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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

08
Jul21

Demissão escancara “Reverendogate”

Talis Andrade

Ex-diretor da Saúde Lauricio Monteiro Cruz e reverendo Amilton Gomes de Paula

 

por Fernando Brito

- - -

Algumas balizas para pensar.

O veterinário Laurício Cruz, que acaba de ser demitido pelo Governo do Ministério da Saúde, era um indicado de Eduardo Pazuello, pois foi nomeado já em sua gestão, para ocupar a vaga do epidemiologista Julio Croda, da Fiocruz.

O lugar, em plena pandemia da Covid-19, não era de pouca importância: o cargo de diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde representa a chefia do Plano Nacional de Imunização, isto é, a aplicação de centenas de milhões de doses das vacinas por todo o Brasil.

Alguém com essa missão não pode alegar que poderia acreditar que o tal Reverendo Amilton Gomes de Paula tinha na algibeira 400 milhões de doses, em tese o suficiente para imunizar todos os brasileiros acima de 18 anos com as duas doses necessárias.

Mas Laurício deu a mão ao pastor e a um major da FAB, Hardaleson Araújo de Oliveira, e foi, com um séquito de coronéis, levando-o por caminhos em que se cogitava até de uma reunião com o presidente da República.

Sabe-se que ontem cedo o governo tentou patrocinar um acordo entre os representantes de Ricardo Barros e do centrão e as “forças especiais” de Pazuello, comandadas pelo coronel Élcio Franco.

Mas não se sabe a razão de, logo depois da encrenca causada pela ordem de prisão de Roberto Ferreira Dias, ter sido tomada a decisão de atirar rapidamente ao mar Laurício Cruz.

Não vai demorar para se saber, também, porque há um clima de salve-se quem puder na guerra das baratas que assolava o Ministério da Saúde.

04
Jul21

Grupo evangélico fez oferta paralela de vacinas ao Ministério da Saúde e prefeituras

Talis Andrade

Grupo comandado por pastor foi ao Ministério junto a Dominguetti e ofereceu doses de Astrazeneca e Johnson em parceria com Davati

 

por Alice Maciel e Bruno Fonseca /Agência Pública

Comitiva de pastor, militar da FAB e Dominguetti tentou negociar vacinas +
Grupo evangélico ofereceu doses ao valor de US$ 11 a unidade +
Outro representante da Davati procurou Pazuello para vender Astrazeneca +
 
 

Em março, uma organização evangélica que articulou a aquisição de vacinas com o Ministério da Saúde (MS) ofereceu imunizantes da AstraZeneca e da Johnson para prefeituras e governos estaduais junto à Davati Medical Supply, revela apuração exclusiva da Agência Pública. A reportagem teve acesso à carta encaminhada aos prefeitos e governadores pela Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah) — presidida pelo reverendo Amilton Gomes de Paula — na qual a entidade oferece as doses no valor de US$ 11 a unidade, com prazo de entrega de até 25 dias. O valor seria 3 vezes maior que o fechado pelo Governo Federal para a mesma vacina da AstraZeneca com a Fiocruz, que foi de US$ 3,16, e o dobro do valor do Instituto Sérum, de US$ 5,25.CPI da Pandemia: Grupo evangélico fez oferta paralela de vacinas ao  Ministério da Saúde e prefeituras | Atualidade | EL PAÍS Brasil


Reprodução da carta enviada pela Senah

 

Conforme a apuração, a carta da Senah teria sido enviada a diversas prefeituras da região Sul do país. Uma delas foi parar em Ijuí, município de pouco mais de 80 mil habitantes no noroeste do Rio Grande do Sul. A Agência Pública conversou com Luciana Bohrer (PT), vereadora do gabinete coletivo das Gurias, na cidade. Ela conta que tomou conhecimento da oferta por meio de uma pessoa ligada à Senah e que não teve contato com representantes da Davati.

Na época, de acordo com a vereadora, a organização evangélica junto à Davati já haviam tentado “por mais de trinta dias” negociar diretamente em reuniões com o Ministério da Saúde em Brasília, mas não teria obtido sucesso. “Eram 400 milhões de doses, que eu me lembre, ainda seria fechado em quatro pacotes de 100 milhões”, diz Bohrer. A carta da entidade chegou à vereadora de Ijaí no dia 23 de março de 2021 e foi encaminhada ao prefeito Andrei Cossetin, do Progressistas (PP). Segundo Bohrer, a negociação não foi para frente. Procurada pela reportagem, a assessoria do prefeito afirmou que ele estava em viagem e não respondeu até a publicação da reportagem.

