desigualdade alimentam a emergência, em vários países, inclusive na Europa, de lideranças políticas conservadoras e autoritárias, que sustentam discursos xenófobos, racistas, de exclusão dos estrangeiros, eurocépticos, nacionalistas, anti-imigrantes, anti-islâmicos, misóginos e assim por diante.

Trata-se da busca de uma saída para a crise do capitalismo neoliberal, uma alternativa que é, por um lado, socialmente restritiva, em termos de políticas públicas e, por outro, politicamente contrária ao regime da soberania popular, mas que, dado o apelo normativo do poder do povo, almeja uma legitimidade de massas para o autoritarismo: America First, Nós somos a maioria etc.

Note-se que, no contexto da crise da dívida europeia, o UK Independence Party (UKIP) cresceu no Reino Unido, onde também surgiram alguns líderes fascistas, como Nick Griffin, do British National Party, ocorreu a vitória do Brexit em 2016 etc. Na Alemanha, o neonazismo emergiu, sobretudo com o Alternativa para a Alemanha (AfD), criado em 2013. Porém, nesses dois países, apesar da gritaria de alguns grupos de extrema direita, o pacto democrático bloqueou seu desenvolvimento, ao passo que, nos EUA e no Brasil, a democracia foi colocada em risco. Na Alemanha, destacam-se, nesse período, vários governos de grande coalizão entre CDU/CSU e SPD.

Em todos os exemplos acima mencionados, as crises rearranjaram as três variáveis do Estado: regime, produção de políticas públicas e coalizão de sustentação. Nem sempre a mudança é de regime. Pode haver mudança no regime, ou seja, mais ou menos democracia ou autoritarismo. No rearranjo do Estado, tendem a mudar e mudam também o leque de políticas públicas e as coalizões. Nas políticas públicas, nem sempre a mudança é de paradigma, como no caso da passagem da ortodoxia neoclássica para o keynesianismo, na grande depressão. Nos governos de Lula (2003-2010), por exemplo, a política macroeconômica flexibilizou o tripé (metas de inflação e de superávit primário e câmbio flutuante), sem romper com ele.

Apesar do marco político que a vitória de Lula representa, a extrema direita mostrou força social e partidária. Sua representação no Congresso conquistou um relativo aumento, capitaneado pelo PL, embora a Federação Brasil da Esperança também tenha crescido, ainda que menos. A vitória eleitoral da frente ampla possui grande significado, mas foi apertada, suada, difícil. Em todo o caso, a vontade da maioria dos eleitores apontou para a reconstrução da democracia e da economia.

O desafio é que a frente ampla alavanque a transição, a retomada gradual do desenvolvimento político, econômico e social do país. É um desafio imenso, dado o contexto internacional desfavorável, o caráter heterogêneo e eclético da coalizão ampliada em construção, a avareza e irracionalidade do mercado e, entre outros, o fato de que a polarização da extrema-direita contra os democratas não está dando sinais de trégua, haja vista as ocupações de rodovias e as demandas golpistas dirigidas aos quartéis e patrocinadas por empresários, o messianismo apocalíptico atribuído ao futuro governo etc.

Mesmo assim, a sustentação da democracia requer desempenho. Por sorte, Lula é um animal político e não há hoje no Brasil nenhum líder mais capacitado que ele para exercer a arte da política democrática no sentido de colocar a frente ampla a serviço da nação como um todo, e não da plutocracia, como fez a coalizão bolsonarista, altamente elitista. O espaço aberto para a ação política de envergadura nacionalmente ampliada é a grande vitória que as forças civilizadas e progressistas conquistaram, após aprenderem tragicamente que a unidade dos liberais em torno do autoritarismo significou sinal vermelho para a democracia.

Na verdade, a eleição presidencial mostrou que o sinal verde para a democracia neste país politicamente polarizado é vermelho, ou melhor, rosa. O Brasil está ingressando na Segunda Onda Rosa da América Latina.

 

12
Nov22

Um Teto de Gastos para um país de Sem Teto

Talis Andrade

 

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A Direita deu um bom Pé no traseiro do povo e do país, impondo esse "Teto de gastos" massacrante

 

 

Por Hildegard Angel /247

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Tentaram dar o golpe em Lula de várias maneiras. Primeiro, o prenderam. Solto e candidato, montaram um esquema inédito no mundo de compra de votos e de aliados, através de "orçamento secreto". 

Divulgaram fake news na internet, bombardearam Lula de todo jeito.  Aparelharam as instituições do Estado, capturaram a AGU. Convocaram uma "guerra santa" contra Lula, o demônio vivo. Adubaram  o nazismo, o fascismo, o racismo, a misoginia, todos os preconceitos. Criaram uma absurda realidade paralela. 

Legalizaram as armas e estimularam seu uso, até por crianças, com cidadãos detendo em casa poderosos arsenais. Empoderaram o crime, as milícias, as invasões, as devastações, os agrotóxicos venenosos, o garimpo ilegal, os agressores de mulheres, os pedófilos. 

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Pintaram a educação, a cultura, a ciência, como inimigas do povo. Promoveram a morte. Cortaram os programas sociais. Instalaram pânico na classe média com um hipotético "comunismo". Demonizaram a cor vermelha. Sequestraram a Bandeira Nacional. 

Nada disso foi suficiente para impedir a vitória de Lula. A vontade do povo se impôs,   soberana. Derrotados, agora se comportam como vencedores no pódio, e querem impor ministérios, pautas, a condução da economia. Tentam atrapalhar, não o governo, mas a mera transição para o governo Lula. 

