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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

27
Jul22

"O país acordou. Autoritários não passarão", diz editorial do Estado de S. Paulo

Talis Andrade

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Jornal diz que a sociedade compreendeu a gravidade dos ataques de Bolsonaro ao processo eleitoral e à democracia

 

Em editorial publicado nesta quarta-feira (27), o Estado de S. Paulo afirma que "o país acordou" e não tolerará o atropelo da democracia por Jair Bolsonaro (PL). 

"Depois da reunião do dia 18 de julho com embaixadores, na qual Jair Bolsonaro disse ao mundo que a democracia brasileira não era confiável, o País acordou. Houve um sem-número de depoimentos de entidades e pessoas que participaram e ainda participam do processo eleitoral atestando a lisura e a segurança do nosso sistema de votação e apuração. A democracia brasileira não está nas mãos de algumas poucas pessoas. É uma construção coletiva, robusta e admirada – aqui e no mundo inteiro", diz o texto.

De acordo com o periódico, a população brasileira finalmente se conscientizou da gravidade dos ataques de Bolsonaro ao processo eleitoral. "A boa notícia, a confirmar o isolamento dos autoritários, é que o documento vem recebendo amplo apoio dos mais diversos setores da sociedade brasileira. Ninguém preocupado com o País quer saber de bagunça com as eleições ou de ruptura da ordem constitucional".

O jornal ainda demonstra surpresa ao ver o ministro da Casa Civil de Bolsonaro, Ciro Nogueira (PP), assumindo que o atual governo não está do lado da democracia. "Como a confirmar os piores temores, o governo de Jair Bolsonaro vestiu a carapuça. Para o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), as manifestações em defesa das eleições são um ataque ao presidente da República. Sem nenhum pudor, o Palácio do Planalto escancara que não está do lado da democracia. A sociedade tem motivo, portanto, para estar alerta. Os liberticidas e autoritários não passarão".

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Sérgio A J Barretto
@SergioAJBarrett
O Gabriel Monteiro, acusado de estupro, pedofilia e assédio sexual e moral, poderá ser o grande puxador de votos do PL, o Partido do Bolsonaro, no Rio de Janeiro. Não é o típico aliado do clã miliciano?
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UOL Notícias
RJ: PM acusado de matar mulher em chacina diz que achava que seria atacado
Um PM acusado de matar Letícia Marinho Salles na chacina policial de 21 de junho, que deixou 20 pessoas mortas no Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro, disse ter atirado após confundir uma colega de farda com um criminoso. O cabo Eduardo Nunes Rodrigues Júnior atirou 12 vezes
Foto: Reprodução / Redes Sociais
Letícia Marinho Salles 
 

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Lenio Luiz Streck
@LenioStreckImage
 
A bela charge explica muito. Para registro: na livraria Ateneu de B.Aires tem mesmo uma caixa assim. Contei isso em vários textos. Acho que Geraldo Prado tb. Linda charge. No Brasil, o risco é claro. Quebremos o vidro! Antes do incêndio.

 

 

 

 

23
Jul22

Sim, Jéssica, é isso que há…

Talis Andrade

 

por Fernando Brito

 

Tirar a vida de moradores – ou quem estiver só de passagem – de comunidades é, segundo o discurso oficial, um “dano colateral” ou o “custo da operação”, como disse o porta-voz da Polícia Militar do Rio de Janeiro, do que cinicamente chamam de “guerra às drogas”.

Não existe uma guerra às drogas, do contrário, depois de décadas sendo travada, algum dos lados tivesse sido destruído ou, ao menos, estivesse encurralado ao ponto de quase desaparecer.

O que há é um pacto de conveniência entre o tráfico e o aparato policial, lucrativo para ambos, pois gera uma montanha de lucros, de onde vertem vantagens diretas (a corrupção policial) e indiretas (o fantástico mercado de venda de segurança privada, igualmente controlado por policiais e por militares, nem sempre da reserva).

Não quer dizer, é claro, que estejam todos policiais envolvidos numa ou noutra: muitos são honestos e vivem com limitações e sob perigo sempre grande e até ampliado pela perda de respeito que a promiscuidade com o crime gera em relação à polícia.

