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O CORRESPONDENTE

"Brasil está de volta à cena internacional", diz Lula na China em posse de Dilma no Banco do Brics

26
Nov23

FBI envia documentos a PF que afunda Bolsonaro no caso das joias

Talis Andrade
 
 
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Em um novo desdobramento para o ex-presidente Jair Bolsonaro, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, revelou à CNN que documentos do FBI corroboram a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do governo de extrema-direita. A declaração surgiu durante as investigações sobre um esquema ilegal de venda de joias da Presidência […]

 

Mídia O Cafezinho

Em um novo desdobramento para o ex-presidente Jair Bolsonaro, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, revelou à CNN que documentos do FBI corroboram a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do governo de extrema-direita. A declaração surgiu durante as investigações sobre um esquema ilegal de venda de joias da Presidência da República.

Rodrigues destacou que parte das informações do FBI já chegou ao Brasil, enquanto outras estão a caminho, enfatizando a lentidão do processo devido às autoridades centrais dos dois países. A colaboração do FBI busca impulsionar as investigações, iniciadas após a PF acionar a agência norte-americana em agosto deste ano.

“Recebemos as primeiras documentações e informações que corroboram os depoimentos e a colaboração premiada, fortalecendo nossas provas”, afirmou Rodrigues.

O escândalo envolve a venda irregular de joias destinadas ao acervo da União, omitidas dos registros oficiais, incorporadas ao estoque pessoal de Bolsonaro e negociadas para enriquecimento ilícito.

Sabendo que Bolsonaro enviou antes da reunião as mensagens "Moro, Valeixo sai esta semana. Está decidido” e que Moro só respondeu “Presidente, sobre esse assunto precisamos conversar pessoalmente. Estou ah disposição para tanto", veja recados na reunião. (https://t.co/aL04UZfp9E) pic.twitter.com/amrnHU0Lrp

— Felipe Moura Brasil (@FMouraBrasil) May 24, 2020

Documentos do FBI, segundo a GloboNews, indicam que o advogado Frederick Wassef recomprara um relógio Rolex dado a Bolsonaro, contradizendo sua versão. Wassef, que alega não conhecer o general Lourena Cid, pai de Mauro Cid, minimiza as informações do FBI.

Mauro Cid, em delação, admitiu entregar dinheiro da venda das joias a Bolsonaro, considerando a ação imoral, não ilegal. A PF identificou movimentações financeiras ilegais, e os participantes serão responsabilizados após as investigações.

O escândalo das joias conecta-se a denúncias de Cid sobre fraudes nos cartões de vacina e o “gabinete do ódio” no Palácio do Planalto.

Na entrevista, o diretor-geral da PF acusou Bolsonaro de interferir politicamente, ressaltando a instabilidade causada por mudanças frequentes no comando da PF, comprometendo suas atividades.

“Refiro-me especialmente à instabilidade e à interferência política em nossa instituição”, enfatizou Rodrigues, ecoando preocupações anteriores de Sergio Moro ao deixar o cargo de ministro da Justiça. Durante o mandato de Bolsonaro, houve quatro mudanças no comando da PF, destacando-se a saída de Maurício Valeixo em meio a disputas com Moro. Em 2020, Bolsonaro afirmou que faria as alterações desejadas na PF.

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27
Ago23

II - Entenda por que os militares dos esquemas bolsonaristas estão sob enorme pressão

Talis Andrade
 
 
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(continuação) No Forte Apache, a sede do comando em Brasília, o mantra é de que “qualquer um que tenha mostrado desvio no comportamento de retidão e legalidade será punido”.

Oficiais dizem que o objetivo é mostrar que a instituição não vai “passar pano” para os ilícitos de ex-membros. Inclusive, eventualmente, de Lourena Cid, que já estava “aposentado” desde 2019.

O atual comandante, general Tomás Paiva, quer antes de mais nada “virar a página” dos problemas que Bolsonaro causou. Para isso, no dia 13, o general publicou uma ordem interna estipulando que o Exército deve pautar suas ações pela “legalidade e legitimidade”.