O reverendo Amilton Gomes, fundador e presidente da Senah, esteve no Ministério da Saúde, conforme fotos publicadas em suas redes sociais no dia 4 de março de 2021. Na postagem ele afirma que se reuniu com representantes da pasta “para articulação mundial em busca de vacinas”. Na visita, estava ao seu lado o policial militar de Minas Gerais cabo da PM Luiz Paulo Dominguetti, que afirmou à Folha de S. Paulo que o diretor do Departamento de Logística (DLOG) do Ministério da Saúde, Roberto Ferreira Dias, teria cobrado propina para compra de vacinas . Também esteve na visita o major da Força Aérea Brasileira (FAB) Hardaleson Araújo de Oliveira, antigo conhecido do pastor.

 
Na foto, o pastor Amilton Gomes, da Senah, em visita ao Ministério da Saúde junto a Dominguetti (o primeiro da foto à esquerda), o diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis, Lauricio Monteiro Cruz (ao meio) e major da Força Aérea Hardaleson Araújo de Oliveira (segundo à direita)

Pastor Amilton Gomes no Ministério da Saúde

Pastor Amilton Gomes foi à vigilância sanitária do Ministério da Saúde tentar articular vacinas, junto a major da Força Aérea Brasileira

A carta da Senah encaminhada aos gestores é assinada por Amilton Gomes e indica um e-mail da organização religiosa, da Davati e do empresário Renato Gabbi como contatos para “maiores esclarecimentos”. Gabbi é dono de um bar em Chapecó, em Santa Catarina. A reportagem procurou o empresário, que não respondeu até a publicação.

Roberto Dias, que foi indicado ao cargo pelo líder de governo na Câmara, Ricardo Barros (PP/PR), foi exonerado nesta quarta-feira (30/06), após denúncia do jornal.

Também teriam participado desse encontro, segundo Dominguetti, o tenente-coronel Marcelo Blanco, que era assessor do DLOG na gestão de Roberto Dias, e um empresário de Brasília.

 
Organização evangélica com sede no DF, citada na CPI da Covid, ofereceu  vacinas por US$ 11 para municípios | Distrito Federal | G1
 
Pastor Amilton Gomes ao lado do senador Flávio Bolsonaro
 

Líder da Senah criou frente parlamentar religiosa

 

O reverendo Amilton Gomes parece ter bom trânsito no meio político de Brasília. Em suas redes sociais ele tem fotos com o filho do presidente Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota/RJ), como mostra a imagem acima, publicada em junho de 2019. Em uma outra postagem de maio daquele ano, o religioso comemorou receber uma moção de louvor na Câmara dos Deputados. Recentemente, o pastor apareceu na divulgação da “Conferência Nacional de Liderazgo” ao lado da deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PSL/SP).

Amilton Gomes participou ainda da criação da Frente Parlamentar Mista Internacional Humanitária pela Paz Mundial (FremhPaz) junto ao pastor Laurindo Shalom, da Associação Internacional Cristã Amigos Brasil-Israel, e do deputado federal Fausto Pinato (PP/SP), em 17 de setembro de 2019.

No estatuto da frente, a Senah aparece com a missão de dar apoio jurídico “para pessoas e comunidades em situações de guerras, calamidades, e aos refugiados, em ajudas humanitárias nacionais e internacionais”. No mesmo artigo do estatuto, que trata da cooperação interdisciplinar, diz que a frente irá “fomentar e financiar cursos de formação na temática da proteção à liberdade religiosa e aos refugiados, especialmente por meio da Senar [atual Senah], promovendo o intercâmbio de experiências nacionais e internacionais”. A entidade também integra o conselho consultivo da frente.

A Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários, que até o ano passado se chamava Secretaria Nacional de Assuntos Religiosos, foi fundada por Amilton Gomes em 1999. “Hoje nosso DNA está na cultura pela paz mundial, na fomentação de apoio ao meio ambiente, sempre buscando meios sustentáveis para o desenvolvimento da sociedade harmonizando Homem e Meio Ambiente”, informa em sua página na internet a entidade que tem sede em Brasília.

