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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

29
Jan23

Por que Carlos Bolsonaro não prestou depoimento no inquérito sobre o evento de Juiz de Fora?

Talis Andrade
www.brasil247.com - Carlos Bolsonaro esteve em clube de tiro nos mesmos dias que Adélio
Carlos Bolsonaro esteve em clube de tiro nos mesmos dias que Adélio

 

Os dois estiveram próximos duas vezes. Em Florianópolis, quando Adélio fez curso de tiro. E em Juiz de Fora, quando Carlos se tranca no carro ao ver Adélio

 

por Joaquim de Carvalho

- - -

Uma das lacunas da investigação sobre a facada ou suposta facada em Juiz de Fora é a presença de Carlos Bolsonaro em Florianópolis no mesmo dia em que Adélio Bispo de Oliveira fazia o curso de tiro no .38, em 5 de julho de 2018.

O inquérito não faz referência se Carlos frequentou o .38 naquele dia, mas sua ida à cidade tinha o objetivo de ir ao local, de que era associado fazia três anos e ao qual prestou homenagem, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro, conforme mostra o diploma afixado na parede da recepção.

Quando fiz o documentário "Bolsonaro e Adélio - Uma fakeada no coração do Brasil", perguntei ao .38 se Carlos Bolsonaro esteve no local naquele dia e se havia imagens das câmeras de segurança. Um relações públicas do clube me atendeu, pediu que formalizasse a solicitação por e-mail, o que fiz e não recebi resposta.

Dois representantes do .38 prestaram depoimento no inquérito, o instrutor de tiro e um proprietário, mas não foram questionados sobre a presença de Carlos Bolsonaro. Um deles disse que, nesse dia, Adélio, à certa altura, ficou sentado na poltrona, mexia no celular e olhava sempre para a porta de entrada.

Adélio estava fazendo o curso, pelo qual receberia certificado, e pelas aulas recebidas teria pago três vezes o valor do aluguel do quarto onde vivia. Adélio não tinha arma. Em 7 de setembro, um dia depois do evento em Juiz de Fora, o Jornal Nacional publicou reportagem com entrevista da porta-voz do clube.

“Ele chegou aqui, fez um cadastro, foi acompanhado, após fazer um cadastro e dar a identidade dele, como todo e qualquer cidadão que vem aqui, por um instrutor para a prática de tiro. Esse instrutor fica junto no momento em que a arma é escolhida. Fica junto a todo instante”, disse Júlia Zanata, que, mais tarde, seria nomeada por Jair Bolsonaro para um cargo regional da Embratur em Santa Catarina.

Nas redes sociais, Júlia Zanata se destacou como militante bolsonarista e recorreu à Justiça para tentar tirar o documentário do YouTube, mas não conseguiu. A censura viria por iniciativa do próprio YouTube, alguns meses antes da eleição no ano passado.

O delegado da Polícia Federal Rodrigo Morais, que investigou o caso, disse a membros de sua equipe que havia dificuldade para investigar o entorno de Bolsonaro, mas, em junho de 2021, quando apurávamos o evento de Juiz de Fora, considerava a hipótese do auto atentado "plausível".

Na época, o Tribunal Regional Federal da 1a. Região analisava a possibilidade de reabertura do inquérito para, em princípio, analisar o celular e o computador apreendido no escritório de Zanone Júnior, que foi o advogado de Adélio.

Ele dizia que, se o caso fosse reaberto, avançaria na investigação, não apenas analisar os arquivos de Zanone. O delegado cogitava pedir autorização do Supremo Tribunal Federal para uma perícia médica em Bolsonaro.

"Ninguém é obrigado a produzir prova contra si, mas eu pediria, para saber se o que provocou o ferimento", disse a dois agentes da Polícia Federal. 

Quando o caso foi reaberto, Rodrigo Morais acabou promovido para um cargo nos Estados Unidos, e quem assumiu a investigação foi o delegado Martin Bottaro Purper, que tinha investigado a facção criminosa PCC.

Algumas semanas depois, o jornal Metrópoles publicou reportagem sobre a linha de investigação: Purper estaria buscando verificar se havia ligação de Adélio com a facção criminosa.

Nunca mais a Polícia Federal tocou no assunto publicamente, mas a notícia gerou barulho na internet. A militância bolsonarista tentava ligar Adélio ao PCC e o PCC a Lula. Puro delírio, mas em época de campanha o barulho poderia ter efeito junto aos eleitores.