No documento, ele reforça o caráter do Exército como “instituição de Estado, apartidária, coesa e integrada à sociedade”. Trata-se da ordem fragmentária nº 1, que procura, nas suas palavras, fortalecer a imagem e a reputação da corporação, evitando-se “a desinformação”.

Na sede da Força, o que se diz é que esse documento já estava em elaboração desde a gestão do general Júlio César Arruda, que foi indicado no final do ano passado para o posto e acabou demitido por Lula em janeiro após os ataques de 8 de janeiro.

Mais do que isso, a demissão teria sido motivada pela insistência de Arruda em efetivar justamente Mauro Cid em um importante comando de tropas em Brasília, a chefia do 1º Batalhão de Ações de Comando do Exército em Goiânia.

Fato é que esse documento divulgado pelo novo comandante é mais uma tentativa de pacificar a caserna. Para isso, Paiva criou um grupo de trabalho, assim como uma associação nacional de Amigos do Exército.

Mas isso será suficiente para capturar corações e mentes das tropas, familiares e oficiais reformados? Um dos objetivos do atual comando é aproximar a instituição dos veteranos, mas não será tarefa fácil despolitizar clubes militares e associações que embarcaram no radicalismo golpista de forma escancarada.

Outra estratégia do comandante é pacificar o público interno com benesses para a corporação, como:
* reforço em salários,
* assistência social,
* sistema de saúde,
* colégios militares
* e moradias.

Essa foi uma das estratégias de Bolsonaro para atrair os oficiais de patentes inferiores.

Mas há dúvidas se a ofensiva corporativista será suficiente para debelar o encanto extremista. Uma forma mais eficiente seria provar que a Força está “cortando na carne” para apurar responsabilidades.

Mas o Inquérito Policial Militar que foi aberto para investigar os atos golpistas, concluído em julho, livrou as tropas de culpa e apontou indícios de responsabilidade da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial, que integra o Gabinete de Segurança Institucional.

Ou seja, atribuiu ao próprio governo Lula, no oitavo dia de gestão, a responsabilidade por falhas em prevenir atos de insurreição.

 

Porta dos fundos

O constrangimento recente não foi apenas com o clã Mauro Cid. Em depoimento à PF, o hacker Walter Delgatti disse que participou de reuniões no Ministério da Defesa em tentativas de desacreditar as urnas.

Ele teria entrado cinco vezes pela porta dos fundos do Ministério para que sua presença não fosse registrada. Pior: afirmou que “orientou” o conteúdo do relatório do Ministério da Defesa sobre as urnas eletrônicas entregue ao TSE em novembro de 2022.

Nessa ocasião, o Ministério era chefiado pelo general Paulo Sérgio Nogueira. Delgatti, que está preso, evidentemente é uma testemunha suspeita. Acaba de ser condenado a 20 anos de prisão no caso da Vaza Jato. Mas suas afirmações trouxeram grande preocupação ao comando do Exército.

O ministro da Defesa, José Múcio, pediu à PF a lista de militares que teriam se encontrado com Delgatti. A PF não liberou, alegando que o inquérito é sigiloso, mas o ministro espera liberar essa informação com o STF. É uma boa forma de se conhecer os membros da corporação que teriam agido contra a Justiça Eleitoral.

Na prática, com o depoimento de Delgatti, os militares passaram a ser mais visados. E a situação pode se complicar ainda mais após a apreensão dos celulares do general Lourena Cid e do advogado Frederick Wassef, cujas senhas já foram quebradas e que estão sob análise da PF.

Um dos aparelhos de Wassef era usado exclusivamente para a comunicação com Bolsonaro. E o seu celular já teria indicado que o ex-presidente tinha conhecimento das negociatas com joias.

 

7 de setembro

Enquanto os militares tentam pacificar a família castrense e pisam em ovos com as revelações que ainda surgirão, o governo vive o dilema de como agir com os militares.

Se Lula atuar de forma persecutória, arrisca-se a colocar a instituição contra o governo. Se não agir com firmeza, o ovo da serpente se desenvolve.

Com a elevação da temperatura nos inquéritos da PF e a aproximação das comemorações do 7 de setembro, o presidente resolveu agir.