Feras tresloucadas, dentes arreganhados, babam fúria, acostumadas a sempre prevalecer, e usam como bravio cão de guarda a grande mídia nacional.

Hoje, a irônica lembrança: ao ser decretada em 1888 a Abolição da Escravatura, a Bolsa de Valões do Brasil caiu! Comprovado está que seus índices se regem e desde sempre se regeram pelo humor do "mercado", e não pelo desempenho da economia.

 

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Memórias do mercado financeiro brasileiro (Photo: Reprodução)

 

A cada dia, o "Teto de gastos" mais achata os "moradores" do país. É chegado enfim o dia em que o país e o povo só conseguem sobreviver agachados, arrastando-se pelo chão, sob o peso cada vez maior desse "Teto",  que, tal qual máquina medieval de tortura, espreme o infeliz sacrificado, como se faz a um carro desovado num ferro velho.

 

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Nota da Hemeroteca da Biblioteca Nacional: "Mercado apreensivo com a abolição da escravatura". "O capital se retrai", notícia de 1884. (Photo: Reprodução)

 

Não à toa, a altura dos tetos das construções  é medida pelo "pé direito". A Direita deu um bom Pé no traseiro do povo e do país, impondo esse "Teto de gastos" massacrante, que promove a destruição de décadas de conquistas e realizações no país, impedindo investimentos até no que há de mais básico, na sua infraestrutura; promovendo a fome para milhões de Sem Comida e Sem Teto.

 

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O GLOBO, abril de 1962: "Mercado preocupado com a implementação de um 13º sal: a medida teria cunho meramente eleitoreiro" (Photo: Reprodução)

 

Memoráveis os discursos no Congresso, pelo então senador Roberto Requião, quando da votação desse projeto hediondo, tentando alertar ao país o que o "Teto de gastos" significaria, caso aprovado.

Para o "mercado financeiro", o "Teto" prossegue elevado, altíssimo, como o de uma catedral gótica ou a ponta de uma pirâmide egípcia. Ao extremo de ele sequer contestar o tal "orçamento secreto". Um quasímodo, que o "mercado" contemplou com o encantamento de quem admira um rapaz bonito.

Já para o povo o "Teto" é da altura de um buraco de tatu, cuja rima é desnecessário buscar, pois nos vem à cabeça exatamente o que, com ele, fazem ao nosso povo.

 

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04
Nov22

Manifestação por golpe militar é crime, mesmo desarmada

Talis Andrade

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A tentativa é crime contra o estado democrático

 

por Fernando Augusto Fernandes

- - -

A democracia fez o novo presidente da República eleito, Lula, por mais de 60 milhões de votos, derrotando Bolsonaro, que obteve pouco mais de 58 milhões de votos. Mas, terminada a eleição, se viu grupos nas ruas pedindo golpe militar.

Tratei, no artigo "Homicídio terrorista: assassinato por ódio de um integrante do PT", da necessidade de aperfeiçoamento da legislação de defesa do Estado democrático de Direito, para inclusão das motivações políticas. Continuo a defender a necessidade de modificação da lei.
 

Bolsonaro, no seu discurso irônico e perdedor, mantém esse movimento golpista ao assim se manifestar: "Os atuais movimentos populares são fruto de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedades, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir…."

A Lei nº 14.197/21, inclusive aprovada por Bolsonaro, traz definição de crimes contra "o Estado democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais, com emprego de violência ou grave ameaça" — é o que cita o Artigo 359-L, com pena de reclusão de quatro a oito anos, além da pena correspondente à violência. E o Artigo 359-M — tentar depor, por meio de violência ou grave ameaça, o governo legitimamente constituído — prevê pena de reclusão, de quatro a 12 anos, além da pena correspondente à violência [1].

Atos que não usam a violência, mas ameaçam a democracia com pedidos de uso de violência pelas Forças Armadas, também são crime.

Há previsão legal do crime de "incitação ao crime" do D.L. nº 2.848, e o parágrafo único dos Artigos 286 e 287, que prevê a criação de "animosidade entre as Forças Armadas contra os poderes constitucionais, as instituições civis ou a sociedade", é bem claro e objetivo (2).

Essas "manifestações" se iniciaram bloqueando estradas em todo o país. As manifestações ofenderam o direito de ir de vir constitucionalmente, conforme o inciso XV do Artigo 5 — é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens [3].

Elas se desdobraram, após omissão e participação de agentes do Estado, em frente a quartéis do Exército. Apesar da garantia constitucional de livre reunião do Artigo 5 no termo XVI [4]. Também podemos incluir as práticas do Decreto Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940, os Artigos 319 e 320. [5].

De toda forma, o Judiciário precisa ser instado a proibir tais manifestações, que desvirtuam a ordem constitucional. Evidente que elas não estão isentas de proibição, conforme cita o Artigo 5 nos termos constitucionais, XVIII, XIX e XXXV [6].

Para advogados que eventualmente postam, participam ou incentivam, tais atos devem ser punidos. É dever, pelo artigo 2º do Código de Ética: "V – contribuir para o aprimoramento das instituições, do Direito e das leis". O artigo 34 veda advogar contra literal disposição de lei (VI - advogar contra literal disposição de lei, presumindo-se a boa-fé quando fundamentado na inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em pronunciamento judicial anterior) [7].

Aqueles advogados que se referem à decisão do STF no caso Lula — que anulou seus processos — com deselegância e desrespeito, postando, falando em público descumprem o dever de zelar pela justiça (XIII - fazer publicar na imprensa, desnecessária e habitualmente, alegações forenses ou relativas a causas pendentes). Acima de tudo, advogado que incentiva, participa ou divulga atos antidemocráticos mantém atividade incompatível com a advocacia (XXV - manter conduta incompatível com a advocacia).