Carlos Bolsonaro é chave para eliminar as lacunas do inquérito sobre o evento de Juiz de Fora. Um vídeo publicado no documentário "Bolsonaro e Adélio - Uma fakeada no coração do Brasil" mostra que Adélio tenta se aproximar de Carlos na tarde de 6 de setembro de 2018, logo após a chegada de Bolsonaro ao Parque Halfeld, início da caminhada pelo calçadão.

Ao vê-lo, Carlos Bolsonaro entrou no carro e se trancou. Em entrevista a Leda Nagle, Carlos falou sobre essa aproximação, que ele não poderia negar, já que as imagens tinham se tornado públicas.

"Tem um determinado momento da gravação do meu pai em Juiz de Fora em que eu saio do carro e o Adélio vem na minha direção, e eu, por um acaso, volto no carro e, quando eu entro no carro novamente, ele recua porque viu que não conseguiria chegar até mim. Tem essa gravação. É público, todo mundo consegue ver. Então, eu voltei para o carro e dez minutos depois aconteceu o que aconteceu", afirmou.

Se, ao se trancar no carro, desconfiou do homem que usava jaqueta preta apesar do calor na cidade, deveria ter alertado os seguranças.

Sobre a presença em Florianópolis no mesmo dia em que Adélio fazia o curso, contou que, naquele dia, não esteve no clube de tiro.

"Esse cidadão chamado Adélio esteve no clube de tiro .38 no mesmo dia em que eu estava em Florianópolis. Por um acaso, naquele dia, eu não fui ao clube de tiro. (...) Aloprei com um amigo meu que temos mais ou menos a mesma personalidade. 'Não vou praí, vou pro hotel e dane-se. Não fui'", disse, na mesma entrevista a Leda Nagle.

Se o clube de tiro tivesse atendido à minha solicitação para ver imagens daquele dia, seria eliminada a dúvida sobre o que diz Carlos Bolsonaro: se não esteve mesmo no clube de tiro naquele dia.

Se a Polícia Federal tivesse examinado o deslocamento de Carlos Bolsonaro a partir de seu celular, também se saberia por onde andou em Florianópolis. 

Mas, como não investigava a hipótese de auto atentado, o delegado Morais não requisitou as imagens do clube nem examinou o celular de Carlos Bolsonaro.

A Leda Nagle, Carlos Bolsonaro sugere que poderia ser alvo de Adélio, o que não faz sentido. Examinando a rede social dele, é possível verificar que Adélio só começou a atacar Bolsonaro alguns dias depois do curso no .38.

Entrou na própria página de Jair Bolsonaro no Facebook e o ameaçou. Foi a partir daí que também passou a criticar as propostas de Bolsonaro, e reproduziu entrevista antiga, em que Bolsonaro defende guerra civil no Brasil, com a morte de 30 mil pessoas.

São postagens muito diferentes daquelas que vinha fazendo antes de realizar o curso de tiro, em que defende um projeto de lei apresentado por alguns deputados, entre eles Bolsonaro, para a redução da maioridade penal.

Também era favorável ao serviço de militares em projetos de lazer e educação para jovens. Atacou o projeto de lei que criminaliza a homofobia, apoiado por Jean Wyllys, então deputado pelo PSOL, que os bolsonaristas tentariam ligar a ele.

Esse comportamento, sobretudo as contradições, devem ser investigadas, se o que se busca, no caso de Juiz de Fora, é a verdade factual.

 

 

03
Nov22

Lúcia Veríssimo posta foto beijando na boca a homofóbica Cássia Kis: “Chega de hipocrisia”

Talis Andrade

Cássia Kiss diz que beijo em Lucia Veríssimo foi coisa "de uma pessoa  idiota que eu era” | Revista Fórum

 

A atriz Lúcia Veríssimo usou seu perfil do Instagram para mostrar uma foto na qual está beijando a sua colega de profissão Cássia Kis.

A postagem ocorre no contexto em que a atriz fez declarações homofóbicas em entrevista à Leda Nagle também bolsonarista: “Porque onde eu saiba, homem com homem não dá filho, mulher com mulher também não dá filho. Como a gente vai fazer?”, perguntou.

Lúcia, lésbica assumida, aproveitou o fato de ter postado em uma quinta-feira e valeu-se da #tbt, que significa Throwback Thursday, que pode ser traduzido livremente como a “quinta-feira das lembranças” e pediu “que sigamos sem hipocrisia e falso moralismo” e afirmou que o beijo retratado na foto era real e que foi dado na atriz, que tem dado declarações de extrema-direita em suas redes sociais.

