Roberto Campos favorável aos altos juros para o povo e empresas offshore livres de impostos
Com empresas offshore nos paraísos fiscais, Roberto Campos Neto é contra impostos para os ricos, e favorável aos mais altos juros do planeta para os pobres do Brasil.
A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), cobrou nesta quarta-feira (20), pelo Twitter, mais redução da Selic, a taxa básica de juros, após o Comitê de Política Monetária (Copom), ligado ao Banco Central (BC),diminuir o índice em 0,5 ponto percentual.
"O processo de redução da maior taxa de juros do planeta começou tarde e não pode ser feito a conta-gotas, como indica o comunicado do Copom desta quarta-feira. O Brasil perdeu tempo demais com uma política monetária errada, imposta por um governo irresponsável e um BC sem compromisso com o País. O País tem pressa e precisa voltar urgentemente à normalidade", afirmou a parlamentar.
Este ano, aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vêm pressionando o presidente do BC, Roberto Campos Neto, a baixar a taxa de juros, para facilitar o acesso da população ao crédito, aumentar o poder de consumo e ajudar no crescimento da economia.
Hora do Senado cobrar do bolsonarista Roberto Campos um Banco Central alinhado com uma política econômica voltada para o povo em geral, e para o bem do Brasil, que deixou de ser pária, e parte do Terceiro Mundo, presidido por um corrupto que recebia joias como agrado, um país 'a venda.
O Roberto Campos de Bolsonaro, que compra toneladas de ouro no Brasil do tráfico de ouro e de pedras preciosas, não pode ser o mesmo presidente do Banco Central de um Brasil do Primeiro Mundo, o Brasil de Lula.
Comitês populares, sindicatos, movimentos sociais e partidos de esquerda estão unindo forças para combater as persistentes altas taxas de juros no país. Desta sexta-feira (25) a domingo (27), uma série de atividades está programada em todo o território nacional, visando não apenas discutir as taxas de juros, mas também pedir o afastamento do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pau-mandado de Jair Bolsonaro para sabotar o governo de Lula
O Movimento Conjunto dos Comitês Populares, um dos principais motores dessa mobilização, tem como objetivo engajar a população em debates sobre as altas taxas de juros herdadas da gestão anterior. Mesmo após uma modesta redução de 0,5% na última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Brasil ainda ostenta a mais alta taxa de juros globalmente.
De acordo com Mariana Janeiro, secretária nacional de mobilização do Partido dos Trabalhadores (PT), a diminuição recente na taxa de juros não foi suficiente para estimular a economia. Ela enfatiza que essa herança de altas taxas de juros é resultado da administração anterior e precisa ser revertida pelo Banco Central. Mariana argumenta que, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições, é crucial unificar esforços para dar suporte ao presidente em questões centrais para a reconstrução do país.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) também está desempenhando um papel importante nesse movimento. Durante os congressos estaduais realizados em nove estados, trabalhadores têm denunciado o impacto negativo das taxas de juros em suas vidas. Janeslei Albuquerque, secretária Nacional de Mobilização e Relações com os Movimentos Sociais da CUT, destaca que esses congressos estão servindo como um fórum vital para ampliar a discussão e ações contra a abordagem do presidente do Banco Central.
Até o momento, 14 estados já anunciaram sua participação nas ações conjuntas, que estão abertas a todos os interessados. Informações detalhadas podem ser encontradas nas redes sociais dos comitês populares, como o@comitepopularoficialno Instagram e o@comitelulano Twitter. A mobilização em massa evidencia a determinação desses grupos em lutar por mudanças significativas na política monetária e na economia do país.
Por que a política de juros altos de Campos Neto é ruim? A economista Juliane Furno explica:
Marco Antonio Villa: Juros altos atrapalham o crescimento do Brasil
Eduardo Moreira: Política de juros altos é detonada por um dos pais do Plano Real
O espaço disponível para o corte da taxa básica de juros (Selic) por parte do Banco Central é “bastante considerável”, na visão do ministro da Economia, Fernando Haddad.
Em entrevista exclusiva ao jornalista Luis Nassif naTV GGN, Haddad cita um exercício feito em entrevista recente onde explicou que, se o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) cortasse os juros em 0,5% a cada reunião, ao final da décima o país estaria acima do juro neutro.
“(Esse exercício foi feito) Para demonstrar para a sociedade o espaço que nós temos de corte porque, sempre que você estiver acima do juro neutro, você vai estar em uma posição de restrição da economia”, explica o ministro.
“Então, imagine agora: se (a taxa Selic) cair de 13,75% para 13,25%, o que isso vai significar em termos de atividade econômica – é uma sinalização apenas, mas na prática é muito pouco”, diz Haddad.
