No fascismo O Príncipe de Maquiavel vira O Pequeno Príncipe; o direito vira uma cena da direita; a política vira uma politicazinha
por Marcia Tiburi
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A gafe do advogado defendendo os “patriotarios” na invasão de Brasília em 8 de janeiro mostra o nível baixíssimo a que se chega no fascismo em todos os aspectos. No texto da fala, o que vem à tona não é apenas o erro, pois errar é certamente humano, mas a prepotência, devota do poder, que busca a grandiloquência na fala para impor um efeito, sem precisar ter razão. Sorrateiro, exibindo-se, é o pequeno que irrompe como se, pela via negativa, pudesse restaurar a dignidade com a verdade se apresentando no lugar errado; tornando, assim, tudo visível e acabando com o orador. No fascismo O Príncipe de Maquiavel vira O Pequeno Príncipe (ora, o narrador sabe que Maquiavel existe!); o direito vira uma cena da direita (e quantos exemplos temos dessa diminuição desde o Golpe de 2016!); a política vira uma politicazinha de perdigotos soltos contra o povo; a cultura fica tão pequena que desaparece; a arte não precisa ser arte, ela pode ser uma cacaquinha ofensiva (lembro das “obras” que saíram do palácio do planalto antes da posse do governo democrático); a religião vira extorsão; a mente dos abusados pelos perversos narcísicos da política cabe num ponto final fundamentalista e sem diálogo. Não lastimo o erro, pois o erro revela a verdade. Lastimo a prepotência que apequena e humilha tudo ao redor. Que as massas fascistizadas não possam se conhecer, isso me traz tristeza. Por isso, lutemos pela educação e pela cultura. Que a filosofia possa nos ajudar a entender a verdade que subjaz a todo fenômeno mesmo quando ela está escancarada como nesse evento.
O STF condenou os três primeiros réus dos atos de 8 de janeiro num julgamento marcado por bate-boca e duras críticas e ironias de ministros e advogados. Veja as principais frases da sessão extraordinária desta quinta-feira (14).
PMs ameaçaram matar crianças e obrigaram que elas se jogassem em esgoto em Guarujá, diz Defensoria Pública
247 -Policiais militares ameaçaram matar crianças durante as ações da Operação Escudo na Baixada Santista (Chacina noGuarujá), em São Paulo, apontam denúncias constantes em relatos colhidos pela Defensoria Pública de São Paulo, informa a jornalistaMônica Bergamo na Folha de S.Paulo.
Os depoimentos foram feitos por pessoas que testemunharam abusos praticados pelos policiais.
Um dos relatos aponta que policiais abordaram crianças para questioná-las sobre a localização de supostos traficantes da região no momento em que elas brincavam em um campinho de futebol.
"Como se recusaram a informar o solicitado, [os policiais] mandaram que se jogassem no canal caso não quisessem morrer. O canal recebe água de esgoto e mangue. Nenhuma criança se afogou porque logo em seguida foram socorridas por suas genitoras", aponta um relatório do depoimento, obtido pela jornalista.
Outro relato aponta que a população da Baixada Santista vive aterrorizada com as atrocidades da PM. Nas palavras de uma testemunha, é só a polícia subir no morro que "morre pessoas".
Ao longo da ação, que foi encerrada na quarta (6), ao menos 28 pessoas foram mortas, o que a tornou a mais letal da polícia paulista desde o Massacre do Carandiru, chacina em que 102 presos foram assassinados por PMs em 1992, informa a Folha de S.Paulo.
NASSIF COMENTA A CHACINA NO GUARUJA: "QUANDO O GOVERNADOR LIDERA A VIOLÊNCIA, NINGUÉM SEGURA"
(continuação) A principal munição de Cunha e Funaro foram as reportagens da Piauí. A farta produção de acusações criminosas escoou pela revista, criada com os fundos dos bancos Itaú e Unibanco. A Schahin, uma empresa que chegou a ter quatro mil empregados e que construiu centenas de obras, como o Hospital Albert Einstein, o Hospital Sírio-Libanês, estradas e conjuntos habitacionais, entre outras construções importantes, foi à falência. No lusco-fusco, pensou-se que o grupo fora destruído pelas forças de Curitiba, quando na verdade foi alvo de Cunha, Funaro e seus jornalistas de estimação.
