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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

05
Abr23

A entrega da energia e dos rios do Brasil ao capital estrangeiro

Talis Andrade

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Desde o golpe contra Dilma, Luiz Dalla Costa, integrante da coordenação nacional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), especialista na questão energética e do petróleo, condenava o acordo do governo Michel Temer com as forças entreguistas das riquezas do Brasil, situação que piorou com o governo militar de Jair Bolsonaro, porque há uma reação em cadeia quando se altera políticas de setores estratégicos do país.

“A questão do petróleo se vincula diretamente com a questão da produção de energia. Grande parte dessa produção e do transporte das mercadorias vem do petróleo. Entendemos que toda política energética, tanto da questão do petróleo quanto das hidrelétricas, inclusive do preço da luz, também passa por essa mesma lógica”, explica o representante do MAB.

Em maio de 2018, Dalla Costa alertava que a alteração nos preços do petróleo brasileiro para o alinhamento com o preço do mercado internacional é uma política que também já foi adotada no setor da energia elétrica.  “Nós temos os rios do Brasil e a produção de energia elétrica produzida pelos brasileiros e pagamos preço internacional como se fossemos importadores de energia elétrica. É um absurdo o que está acontecendo".

O especialista é contundente ao afirmar que, se depender do governo Temer, as águas brasileiras serão privatizadas.  Um encontro em março deste ano entre Michel Temer e o belga Paul Bulcke, presidente da Nestlé, durante a realização do 8º Fórum Mundial da Água em Brasília, fortaleceu a possibilidade de consolidação de acordos entre o governo brasileiro com empresas que visam a privatização da água no Brasil.

"O Brasil é um país rico em recursos naturais: tem água, petróleo, produção de energia e um povo trabalhador. Agora, toda essa riqueza tem que estar a serviço do povo brasileiro e ser controlada pelo Estado, não pelas empresas privadas que só querem ganhar dinheiro nas costas do povo. Essa é uma questão de luta pela soberania nacional", ressalta Dalla Costa, que define o governo Temer e seus apoiadores como “vende-pátrias”. 

Segundo avaliação do MAB, apenas um governo de caráter popular pode impulsionar políticas que interrompam a exploração dos recursos nacionais pelas multinacionais e pelo capital financeiro.

"Temos uma indústria muito boa que pode produzir suficiente para o bem do povo brasileiro, mas precisa de um governo sério, que não entregue tudo para as multinacionais. Esse governo golpista aliado ao PSDB é o que destrói toda essa possibilidade do povo brasileiro viver bem e com condições dignas", finaliza o especialista. 

 Depois do golpista Temer tudo piorou com Bolsonaro. (Atualizei um texto de Lu Sodré)

A energia e os rios brasileiros de volta para o país

Uma privatização bizarra, em que o Estado cedeu o controle mantendo a maioria das ações. A eletricidade e os grandes lagos das represas nas mãos dos mesmos “sócios” que quebraram as Americanas. Ou melhor roubaram o dinheiro das Amaricanas e compraram os principais rios, as represas, as hidrelétricas, a Eletrobras, e ficaram - os bandidos - com a galinha de ovos de ouro.

A saída: recuperar a empresa e avançar rumo à transição energética. Antonio Martins entrevista Ronaldo Bicalho:

16
Mar23

“A elite brasileira é uma elite de ladrão”, diz Jessé Souza ao lançar livro na França

Talis Andrade
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Por Adriana Brandão /RFI

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O livro “A Elite do Atraso”, do sociólogo brasileiro Jessé Souza, acaba de ser publicado na França pela editora l’Harmattan, com tradução de Jean-Luc Pelletier. Em francês, a obra ganhou o título de “Le Brésil et ses élites; l’esclavage em héritage” (O Brasil e suas elites, a escravidão como herança). O sociólogo reinterpreta o Brasil de um outro modo e afirma que no país “corrupta, é a elite”.

O sociólogo Jessé Souza
O sociólogo Jessé Souza RFI
 
 

Depois de passar uma temporada na França dando aulas na Sciences Po, o Instituto de Estudos Políticos de Paris, Jessé Souza está agora em Berlim, e conversou com a RFI por telefone.

O sociólogo é autor de mais de 15 livros, alguns deles publicados em inglês e alemão, que renovam a análise da questão social no Brasil e explicam o país sob um outro prisma. A “Elite do Atraso” é o seu primeiro livro lançado em francês.