O incentivo de golpe militar é crime, mesmo sendo desarmado! A tentativa é crime contra o estado democrático. A omissão de atitudes ou a participação prevaricação. Aos advogados, infração ética.

Todos que desrespeitam a constituição devem ser punidos. Se agentes públicos, demitidos ou exonerados. Os demais, impedidos de participar de concurso público. Os advogados, suspensos por processo ético na OAB. Não é possível deixar de aplicar as punições com as leis vigentes

_____________________________________

[1] https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/lei-n-14.197-de-1-de-setembro-de-2021-342334198

[2] https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm

Incitação ao crime
Art. 286 - Incitar, publicamente, a prática de crime: Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem incita, publicamente, animosidade entre as Forças Armadas, ou delas contra os poderes constitucionais, as instituições civis ou a sociedade. Incluído pela Lei nº 14.197, de 2021) (Vigência);
Apologia de crime ou criminoso
Art. 287 - Fazer, publicamente, apologia de fato criminoso ou de autor de crime: Pena - detenção, de três a seis meses, ou multa.

[3] https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm

XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;

[4] https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm

XVI - todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público, independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;

[5] http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848compilado.htm

Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: (Vide ADPF 881) Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.). Além indulgência criminosa em relação àquele superior hierárquico que não tomar providências quanto aos que praticarem crimes (Condescendência criminosa).

Art. 320 - Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.)

[6] https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm

XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;

XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

[7] https://www.oab.org.br/content/pdf/legislacaooab/codigodeetica.pdf

 

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04
Nov22

MPF pede abertura de inquérito contra o cadáver de Nelson Piquet por atiçar a morte de Lula

Talis Andrade

 

 

Quem deseja a morte do próximo já está morto!

 

 

247 - O Ministério Público Federal (MPF) pediu nesta quinta-feira (3) a abertura de um inquérito policial contra Nelson Piquet, por declarações antidemocráticas contra o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o processo eleitoral brasileiro. O MPF pediu que Piquet seja investigado sobre possível incitação pública a crime e ao conflito entre as Forças Armadas e os poderes constituídos. Em vídeo divulgado nas redes sociais, Piquet defendeu a morte do ex-presidente e falou em botar "Lula lá no cemitério".

De acordo com a CNN Brasil, o procurador Paulo Roberto Galvão de Carvalho afirmou que "as declarações proferidas por Nelson Piquet, em análise preliminar, aparentam não se limitar a meras expressões de opinião a respeito do governo eleito – situação em que seriam constitucionalmente asseguradas -, podendo constituir de forma concreta formas de incitação dirigida à população em geral, voltadas tanto à prática de violência contra o candidato eleito, assim como à animosidade entre as Forças Armadas e os poderes constituídos". 

"Nessa linha, há fortes elementos extraídos das circunstâncias em que foram proferidas as declarações que autorizam a necessidade de investigação dos fatos", disse o procurador.

"Em segundo lugar, tratando-se de pessoa de notoriedade pública, também deveria ser sabido que as declarações teriam o potencial de alcançar centenas de milhares de pessoas, como de fato o fizeram. Em terceiro lugar, e como já exposto, as declarações teriam sido proferidas no bojo de manifestações em que parcela dos participantes de fato demandava a não admissão do governo eleito, inclusive com a formulação de pedidos de intervenção às Forças Armadas", continuou. 
 

"Portanto, era facilmente deduzível ao representado que suas declarações poderiam – como ainda podem – realmente incitar a prática de atos concretos de violência contra o governante eleito ou contra o governo eleito", acrescentou. 

 
 

 
O ex-piloto brasileiro Nelson Piquet, de 70 anos, participou das manifestações bolsonaristas contra a derrota de Jair Bolsonaro (PL) na disputa à reeleição. Um vídeo do tricampeão mundial de Fórmula 1 ao lado de um apoiador do presidente começou a circular nas redes sociais na tarde desta quarta-feira. "Vamos botar esse Lula filho de uma p* para fora disso", diz Piquet no vídeo. Ao fim da gravação, o eleitor de Bolsonaro repete o lema nazista do presidente, "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos", e o ex-piloto completa a frase dizendo "E o Lula lá no cemitério, filho de uma p*."
 
Piquet fez uma doação de R$ 501 mil para a campanha de Bolsonaro. A informação, registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), veio a público no fim de agosto, transformando o ex-piloto e empresário no maior doador "pessoa física" do presidente à época.
 
Ainda em agosto, a empresa de Piquet, a Autotrac Comércio e Comunicações, recebeu um aditivo de cerca de R$ 6,6 milhões, correspondente a um contrato assinado em 2019, sem licitação, com o Ministério da Agricultura. O favorecimento veio apesar de a empresa dever impostos.
 
[Para avaliar quão Piquet é capacho, desleal, desonesto e praguejador, leia:]
 
NELSON PIQUET PAPARICA BOLSONARO EM MEIO A RISCO DE PERDER NEGÓCIO COM GOVERNO FEDERAL
 

Condenação de empresa do ex-piloto em processo tributário coloca em perigo contrato milionário com o Inmet

 

33 | Grifo: A seleção gaúcha by CHARGE FALADA

 

 

 
 
 
 
 
 
31
Out22

O povo unido jamais será vencido (vídeo música)

Talis Andrade

O Povo Unido Jamais Será Vencido - Clipe Completo - YouTubeVídeo: 'El pueblo unido jamás será vencido'

por Sérgio Ortega Quilapayun

 

 

De pé, cantar, que vamos triunfar

Avançam já bandeiras de unidade

Já vão crescendo brados de vitória

E tu verás teu canto e bandeira, florescer

A luz de um rubro amanhecer,

Milhões de braços fazendo a nova história.