“Penso que o ciclo de cortes vai começar e que o espaço que existe é bastante considerável, uma vez que a inflação desse ano está afetada pela reoneração dos combustíveis que o próprio BC reconheceu como um fator que distorcia a inflação do ano passado, reduzida artificialmente e eleitoralmente para reverter o quadro desfavorável que o Bolsonaro enfrentava contra o Lula”, lembra o ministro.
Por isso, Haddad fiz que a situação atual permite que se tenha condições de harmonizar a política monetária com a política fiscal de uma maneira “muito interessante para abrir o ciclo de crescimento sustentável do país”.
Impacto nos investimentos
Haddad lembra que o corte da taxa básica de juros dialoga diretamente com a chamada curva de juros futuros, o que começa a afetar os investimentos de forma mais rápida do que a taxa usada no crediário para concessão de crédito.
Segundo o ministro, normalmente quem planeja investimentos capta recursos para gastar no futuro. “Ele faz uma contratação que leva em consideração o juro futuro – então quando você começa um ciclo de corte você começa a ter impacto no investimento”.
Eventualmente, as grandes empresas podem ter acesso a um mercado de crédito mais barato, e vir a repassar isso para o seu crediário embora o impacto no consumo seja menor.
“Você tem toda uma cadeia de transmissão que (o corte dos juros) começa a surtir efeito”, fiz Haddad. “Não é uma coisa nem imediata, e nem é uma coisa que em um mês com 0,25%, 0,75% vai ser muito relevante, mas essa sinalização é muito importante para que os agentes econômicos comecem a se reposicionar em relação ao mercado interno”.
Saiba mais a respeito do assunto na íntegra da entrevista de Luis Nassif com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que pode ser acompanhada no vídeo abaixo.
A política do Banco Central está em conflito aberto com os objetivos pelos quais Lula foi eleito
por Fernando Netto Safatle
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Desde quando surgiu, anos atrás, uma onda avassaladora neoliberal varrendo o mundo, ocorreu uma cantilena sistemática nos principais órgãos de comunicação no país defendendo as teses sacrossantas da Faria Lima. Temas como autonomia do Banco Central recebiam um tratamento privilegiado, mas sem o contraditório convocado para discutir e explanar, somente economistas ligados aos bancos e instituições financeiras.
Sempre foi assim. Ninguém era chamado para contra-argumentar. Afinal, era preciso deixar a impressão para a opinião pública de que sobre temas como esse não existisse divergências, tinha quase unanimidade. Para eles não existe pensamentos econômicos diferentes sobre temas diversos. Existe uma visão única, como se fosse uma estrada de mão única. Ou seja, a visão do mercado tinha que prevalecer. E assim tem sido feito quando se trata de temas de interesse do mercado, como o da autonomia do Banco Central.
Aprovado em 2019, durante o governo Bolsonaro, na calada da noite, sem muita discussão, dando a entender como se tivesse obtido aprovação geral. Contribuiu para isso, é claro, uma desmobilização das centrais sindicais e dos movimentos sociais e dos partidos de oposição. Mesmo porque uma boa parte da chamada esquerda sofre forte influência das teses neoliberais. Assim vai passando a boiada. Comeram mosca, quando acordaram já era governo do Lula sofrendo todos os constrangimentos e sortilégios do entulho neoliberal deixado por Jair Bolsonaro.
Mesmo assim, ainda não aprenderam a lição. Nessa discussão sobre a taxa de juros, 13,25% da Selic, por incrível que pareça, quem dá o tom é o Roberto Campos Neto. Diz com todas as letras que a sua decisão de manutenção das taxas de juros é essencialmente técnica. Ou seja, não tem discussão. Ninguém questiona! Ora, não tem nada de técnica e sim puramente política. Seria técnica se não tivesse visões distintas sobre as causas da inflação e de soluções alternativas para combatê-la. O que, evidentemente, não é o caso.
Há quase um consenso de que a inflação não é de demanda, mas sim de custos. Portanto, não cabe usar indevidamente a elevação das taxas de juros para conter o consumo com medidas restritivas ao crédito. São medidas que vão na contramão e agravam ainda mais a retomada do crescimento. Além de achatar a demanda por bens e produtos inibe os investimentos ao elevar os custos financeiros.
