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O CORRESPONDENTE

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03
Set22

Apesar de avanços no combate a fake news, desinformação continua a correr solta pelo Brasil

Talis Andrade
Plataformas digitais aceitaram coibir mais as fakenews, mas medidas seguem insuficientes.
Plataformas digitais aceitaram coibir mais as fakenews, mas medidas seguem insuficientes. REUTERS - MOHAMED NURELDIN ABDALLAH

A um mês das eleições, as autoridades do Brasil lutam para conter a desinformação que inunda as redes sociais. Embora o país esteja melhor preparado para combater as fake news do que em 2018, os conteúdos e novas plataformas se tornaram mais difíceis de controlar.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder na última pesquisa divulgada em 18 de agosto pelo Instituto Datafolha, com 47% das intenções de voto, e o presidente Jair Bolsonaro (PL), com 32%, são alvos da maioria dos conteúdos falsos divulgados pela internet, à medida que se aproxima o primeiro turno. A desinformação correu solta na campanha de 2018, especialmente pelo WhatsApp, e especialistas concordam que o fenômeno teve impacto nos resultados eleitorais, que deram a vitória a Bolsonaro.

Desde então, instituições, sociedade civil e empresas de tecnologia avançam no combate às informações falsas, manipuladas ou fora de contexto.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, afirmou no primeiro dia de campanha que a Justiça seria "firme e implacável" contra "a divulgação de notícias falsas ou fraudulentas". A instância já ordenou a remoção de conteúdos, incluindo publicações do próprio Bolsonaro, como um vídeo no qual criticou, sem apresentar provas, a confiabilidade do voto eletrônico, durante uma reunião em julho com embaixadores em Brasília.

 

Ações envolvem plataformas digitais

 

O TSE criou também um grupo de combate à desinformação, integrado pelas principais instituições brasileiras, gigantes da tecnologia como Facebook, Instagram e WhatsApp, Google, TikTok, Telegram e YouTube, além de universidades e meios de comunicação. A iniciativa resultou em diversos compromissos, como a decisão do WhatsApp de adiar, até depois das eleições, a implementação da ferramenta "Comunidades", que permitirá aglutinar vários grupos em um mesmo espaço, e a seus administradores enviar mensagens a todos eles.

A plataforma Telegram, por sua vez, foi forçada a designar um representante legal no Brasil, sob ameaça de ser bloqueada em todo o país por não colaborar com as autoridades.

"Sem as plataformas, fica muito difícil para o Tribunal [TSE] ser eficaz, porque leva muito tempo fazer qualquer ação punitiva a partir da detecção [da desinformação]. Mesmo que venha depois, o estrago já está feito, porque a informação já circulou", explica o sociólogo Marco Aurélio Ruediger, diretor da Escola de Comunicação da Fundação Getúlio Vargas.

 

Lula “bêbado"

 

Entretanto, em plataformas como TikTok e Telegram, "a desinformação tem corrido solta" porque elas favorecem, respectivamente, a "edição simples de vídeos curtos" e a criação de canais onde proliferam "discursos de ódio", que não são adequadamente coibidos, afirma Ana Regina Rego, coordenadora da Rede Nacional de Combate à Desinformação.

Segundo um levantamento do jornal O Globo, vídeos com informações falsas sobre Lula foram visualizados milhões de vezes no TikTok. Três vídeos que mostram Lula bebendo um líquido transparente, apontado falsamente como sendo cachaça, alcançaram 6,6 milhões de visualizações; e cinco vídeos que visam desacreditar a facada que Bolsonaro sofreu durante a campanha de 2018 foram vistos 3,3 milhões de vezes.

Outros conteúdos com ampla difusão, verificados pelo serviço de checagem da AFP, incluem afirmações falsas de que, se for eleito, Lula mandaria fechar as igrejas, ou comparações enganosas entre os preços da gasolina durante os governos de Lula (2003-2010) e o atual.

O TikTok assegurou à AFP que remove os vídeos que violam as Diretrizes da Comunidade e que está empenhado em retirar conteúdos que possam gerar algum tipo de risco ao processo eleitoral, além de evitar dar destaque na aba sugestões a informação "potencialmente enganosa que não possa ser verificada".

 

Desinformação tem maior potencial viral

 

Os conteúdos que "combinam fatos com mentiras, com fraudes, descontextualizações, com uma estética sensacionalista, têm um potencial 70% maior de viralizar do que uma informação", afirma Rego. É por isso que é alto o risco de que uma informação falsa ganhar uma dimensão desproporcional, como aconteceu nos Estados Unidos, quando os seguidores de Donald Trump invadiram o Capitólio convencidos de que houve fraude nas eleições nas quais o ex-presidente perdeu para o democrata Joe Biden.

No Brasil, uma das maiores preocupações é que Bolsonaro e seus apoiadores rejeitem uma eventual derrota, devido aos questionamentos constantes que o presidente faz sobre o voto eletrônico. "A sociedade está mais atenta, menos ingênua quanto à desinformação e ao que recebe. Por outro lado, temo o incentivo à violência e à não aceitação do resultado final de uma eleição. Isso é o mais perigoso. A gente pode ter uma situação semelhante à que teve nos EUA", afirma Ruediger.