Na obra, o autor critica clássicos da sociologia brasileira, como “Raízes do Brasil”, de Sérgio Buarque de Holanda, e “Carnavais, Malandros e Heróis”, de Roberto da Matta. “Gilberto Freyre, Sérgio Buarque, Raymundo Faoro, Fernando Henrique Cardoso, Roberto DaMatta, ou seja, são as cabeças mais brilhantes do Brasil dos últimos 100 anos”, detalha. Esses autores ainda são muito usados e citados na França e Jessé Souza espera que o lançamento de “Le Brésil et ses élites” ajude os franceses a entender melhor o Brasil.

“O Brasil é percebido tanto pelos intelectuais como pelo povo inteiro de um modo elitista. Ou seja, foi criada no Brasil uma identidade nacional que é sempre produto desses grandes intelectuais que montaram uma ideia do Brasil que humilha o povo, chama esse povo de corrupto e eleitor de corruptos”, explica.

O sociólogo indica que essa teoria foi “antes de tudo, feita em São Paulo, sob os auspícios da elite paulista, para se livrar de Getúlio Vargas, o primeiro presidente a tentar a inclusão popular”. A versão da história que Jessé de Souza quis contar, “a história real”, segundo ele, é que “a elite é o problema. Quem rouba é a elite, por exemplo, por uma dívida pública que nunca foi auditada. O Brasil, no fundo, não tem nada a ver com Portugal. O Brasil tem a ver com a escravidão”, afirma.

 

Capa do livro do autor Jessé Souza
Capa do livro do autor Jessé Souza © Divulgação

 

Política criminalizada

A análise de Jessé Souza é alvo de críticas que dizem que ele minimiza a corrupção de políticos no Brasil. Ele responde que “o político, obviamente, ele é corrompido”, mas salienta que isso não pode ser usado como bode expiatório do processo histórico de dominação e de reprodução da desigualdade em um país rico.

“O importante é que a corrupção, no Brasil e em outros lugares, é realizada no mercado pelos proprietários”, que se beneficiam, por exemplo, de isenção fiscal. O sociólogo também faz uma comparação com a violação dos direitos dos povos indígenas brasileiros. “Essa coisa que está acontecendo no Brasil hoje, matando índio para tirar madeira, isso tudo é a elite brasileira funcionando, roubando. O nome disso é corrupção. Isso é ilegal, é contra a Constituição”.

Ele cita ainda o rombo das Americanas como mais uma prova de que “corrupta, é a elite”: “esse cara, Jorge Paulo Lemann, deu um cano de R$ 40 bilhões, entendeu? E esse cara era tido como um grande empresário do Brasil. A elite brasileira, é uma elite de ladrão.”

Jessé Souza espera que isso fique “claro para o povo brasileiro (que) aprendeu a se perceber, ele e seus representantes, como corruptos. Daí a ideia de criminalizar a política como único lugar da corrupção”. Ele acredita que “criticar as ideias é o primeiro passo, e o passo mais importante, para você mudar uma sociedade. É isso que é preciso compreender”.

 

Restituir a inteligência popular

O livro “A Elite do Atraso” foi publicado inicialmente no Brasil em 2017 com o subtítulo “Da escravidão à Lava Jato”. Em 2019, ganhou uma nova edição com o subtítulo “Da Escravidão a Bolsonaro”. Depois da reeleição de Lula em 2022, a obra continua mais pertinente do que nunca na opinião do sociólogo.

“O Lula continua falando exatamente contra os juros altos do Banco Central e você vê toda a imprensa o atacando por isso, por exemplo. Ou seja, essa elite não morreu. É uma luta desigual, né? Então, o Lula está dentro de um contexto extremamente hostil, adverso a ele.”

Para evitar novos “golpes”, como o que derrubou a presidente Dilma Rousseff e abriu caminho para a eleição de Jair Bolsonaro, Jessé Souza espera que o novo governo compre “a batalha cultural” e a disputa narrativa com implantação de uma imprensa plural que explique ”para essas pessoas por que elas são pobres, por que elas não têm futuro num país que é rico”.