Lúcia Veríssimo - Desciclopédia

“Meu #tbt de hoje vai ser em homenagem à Cassia Kiss. Que sigamos sem hipocrisia e falso moralismo. Sim, foi de verdade esse beijo. SIM É A CÁSSIA KISS QUEM ESTÁ ME BEIJANDO”

Lúcia Veríssimo posta foto beijando Cassia Kis na boca, após comentários  homofóbicos da colega em live | TV | O Globo

17
Jun22

Os fracassos da geração dos generais de Bolsonaro

Talis Andrade

Charge: quem vai interceder pelo carioca agora é um general do Exército -  Jota A! - Portal O Dia

 

 Da intervenção militar no Rio de Janeiro à militarização da Amazônia: as mortes de Marielle Franco, Bruno Pereira e Dom Phillips

 

por Moisés Mendes

 

A elite militar que trabalha para Bolsonaro pode ter feito, pela avaliação de entendidos, boas gestões de quartéis e de planejamento tático e estratégico das suas atividades estritamente castrenses.

Mas essa elite fracassou, e fracassou muito, quando se meteu em áreas que nem os marechais e generais e seus gênios civis da ditadura dominavam.

Os generais fracassaram junto com as missões do Brasil em nome da ONU no Haiti. Fracassaram com Braga Netto na intervenção militar no Rio.

Fracassaram com o desastre de Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde e fracassaram com Hamilton Mourão no comando da Amazônia.

Os generais fracassaram já no lançamento, em 2020, do que deveria ter sido o Programa Pró-Brasil, apresentado como um arremedo dos planos desenvolvimentistas da ditadura.

Esses são os militares do entorno de Bolsonaro, muitas vezes vistos não como subalternos do sujeito, mas como seus tutores desde o início do governo.

Bolsonaro está cercado de gente fardada que não conseguiu fazer o básico nas empreitadas assumidas. São oficiais de alta patente que comandam, ao lado de civis, mais de 6 mil colegas das três armas, muitos em postos de chefia, da Educação à Funai.

Sob outro ponto de vista, pode-se dizer também que, ao contrário da percepção de fracasso, eles conseguiram tudo o que desejavam fazer. E assim teriam sido bem sucedidos, e muito mais agora sob as ordens de Bolsonaro.

Mas é difícil aceitar que a sabotagem das medidas contra a pandemia e a vacinação e que a entrega da Amazônia à bandidagem tenham sido projetos pensados com método e racionalidade pelos militares.

Vamos ao exemplo da Amazônia. Na quarta-feira, a Globo News exibiu uma das mais constrangedoras entrevistas concedidas por um general brasileiro.

O general vice-presidente Hamilton Mourão, presidente do Conselho Nacional da Amazônia, confessou seu fracasso com uma sinceridade de recruta.

Admitiu não ter poder, não ter autoridade para mandar, não ter gente, não ter verbas e não ter chefia que o liderasse com firmeza no comando da Amazônia.

E no final confessou: talvez tenha sido incompetente para fazer o que deveria ter sido feito em defesa do território, dos povos e da floresta.

Mourão se desculpava o tempo todo porque nunca teve um cargo executivo. Mas não soube dizer por que as Forças Armadas, e não só o seu conselho, fracassaram na defesa da Amazônia, diante das ameaças externas e dos bandidos internos que mataram Bruno Pereira e Dom Phillips. Soube apenas se desculpar.

Mourão não mandava em ninguém, como admitiu, e se ressentia de um líder. Disse que alguém deveria ter exercido uma liderança agregadora na Amazônia, dando a entender que essa pessoa não seria ele.

E se despediu da conversa como um subalterno que se pune em público por sua submissão a um trabalho nobre que se transforma em algo quase sem sentido.

Um general não conseguiu impor sua autoridade de general e de vice-presidente na região mais problemática do país e a mais exposta aos olhares do mundo todo.

Mourão não mandava e não apitava na Amazônia, onde grileiros, garimpeiros, contrabandistas, mineradoras, traficantes de outros países e assassinos de índios, de jornalistas e de indigenistas mandam e desmandam.

Foi uma omissão deliberada? Por ordem de Bolsonaro compartilhada com os militares? Ou por ser parte do projeto dos militares, encampado pelo poder político de Bolsonaro?

O certo é que essa elite militar, que fracassou em missões internacionais, sabotou a imunização contra a Covid, abriu caminho para gangues de vendedores de vacinas dentro do governo, não enfrentou os bandidos da Amazônia e, bem antes, não ofereceu nenhuma saída para a guerra civil no Rio, essa é a elite ao redor de Bolsonaro.