 

De pé, marchar, que o povo vai triunfar

Agora já ninguém nos vencerá

Nada pode quebrar nossa vontade

E num clamor mil vozes de combate nascerão

Dirão, canção de liberdade;

Será melhor a vida que virá.

 

E agora, o povo ergue-se e luta

Com voz de gigante, gritando avante

 

O povo unido jamais será vencido…

 

O povo está forjando a unidade

De norte a sul, na mina e no trigal

Somos do campo, da aldeia e da cidade

Lutamos unidos pelo nosso ideal, sulcando

Rios de luz, paz e fraternidade

Aurora rubra serás realidade

 

De pé, cantar, que o povo vai triunfar

Milhões de punhos impõem a verdade

De aço são, ardente batalhão

E as suas mãos levando a justiça e a razão

Mulher, com fogo e com valor

Estás aqui junto ao trabalhador.

 

E agora, o povo ergue-se e luta

Com voz de gigante, gritando avante

 

O povo unido jamais será vencido

 

- - -

Adaptação Luís Cíli

Sob a regência do maestro Joaquim França, o Coletivo Consciente de Orquestra e Coro, de Brasília, interpreta a versão em português da antológica canção chilena “El pueblo unido jamás será vencido”. O clipe “O povo unido jamais será vencido” foi feito pela Trupe do Filme. Captação e mix de som foi de Afrânio Pereira.

29
Out22

Video: "Quero dizer ao povo brasileiro em alto e bom som: durante quatro anos esse homem governou o país e não deu 1% de aumento do salário mínimo" Lula no #DebateNaGlobo

Talis Andrade

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Lula classificou como lamentável debate contra o adversário que não discutiu um projeto para o país e ficou sem responder o por quê não deu aumento real em quatro anos

 

Por Mauro Utida

No último debate da Globo antes do segundo turno das eleições, neste domingo (30), o candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) passou sem responder a pergunta de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por que não deu aumento real no seu governo.

O tema sobre salário mínimo foi escolhido por Bolsonaro no primeiro bloco do debate, e Lula mostrou como o salário mínimo hoje é menor do que quando o atual presidente assumiu, enquanto nos dois governos de Lula, o salário mínimo teve aumento em 74%.

A falta de postura e argumento de Bolsonaro durante o evento foi ironizada pelo candidato petista que acusou o candidato da extrema-direita estar isolado no cenário político mundial por falta de propostas para o país e o mundo.

“A impressão que eu tenho é que eu tô debatendo com um cidadão estranho a política nacional”, disse Lula.

A pandemia também foi discutida entre os candidatos. Enquanto Bolsonaro mentiu sobre a campanha de vacinação que teve êxito, Lula lembrou que o governo de Bolsonaro negou a pandemia e foi responsável por milhares de mortes evitáveis na pandemia.

“Ele continua tentando enganar a opinião pública. Quando ele comprou a vacina São Paulo já estava dando a vacina, vários países do mundo já estavam ando a vacina”, Lula rebate ao vivo mais uma mentira de Bolsonaro.

Lula também rebateu o programa armamentista de Bolsonaro e acusou o presidente de facilitar a compra de armas de fogo de alto calibre pelo crime organizado. O programa do petista já divulgou que irá revogar os decretos que facilitam a compra de armas pela população. “Vamos investir em livros e cultura, não em armas”, declarou Lula.

“O seu modelo de paz é o Roberto Jefferson armado até os dentes atirando na Polícia Federal, aquele é seu modelo de paz, tranquilidade, harmonia”, disse Lula a Bolsonaro, que continuou negando a aproximação com o político do PTB que está preso.

Na temática sobre o meio ambiente, Bolsonaro voltou a repetir mentiras. Lula lembrou que reduziu o desmatamento em 70% durante seu governo com o apoio da ex-ministra Marina Silva. “Já o seu governo foi responsável pela maior destruição do nosso país”, declarou o petista.

A fala do candidato à reeleição foi alvo de diversas críticas nas redes:

Marina Silva
@MarinaSilva
Em 2021, o governo Bolsonaro foi responsável por 40% do desmatamento no mundo. Só nos dez primeiros meses deste ano, o desmate na Amazônia já superou os registros de 2021. Até o final de dezembro, novo recorde de perda de cobertura florestal deve ser batido.
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Mídia NINJA
@MidiaNINJA
BOLSONARO MENTE! Lula reduziu o desmatamento em 67%. Bolsonaro aumentou o desmatamento em 73%. #DebateNaGloboImage
Ricardo Galvão
@ricardogalvaosp
Bolsonaro falou do Inpe no debate. Em 2019, ele me demitiu por defender a verdade sobre o desmatamento na Amazônia. Como é cínico o presidente Bolsonaro!
28
Out22

Vídeo: 'El pueblo unido jamás será vencido'

Talis Andrade

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Vídeo campeão de acessos na internet mostra o Coletivo Cconsciente de Orquestra e Coro interpretando a música 'El pueblo unido jamás será vencido', de Sergio Ortega e Grupo Quilapayún

"O tipo de produção artística que emociona e dá ânimo para seguirmos na luta, especialmente nessa reta final de campanha", diz um petista ao Informe JB. 