Chamou os três comandantes militares para o Palácio da Alvorada fora da agenda no sábado, dia 19. O ministro da Defesa, José Múcio, levou os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.

Oficialmente, trataram dos investimentos na Defesa anunciados no lançamento do Novo PAC, de nada menos que R$ 52,8 bilhões.

Na prática, o petista cobrou rigor contra os comportamentos desviantes. A ideia é que nenhum fardado seja perseguido, mas que nenhum também deixe de ser punido se for comprovada sua participação em ilícitos.

Lula deseja se aproximar da categoria e diminuir a tensão. A estratégia, aparentemente, é conquistar a caserna com recursos e benefícios sociais, enquanto se cobra disciplina e o respeito à Constituição.

O presidente Lula recebeu comandantes do Exército, Marinha, Aeronáutica e cobrou penas devidas aos militares envolvidos em ilegalidades (Crédito:Ricardo Stuckert)

 

Trata-se de um equilíbrio delicado em meio a uma relação ainda conturbada. No Congresso, houve um aperitivo da dificuldade. Uma sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara voltou a debater o papel dos militares e o artigo 142 da Constituição, que foi indevidamente invocado por Bolsonaro e seus seguidores como se ele estabelecesse um “poder moderador” das Forças Armadas.

A tese de alterar esse dispositivo constitucional é abraçada especialmente por parlamentares petistas, o que promete jogar gasolina da fogueira da insatisfação das alas mais conservadoras dos quartéis.

Enquanto a esquerda quer aproveitar o acerto de contas com as atitudes golpistas, o comando tem a difícil missão de despolitizar e profissionalizar as forças.

As principais bolhas da internet – a da esquerda e a da direita – se uniram para criticar a Força. Enquanto a esquerda critica a ação antidemocrática, os radicais bolsonaristas atacam os “generais melancia” (verdes por fora, vermelhos por dentro), que teriam “aderido” ao governo.

O Exército, por exemplo, não sabe se mantém os seus canais nas redes sociais abertos para comentários ou não, já que as críticas vêm dos dois lados.

 

Sigilos desfeitos

Depois do depoimento do hacker, a CPMI passou a ser o maior foco de preocupação para os militares. A relatora, senadora Eliziane Gama (PSD), quer aprovar a quebra de sigilo telefônico e telemático do general Paulo Sergio Nogueira, ex-comandante do Exército e ex-ministro da Defesa de Bolsonaro, para depois avaliar sua convocação.

Nogueira foi acusado por Delgatti de ter se encontrado com ele para falar sobre urnas eletrônicas. Isso ampliaria a tensão no Alto-Comando.

Mas o presidente da comissão, Arthur Maia, sinalizou que vai aliviar a pressão para os militares. Na manhã de quarta-feira, 23, ele teve um encontro com a cúpula do Exército e em seguida blindou os generais ao definir a pauta da comissão.

Com o isso, não foram marcados os depoimentos de Augusto Heleno (ex-chefe do GSI) e de Gustavo Henrique Dutra de Menezes (ex-chefe do Comando Militar do Planalto).

Apenas G.Dias (ex-ministro do GSI de Lula, que foi demitido em abril após aparecer em um vídeo circulando entre os vândalos no dia 8 de janeiro) será ouvido na próxima quinta-feira.

Isso irritou a relatora, senadora Eliziane Gama, que desejava fechar o cerco ao oficiais. “O coronel Mauro Cid tinha armazenado no seu celular um roteiro de um golpe, uma minuta de GLO, e várias conversas de militares que chegavam a ele na tentativa de levar ao presidente um estímulo para a intervenção militar, ao mesmo tempo em que fazia movimentações financeiras muito significativas. Há uma necessidade de ampliar essa investigação. Ver a participação do pai, o general Lourena Cid, do advogado Wassef. Não dá para considerar o caso das joias como um caso isolado. Não vamos investigar o caminho das joias, isso é trabalho para a PF. Mas queremos saber se houve trânsito desse dinheiro para o 8 de janeiro”, diz Eliziane.