Não é razoável pensar que esse grupo, muito bem identificado com os projetos de Bolsonaro, pretenda mesmo levar adiante o blefe de um golpe.

Todos os golpes liderados por militares fracassaram nas últimas décadas na América do Sul. As experiências recentes da elite militar brasileira não credenciam esse grupo a organizar, aplicar e manter um golpe liderado por Bolsonaro.Image

Joaquim de Carvalho
A entrevista de Bolsonaro a Leda Nagle é abjeta. É preciso considerar que, ao atacar Dom de forma vil, tenta tirar o foco de Bruno Pereira, q era da Funai e foi perseguido pelo próprio governo por lutar contra o genocídio dos povos isolados. Ele lutava contra aliados de Bolsonaro

Image

Por que Bolsonaro e Moro têm responsabilidade no que aconteceu com Bruno e Dom. Joaquim de Carvalho diz que Bruno Pereira foi exonerado após participar de ações legais contra interesses de quem viola leis ambientais e proteção aos indígenas



 
 
 
 
 
 
 
15
Jun22

Jornalista inglês era “malvisto” na região amazônica, diz Bolsonaro

Talis Andrade

 

Presidente ainda chamou de “excursão” a viagem do profisisonal e do indigenista e afirmou que tudo indica que os dois foram mortos

 
 
 
O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, nesta quarta-feira (15/6), que o jornalista britânico Dom Phillips, desaparecido há 11 dias, no Amazonas, era “malvisto” na região amazônica em razão de seu trabalho profissional. Dom produzia matérias investigativas sobre garimpo ilegal e a defesa ambiental. Ele e o indigenista Bruno Pereira desapareceram em 5 de junho, na região do Vale do Javari.
 

“Esse inglês era malvisto na região, fazia muita matéria contra garimpeiro, questão ambiental, então aquela região bastante isolada muita gente não gostava dele, devia ter segurança mais que redobrada consigo próprio. E resolveu fazer uma excursão. Não sabe se alguém viu e foi atrás dele, lá tem pirata no rio, tem tudo. É muito temerário você andar naquela região sem estar preparado fisicamente e também com armamento devidamente autorizado pela Funai, que pelo que parece não estavam”, disse Bolsonaro em entrevista à jornalista Leda Nagle.

O mandatário ainda afirmou que tudo indica que os dois foram mortos: “Você pode ver, pelo que tudo indica, mataram os dois, espero que não, estão dentro d’água, e dentro d’água pouca coisa vai sobrar, peixe come, não sei se tem piranha no Javari. A gente lamenta, pede que nada tenha acontecido”.

Segundo a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), a dupla se deslocava com o objetivo de visitar a equipe de vigilância indígena que atua perto do Lago do Jaburu. O jornalista pretendia realizar entrevistas com os habitantes daquela região.

Nessa terça-feira (14/6), o Metrópoles revelou que durante a gestão do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), a Funai retirou armas de fogo que estavam em ao menos uma das bases de proteção do órgão na Terra Indígena (TI) Vale do Javari. A informação foi repassada por duas entidades locais, e confirmada por um servidor do órgão, que pediu para não ser identificado por medo de represálias.

Ainda na noite de terça, a Defensoria Pública da União (DPU) teve pedido acolhido pela Justiça Federal (14/6) para que a Funai providencie medidas de segurança pública a seus servidores e aos povos indígenas no Vale do Javari.

Caso Dom e Bruno: O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou hoje a comentar o desaparecimento do repórter Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo na área do Vale do Javari, no Amazonas —a dupla está sumida há dez dias. Em entrevista ao canal da apresentadora Leda Nagle no YouTube, o governante afirmou que o jornalista britânico era "mal visto na região" por fazer "muita matéria contra garimpeiro" e/ou com foco em conflitos ambientais. No UOL News, a colunista Madeleine Lacsko fala sobre o caso e vê "desinformação típica" #UOLNews

08
Jul21

A CPI em campo minado

Talis Andrade

capitao cloroquina.jpg

 

 

por Cristina Serra

- - -

A CPI da Covid acertou a mão em corrupção grossa no ministério da Saúde e por isso foi alvo de uma tentativa de implosão por meio do policial militar Luiz Paulo Dominguetti. Nas horas vagas, ele fazia bico como vendedor de vacinas. Ao que parece, vendia vento para incautos. 