Trata-se de uma interpretação brasileira da música chilena "El pueblo unido jamás será vencido", o hino de mobilização do povo chileno em apoio ao governo da Unidad Popular de Salvador Allende, tornando-se, depois do golpe de 1973, um hino de resistência popular chilena e de toda América Latina.

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22
Out22

General de pijama Paulo Chagas defende a volta da ditadura militar

Talis Andrade

www.brasil247.com - General Paulo Chagas

 

O general da reserva Paulo Chagas defendeu neste sábado (22) um golpe de Estado no País e criticou o Supremo Tribunal Federal (STF): "Não há dúvida de que o STF está conspirando a favor da eleição de um ladrão descondenado" [Não existe esse ladrão, nem existe esse condenado. O general de pijama é mentiroso. No final da vida, o sonho quase secular de ser um duce, um fürer)

Para Chagas, "isto", a eleição de Lula pelo voto livre, democrático e secreto da maioria dos brasileiros, "isto não é justo nem legal. O Gen Villas Bôas já teria resolvido isto, sem alarde, com uma discretíssima visita aos ministros do STF, porque, para ativar o bom-senso dos outros, basta prestígio e liderança!!", escreveu no Twitter. 

O Chagas testemunha que existiu os golpes de 2016, que derrubou Dilma, e o golpe  eleitoral de 2018 (vide tags), para colocar no poder o mais alfabetizado dos militares, o líder das forças armadas: o capitão Bolsonaro, considerado "mau militar" pelo ditador general Geisel. 

Chagas, perguntar não ofende: para defender o golpe, virou marechal de contracheque?

O STF e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tentam acabar com esquemas de notícias falsas.

O TSE, presidido por Alexandre de Moraes, que também é ministro do STF, confirmou na quinta-feira (20) a investigação sobre uma rede de fake news miliciana, chefiada pela família Bolsonaro.

A Justiça Eleitoral mandou o Youtube desmonetizar quatro canais de apoiadores do ocupante do Planalto. Também suspendeu um trecho da propaganda dele exibida na última quarta-feira (19) na televisão por não cumprir regras eleitorais. O tribunal concedeu direito de resposta a Lula no Twitter de Bolsonaro.

As críticas do general Paulo Chagas ao STF se alinham com o posicionamento de Jair Bolsonaro (PL). Durante a sua gestão, o ocupante do Planalto tentou passar para a população a mensagem de que o Poder Judiciário atrapalha o governo. O incompetente e malandro chefe do Executivo federal também defendeu a participação das Forças Armadas na apuração do resultado da eleição. Que belezura de honestidade! Também defende um golpe militar, e um golpe pode ser o começo de uma guerra civil, de uma sangreira. 

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22
Out22

Ao lado de Lula, Tebet comenta fala sobre meninas venezuelanas e chama Bolsonaro de pedófilo

Talis Andrade

Lula ao lado de Simone Tebet e Marina Silva durante campanha em Teófilo Otoni (MG). — Foto: Ana Carolina Magalhães/Inter TV Dos Vales

Lula ao lado de Simone Tebet e Marina Silva durante campanha em Teófilo Otoni (MG). — Foto: Ana Carolina Magalhães/Inter TV Dos Vales

Por g1 

A senadora Simone Tebet (MDB-MS), terceiro lugar no primeiro turno das eleições presidenciais, chamou o presidente Jair Bolsonaro (PL) de pedófilo ao comentar nesta sexta-feira (21) a fala do candidato à reeleição PL sobre as meninas venezuelanas.

"Quando Bolsonaro disse que pintou um clima, é crime. É mais do que isso, é pedofilia. E lugar de pedófilo é na cadeia. Eu não tenho medo. Já chamei o presidente de covarde e não tenho medo de dizer que ele cometeu um crime", afirmou a senadora.

Tebet participou de uma passeata em Teófilo Otoni, na região Nordeste do estado de Minas Gerais, ao lado do ex-presidente e candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e de Marina Silva (Rede), deputada federal eleita por São Paulo.

O estado mineiro tornou-se cobiçado na fase final da campanha presidencial por ser o segundo maior colégio eleitoral do país. No 1º turno, Lula venceu no estado com 48,29% dos votos contra 43,6% de Bolsonaro.

No dia 14 de outubro, Bolsonaro contou durante uma entrevista a um podcast que estava de moto andando em uma região administrativa do Distrito Federal quando encontrou as jovens venezuelanas.

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"Eu estava em Brasília, na comunidade de São Sebastião, se eu não me engano, em um sábado de moto [...] parei a moto em uma esquina, tirei o capacete, e olhei umas menininhas... Três, quatro, bonitas, de 14, 15 anos, arrumadinhas, num sábado, em uma comunidade, e vi que eram meio parecidas. Pintou um clima, voltei. 'Posso entrar na sua casa?' Entrei", disse Bolsonaro na ocasião.

A senadora também lembrou das suspeitas de corrupção envolvendo ele e familiares, entre elas a revelação do portal UOL de que Bolsonaro e parentes compraram 51 imóveis com dinheiro vivo.

"Quando tirarem a faixa dele, e o povo brasileiro vai tirar, nós veremos as rachadinhas, veremos a compra de mansão com dinheiro vivo, veremos os escândalos de corrupção desse governo", disse Tebet.