O principal desafio do atual governo, de acordo com Jessé Souza, é restituir a inteligência popular: “no fundo, o povo brasileiro, que é um povo inteligente como qualquer outro povo, foi imbecilizado pela elite e por sua imprensa. E você tem que restituir a inteligência popular”. Leia mais:

08
Fev23

Lula pegou leve no tema Eletrobrás: foi bandidagem completa

Talis Andrade
www.brasil247.com -


Presidente deve reverter a entrega da maior empresa de energia brasileira aos tubarões envolvidos na quebra das Americanas

 

por Leonardo Attuch /Portal Brasil 247

- - -

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi excessivamente moderado, na entrevista coletiva concedida nesta terça-feira 7 a vários veículos de comunicação da mídia independente, entre os quais o Brasil 247 e a TV 247. Ao falar sobre a privatização da Eletrobrás, ele afirmou que o processo de venda, realizado por Paulo Guedes e Jair Bolsonaro, foi "errático" e "quase uma bandidagem".

Lula pegou leve. O que aconteceu foi uma bandidagem completa, que, em países que zelam pelo patrimônio público, já teria terminado em cadeia e confisco do patrimônio dos envolvidos. Para refrescar, a maior empresa de energia do Brasil foi entregue de bandeja aos seus acionistas minoritários, na calada da noite, em junho de 2022.

Um mês antes da negociata, a Procuradora Geral da Fazenda Nacional alertou o Ministério da Fazenda que a venda significava dano ao erário público e parecia doação aos sócios privados.

De fato, foi isso o que aconteceu. De acordo com a modelagem feita por Paulo Guedes, as ações ordinárias da Eletrobrás, com direito a voto, foram convertidas em preferenciais. Assim, o governo federal abriu mão do prêmio de controle da companhia, causando danos econômicos ao povo brasileiro, que era controlador da empresa e deixou de ser, numa simples tacada financeira. Além disso, mesmo ficando com 40% das ações da empresa, o governo federal só pode votar nas assembleias como se tivesse apenas 10%. E uma "pílula do veneno" praticamente impossibilita a recompra da empresa pelo governo federal, ao tornar excessivamente onerosas as ações para o antigo controlador.

Com isso, o controle passou a ser diluído entre seus minoritários, entre os quais o grupo 3G, controlado pelos bilionários Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles, que acabam de protagonizar a maior fraude corporativa da história do Brasil, no calote de R$ 43 bilhões das Americanas. Uma fraude que abala a confiança no mercado de capitais, no sistema de crédito e causa prejuízos generalizados aos gestores da Faria Lima, como aconteceu como o Fundo Verde.

O risco de entregar uma empresa estratégica como a Eletrobrás a tubarões do mercado financeiro, que agora são publicamente conhecidos como caloteiros, não poderia ser mais evidente. No dia de ontem, a Light, que foi privatizada da mesma forma e também tem entre seus acionistas Beto Sicupira, comunicou a Agência Nacional de Energia Elétrica que não terá recursos para manter a concessão. Ou seja: depois de sucatear a empresa, os acionistas privados da Light entregarão o bagaço ao estado.

Por isso mesmo, vem em boa hora a iniciativa do governo Lula de questionar a privatização da Eletrobrás. Mas não basta que a Advocacia-Geral da União conteste algumas cláusulas da negociata. É preciso seguir o caminho apontado pelo professor Gilberto Bercovici, da Universidade de São Pauloo, que defende a anulação completa do crime contra o povo brasileiro cometido por Guedes e Bolsonaro, em favor de personagens como Lemann, Sicupira, Telles e companhia. Antes que a empresa seja sucateada e o Brasil fique no escuro, como ficou no fatídico apagão de 2002.

 

21
Jan23

O rombo das Americanas e o golpe militar

Talis Andrade

 

 
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Marcio Vaccari e Reinaldo Azevedo no Twitter
 
Reinaldo Azevedo
@reinaldoazevedo
Vejam só. Agora é pra valer. Recuperação judicial das Americanas, c/ espeto de R$ 43 bilhões, correspondentes a 29,6% da PEC de transição. O q tem a ver uma coisa c/ outra? Explico sem dificuldade. Notaram como políticas de bem-estar são tratadas, em certas áreas, por princípio, 
 
como crimes, e crimes evidentes do setor privado são naturalizados como uma espécie de fatalismo? Decorre tbem daí a baixa credibilidade do liberalismo brasileiro. Cadê a avalanche de artigos? Vamos lá repetir a rotina de empresas quebradas, com sócios bilionários.
 