Mas tudo indica, até o momento, que os generais terão vida dura apenas nos inquéritos da PF.

O ministro da Defesa, José Múcio (à esq.), quer saber pelo STF quais militares encontraram o hacker Walter Delgatti durante campanha (Crédito:Antônio Oliveira)

 

Enquanto os militares tentam driblar o crivo pela eventual participação em malfeitos, a confiança dos brasileiros nas Forças Armadas registrou queda desde o fim do ano passado, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada no dia 21.

Em dezembro de 2023, 43% dos entrevistados diziam “confiar muito” nas Forças Armadas. Esse índice teve queda de 10 pontos percentuais e chegou a 33% em agosto deste ano.

Parte dessa queda se deve aos eleitores de Bolsonaro, que se sentiram “traídos” pela não adesão ao golpe. Mas o resultado mostra o dilema da caserna.

Como diz o dito popular, quando a política entra nos quartéis por uma porta, a disciplina sai pela outra. Por trás da crise está o papel hipertrofiado e indevido conquistado pelos militares no governo Bolsonaro.

Resta ao governo Lula o dever (e a habilidade) de recolocar as Forças Armadas no trilho institucional, no respeito à democracia e na profissionalização no seu papel de Defesa, como estabelece a Constituição.

Os militares que são tão ciosos com o respeito às regras deveriam ser os primeiros interessados em acertar contas com a sociedade.

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27
Ago23

Entenda por que os militares dos esquemas bolsonaristas estão sob enorme pressão

Talis Andrade
 

Os Cid: pai e filho protagonizam novela que envolve a alta cúpula do Exército e compromete a credibilidade das Forças Armadas sobre participação em ilicitudes políticas como poucas vezes na história (Crédito:Fátima Meira/Futura Press/Folhapress; Fernando Souza/AFP) Tal pai, tal filhote que chama Bolsonaro de tio

Marechal de contracheque embolsa salário de contrabandista de joia, de latifundiário grileiro de terras, de empresário minerador de ouro e pedras preciosas na Amazônia, de militar chefe de embaixada nos Estados Unidos e Europa, e de leiloeiro de empresas estatais do Brasil sem lei. Publica Istoé:

É até surpreendente a facilidade com que o capitão Jair Bolsonaro conseguiu cooptar setores militares para seu movimento golpista. Ele precisou demitir a cúpula das Forças Armadas em março de 2021 na maior crise na caserna desde a redemocratização, mas em seguida conseguiu um comando mais dócil no Ministério da Defesa, que inclusive o ajudou a questionar a integridade das urnas eletrônicas. O festival de acampamentos golpistas em frente aos quartéis até janeiro mostrou que a adesão não era limitada e nem silenciosa.

Os ataques de 8 de janeiro colocaram em xeque a adesão dos fardados ao golpe. Oito meses depois, porém, a despolitização da caserna ainda é um sonho distante e as revelações da PF comprometem cada vez mais militares na miríade de ilicitudes do ex-presidente.

O mais recente constrangimento caiu como uma bomba no Alto-Comando do Exército: a revelação de que o general reformado Mauro Lourena Cid participou da venda nos EUA de joias recebidas por Bolsonaro.

Antigo colega de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras, Lourena Cid foi escolhido pelo então presidente para chefiar o escritório da Apex em Miami. Seu filho, o tenente-coronel Mauro Cid, é o notório ex-ajudante de ordens do capitão.

Essa família castrense mergulhou a instituição numa crise que parece não ter fim.

Lourena Cid não era um general qualquer. Quatro estrelas, integrou o Alto-Comando do Exército. Nos últimos meses, vinha exercendo sua influência em uma peregrinação junto a integrantes da cúpula do Exército para interceder pelo filho preso.

O fato de ele próprio ter sido enredado no escândalo (com foto e tudo dele segurando um kit de joias para ser negociado) escandalizou os colegas e trouxe inquietação.

Um militar ligado ao Alto-Comando diz que o sentimento é de traição.

“Ele era recebido e ouvido sempre que nos procurava. Mas o fato de ter omitido que tinha emprestado a conta bancária lhe fechou as portas. O sentimento é de quebra de confiança. Pior: já não sabemos mais o que esperar. Pode ser que ele esteja ainda mais envolvido do que sabemos até o momento”, afirmou.