Sua principal missão foi tentar tirar a credibilidade do deputado Luís Miranda (DEM-DF), que lançara no ventilador os nomes de Bolsonaro e de seu líder na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), ao juntá-los no caso Covaxin, que envolve também o empresário Francisco Maximiano. O mesmo que teve as portas do BNDES abertas pelo filho 01 e senador, Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ). 

É bem verdade que Luís Miranda tem seus interesses comerciais na área da saúde, o que merece a atenção da CPI. Mas isso não invalida a denúncia que fez junto com o irmão, o servidor do ministério Luís Ricardo Miranda. 

Apesar da confusão que causou, Dominguetti também fez revelações sobre outro esquema, envolvendo militares e funcionários, entre eles Roberto Dias, há pouco exonerado. Dias é personagem chave por aparecer nas duas denúncias, a da Covaxin e a de Dominguetti, e por ser ligado a Barros.

O que se viu até agora indica uma disputa de facções no ministério da Saúde em torno da pilhagem do orçamento público. No reino animal, seria algo como hienas tentando participar de um banquete até então exclusivo para os leões da savana. 

Antes de terminar, um registro sobre o não depoimento de Carlos Wizard. Esse sujeito é a cara dos endinheirados no Brasil. Para os pobres, cloroquina e morte. Para a família dele, o melhor tratamento nos Estados Unidos. Foi difícil segurar a náusea ao vê-lo arreganhar os dentes e zombar de quem morreu. Wizard é dono de várias empresas. Uma busca na internet mostra quais são. Sócios no genocídio devem ser atacados no único lugar onde têm alguma sensibilidade: o bolso. Boicote neles. 

 

01
Jul21

Carlos Wizard - covarde, canalha e cúmplice do genocídio

Talis Andrade

wizard.jpg

 

 

por  Carlos Hortmann

- - -

A tragédia brasileira de 515.985 vítimas da Covid-19, sem contar a subnotificação, está cada dia mais caracterizada e comprovada como um GENOCÍDIO. Todos/as nós perdemos um parente ou um amigo próximo. Isso é não uma obra exclusivamente do genocida-mor, mas de um projeto político da classe dominante brasileira. O ocupante da cadeira presidencial só é o representante bonapartista que a burguesia encontrou para tocar a espoliação, exploração e expropriação da classe trabalhadora brasileira. Os militares (o Partido Fardado) cumprem papel fundamental e decisivo nesse processo. 

Dito isso, caro leitor/a, recuperamos a frase do senador Otto Alencar na CPI da Covid na inquirição do charlatão Carlos Martins (Wizard é uma invenção dele para parecer “gringo”): “No Brasil nenhuma riqueza ou fortuna é inocente”. Peço licença ao senador para retificar a frase: No Brasil e no mundo TODA, repito, TODA riqueza, fortuna e grandes propriedades é fruto de séculos de exploração, sangue, suor e mortes de muitos homens e mulheres trabalhadores/as. Por isso que nenhuma fortuna (acumulação) é inocente, pois ela traz consigo o sofrimento e assassinatos (sociais) de milhares e milhares de vidas. Por outras palavras, o capitalismo é um sistema (modo de produção) que produz assassinatos sociais em alta escala.

Muitos leitores/as podem ficar espantados/as com a minha afirmação. Entretanto, assim como o colonialismo negava a humanidade dos povos colonizados, ou seja, considerava-os “sub-humanos”, “bárbaros” ou “não-civilizados” e afins; o capitalismo, em nome de uma “liberdade” abstrata (sem conteúdo determinado) nega o direito a uma moradia digna (basta ver quem vive nas periferias) e a soberania alimentar (pelo menos 3 refeições por dia); priva as pessoas de terem uma saúde preventiva, universal e de qualidade; poderia continuar a enumerar uma quantidade de coisas que esse sistema nega para a maioria esmagadora da humanidade, só para que 1% da população mundial possa ter quase 60% de toda a riqueza existente no planeta terra. O capitalismo é um sistema destrutivo, visto que em última instância ele priva do direito à vida de todos/as aqueles/as que não pertencem a sua classe ou não são produtivos aos capitalistas ou legitimadores dos seus interesses. 

Esse é um dos motivos que o genocida-mor adora dizer: “há algo mais importante do que a nossa vida, a nossa liberdade”. Mas ele não fala que é a liberdade dos capitalistas (não é você que tem uma loja ou pequeno comércio, mas os grandes bilionários monopolistas e banqueiros). Todo burguês/capitalista/banqueiro (bilionário ou multimilionário) tem sangue e mortes nas mãos. Repito. O capitalismo e os capitalistas são assassinos sociais. 