 
13
Out22

BRASIL EM CRISE – COMO BOLSONARO E PAULO GUEDES EMPOBRECERAM O PAÍS

Talis Andrade

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1. TUDO CARO, DESDE ANTES DA PANDEMIA. E COM BOLSONARO, O BRASIL TEVE UMA DAS MAIORES INFLAÇÕES DO MUNDO


Bolsonaro constantemente culpa a pandemia pela inflação no país, mas os preços já estavam aumentando desde 2019. Os constantes ataques de Bolsonaro à ordem democrática e sua condução desastrosa na pandemia levaram o país a uma crise econômica sem precedentes. Hoje, o Brasil tem uma das maiores inflações do G20, a maior em quase 30 anos. O povo ficou sem dinheiro para comida, e passou a comprar botijão de gás parcelado.

    1. Com carne cara, Bolsonaro sugere: "Compre 1kg de tainha e ganhe 1 tubaína" (UOL, dezembro de 2019)
    2. Inflação oficial fecha 2019 em 4,13% e fica acima do centro da meta (G1 Economia, janeiro de 2020)
    3. Preço da carne subiu 32,4% em 2019 (Congresso em Foco, janeiro de 2020)
    4. IPCA: preço da carne foi responsável pelo aumento da inflação em 2019 (Agência Brasil, janeiro de 2020)
    5. Feijão, arroz e carne: prato feito fica 43,4% mais caro em 2020 (Correio do Povo, fevereiro de 2021)
    6. Inflação já é quase o dobro da registrada no 1º ano de Guedes (R7, outubro de 2021)
    7. Inflação no Brasil é a 3ª maior entre as principais economias do mundo. Ranking mostra variação de preços em território nacional em 2021 atrás apenas da Argentina e da Turquia (R7, janeiro de 2022)
    8. Em três anos, cesta básica fica 48% mais cara e itens sobem até 153%. O aumento de preços no grupo de alimentos essenciais para o brasileiro foi o dobro da inflação acumulada no mesmo período (R7, março de 2022)
    9. O preço do gás chega a R$ 150 e revendedores parcelam botijão em São Paulo. (Folha de S. Paulo, março de 2022)
    10. Brasil registra para março a maior inflação em 28 anos. Preços subiram 11,30% no acumulado dos últimos 12 meses (Agência Brasil, março de 2022)
    11. Com a inflação acelerada, brasileiros perdem conquistas que vieram com o Plano Real (Estadão, abril de 2022)
    12. Brasil tem a maior inflação dos últimos 26 anos em um mês de abril (G1, maio de 2022)
    13. Aumento nos preços dos alimentos pesa sobre poder de compra do salário mínimo (Valor Investe, agosto de 2022)
    14. Brasil tem 4ª maior inflação entre principais economias (Folha, agosto de 2022)

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2. CULPA DE BOLSONARO E PAULO GUEDES, QUE ATUARAM PARA DEIXAR O DÓLAR MAIS CARO E DESVALORIZAR O REAL. COM DÓLAR ALTO, TUDO FICA MAIS CARO

Um dos principais causadores da inflação no país é a alta do dólar (trigo, arroz, carne, gasolina e café são cotados em dólar). Bolsonaro, através de seus constantes ataques à democracia, junto a Paulo Guedes, promoveram a desvalorização do real e mantiveram o dólar caro ao longo de todo o governo. O próprio Guedes afirmou, diversas vezes, que a desvalorização do real era proposital. E quem ganha com isso? Paulo Guedes, com sua offshore, e meia dúzia de exportadores do agronegócio, que criam pouquíssimos empregos e que se beneficiam com o dólar nas alturas. Enquanto isso, o povo, sem dinheiro, passa fome no Brasil.
 
Dólar em 04/01/2019: R$3,71

    1. Dólar bate recorde no governo Bolsonaro e BC atua para conter alta (Correio Braziliense, maio de 2019)
    2. Dólar ultrapassa R$ 4,18 e atinge 2º maior valor desde a criação do real (Poder 360, novembro de 2019)
    3. 'É bom se acostumar com o câmbio mais alto por um bom tempo', diz Guedes (Estadão, novembro de 2019)
    4. Declarações de Guedes causam novo recorde no dólar (Correio Braziliense, novembro de 2019)
  • Dólar em 03/01/2020: R$4,07
    1. Brasil registra em 2019 a maior saída de dólares nos últimos 38 anos (Poder 360, janeiro de 2020)
    2. Guedes, sobre dólar alto: "empregada doméstica estava indo para Disney, uma festa danada" (Valor, fevereiro de 2020)
    3. Se eu fizer muita besteira, dólar pode ir a R$ 5, afirma Guedes (Valor, março de 2020)
    4. Dólar fecha acima de R$ 5 pela 1ª vez na história (Folha, março de 2020)
    5. Real é a moeda com o pior desempenho no mundo em 2020 (G1, outubro de 2020)
  • Dólar em 01/01/2021: R$5,19
    1. Real é a moeda mais desvalorizada dentre os países emergentes durante a pandemia (iG, abril de 2021)
    2. Valorização do dólar pressiona inflação e encarece itens de consumo (Correio Braziliense, setembro de 2021)
    3. Real está entre 40 moedas com pior desempenho ante dólar em 2021 (CNN, outubro de 2021)
    4. Paulo Guedes tem offshore ativa em paraíso fiscal (Poder 360, outubro de 2021)
    5. Fortuna offshore de Paulo Guedes aumentou R$ 14 milhões com alta do dólar (O Povo, outubro de 2021)
    6. Guedes diz que dólar alto é bom para estimular investimentos no Brasil (UOL, novembro de 2021)
  • Dólar em 03/01/2022: R$5,68

Fortalecimento do dólar traz mais inflação e reduz PIB potencial do Brasil (Folha, julho de 2022)

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3. O BRASIL TINHA UMA FERRAMENTA PARA SEGURAR PREÇOS DE ALIMENTOS: OS ESTOQUES REGULADORES. EM VEZ DE UTILIZÁ-LOS NA PANDEMIA, BOLSONARO OS ESVAZIOU

Considerado um dos “celeiros do mundo”, o Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de alimentos do planeta. Durante anos, manteve um estoque regulador, que serve para controlar preços, evitar altas bruscas nos alimentos ou a escassez de itens essenciais. Durante o governo Bolsonaro, os estoques foram completamente esvaziados – usando a desculpa de que é caro mantê-los – , deixando o país suscetível às flutuações do mercado e ao aumento dos preços.