E acrescentou: “Estamos com o pé atrás. Seguimos respeitando o posto do general Lourena Cid. Isso não dá para deixar de ter. Mas ele está sozinho”.

Esse oficial defende o “expurgo” para quem fere a “honra militar” e diz que é dado como certo que Mauro Cid deve perder a patente após a condenação na Justiça. “A probabilidade é gigantesca”, afirma.

 
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Mesmo encarcerado, o tenente-coronel mantém corrida e exercícios diários, sempre sob vigilância de policial do Exército (Crédito:Cristiano Mariz)

Encarcerados civis amontoados sem banho de sol e sem banho de lua e sem banho de chuva e chuveiro

 

 

Mauro Cid está preso no Batalhão de Polícia do Exército de Brasília desde o dia 3 de maio, onde segue uma rotina de exercícios físicos diários e leituras, inclusive dos seis inquéritos em que é investigado.

A primeira dor de cabeça do tenente-coronel veio com sua participação na divulgação ilegal de uma investigação sigilosa da PF sobre um ataque hacker ao TSE. Bolsonaro usou os documentos em uma live para tentar desacreditar as urnas.

O inquérito vazado havia sido divulgado em um site bolsonarista por outro membro do clã, o irmão de Mauro, Daniel Cid. Daniel atua na área de segurança digital na Califórnia, onde comprou uma mansão avaliada em mais de R$ 8,5 milhões.

A família tem uma empresa registrada no país, a Cid Family Trust. A CPMI dos Atos Golpistas já aprovou requerimentos para investigar quais empresas o pai e os dois filhos têm no exterior.

Mas essa pista ainda está travada. O presidente da comissão, Arthur Maia, não permitiu a votação do requerimento que estenderia essa apuração à mulher de Mauro Cid, Gabriela Santiago Ribeiro Cid, além de outros membros da família.

Sobre as volumosas movimentações bancárias de Mauro Cid depois de sua prisão, elas teriam sido realizadas por Gabriela, pois trata-se de contas conjuntas.

 
Walter Delgatti teve o sigilo quebrado a pedido da CPI dos Atos Golpistas, que em ato contínuo reconvocou Mauro Cid (Crédito:Mateus Bonomi )

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O dia a dia de Mauro Cid no Batalhão não é exatamente espartano. Tem um quarto com TV e frigobar. Chegou a receber 73 visitas até junho, boa parte de apoiadores do ex-presidente, como os generais Eduardo Pazuello e Hamilton Mourão.

Mas os negócios com joias e Rolex complicaram tudo. Ele agora só pode receber parentes. O pai, general Mauro Lourena Cid, perdeu o direito de visitar o filho.

Esse último desdobramento também fez Mauro Cid trocar o defensor. Seu novo advogado, Cezar Bitencourt, chegou a sugerir que o cliente iria fazer uma confissão e apontar Bolsonaro como mandante do esquema de venda de joias. Depois, se desdisse e passou a dar versões contraditórias.

Agora, planeja uma audiência com o ministro Alexandre de Moraes, relator dos inquéritos no STF, para tentar melhorar a situação do cliente.

À ISTOÉ, ele disse que só tinha tido duas conversas com o cliente até a última segunda-feira, em que sequer o tema da confissão foi tratado.

Também afirmou que fará a defesa do pai de Mauro Cid, caso seja aberto alguma ação contra ele.

Militares apontam que o general Lourena Cid pode até mesmo ter sua aposentadoria cassada pelo Superior Tribunal Militar (STM). E a mesma corte pode cassar o posto e a patente de Mauro Cid.

Mas, para os militares, essa penalização na esfera militar depende primeiro da condenação na Justiça criminal.

O general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro da Secretaria de Governo, diz que nunca trabalhou diretamente com Lourena Cid, mas elogia o companheiro de farda. “Sempre foi um militar com boa performance profissional. Em processos de merecimento e escolha percorreu todos os postos da carreira.”