Líder da Igreja Batista Ministério da Nova Vista, Amilton Gomes também foi cabo do Exército, na década de 1990. Ele publicou imagens do Movimento Cristão Conservador Brasileiro com sua assinatura e sua foto e se apresenta como reitor da Faculdade Batista do Brasil, além de participar da direção de entidades de psicologia, como, por exemplo, a Sociedade de Psicologia do Centro-Oeste.

Procurado, Amilton Gomes confirmou as negociações e a visita ao Ministério da Saúde.

 
 
Amilton Gomes, foi homenageado no Congresso e participou de criação de Frente Parlamentar 
 

Davati procurou Pazuello para vender vacinas

 

Também em março, um representante oficial da Davati Medical Supply procurou o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello enquanto ele chefiava o ministério para negociar a venda de vacinas, revelam documentos que Pública acessou via consulta de Acesso à Informação do governo federal.

De acordo com a troca de emails, o advogado Julio Adriano de Oliveira Caron e Silva procurou Pazuello no seu email oficial da pasta no dia 9 de março deste ano. Na mensagem ele oferecia 300 milhões de doses da vacina AZD1222, da Astrazeneca, para compra imediata pelo Ministério da Saúde. O advogado informou que representava a empresa Davati Medical Supply LLC.

Em entrevista à reportagem, Adriano Caron confirmou representar a Davati. Documento da empresa também o confirma como representante no Brasil. Não há menção a outros representantes, como Luiz Paulo Dominguetti Pereira.

O advogado disse não conhecer Dominguetti. “Como a empresa me deu uma autorização de apenas representá-la aqui e oferecer as vacinas, eu não sei se ela fez isso com outras pessoas. Talvez tenha feito, mas eu não conheço essa pessoa, não sei das relações dele com o governo”, disse.

Caron também disse desconhecer qualquer operação da empresa e de que a Davatti estaria ofertando a vacina da Johson.

O email enviado por Caron ao Ministério da Saúde foi respondido no dia seguinte, 10 de março, pelo chefe de Gabinete do Ministro de Estado da Saúde, o capitão Paulo César Ferreira Junior. O militar está à frente do gabinete desde maio de 2020, quando Pazuello se tornou ministro. Homem de confiança de Pazuello, ambos estiveram na intervenção federal em Roraima, em 2018, e receberam a Ordem do Mérito Forte São Joaquim.

Em resposta ao advogado, o capitão pediu uma carta de autorização da Astrazeneca que concordasse com a intermediação da Davati. Caron disse à Pública que as negociações não avançaram porque a empresa não o retornou com os documentos solicitados pelo Ministério da Saúde.

“Dando seguimento com a Davati, pedindo maiores informações sobre as vacinas, eles não conseguiram me confirmar a disponibilidade do estoque e nem de que eles estavam autorizados pela empresa de vender vacinas aqui no Brasil, então o negócio não seguiu em frente”, justificou Caron. “Não marquei reunião nenhuma e a conversa não seguiu em frente”, acrescentou. Ainda segundo o advogado, “a Davati deixou bem claro que iria buscar junto à fabricante das vacinas toda a documentação necessária para vender”. “Se ela estava tentando negociar com a Astrazeneca a possibilidade de oferecer essas vacinas para o Brasil, ou qualquer outro país, e ela não conseguiu por algum motivo, talvez seja esse o motivo de que ela não me mandou a informação porque o negócio seria fechado com a Astrazeneca, a Astrazeneca que iria fornecer a vacina. Se ela não conseguiu autorização da Astrazeneca para vender, parou de me mandar informação e eu não poderia vender um produto que ela não tinha”.

 

Linha do tempo

 

25 de fevereiro — segundo Dominguetti, diretor de logística do MS pediu propina para oferta de vacinas feita em nome da Davati 4 de março — pastor Amilton Gomes da Senah posta foto no MS e anuncia articulação para vacinas 23 de março — carta da Senah assinada por Amilton Gomes chega a Ijaí oferecendo vacinas da Davati

4 de março —  pastor Amilton Gomes da Senah posta foto no MS e anuncia articulação para vacinas

23 de março — carta da Senah assinada por Amilton Gomes chega a Ijaí oferecendo vacinas da Davati

 