Usasse o mesmo escrutínio com que atira em seus alvos, a Editora Alvinegra, que publica a Piauí, explicaria aos leitores por que tenta esconder o rastro que a liga ao Itaú-Unibanco. O nome do dono e presidente do Instituto Moreira Salles, João Moreira Salles, estranhamente, não aparece nas informações prestadas à Receita Federal entre os sócios da empresa e do instituto — que está sendo executado pela Prefeitura de São Paulo por um calote de R$ 2 milhões em impostos.
O Instituto Moreira Salles a Editora Alvinegra têm um histórico de prestação de serviços sem licitação para o governo, dezenas de ações trabalhistas e um volume considerável de práticas que a revista Piauí, regularmente, usa para atingir suas vítimas.
Provavelmente porque não se enquadrem no compliance do banco as aventuras tresloucadas do acionista — que emprestou um jatinho da família para dar fuga a um traficante, rumo a Buenos Aires, onde se manteve com um mensalinho pago por Moreira Salles.
A triangulação societária da editora da Piauí também chama a atenção. Perante a Receita Federal, um dos sócios da Editora Alvinegra é o Instituto Artigo 220, criado para “garantir a independência editorial” da revista. Tal instituto foi constituído por Moreira Salles e a Patizeiro Participações, sediada em Matão (SP), num endereço onde consta outra empresa da família, a Cambuhy Agrícola.
A partir das lentes com que enxerga o mundo, a ciosa revista também explicaria por que um relatório do Tribunal de Contas da União apontou, em 2017, uma série de irregularidades na aplicação de recursos da Lei Rouanet pelo Itaú Cultural, em termos como “falta de transparência na movimentação financeira” e “execução de despesas vedadas pela legislação”. Ou ainda: “A despeito de o proponente afirmar na solicitação dos recursos que não utiliza incentivos da Lei Rouanet para realizar gastos administrativos, não é possível atestar a veracidade da informação fornecida pelo Itaú Cultural”. A auditoria analisou as contas no período em que, veja só, Joaquim Falcão integrou o conselho do instituto.
247- Perfis nas redes sociais deixaram a sigla "CPFs" no trending topic (tópico em tendência), um dos principais assuntos do Twitter. Internautas repercutiram a informação de que o empresário Maciel Carvalho, amigo de Jair Renan Bolsonaro, chegou a ter10 registrosde Cadastros de Pessoa Física. Carvalho foi preso na manhã desta quinta-feira (24), em Brasília (DF).
Policiais civis do Distrito Federalapreenderam um celular, um disco rígido (HD) e anotaçõesde Jair Renan, filho de Jair Bolsonaro (PL). Investigadores apuram crimes de lavagem de dinheiro, falsificação de documentos, evasão fiscal e lavagem de dinheiro.
Internautas reagiram à descoberta dos CPFs por investigadores. "Amigo do filho mais novo do inelegível tinha 10 CPFs. Impressionante como esse pessoal anda com tantos criminosos, mas não estão envolvidos em nada, né?", escreveu um perfil no Twitter. Confira as reações abaixo:
ELIZIANE GAMA E MARCO FELICIANO BRIGAM DURANTE SESSÃO DA CPMI
A relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), disse nesta quinta-feira (24) que o deputado Marco Feliciano (PL-SP) é misógino e que não o considera um pastor evangélico pelo modo como tratava as mulheres no Congresso Nacional.
Eliziane o chamou de hipócrita e fariseu por pregar falsas palavras. A relatora lembrou que que vendia cachorro quente para subsidiar a vinda de Feliciano ao Maranhão para pregar na igreja que ela faz parte.
Marco Feliciano usou seu tempo de fala para inquirir o sargento Luis Marcos dos Reis para trocar farpas com a relatora em continuidade a uma briga que os dois tiveram na terça-feira (22) sobre a quebra de sigilo da deputada Carla Zambelli (PL-SP). A sessão foi cancelada pelo presidente Arthur Maia na ocasião.
A lavação de roupa suja entre os parlamentares assumiu um caráter pessoal e de ataques religiosos. Marco Feliciano acusou a deputada de usar o fato de ser mulher para poder atacá-lo sem qualquer reprimenda.
O clima ficou tenso, pois a relatora disse que desde o começo da CPMI o deputado a olha com ódio e isso o desclassifica como cristão, uma vez que ele não tolera o modo como conduz a comissão e não a respeita.