Já o filho, para ele, “é um rapaz de conduta profissional de destaque. Como Ajudante de Ordens, sempre se mostrou um rapaz educado, atencioso.”

Sobre o argumento de que Mauro Cid teria apenas cumprido ordens, Santos Cruz, um dos fardados que romperam com Bolsonaro, é bastante crítico. “Acho os fatos lamentáveis. Se o presidente sabia ou não das iniciativas dos seus subordinados diretos, é necessário uma conclusão das investigações. Mesmo que se considere difícil ou improvável um subordinado tomar certas iniciativas sem o conhecimento do seu chefe, isso precisa ser esclarecido e comprovado”, afirma.

Como os colegas, ele tenta separar a instituição dos elementos que mancharam a Força. “É importante separar as coisas. Os fatos são de responsabilidade individual e não de responsabilidade institucional.”

Outro oficial que atua com o Alto-Comando cerra fileiras com o mesmo argumento: “Ordem ilegal ou absurda não se cumpre”.

Para esse militar, “a forma como Mauro Cid agiu na Ajudância de Ordens não é adequada, aquela subserviência toda não é papel de militar, não nos serve.” (continua)

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15
Ago23

Michelle será intimada a depor na PF

Talis Andrade

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por Altamiro Borges

O site Metrópoles garante que “a Polícia Federal já definiu que intimará Michelle Bolsonaro a prestar depoimento sobre a suposta tentativa de venda ou apropriação de joias e outros presentes recebidos por Jair Bolsonaro. O pedido será feito pela PF ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF. Como o site antecipou na semana passada, investigadores apontam indícios de crime de peculato por parte do ex-presidente e da ex-primeira-dama”. 

Nas conversas interceptadas pela PF do ex-faz-tudo do “capetão”, tenente coronel Mauro Cid, com outros comparsas, a “santa do pau oco” – como ironizou recentemente a presidenta do PT, deputada Gleisi Hoffmann – é citada por um presente que teria “sumido”. “O que já foi já foi. Mas, se esse aqui [kit ouro rose] tiver ainda, a gente vê certinho pra não dar problema. Porque já sumiu um que foi com a Dona Michelle; então, pra não ter problema…”, alerta Marcelo Câmara, ex-assessor do presidente fujão. 

Micheque – como carinhosamente também já foi apelidada – é lembrada ainda por ter esquecido uma caixa de joias durante a viagem oficial a Londres, em setembro de 2022, por ocasião do velório da rainha Elizabeth II. O estojo ficou embaixo da cama usada por ela na residência do então embaixador do Brasil na Inglaterra, Fred Arruda. Em outra parte do relatório, a PF afirma que o irmão da ex-primeira-dama intermediou a venda de dois dos presentes do casal. 

O irmão da ex-primeira-dama e a muamba

Numa das mensagens interceptadas, o mesmo Marcelo Câmara pergunta a Mauro Cid sobre “a situação de uma mala que o irmão de dona Michelle teria falado”. Em resposta, o tenente coronel afirma que ela já teria sido entregue ao seu pai, general Lourena Cid, nos EUA. “O pai de Cid, ao receber a mala, enviou fotos ao filho. O conteúdo da mala era uma árvore e um barco de ouro com diamantes, presente que Jair Bolsonaro recebeu em 16 de novembro de 2021 no encerramento do Seminário Empresarial da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira na cidade de Manama, no Reino do Bahrein”, descreve outra postagem do site Metrópoles. 

Outros veículos da mídia confirmam que Michelle Bolsonaro será intimida em breve para prestar depoimento na Polícia Federal. Além do caso escandaloso das joias, ela também deverá prestar outros esclarecimentos à PF, como sobre os vários depósitos feitos pelo ex-faz-tudo Mauro Cid em sua conta pessoal e o pagamento de dívidas dos seus parentes e amigas. A “santa do pau oco” está em apuros!

