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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

16
Fev23

Economistas defendem queda dos juros do BC

Talis Andrade
 
Charge: Cicero
 
Por Altamiro Borges

Diante do terrorismo do “deus-mercado” e da mídia rentista, um grupo de economistas lançou nesta sexta-feira (10) um manifesto em defesa da queda dos juros e contra a política monetária ortodoxa do Banco Central. Com o título “taxa de juros para a estabilidade duradoura: economistas em favor do desenvolvimento”, o documento é encabeçado por Luiz Carlos Bresser-Pereira, Leda Paulani, Monica De Bolle, Luiz Gonzaga Belluzzo, Luciano Coutinho, Nelson Marconi, Antonio Correa de Lacerda, Paulo Nogueira Batista Jr., entre outros intelectuais de renome. 

O texto reforça as críticas recentes do presidente Lula aos juros pornográficos de 13,75% mantidos na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Ele destaca que a “superação dos desafios brasileiros só pode ser alcançada com uma nova política econômica, promotora de crescimento e prosperidade compartilhada”, e que a “razoabilidade da taxa de juros é uma condição indispensável”. Conforme aponta, mantida a orientação atual do Banco Central, “os investimentos perderão para as aplicações financeiras e as remunerações do trabalho e da produção vão perder para a especulação”. 

“A taxa de juros no Brasil tem sido mantida exageradamente elevada pelo Banco Central e está hoje em níveis inaceitáveis. O discurso oficial em sua defesa não encontra nenhuma justificativa seja no cenário internacional ou na teoria econômica e o debate precisa ser arejado pela experiência internacional... Os economistas signatários deste manifesto declaram publicamente o apoio a uma política que seja capaz de reduzir substancialmente a taxa de juros, propiciando as condições para a retomada do desenvolvimento com estabilidade sustentável”, afirma o documento – que está aberto a novas adesões no site Change.org. 

O terrorismo do "deus-mercado" e da mídia rentista

O lançamento do manifesto tem grande significado no atual momento. Nos últimos dias, os abutres financeiros – que deram sustentação ao fascista Jair Bolsonaro e perderam as eleições de outubro – têm feito um grande escarcéu para tentar enquadrar o governo Lula. É puro terrorismo do “deus-mercado” e da mídia rentista – que tem objetivos tão deletérios quando ao terror bolsonarista do 8 de janeiro que vandalizou Brasília. O presidente tem resistido à violenta pressão – externa e interna. 
 
Na entrevista à mídia alternativa na terça-feira (8), Lula reafirmou suas críticas à política de juros e ao bolsonarista que comanda o Banco Central – o nada autônomo Roberto Campos Neto, ou Bob Fields Neto. A pressão pela queda dos juros e por mudanças na meta de inflação, porém, não pode se restringir às declarações do presidente eleito. É urgente elevar a pressão das ruas e das redes contra a política monetária que sabota o crescimento da economia e o combate à pobreza.
 

30
Out21

Um banqueiro e dois golpes

Talis Andrade

esteves.jpg

 

 

 

por Cristina Serra

O portal de notícias Brasil 247 publicou o áudio de animada conversa entre o banqueiro André Esteves e um grupo de clientes. É uma aula sobre os donos do poder no Brasil, entrecortada por risadas típicas de quem está ganhando muito dinheiro, ainda que o país esteja uma desgraça. 

O banqueiro faz questão de exibir sua influência junto às mais altas instâncias do poder político, com uma mistura de cinismo e boçalidade envernizada, própria de quem se acha educado só porque sabe usar os talheres. Esteves jacta-se de seu prestígio junto ao presidente da Câmara, Arthur Lira. Gaba-se do acesso ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a ponto deste tê-lo consultado sobre o nível da taxa de juros, atitude que é um escândalo de relações carnais entre o público e o privado. 

Vangloria-se de ter influenciado a decisão do STF favorável à independência do Banco Central, informando ter conversado com alguns ministros antes do julgamento. Só não revelou quais. E expõe o motivo de tanto empenho. Se Lula for eleito, “vamos ter dois anos de Roberto Campos”. Esteves considera que Bolsonaro, se “ficar calado” e trouxer “tranquilidade institucional para o establishment empresarial”, será o “favorito” em 2022. 

Em tortuosa análise sobre o Brasil, Esteves compara o impeachment de Dilma Rousseff ao golpe de 1964: “Dia 31 de março de 64 não teve nenhum tiro, ninguém foi preso, as crianças foram pra escola, o mercado funcionou. Foi [como] o impeachment da Dilma, com simbolismos, linguagens, personagens da época, mas a melhor analogia é o impeachment da Dilma.” 