"O senhor não merece ser chamado de pastor", afirmou a relatora da CPMI dos atos golpistas, em resposta aos ataques de Feliciano
A relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), respondeu aos ataques do deputado Pastor Marco Feliciano (PL-SP), durante a sessão desta quinta-feira (24).
Durante a sessão, Feliciano usou seu tempo de fala para dizer que a CPMI está “rotulada” e que Gama já está com o relatório dos trabalhos “pronto” e já sabe quem vai ser indiciado.
Eliziane, por sua vez, afirmou que Feliciano busca provocá-la desde o início dos trabalhos e que ainda não havia discutido com Feliciano porque tinha respeito ao título de pastor.
“Desde o primeiro dia que eu cheguei a essa comissão o senhor me provoca. O senhor me olha com um olhar carregado de ódio“, disse a senadora. “Eu nunca respondi ao senhor, mas quero dizer que o senhor se tornou uma pessoa abjeta, misógina. O tratamento que o senhor dá às mulheres nesta Casa é surreal”, completou.
“O senhor é pastor, mas, como o senhor me disse na última reunião, o senhor me pediu para eu não lhe chamar de pastor. De fato, o senhor não merece ser chamado de pastor“, continuou a relatora.
“Um pastor não é carregado de ódio, não olha para as pessoas com o olhar que o senhor olha para esta mesa. [Mas] seu olhar não me intimida”, destacou Gama. “Que Deus tenha misericórdia das mentiras que o senhor profere aqui, se escondendo atrás do púlpito como pastor”, completou.
Em resposta a Eliziane, o deputado disse que ela “ataca a sua religião e a sua fé“. “O diabo conhece tanto a bíblia quanto a senadora conhece“, disse Feliciano. “Ela é uma mentirosa contumaz“, finalizou.
O embate é consequência de uma reunião conturbada do colegiado, que ocorreu na última terça-feira (22) e levou ao cancelamento da sessão. Segundo Eliziane, na ocasião, Feliciano gritou e ela pediu que ele a respeitasse.
Ainda, segundo a senadora, após o final da discussão o deputado teria pedido perdão, mas resolveu fazer publicações contra ela nas redes sociais, que respondeu com outra publicação.
“O diabo é o pai da mentira e a verdade liberta.Marco Feliciano assuma seus atos e diga a todos que quem partiu para cima de uma mulher foi o senhor”, escreveu a senadora, no antigo Twitter, novo “X”.
Reinaldo Azevedo: Sem ter o que dizer, Feliciano tumultua CPI; Eliziane responde
Há algo de estranho no comportamento do Ministro Luiz Felipe Salomão, corregedor do Conselho Nacional de Justiça. Montou uma correição extraordinária para analisar o comportamento do Tribunal Regional Federal da 4a Região, depois que, no seu curto período à frente da 13a Vara Federal de Curitiba, o juiz Eduardo Appio identificou uma montanha de irregularidades da Lava Jato, muitas delas endossada pelo TRF4.
De lá para cá, a primeira medida efetiva foi endossar o afastamento de Appio da 13a Vara. Agora, afasta a juíza Janaina Cassol Machado, que endossou as barbaridades contra professores e o ex-reitor da Universidade Federal de Santa Catarina, Luiz Carlos Cancellier Olivo.
Nada se sabe sobre o TRF4. Nada se sabe sobre a 8a Turma, que endossou todas as barbaridades de Sérgio Moro e, no episódio em que aumentou a pena de Lula, agiu claramente em conluio com o juiz, e com uma sentença totalmente improvável.
Como se recorda, para incluir Lula em um de seus processos, Moro puxou o início para antes de 2010, quando Lula ainda era presidente, apesar do fato em si ter se dado anos depois. Ocorre que não se deu conta de que, com o aumento do prazo inicial, e com Lula com mais de 70 anos, a legislação permitia sair da cadeia. A 8a Turma, então, reviu a sentença e os 3 desembargadores aplicaram uma nova sentença, os três definindo o mesmo tempo de condenação – algo estatisticamente impossível.
No código penal, a dosimetria – isto é, a fixação da pena – é definida de acordo com as características do crime analisado. O Código Penal define uma pena mínima e uma máxima. Caberá ao julgador decidir entre esse intervalo. Os três desembargadores aumentaram a pena de Lula de 9 anos e 6 meses de reclusão para 12 anos e um mês, a ser cumprida em regime inicial fechado. Caso houvesse alguma divergência nos prazos, abriria espaço para os chamados embargos infringentes, recurso cabível quando não for unânime o julgado proferido em apelação e em ação rescisória.