Aliados abandonam Bolsonaro nas redes

 
 

Investigação se aproxima do casal Bolsonaro

 
 

Jair Bolsonaro e a fuleiragem miliciana

 
 

Cadela do fascismo entra no cio na Argentina

 
 
PF pede quebra de sigilos de Bolsonaro
 

General Cid e tenente Cid arrastam o Exército

 
 
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11
Ago23

Em mensagens obtidas pela PF, assessores citam conversa com Bolsonaro sobre valor de presentes e 'sumiço' de item de 'dona Michelle'

Talis Andrade

 

General pai de Mauro Cid mancha muito mais o Exército envolvido no esquema de venda de joias

 

Por Valdo Cruz, Marcelo Parreira e Mateus Rodrigues, GloboNews e g1 — Brasília

Mensagens de celular obtidas pela Polícia Federal mostram assessores do então presidente Jair Bolsonaro conversando sobre a venda ilegal de presentes oficiais dados por delegações estrangeiras.

Em algumas dessas mensagens, os assessores dão a entender que Jair Bolsonaro chegou a conversar sobre o valor de mercado das peças – e que um dos itens já tinha "sumido com a Dona Michelle", em referência à então primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Em uma conversa, o assessor especial de Jair Bolsonaro Marcelo Câmara envia áudio ao ex-ajudante de ordens Mauro Barbosa Cid, dizendo que já tinha conversado com Bolsonaro sobre o tema.

No áudio enviado em 1º de março deste ano, segundo a PF, Câmara explica a Mauro Cid o motivo de "o ex-presidente Jair Bolsonaro não ter pego as esculturas quando se encontrou com o general Lourena Cid em Miami".

 

Não. Ele [Bolsonaro] não pegou porque não valia nada. Então tem (...) tem aqueles dois maiores: não valem nada. É, é... não é nem banhado, é latão. Então meu pai vai, vai levar pro Brasil na mudança (...)", diz o assessor de Bolsonaro.
 

 

Debate sobre 'legalidade' da venda

 

Áudios obtidos pela PF também mostram Marcelo Câmara e Mauro Barbosa Cid debatendo a legalidade da venda dos itens.

Objetos de alto valor, como esses que vinham sendo negociados, devem ser obrigatoriamente entregues ao acervo da Presidência da República – ou seja, são bens públicos, e não pessoais.

Cid pede que Câmara ligue para Marcelo para tratar do tema. Segundo a PF, trata-se do ex-chefe do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica da Presidência da República, Marcelo da Silva Vieira.

"Mas, liga pra ele. Ele tinha me falado, ele me garantiu que poderia, que o presidente poderia fazer o que quisesse porque isso são itens personalíssimos (...)", diz Cid.

 

Eu falei com ele [Bolsonaro] sobre isso, Cid. Aí ele me falou que tem esse entendimento sim. Mas que o pessoal questiona porque ele pode dar, pode fazer o que ele quiser. Mas tem que lançar na comissão, memória, entendeu? (...)", responde Marcelo Câmara, assessor de Bolsonaro.

 

'Sumiço' de item para Michelle

 

Logo após falar dessas possíveis restrições para a venda do kit de presentes oficiais, Marcelo Câmara segue no assunto – e cita que algum presente teria "sumido" com a dona Michelle [Bolsonaro, ex-primeira-dama].

 

O que já foi, já foi. Mas se esse aqui tiver ainda a gente certinho pra não dar problema. Porque já sumiu um que foi com a Dona Michelle; então pra não ter problema", diz Câmara.

 

 A operação tem ainda como alvo mais dois notáveis indivíduos:

 

  • Tenente Osmar Crivelatti: ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • Advogado Frederick Wassef: conhecido por defender Bolsonaro e seus familiares em vários processos judiciais.

 

A Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão nos endereços do general Mauro César Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro Mauro Cid, e do advogado Frederick Wassef. O objetivo é investigar desvios de joias e outros bens obtidos por Cid em viagens oficiais no governo Bolsonaro, conta Aguirre Talento. Wálter Maierovitch comenta

Leonardo Sakamoto comenta a tentativa de Mauro Cid em vender um relógio da marca Rolex recebido por Bolsonaro presidente em viagem oficial à Arábia Saudita.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, fez publicação sobre compra e venda de joias no mesmo em dia em que a PF mira antigos aliados de Bolsonaro

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