Com informações da AFPImage

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22
Ago22

Dia de Combate à Intolerância Religiosa é comemorado; entenda a escolha da data 21 de Janeiro

Talis Andrade

Intolerância Religiosa: termos como “chuta que é macumba” somam quase 55  mil menções desde 2018 nas redes sociais - Mundo NegroCombate à intolerância religiosa é ainda mais urgente no Brasil de hojeGuia de intolerância aponta para disseminação de ataques de cunho religioso  - 15/09/2019 - Cotidiano - Folha

21 de Janeiro é comemorado o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, instituído em Lei Nacional no ano de 2007. A data homenageia a baiana Gildásia dos Santos e Santos, Mãe Gilda, Iyalorixá (mãe de santo) vítima de intolerância religiosa.

No ano de 1999 a Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) publicou uma reportagem no jornal Folha Universal utilizando uma foto da Mãe Gilda com a manchete "Macumbeiros charlatões lesam o bolso e a vida dos clientes". Após a publicação, a religiosa foi reconhecida pela sua foto, apesar de uma tarja preta ter sido colada sobre seus olhos. A edição teve uma tiragem de 1,3 milhão de exemplares, todos distribuídos gratuitamente em todo o País.

 

Após a publicação, a religiosa foi reconhecida pela sua foto, apesar de uma tarja preta ter sido colada sobre seus olhos

Após a publicação, a religiosa foi reconhecida pela sua foto, apesar de uma tarja preta ter sido colada sobre seus olhos (Foto: Reprodução Folha Universal)
 
 

A partir de então, ela e integrantes do terreiro de Candomblé Ilê Axé Abassá de Ogum, fundado por Mãe Gilda, passaram a sofrer perseguição por pessoas de outras religiões, além de integrantes do próprio Candomblé que acreditaram que a mãe de santo estava pregando contra sua religião. Com a crescente onda de perseguição, Mãe Gilda e seu marido foram agredidos, verbal e fisicamente, dentro das dependências do Terreiro. O local também foi depredado.Busto em homenagem a Mãe Gilda é atacado por criminoso - Lab Dicas  Jornalismo

Ato lembra 'Mãe Gilda' e celebra Dia Nacional de Combate à Intolerância  Religiosa - Notícia - Bahia Notícias

Mãe Gilda já sofria de alguns problemas de saúde e o quadro agravou-se após as agressões. Ela morreu no dia 21 de janeiro de 2000. No dia anterior à sua morte, a religiosa assinou procuração constituindo seus advogados para defender uma ação contra a Iurd, movida pela família, por danos morais e uso indevido da imagem.

A Igreja Universal foi condenada, mas entrou com recursos contra a decisão por mais de uma vez, levando o caso até o Superior Tribunal de Justiça (STJ). Em setembro de 2008, por fim, o STJ confirmou a condenação da Iurd, que ficou obrigada a publicar retratação no jornal Folha Universal e pagar indenização de R$ 145 mil para a família de Mãe Gilda.

Além da data em comemoração ao combate à intolerância, a legislação brasileira também define como crime prática, indução ou incitação ao preconceito de religião, bem como de raça, cor, etnia ou procedência nacional pela Lei nº 9.459 de 1997. A pena é de reclusão de dois a cinco anos e multa.

No 21 de janeiro, entidades religiosas, instituições da sociedade civil e vítimas de intolerância religiosa promovem reunião no Auditório da Faculdade de Educação (Faced) da Universidade Federal do Ceará (UFC), homenageando Mãe Gilda de Ogum na data que marca seu falecimento.

Segundo Sebastião Ramos, representante da Associação Brasileira de Apoio às Vítimas de Preconceito Religioso (Abravipre), o evento conta com a presença de pessoas de diversas religiões, em discussões sobre a liberdade de crença, direito garantido pela Constituição. "Formamos uma comissão para darmos continuidade a esse debate em Fortaleza, porque há muitos casos de intolerância religiosa no mundo inteiro, assim como também em Fortaleza", afirma.

Para o professor do Departamento de Geografia da UFC, Christian Dennys Monteiro de Oliveira, o dia 21 de janeiro representa um marco importante na trajetória de reconhecimento governamental de que o problema da intolerância ultrapassa a condição de crimes contra a pessoa humana e contra a cidadania.

"No período dos anos 1990 foi estabelecido uma convenção da Unesco que ditava normas a respeito da importância de se ter um diálogo inter-religioso como forma de reconhecimento de que cada religião, cada credo e cada crença deve ser reconhecida pelo outro como testemunho de convívio e fraternidade Universal", justifica. Para ele, a Lei aprovada em 2007 seguia o mesmo movimento que o Brasil já trilhava com a convenção estabelecida com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

O encontro em 21 de janeiro, espaço para o depoimento de entidades e pessoas presentes, "chamando atenção para situações que devem ser sensibilizadas para que se evite esse crescimento da radicalização do fundamentalismo", explicou Christian. Ao encerramento, um cortejo segue até a sede do Maracatu Solar.Mais uma charge polmica envolvendo religio agora no Brasil

21 de Janeiro: Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa – MÃE GILDA  VIVE! | SINTEFPB – Sindicato dos Trabalhadores Federais da Educação Básica,  Profissional e Tecnológica da Paraíba

 

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