A comparação é um insulto aos milhares de presos, perseguidos, torturados e assassinados na ditadura, mas o raciocínio de Esteves faz sentido ao aproximar (talvez sem querer) as duas datas infames: 1964 e 2016 foram golpes. A conversa desinibida do banqueiro desnuda, de maneira explícita, um país refém de meia dúzia de espertalhões do mercado financeiro. 

ditadura 1964.jpg

 

26
Out21

André Esteves, o imperador do Brasil

Talis Andrade

Os jornalistas Luis Nassif, Marcelo Auler, o advogado especialista em Direito Eleitoral e Processual André Maimoni, e o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, debatem o vazamento do áudio em que André Esteves mostra-se imperador do Brasil; e o julgamento de duas ações de cassação contra Bolsonaro pelo TSE.

 

28
Mai18

PARENTE QUEBROU O PAÍS PARA DEFENDER TUBARÕES QUE RAPINAM PETROBRAS

Talis Andrade

genildo- fora temer.jpg

 

 

 

por Paulo Moreira Leite

---

 

“Mexer com o preço do óleo diesel é muito diferente de mexer com o preço de um picolé de sorvete”, afirma o professor Luiz Gonzaga Belluzzo, um dos principais enconomistas do país, com uma obra fundamental sobre as idas e voltas da economia brasileira nas últimas décadas.

 

Explicando a diferença: enquanto uma alta no preço do picolé tem um impacto limitado ao bolso dos consumidores e produtores envolvidos na fabricação e compra de uma ótima sobremesa de verão, o preço do diesel envolve a economia de um país inteiro, como os 210 milhões de brasileiros puderam experimentar nesses dias.

 

“Se a economia já não estava bem, agora complicou de vez”, afirma Belluzzo.

 

“Pode-se prever uma queda no PIB de dois a três pontos por causa do impacto de um imenso desastre como este”.

 

Ao elevar o preço de um produto essencial como diesel a um patamar incompatível com o padrão de renda da sociedade brasileira, com a única finalidade de manter um alinhamento com o mercado internacional – e assim proteger os ganhos de acionistas minoritários que se tornaram a referencia para as decisões da Petrobras sob Temer -, Parente produziu um colapso de efeito geral na economia.

 

A resistência – inevitável – das dezenas de milhares de caminhoneiros a uma política de preços irracional, que ameaça inviabilizar sua atividade, produziu um movimento em círculos, semelhantes aos de uma pedra que se atira num lago.

 

Derrubou o sistema de transportes num país onde caminhões e ônibus – sempre a diesel – se encontram no coração da produção, distribuição e circulação de bens e pessoas.

 

Provocou a falta de mercadorias nos supermercados e feiras, a falta de insumos para a industria, dificultou o transporte de trabalhadores para seus empregos, a ida de milhões de estudantes para suas escolas e assim por diante.

 

Não estamos na guerra do picolé, portanto.

 

O país assiste – e participa – de uma disputa gigantesca para o destino de nossa economia e do futuro de brasileiros e brasileiras, no qual o destino da Petrobras terá um lugar decisivo, para o bom ou para o mal.

 

Não por acaso, a Frente Única dos Petroleiros, principal entidade sindical do setor, programa uma greve a partir de quarta-feira. Quer a redução dos combustíveis e a saída de Parente. Nada mais justo.

 

A política de Pedro Parente é o ponto essencial de um programa de desconstrução de uma das dez maiores economias do mundo. Seu projeto, de natureza colonial, que remonta aos velhos acordos entre Portugal e Inglaterra, aquele dos panos e vinhos – pelos quais Lisboa entregava produtos primários e comprava bens industrializados.

 

Sabemos o resultado desse programa de submissão a Metrópole, não é mesmo?

 

A ideia é andar para trás.

 

Depois de servir, com altos e baixos, ao desenvolvimento do país, pretende-se empregar a estrutura gigantesca da Petrobras para alimentar o atraso e a pobreza, em benefício dos 0,1% que manipulam a riqueza do planeta.

 

É uma visão tão minoritária, do ponto de vista do Brasil e da democracia, que Temer emprega força militar para defendê-la.

 

Não há diálogo nem argumento civilizado que convença. Alguma surpresa?

 

A pressa de Parente, inclusive para acelerar a privatização de grandes refinarias é uma tentativa óbvia de escapar das incertezas inevitáveis do calendário eleitoral para garantir uma medida que representa nova ameaça ao futuro do país.

 

De seu ponto de vista, nenhum parafuso pode ficar fora do lugar.

 

Até por isso mesmo, a resistência, mais do que nunca, é necessária. A saída de Parente é urgente.

 

temer renuncia.jpg

 

 

 

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