Mas há uma simbiose que vai além destas cumplicidades: o empoderamento dos grupos criminosos é o empoderamento das organizações policiais e vice-versa, porque transforma a polícia em tropa (mais policiais, mais oficiais, mais delegados e agentes) e os grupos criminosos, necessariamente, em estruturas maiores, com necessidades crescentes de territórios (até para repor os que perderam para milícias parapoliciais), de poderio bélico e em quantidades de “efetivos”, transformando o recrutamento de jovens nas comunidades em algo quase imperioso, para fazer frente a polícia, à milícia ou a facções rivais.

Pretender romper esta equação macabra é quase o mesmo que se tornar um maldito. Um “defensor de bandidos” ou de traficantes, nas acusações que comunicadores (e jornalistas, vários) ajudam a manter à espera que o espalhafato e a “dureza com os marginais” pode lhes trazer.

Foto: Reprodução

Letícia Marinho de Salles

 

Hoje, Jéssica, uma das filhas da senhora Letícia Marinho de Salles, que foi assassinada, indefesa, num automóvel parado numa sinal de trânsito, próximo ao Alemão, chorou a sua dor:

“Um policial vem e atira na minha mãe dessa forma? O que a minha mãe fez com ele? Ela levantou uma arma para matar ele? O que tinha na cabeça aquele homem? A única coisa que eu cobro do governador Claudio Castro é justiça. Porque nada vai trazer minha mãe de volta. Nada do que o estado fizer vai trazer minha mãe de volta. O Estado foi extremamente negligente”.

“Minha mãe era uma pessoa que só se prestava a ajudar. Eles acham que todo mundo que mora na comunidade é marginal. A gente não mora ali porque a gente gosta, a gente mora ali porque não dá pra pagar IPTU, IPVA, aluguel e as outras contas. É isso que o governador tem pra gente? Eu quero saber os responsáveis. Eu cobro do governador Cláudio Castro, o que ele vai fazer?”

O Estado não foi negligente, Jéssica. Foi perverso, porque só agiu assim por covardia e não o teria feito numa área nobre da cidade.

Você perguntou se é isso que o governador tem para gente como ela, você e milhões de brasileiros de vida modesta. Sim, é isso, ele, o presidente que debochou da solidariedade a todos os outros que morreram e dos que ainda vão morrer neste pacto entre anormais entre o poder e o crime, que a ambos dá mando e lucros.

Nada, porém, que consiga consolar seu coração de filha nem dobrar a sua consciência de dignidade.

23
Jul22

Morte de PM indica ação de vingança que deixou 20 mortos no Complexo do Alemão

Talis Andrade

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A chacina uma operação militar de vingança pela morte do cabo da PM Bruno de Paula Costa. À vendeta nazista estipula um soldado vale dez civis, um cabo vinte... A polícia do governador Cláudio Castro lidera o número de massacres no governo bolsonarista que aprova a sangreira 

 

As 20 mortes que aconteceram nessa quinta-feira (21) no Complexo do Alemão, zona norte da cidade do Rio de Janeiro (RJ) foram consequência de uma vingança de policiais pela morte do cabo da Polícia Militar (PM) Bruno de Paula Costa. Vinte pessoas morreram, inclusive duas mulheres: Letícia Marinho de Salles e Solange Mendes.

De acordo com informações publicadas nesta quinta-feira (21) pelo portal Uol, o policial chegou ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, às 6h. Uma hora depois, o ativista Raull Santiago, do Coletivo Papo Reto, relatou que policiais começaram a invadir casas de moradores para utilizarem como plataforma de tiros.

Por volta das 10h, com as notícias sobre o número de mortos desconhecidas, dezenas de mototaxistas protestaram nos acessos ao Complexo do Alemão. 

22
Jul22

Chacina no Complexo do Alemão. A polícia do governador Cláudio Castro já executou 20 moradores

Talis Andrade

 A Polícia Militar - em conjunto com a Polícia Civil - continua no Complexo do Alemão, numa ocupação que metralhou 20 moradores, entre eles duas mulheres

Foto: Reprodução

Mais uma moradora do Alemão morreu durante uma ação policial, que ainda acontece na região. Solange Mendes foi atingida com um tiro de fuzil na cabeça, na Alvorada, durante uma ação da UPP da Nova Brasília que tinha como objetivo a remoção de uma barra de concreto.