Colaborou Bianca Muniz

04
Jul21

Ministério da Saúde autorizou reverendo picareta a negociar vacina superfaturada

Talis Andrade

Pastor Amilton Gomes, foi homenageado no Congresso e participou de criação de Frente Parlamentar

Pastor Amilton Gomes ao lado do senador Flávio Bolsonaro

 

O pio religioso negociava a compra de 400 milhões de doses da AstraZeneca por valor três vezes maior do que o pago no começo do ano pela quadrilha do Mininistério da Saúde

 
 
O diretor de Imunização do Ministério da Saúde, Lauricio Monteiro Cruz, está supostamente envolvido em uma negociação de compras de vacinas superfaturadas da Davati. Ao menos é o que revelam e-mails apresentados pelo Jornal Nacional neste sábado (3/7).
 Laurício Monteiro Cruz

 

Segundo o telejornal, Cruz autorizou que o reverendo Amilton Gomes de Paula negociasse 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca em nome do governo brasileiro. A troca de e-mails entre o reverendo e a empresa norte-americana também envolviam o nome da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários (Senah), a qual ele é fundador e presidente.

Durante as negociações, o reverendo pede uma oferta completa de venda “com o valor de US$ 17,50” e ressalta que esse foi o acordo feito em 5 de março. Esse preço é três vezes maior do que os US$ 5,25 pagos pelo Ministério da Saúde por cada dose da AstraZeneca em janeiro.

Cristiano Carvalho, representante oficial da Davati no Brasil, confirmou que recebeu os e-mails.

Linha do tempo

23 de fevereiro: o diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Lauricio Cruz, enviou um e-mail para o reverendo. No texto ele agradece a disponibilidade dele e da Senah “na apresentação da proposta comercial para fornecimento de 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca”.

Ao fim da mensagem ele pontua ainda que “todos os processos de aquisição de vacinas no âmbito do Ministério da Saúde estão sendo direcionados pela Secretaria Executiva”.

4 de março: o reverendo Amilton compartilhou fotos de uma reunião no Ministério da Saúde. No post em uma rede social ele afirma que a Senah estava envolvida em uma “articulação mundial em busca de vacinas”. Além de pontuar que uma grande quantidade de imunizantes seria disponibilizada no Brasil.

9 de março: o diretor de Imunização enviou um e-mail ao presidente da Davati nos Estados Unidos, Herman Cardenas. Nas mensagens ele afirma que Amilton Gomes se reuniu com as equipes da Secretaria de Vigilância em Saúde e Departamento de Logística para falar sobre a vacina. E que tudo foi encaminhador para a Secretaria Executiva do Ministério da Saúde.

“Por fim, esperamos que os avançoes de forma humanitária entre o Ministério e ‘AstraZenica’ pelo Instituto Nacional de Assuntos Humanitários”, escreve em um trecho.

10 de março: dessa vez quem mandou o e-mail foi Amilton, também para Herman Cardenas. No texto em inglês ele agradece por confiarem na instituição dele (a Senah) no intermédio das negociações com o Ministério. “As negociações estão em estágio final e a expectativa é que o contrato seja assinado em 12 de março de 2021”, escreveu.

11 de março: o reverendo enviou um novo e-mail explicando o papel da Senah ao presidente da Davati. Na mesma mensagem, ele soclita um representante da empresa para uma reunião no dia seguinte no Ministério da Saúde.

ReuniãoAo vivo: Nº 2 de Pazuello, Élcio Franco depõe na CPI da Covid; acompanhe |  Exame

Coronel Élcio Franco

O representante da Davati no Brasil, Cristiano Carvalho, confirmou um encontro com o então secretário executivo do Ministério, Élcio Franco, no dia 12. Também participou da reunião o presidente do Instituto Força Brasil, coronel Hélcio Bruno de Almeida.Image

Helcio Bruno de Almeida

Embora eles tenham se encontrado, o órgão não realizou a compra. No mesmo mês, em 26 de março, Franco foi exonerado do cargo.

Oferta de vacina

Em março, a organização presidida pelo reverendo Amilton Gomes de Paula ofereceu vacinas da AstraZeneca e da Johnson para governos estaduais e municipais. Na época, as doses seriam vendidas a US$ 11, cada.

O valor também era três vezes maior do que o que o Governo Federal pagaria à Fiocruz pelos imunizantes AstraZeneca. Na época o valor foi de US$ 3,16.

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