 
 
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Quem diria!? O maior escândalo e o maior tombo do capitalismo brasileiro — e do capitalismo mundial — não têm o dedo de Lula! Assim fica difícil!!!
 
 
Ah, sim: um terço da dívida das Americanas é com bancos públicos. Os severinos vão pagar a conta também desse modo.
 
 
 
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Não entendi a pauta, a tese ou o que seja dos que afirmam que Lula também tem de ceder no caso dos militares: ceder em quê? Extremistas tentaram dar o golpe impossível, debaixo de olhares e omissões cúmplices. Perderam. Cumpram-se a Constituição e as leis. Tivessem vencido, tbem
 
não haveria o que negociar. Os democratas estariam mortos ou presos, certo? Ademaia, vale o currículo. Os militares não têm o q reclamar dos governos petistas. Jamais as Forças foram tão atendidas em seus anseios em tempos democráticos. E isso é só um fato. A dificuldade
 
está numa concepção torta, alheia à democracia, segundo a qual os militares exercem a tutela do país. A democratização até agora não enfrentou essa questão. E os próprios golpistas tornaram o tema inadiável. O poder civil de matriz democrática não tem concessões a fazer. Ponto.
 
 
 
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18
Jan23

Em dezembro, jovem que viu pai falir denunciou calote das Americanas a jornais, que o ignoraram

Talis Andrade
www.brasil247.com -


Semanas depois, foram divulgadas 'inconsistências contábeis' da empresa no valor de R$ 20 bilhões

 

247 - Em publicação no LinkedIn na segunda-feira (16), o jovem Bernardo Garcia revelou que em dezembro de 2022 enviou a jornais e jornalistas um e-mail denunciando a responsabilidade das Lojas Americanas pela falência da empresa de seu pai. À época ainda não haviam sido divulgadas as 'inconsistências contábeis' da empresa no valor de R$ 20 bilhões.

Garcia afirmou que também enviou a denúncia a Sérgio Rial, ex-CEO da Americanas, e a Fabiana Oliver, Diretora de Relacionamento com Investidores da empresa.

"Dei esse passo dois anos depois da empresa do meu pai falir por responsabilidade do Grupo Americanas S.A., que rompeu um contrato de cinco anos devendo meses de faturamento, sem aviso prévio. Não somente: 15 dias antes disso, o Grupo havia iniciado uma negociação para comprar a empresa dele. (Isso porque, naqueles dias, ele havia recebido uma proposta de compra de um concorrente da Americanas)", diz Garcia.

O jovem ainda relata os danos materiais, psicológicos e físicos causados pelo prejuízo. "Meu pai infartou quatro meses depois da falência e ficou uma semana na UTI. Desde então, ele e seu sócio estão sob medicamentos para lidar com ansiedade e depressão. Eles perderam tudo: casa, carro, dinheiro e 40 anos de luta e esforço. Perderam também a vontade de viver. Nesses dois anos, tentam correr atrás de advogados que aceitem a causa pelo êxito, já que não possuem condições financeiras para arcar com os custos do processo. E eu, como filho, tento me desdobrar para ajudá-los financeira e emocionalmente".

"Muitas vezes, as críticas feitas aos empresários e às empresas não diferenciam os grandes dos pequenos e médios empresários. A falência de grandes empresas gera perda de bilhões aos seus acionistas, mas esses permanecem com seus outros milhões. A falência de empresas menores leva seus donos a perderem tudo. Não torço pela falência das Americanas. Torço para que se recuperem: só assim poderão arcar e honrar seus colaboradores e seus credores. Torço, mais ainda, para que se conscientizem. As relações predatórias do Capitalismo têm consequências profundas e problemáticas. Não serão algumas ações ESG que corrigirão esse impacto. É essencial que possamos nos atentar e discutir sobre isso, ultrapassando a superficialidade que o meio corporativo tanto gosta (e com a qual tanto se beneficia)", finaliza.

 
 

Americanas distribuiu aos donos dividendos de R$ 550,6 milhões sobre lucro forjado por maquiagem nos balanços

O trio de bilionários acionistas de referência da Americanas (AMER3), Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira embolsaram 
 

 

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