Segundo vizinhos, Solange foi baleada por um policial que se assustou quando a moradora passava no beco. Segundo vizinhos, um policial escondeu o rosto de Solange, para que pessoas ao redor não conseguissem identificar a vítima. “Tamparam o rosto dela, enrolaram o rosto dela com uma roupa deles mesmo pra ninguém saber quem é. E gritaram, é morador! ‘Tacaram’ pra dentro do carro e em seguida desceram varado e foram embora”. Ainda de acordo com o morador, foram outros policiais que atiraram em Solange e não os que socorreram.

Moradores revelam que um policial se baleou acidentalmente na perna, e no meio da situação, balearam Solange. Um dos militares teria gritado “Sou eu” depois de ser acertado. Após isso, gritaram “É morador!”Foto: Reprodução

Letícia Marinho de Salles, de 50 anos, morta na última quinta feira (21), após ser baleada com um tiro de fuzil na Estrada do Itararé.

Letícia era moradora do Recreio dos Bandeirantes e estava com o namorado Denilson Glória, que vive no Alemão. Os dois e um primo de Denilson estavam dentro de um carro, na Estrada do Itararé, na altura do Colégio Tim Lopes. Segundo o namorado da vítima, policiais atiraram no veículo, enquanto eles pararam no sinal. Letícia foi atingida no peito.

Um amigo da família afirma que Letícia perdeu a mãe há cerca de um mês de quem cuidava em tempo integral. Antes disso, ela atuava como segurança e havia renovado seu registro a pouco tempo.

Ruben Berta
@ruben_berta
Dezoito pessoas morreram no Alemão, e o governador está comendo fruta no Ceasa
com Romário.
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Rodrigo (Palito) Cebrian
@rodcebrian
Em que lugar do mundo isso acontece com tanta frequência e "naturalidade", com tamanha aceitação da sociedade? NENHUM! No Brasil existe uma política de estado de extermínio do povo preto e pobre. O pior lugar do mundo é aqui.ImageImage

 

Moradores denunciam invasão em casas, para roubar, por parte de agentes da PM

 

A operação policial no Complexo do Alemão que começou na manhã desta quinta-feira (21) está deixando marcas do abuso de autoridade. Em vídeos, moradores registraram policiais forçando portas para invadir casas, e residencias reviradas para procurarem dinheiro e pertences de valor dos moradores. 

Uma vítima relatou a situação. “Eles entraram lá em casa e levaram meus pertences, mexeram na geladeira e bateram na cara do meu sogro e a minha sogra foi xingada por eles. E eu tenho criança pequena em casa, que assistiu tudo.”

Vídeos mostram marcas de tiros em paredes de casas. Dezenas de moradores relataram agressões e pertences roubados de suas casas durante as invasões.

 

Policiais militares usam residencias de moradores para confronto na comunidade (Imagem: Reprodução)

Manhã de terror

Em nota, a Federação de Associações das Favelas do Rio de Janeiro (FAFERJ) se pronunciou sobre a operação no Complexo do Alemão.

Mais uma manhã de terror. Cláudio Castro, o Governador das Chacinas, autorizou mais uma Operação Eleitoreira em favela. Na guerra da Ucrânia e em vários outros conflitos é proibido utilizar helicóptero como plataforma de tiro em área civil, é crime internacional. Mas nas favelas isso acontece cotidiamente, inclusive hoje no Alemão, com o Águia (helicóptero blindado) aterrorizando moradores. Essa lógica de guerra é um enxuga gelo que não resolve o problema da violência, ao contrário, apenas piora. Nós da FAFERJ repudiamos essa operação eleitoreira autorizada pelo Governador das Chacinas, Cláudio Castro.
Também externo minha solidariedade aos moradores do Complexo do Alemão. As favelas pedem paz, e também direitos iguais!

Virgínia Berriel, conselheira do Conselho Nacional dos Direitos Humanos, também falou sobre a operação no Complexo do Alemão:
“É lamentável a situação dentro do Complexo do Alemão. Estivemos lá na segunda-feira (18) e ouvimos iniciativas de comunicação comunitária. Não aceitamos esse tipo de invasão nas comunidades. Vemos isso com muita preocupação e o CNDH está atento a essa situação que atinge favelas do Rio de Janeiro. Estivemos no Ministério Público cobrando e exigindo respostas sobre como agem os departamentos responsáveis por estas incursões policiais. O Rio de Janeiro não tem planejamento de políticas públicas voltado para pessoa que moram na favela, pessoas tão vulveráveis em situações como esta de hoje.”

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