    • Brasil esvazia estoques de alimentos e perde ferramenta para segurar preços (UOL, setembro de 2020)

Governo zera estoques de trigo mesmo com fome e guerra de fornecedores (Jornal Extra, julho de 2022)

 

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4. A VERDADE SOBRE O AUXÍLIO EMERGENCIAL, AUXÍLIO BRASIL E OUTROS PROGRAMAS ASSISTENCIAIS: BOLSONARO SEMPRE CRITICOU O BOLSA FAMÍLIA, E FOI CONTRA O AUXÍLIO DE R$ 600 PROPOSTO PELA OPOSIÇÃO

Sempre crítico do Bolsa Família, Bolsonaro queria auxílio emergencial de R$ 200 e passou a boicotar o valor de R$ 600 que a oposição propôs durante toda a pandemia. Em 2021, acabou com o Bolsa Família para criar o Auxílio Brasil, e mais uma vez foi contrário ao valor de R$ 600 proposto pela oposição. Às vésperas da eleição, esqueceu o discurso de arrocho fiscal que adotou durante todo o governo e aumentou temporariamente o Auxílio Brasil para R$ 600, valor defendido pela oposição desde 2020. E depois ainda disse que a oposição foi contra o aumento, o que é mentira.
 
O QUE BOLSONARO PENSAVA SOBRE O BOLSA FAMÍLIA

    1. "O Bolsa-farelo (família) vai manter esta turma no Poder" (Jair Bolsonaro, 2010)
    2. "Devemos discutir aqui a questão do Bolsa Família. Devemos colocar um fim, uma transição para o Bolsa Família, porque, cada vez mais, pobres coitados, ignorantes, ao receberem Bolsa Família, tornam-se eleitores de cabresto do PT" (Jair Bolsonaro, 2011)
    3. “O Bolsa Família é uma mentira, você não consegue uma pessoa no Nordeste para trabalhar na sua casa. Porque se for trabalhar, perde o Bolsa Família” (Jair Bolsonaro, 2012)
    4. “O cara tem 3, 4, 5, 10 filhos e é problema do Estado. Ele já vai viver de Bolsa Família, não vai fazer nada. Não produz bens nem serviços, não colabora com o PIB, não produz nada" (Jair Bolsonaro, 2015)
    5. “Para ser candidato a presidente tem de falar que vai ampliar o Bolsa Família, então vote em outro candidato. Não vou partir para demagogia e agradar quem quer que seja para buscar voto." (Jair Bolsonaro, 2017)
    6. "Bolsa-farelo e "voto de cabresto": As contradições de Bolsonaro sobre o Bolsa Família (Congresso em Foco, agosto de 2021)
    7. Antes de defender aumento, Bolsonaro atacava Bolsa Família e já pregou fim do programa (O Povo, setembro de 2021)
    8. Bolsonaro: Beneficiários do Bolsa Família 'não sabem fazer quase nada' (UOL, outubro de 2021)
    9. Há 22 anos, Bolsonaro foi único deputado contra Fundo de Combate à Pobreza (Correio Braziliense, julho de 2022)

A VERDADE SOBRE O AUXÍLIO EMERGENCIAL E O AUXÍLIO BRASIL: OPOSIÇÃO SEMPRE PROPÔS QUE O VALOR FOSSE R$ 600. BOLSONARO ERA CONTRA

    1. Guedes anuncia auxílio de R$ 200 mensais a trabalhadores informais (R7, março de 2020)
    2. Câmara aprova auxílio de R$ 600 para pessoas de baixa renda durante epidemia (Agência Câmara de Notícias, março de 2020)
    3. Bolsonaro diz que vetará extensão do auxílio emergencial se Congresso fixar valor em R$ 600 (G1, junho de 2020)
    4. Oposição defende auxílio emergencial permanente com taxação de grandes fortunas. Propostas de partidos e da sociedade civil contrastam com ideia do governo (Brasil de Fato, agosto de 2020)
    5. Bolsonaro reclama de valor do auxílio emergencial de R$ 600 durante live (Correio Braziliense, agosto de 2020)
    6. Governo estende auxílio emergencial por 4 meses com R$ 300, metade do valor (UOL, setembro de 2020)
    7. Oposição critica corte nas parcelas adicionais do auxílio: 'Significa fome' (UOL, setembro de 2020)
    8. Oposição defende auxílio de R$ 600 até o fim do ano (UOL, outubro de 2020)
    9. Auxílio emergencial é encerrado (Valor Investe, janeiro de 2021)
    10. Auxílio emergencial volta a ser pago em 2021. Valores do benefício vão de R$ 150 a R$ 375, bem abaixo dos pagamentos entre R$ 300 e R$ 1.200 do ano passado (O Globo, abril de 2021)
    11. Bolsonaro diz não poder renovar auxílio: "Contas estão no limite do limite" (Correio Braziliense, outubro de 2021)
    12. Auxílio Emergencial chega ao fim e deixa 22 milhões sem benefício (IstoÉ, outubro de 2021)
    13. PT defende auxílio de R$ 600 e alerta que recursos não podem vir do calote nos precatórios (PT na Câmara, novembro de 2021)
    14. Lei do Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família, é sancionada com vetos (Estado de Minas, dezembro de 2021)
    15. PSOL propõe Auxílio Brasil de R$ 600 (PSOL, no Twitter; Sâmia Bomfim, em Vídeo; abril de 2022)
    16. Governo Bolsonaro conta com Lira para barrar Auxílio Brasil de R$ 600 proposto pela oposição (Exame, abril de 2022)
    17. Flávio Bolsonaro: 'Quem recebe R$ 400 de Auxílio Brasil não passa fome' (Correio Braziliense, junho de 2022)
    18. Câmara aprova Auxílio Brasil de R$ 600 só até o fim de 2022. Oposição apresentou emendas para tornar permamente o aumento de R$ 400 para R$ 600 no benefício, mas o pedido foi rejeitado (Metrópoles, julho de 2022)
    19. Esquerda propôs Auxílio Brasil de R$ 600 permanente, mas governo orientou base a votar contra no Congresso. Ao contrário do que disse o presidente Jair Bolsonaro em entrevista, partidos da oposição propuseram elevação permanente do programa de transferência de renda (O Globo, agosto de 2022)