Não apenas isso. O TRF4 atuou diversas vezes para impedir o aprofundamento de casos que expunham a parcialidade da Lava Jato – tanto do juiz Sérgio Moro quanto de desembargadores. Mais que isso, afrontou expressamente o Supremo Tribunal Federal. Tanto que obrigou o CNJ a abrir a correição.
E agora? O Ministro Luiz Felipe Salomão, no mínimo, deve explicações à opinião pública sobre um episódio que será central para a volta da Justiça à normalidade institucional.
A manutenção do afastamento do juiz Eduardo Appio é a prova inconteste de que há algo de muito errado no sistema de justiça.
Na CNN, com seus modos nada fidalgos, o apresentador William Waack é peremptório, na entrevista com Alexandre Padilha, da coordenação política do governo. Pergunta – em tom acusatório – se o governo vai repetir os erros do PAC e de outras políticas desenvolvimentistas, que levaram o país ao desastre e produziram desemprego. O fim dos estaleiros, apud Waack, se deveu a erros de política econômica, não ao trabalho devastador da Lava Jato.
Na Globonews, Mônica Waldvogel comenta o PAC e diz que a falta de sustentação fiscal jogou o país na crise.
Provavelmente não leram um livro de economia recente, nem acompanham o tema financeirização x investimento público que domina o debate econômico em todos os países desenvolvidos. O que eles sabem, leram nos jornais, de jornalistas que aprenderam o que leram nos jornais, de outros jornalistas que sabem o que leram nos jornais. E, no fim da linha, operadores de mercado repetindo slogans que leram nos jornais. Papagaios em rede!
Um grande especialista em política internacional, Waack, uma analista ligada a bons princípios civilizatórios, Mônica, de repente passam a pontificar sobre economia, não com o espírito do repórter, querendo aprender, mas do juiz assinando sentenças definitivas sobre temas que desconhecem. Tenho o microfone, logo sou a lei.
Estava na hora dos grupos de mídia promoverem uma reciclagem, pelo menos para seus comentaristas mais conhecidos. Não dói. Basta chamar um bom especialista em ortodoxia e um bom especialista em heterodoxia, e, principalmente, alguém em dia com as discussões econômicas globais. E solicitar a seus comentaristas que retomem a curiosidade dos tempos de repórter e façam perguntas, tenham a humildade de se colocar como repórteres dispostos a aprender, não como amadores pretendendo ensinar,
Se escolherem bem os expositores, haverá um notável avanço na qualidade dos comentários televisivos. Waack não precisará rebaixar seu notório conhecimento em outros temas repisando bordões da imprensa financeira, com a mesma segurança ignorante dos jovens repórteres que cobrem o mercado ouvindo o segundo e terceiro escalões.
Aí, serão capazes de entender que a economia é algo um pouco mais complexo do que o debate rasteiro sobre fiscalismo e desenvolvimentismo. Poderão até se dar o supremo benefício da dúvida, e se indagar porque de Joaquim Levy para cá – quando foi inaugurado o modelo mercadista – não houve desenvolvimento algum. Poderão aprender um pouco sobre as disfuncionalidades da Lei do Teto, sobre as restrições políticas de economia, sobre aspectos centrais do desenvolvimento, sobre o poder multiplicador e os limites dos investimentos públicos.
No mínimo conseguirão se livrar da doença do auto-engano, de supor que comentários, multiplicados por grandes redes, têm o poder da infabilidade.
Comentário – O CIDADÃO presidente do Banco Central se aconselha com banqueiros, mas nunca, pelo que consta, consultou o movimento sindical dos trabalhadores!
Suposições: Por sua ignorância elitista e seu TERRAPLANISMO ECONÔMICO não deve saber que são os sindicatos que negociam salários, buscam todos os dias melhores condições de trabalho e empregos, atuam na defesa dos direitos dos trabalhadores e em suas lutas históricas conquistaram benefícios como jornada de trabalho de 8 horas/dia, férias, 13º salário, licenças, seguros e muitos outros. Por isso o sindicato é a correia de transmissão direta das necessidades e da realidade financeira e econômica dos trabalhadores diante do mercado de consumo.
Não conhecendo a função dos sindicatos, consulta somente banqueiros que são remunerados pelas taxas de juros abusivas definidas pelo Banco Central que por sua vez destroem o poder de compra e consumo do salário dos trabalhadores.