Você poderá estar a perguntar: “por que eles não são punidos ou não tipificados como criminosos?”. Porque o Estado de configuração liberal-capitalista (nas suas estruturas) serve aos capitalistas e não a nós da classe trabalhadora. O Direito e as formas jurídicas e políticas vigentes servem essencialmente para garantir a propriedade privada dos meios de produção (que é diferente de propriedade pessoal), a circulação das mercadorias (garantir contrato e dinheiro) e punir todos/as aqueles e aquelas que coloquem em causa esses valores que só beneficiam as pessoas como Carlos Wizard. 

O patife cagão que ficou em silêncio hoje diante dos inúmeros crimes contribuiu de forma efetiva para o genocídio no Brasil. Ele consegue encarar (no sentido ser) sem cinismo a essência (história) do que é a classe dominante. Ele tem a desfaçatez de rir das mortes de vítimas da Covid-19. Essa é a face fascista/racista da burguesia liberal-capitalista, a outra ri-se no privado e continua a ganhar rios de dinheiro com a morte de milhares de pessoas todos os dias em todo o mundo. 

Todas as pessoas que morreram porque não tiveram o que comer ou um tratamento de saúde mínimo são vítimas desse sistema. Ele tem nome e sobrenome: capitalismo! O nosso sofrimento é só mais uma forma de acumulação dos capitalistas. O bolsonarismo fascista só é a face mais autoritária e visível desse sistema. Carlos Wizard é a síntese e a essência do capitalismo. Eles nos odeiam, é um ódio de classe, eles levam a sério a luta de classes. Escrevi recentemente sobre “ódio de classe”!

Por isso companheiros e companheiras convoco a todos/as: que a injustiça não nos entristeça, mas nos radicalize. Derrubemos esse sistema de assassinato social de pobres, negros, mulheres e indígena trabalhadores/as – entre outros inúmeros tipos de opressão. Somente esmagando a cabeça do liberal-capitalismo-e-fascismo nas suas entranhas é que conseguiremos fazer nascer uma nova sociedade livre desses parasitas. 

Carlos Hortmann 
@CarlosHortmann
A burguesia é genocida, canalha, covarde, assassina social, exploradora, opressora e muitos outros adjetivos. só expressa sem cinismo a essência (histórica) da burguesia em geral. Patife cagão!

 

19
Abr21

Jornalismo criminoso e safado: Leda Nagle espalha fake news sobre tratamento precoce da Covid-19 e conspiração para matar Bolsonaro

Talis Andrade

Image

O deputado federal Ivan Valente classificou nesta segunda-feira (19) em suas redes sociais como "deplorável” a postura de Leda Nagle. A bolsonarista compartilhou fake news de um suposto delegado que revelou os planos de Lula para matar Bolsonaro.

Leda Maria Linhares Nagle (Juiz de Fora, 5 de janeiro de 1951) é uma atriz e apresentadora do programa diário Sem Censura, durante 20 anos na TV Brasil. É mãe do ator Duda Nagle.

Com tom conspiratório, ela revela a postagem, e faz seu alerta. 

Nagle foi duramente criticada pelos internautas por disparar fake news de forma irresponsável.

JornalismoWando
Lembrando que a Leda Nagle é uma das principais disseminadoras de fake news sobre o coronavírus
Alexandre Garcia, Leda Nagle, Gazeta do Povo e Pingos nos Is da Jovem Pan são alguns dos que mais espalham fake news sobre coronavírus no YouTube.
Professor Glauco Silva
Leda Nagle, Pedro Bial, Alexandre Garcia, Allan dos Santos, Diogo Mainardi, Lacombe, Rodrigo Constantino, Danilo Gentile são todos do mesmo lixo fascista que assolou esse país! Precisamos de Lula para o povo Brasileiro recuperar sua sanidade.
Ivan Valente
@IvanValente
Que papel deplorável da Leda Nagle, espalhando Fake News como quem não quer nada. Esse é o método, alimentar a base bolsonarista com teoria da conspiração para desviar o foco da responsabilidade do Bolsonaro pelo genocídio. Não cola. Não tem fake que apague os crimes do genocida.

GovernaDino
Fiquem ligados! O que a Leda Nagle e eles estão fazendo é tentar criar um QAnon tupiniquim...cheio de teorias conspiratórias esdrúxulas...
Marcio Vaccari | Humor Político – Rir pra não chorar

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