Governo manda Orçamento com Auxílio Brasil de R$ 405 em 2023, apesar de Bolsonaro prometer R$ 600 (Infomoney, agosto de 2022)

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5. NEM VIDAS, NEM ECONOMIA. BOLSONARO BOICOTOU O COMBATE AO VÍRUS ENQUANTO DIZIA "DEFENDER A ECONOMIA". COMO RESULTADO O BRASIL HOJE LIDERA O RANKING DE MORTES DO G20 NA PANDEMIA E SOFRE COM A MAIOR CRISE ECONÔMICA DAS ÚLTIMAS DÉCADAS

Com Bolsonaro, o Brasil cresceu pouco já em 2019. Ao ser confrontado, o presidente chegou ao ponto de colocar um palhaço – literalmente – para responder aos questionamentos dos repórteres. Depois, inventou uma história de um tal de “PIB Privado” para explicar o fiasco. E então veio a pandemia de covid-19. Bolsonaro protagonizou uma das piores conduções da pandemia no mundo, a pior entre os países do G20. Ele dizia estar cuidando tanto das vidas, quanto da economia. No fim das contas, não salvou nenhum dos dois.

    1. PIB do Brasil cresce 1,1% em 2019, menor avanço em 3 anos (G1, março de 2020)
    2. Governo separa 'PIB público' e 'PIB privado' para tentar mostrar que economia vai bem (spoiler: não vai) (Folha, março de 2020)
    3. Bolsonaro usa humorista para não responder sobre PIB fraco. Presidente pediu a comediante que respondesse a perguntas de jornalistas sobre atividade econômica (Gaúcha ZH, março de 2020)
    4. 'É muito mais fantasia', diz Bolsonaro sobre crise nos mercados causada por epidemia de coronavírus (BBC Brasil, março de 2020)
    5. PIB em 2020 fecha com queda de 4,1%, revela pesquisa do IBGE (Agência Brasil, março de 2021)
    6. PIB mostra que Brasil segue preso ao baixo crescimento econômico (Exame, dezembro de 2021)
    7. 2022: Brasil terá crescimento baixo em relação aos seus pares (Poder360, dezembro de 2021)
    8. PIB de 1,7% em 2022 supõe baixo crescimento até o fim do ano, diz economista (CNN, junho de 2022)
    9. Brasil tem retrocesso de até três décadas na economia, na educação e no meio ambiente (O Globo, junho de 2022)

Brasil perdeu a trajetória de crescimento que havia conquistado (BBC, julho de 2022)

Charge 25/05/2020 | Um Brasil

 

6. A VOLTA DA FOME

A fome voltou no governo Bolsonaro. O Brasil, que tinha saído do mapa da fome em 2014, passou a ter mais de 33 milhões de brasileiros em insegurança alimentar. As crianças são as mais afetadas, e famílias precisam se endividar e vender o que têm para comprar comida.

    1. Fome dobra no Brasil em 7 anos e afeta mais as crianças (Folha de S. Paulo, maio de 2022)
    2. Número de brasileiros com fome dispara e atinge 33,1 milhões, diz pesquisa (Uol Notícias, junho de 2022)
    3. Pesquisa diz que 33,1 milhões de brasileiros não têm o que comer (Metrópoles, junho de 2022)
    4. Flávio Bolsonaro: 'Quem recebe R$ 400 de Auxílio Brasil não passa fome' (Estado de Minas, junho de 2022)
    5. Brasileiros vendem o pouco que têm para conseguir comprar comida (Jornal Nacional, julho de 2022)
    6. Mais de 60 milhões de brasileiros sofrem com insegurança alimentar, diz FAO (G1, julho de 2022)
    7. Sem carne, famílias disputam osso e pele de frango (UOL, julho de 2022)
    8. Mesmo com auxílio de R$ 600 brasileiros precisam vender itens pessoais para ter comida (Uol, agosto de 2022)
    9. Datafolha: Um em cada três brasileiros teve comida insuficiente em casa (Folha, agosto de 2022)
    10. Bolsonaro diz que picanha de Lula é conversa e não existe fome 'pra valer' no Brasil (Folha, agosto de 2022)

Conheça a charge favorita dos leitores no mês de agosto - 12/09/2022 -  Painel do Leitor - Folha

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