2 – O TERRAPLANISMO ECONÔMICO E O TESTE DO PUDIM.
Economia é uma disciplina da área das Humanidades. TERRAPLANISMO ECONÔMICO é quando o economista lida com a economia como se fosse da área de EXATAS deixando de fora de seus estudos, análises e previsões o SER HUMANO.
Na década de 90 o Jornalista Luis Nassif escreveu um livro chamado ” CABEÇAS DE PLANILHA” para explicar esse comportamento de uma parte dos economistas brasileiros. Os CABEÇAS DE PLANILHA usam o embuste cientificista para defender teses que não se sustentam diante da realidade quando se considera o Ser Humano em todas as suas complexidades. Esses economistas que trabalham no conforto dos seus escritórios climatizados, se fazem cegos ou simplesmente não tem interesse em analisar a realidade concreta dos trabalhadores assalariados, nunca desceram ao chão das fábricas, nunca visitaram o dia a dia das donas de casa no controle dos orçamentos domésticos, não conhecem a realidade dos aposentados que são arrimos de família, contabilizam a saúde pelo adoecimento, pela quantidade de procedimentos realizados e medicamentos vendidos mais nunca pela prevenção das doenças que reduzem os gastos dos sistemas de saúde, para citar apenas alguns simples exemplos.
Falta a esses economistas, seja por falta de interesse, má fé ou outro motivo não declarado, fazer o TESTE DO PUDIM, que o mesmo Jornalista Luis Nassif explica como o teste, na prática, da aprovação ou não do sabor do quitute, no caso a política econômica do momento propagada pela mídia como um mantra a ser seguido sem nenhuma crítica ou a possibilidade de contraposições.
O espaço disponível para o corte da taxa básica de juros (Selic) por parte do Banco Central é “bastante considerável”, na visão do ministro da Economia, Fernando Haddad.
Em entrevista exclusiva ao jornalista Luis Nassif naTV GGN, Haddad cita um exercício feito em entrevista recente onde explicou que, se o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) cortasse os juros em 0,5% a cada reunião, ao final da décima o país estaria acima do juro neutro.
“(Esse exercício foi feito) Para demonstrar para a sociedade o espaço que nós temos de corte porque, sempre que você estiver acima do juro neutro, você vai estar em uma posição de restrição da economia”, explica o ministro.
“Então, imagine agora: se (a taxa Selic) cair de 13,75% para 13,25%, o que isso vai significar em termos de atividade econômica – é uma sinalização apenas, mas na prática é muito pouco”, diz Haddad.
“Penso que o ciclo de cortes vai começar e que o espaço que existe é bastante considerável, uma vez que a inflação desse ano está afetada pela reoneração dos combustíveis que o próprio BC reconheceu como um fator que distorcia a inflação do ano passado, reduzida artificialmente e eleitoralmente para reverter o quadro desfavorável que o Bolsonaro enfrentava contra o Lula”, lembra o ministro.
Por isso, Haddad fiz que a situação atual permite que se tenha condições de harmonizar a política monetária com a política fiscal de uma maneira “muito interessante para abrir o ciclo de crescimento sustentável do país”.
Impacto nos investimentos
Haddad lembra que o corte da taxa básica de juros dialoga diretamente com a chamada curva de juros futuros, o que começa a afetar os investimentos de forma mais rápida do que a taxa usada no crediário para concessão de crédito.
Segundo o ministro, normalmente quem planeja investimentos capta recursos para gastar no futuro. “Ele faz uma contratação que leva em consideração o juro futuro – então quando você começa um ciclo de corte você começa a ter impacto no investimento”.
Eventualmente, as grandes empresas podem ter acesso a um mercado de crédito mais barato, e vir a repassar isso para o seu crediário embora o impacto no consumo seja menor.
“Você tem toda uma cadeia de transmissão que (o corte dos juros) começa a surtir efeito”, fiz Haddad. “Não é uma coisa nem imediata, e nem é uma coisa que em um mês com 0,25%, 0,75% vai ser muito relevante, mas essa sinalização é muito importante para que os agentes econômicos comecem a se reposicionar em relação ao mercado interno”.
Saiba mais a respeito do assunto na íntegra da entrevista de Luis Nassif com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que pode ser acompanhada no vídeo abaixo.
Como combater supostas corrupções roubando o Brasil e falindo as grandes empresas nacionais para a dominação do capital estrangeiro. Sergio Moro fez na justiça o que Roberto Campos Neto realiza no Banco Central. A indústria do compliance e a política dos juros nas alturas
Jornal GGN –A série“Lava Lado B – A influência dos EUA e a indústria do compliance”, produzida pela equipe doGGNcom o financiamento coletivo doCatarse, expôs a sistemática influência dos Estados Unidos na Operação Lava Jato.
Desde a cooperação jurídica internacional entre as autoridades do Brasil com as norte-americanas para obter tal interferência; como a bandeira anticorrupção, tão aclamada e utilizada pela força-tarefa de Curitiba, foi também bandeira para uso político dos EUA; os interesses geopolíticos por trás da Operação; os processos a que a estatal brasileira Petrobras foi submetida no país, até o boom da indústria do compliance no Brasil.
A série completa“LAVA JATO LADO B”foi produzida com o financiamento coletivo pela plataforma Catarse e todos os episódios estão disponíveis naTV GGN.
LAVA JATO LADO B (2019)
Argumento: Luis Nassif Roteiro, pesquisa e entrevistas: Cintia Alves e Luis Nassif Imagens e edição: Nacho Lemus Locução: Marco Aurélio Carvalho Coordenação geral: Cintia Alves e Lourdes Nassif Colaboradores: André Sampaio (entrevista Mark Weisbrot) e Zé Bernardes (imagens Pedro Serrano) Agradecimento especial: Estúdio do Criar Brasil.
Ao banco BlackRock, o presidente do Banco Central afirmou estar disposto a terceirizar a gestão das reservas cambiais. O quinta-coluna vai ficar podre, mais podre de rico
Em uma entrevista concedida ao banco de investimentos estrangeiro BlackRock, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou estar disposto a terceirizar a gestão das reservas cambiais brasileiras.
Na prática, um banco definiria onde seriam investidas as reservas nacionais e não mais o Estado. Por exemplo, a própria BlackRock ou qualquer outro que tenha interesse pelos US$ 380 bilhões do Brasil em reservas cambiais.
“A gente está aberto a essa terceirização. Hoje a grande parte da gestão não é terceirizada, mas a gente está aberto a fazer isso nessa área, principalmente, porque a gente está olhando agora para novas classes de ativos”, afirmou.
Campos Neto afirmou que alguns programas de gestão terceirizada podiam ser feitos dentro do Banco Central, o que seria “positivo” porque o Banco Central ia aprender sobre ativos “e aprender sobre ativos ajuda muito a atividade do dia a dia do Banco Central”, disse.
Sabotador da economia
Seguindo a cartilha do ex-ministro Paulo Guedes, Campos Neto preside o Banco Central para o mercado –que não está muito satisfeito com ele. Ele vem sendo acusado por parlamentares e lideranças de sabotador da economia e do país (leia abaixo).
É sua a insistência por uma das mais altas taxas de juros do mundo, a do Brasil, e em sua gestão à frente do Banco Central as reservas cambiais chegaram ao mais baixo patamar em 11 anos.
As reservas internacionais do Brasil caíram em outubro de 2022 para a casa dos US$ 326 bilhões, conforme dados do Banco Central. Foi o patamar mais baixo em 11 anos.
As reservas internacionais subiram nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT). Também tiveram um saldo positivo no governo de Michel Temer (MDB). Com Jair Bolsonaro (PL), elas começaram a cair.
O que são as reservas cambiais
O país tem US$ 380 bilhões em reservas cambiais, algo em torno de R$ 1,8 bilhão. São usadas para aliviar a alta do dólar, por exemplo.
Funcionam como uma espécie de seguro para o país fazer frente às suas obrigações no exterior e a choques como crises cambiais e interrupções nos fluxos de capital.
Como o Brasil adota o regime de câmbio flutuante, esse “seguro” é usado pelo Banco Central para atenuar oscilações bruscas do real.
Fala causa revolta
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, escreveu em sua conta no twitter que “Campos Neto, responsável pelo Brasil ter o maior juro do planeta, agora quer terceirizar ativos do BC. É isso, tirar do Estado e deixar ao bel prazer do mercado. E o que acontece com as reservas de US$ 340 bilhões?”.
O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) acusou Campos Neto de sabotagem em vídeo. “Na mesma semana em que tentou censurar os diretores do BC, ele aparece em entrevista à BlackRock dizendo que planeja dar a gestores privados a administração das reservas internacionais do Brasil”, postou.