A política do Banco Central está em conflito aberto com os objetivos pelos quais Lula foi eleito, quais sejam, sair da recessão e gerar empregos e rendas. Ainda, com as taxas de juros elevadas conflita também com a política de austeridade fiscal, tão apregoada pela Faria Lima. Cada 1% de aumento nos juros acresce R$ 38 bilhões na dívida pública. É como enxugar gelo. Não pode haver essa desarmonia entre a política fiscal e a política monetária. Essa autonomia do Banco Central provocou isso, é um contrassenso. É uma contradição antagônica. Não se pode contemporizar com isso, sob o risco de naufragar e ficar permanentemente a reboque do Banco Central.
Mesmo com todas as dificuldades dessa armadilha é necessário tomar a iniciativa política e mobilizar a população para ir para rua e mudar não só o presidente do Banco Central, mas tirar a sua autonomia. É difícil politicamente, sim, especialmente com esse Congresso. Mesmo o Artur Lira dizendo que a quebra da autonomia não passa é importante pôr isso na pauta e convocar a população para ir para rua.
Se ficar dependendo somente de negociações de bastidores, para cada projeto que precisa ser aprovado ceder ministérios e emendas, não se muda a correlação de forças e o governo vai ter que ir cedendo cada vez mais, pois o apetite do Centrão é insaciável. Em momentos como esse, quando há quase unanimidade em torno da queda da taxa de juros é importante mobilizar a população e mudar a correlação de forças. Para isso precisa politizar essa discussão e retira lá do círculo de giz tecnocrático no qual foi colocada por Roberto Campos Neto.
A quatro dias do início da reunião do Copom, a redução da inflação e outras boas notícias na economia, além da irritação crescente do governo, redobraram as pressões sobre o presidente do BC, Campos Neto. Se ele não baixar ao menos em 0,5 pp a taxa Selic - expectativa do mercado -, vai parecer voluntarismo e politizará de vez a questão. Ao mesmo tempo, avançam as investigações do caso Marielle e aumenta claramente o nervosismo de Jair Bolsonaro. Apresentação Helena Chagas e Mario Vitor Santos, nesta quinta-feira substituído por Luís Costa Pinto.
Além do MP, nove partidos, entre eles o PT, PSOL, PSB e PCdoB, pedem que Campos Neto seja investigado por ‘prejudicar a economia brasileira’
O Tribunal de Contas da União (TCU) deu início a uma investigação preliminar após as declarações do Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que manifestou apoio à terceirização da gestão de ativos do BC. A investigação visa apurar indícios de irregularidades relacionadas ao interesse de Campos Neto em terceirizar a administração das reservas internacionais do Brasil, o que prejudica a economia brasileira.
O ministro Benjamin Zymler foi designado como relator do caso e terá a responsabilidade de conduzir a investigação. A abertura do processo foi feita a pedido do Ministério Público junto ao TCU, por meio do procurador Lucas Furtado.
Na representação, o procurador Lucas Furtado expressou preocupação com os possíveis riscos envolvidos na terceirização da gestão de ativos do Banco Central, especialmente em relação à administração das reservas internacionais do país. Ele ressaltou a importância da transparência e da estabilidade da política monetária brasileira e afirmou que a possibilidade de terceirização demanda uma apuração detalhada por parte do TCU.
“Dada a natureza delicada e arriscada da situação, é inadmissível terceirizar a gestão de ativos do Banco Central, especialmente no que diz respeito às reservas internacionais do Brasil. Diante disso, é imperativo que o Tribunal de Contas da União atue prontamente para determinar uma investigação minuciosa dos fatos”, declarou Furtado na representação.
Agora, a equipe técnica do TCU será responsável por elaborar relatórios detalhados sobre o caso, que serão repassados ao ministro Benjamin Zymler para análise. A decisão final sobre as medidas a serem tomadas caberá ao relator, considerando os resultados das investigações.
Campos Neto tem sido duramente criticado por manter no Banco Central a taxa de juros do Brasil em mais de 13,7%. Recentemente, circulou um comunicado da presidência do banco impondo regras para que diretores deem entrevistas. A medida foi vista como um ato de censura. Campos Neto afirmou que o comunicado “apenas estabelece diretrizes”.
Nove partidos, entre eles o PT, PSOL, PSB e PCdoB, pedem que Campos Neto seja investigado por, de acordo com eles, prejudicar a economia brasileira ao manter a taxa de juros mais alta do mundo.
Política de Campos Neto, indicado de Bolsonaro ao Banco Central, asfixia economia ao frear consumo e produção e elevar recuperação judicial de empresas
A restrição de crédito tanto para consumidores quanto de micro e pequenas indústrias, um dos setores que mais geram emprego no Brasil.
Pesquisa da Serasa Experian aponta que o Brasil sofreu a maior queda histórica de pedidos de consumidores por crédito desde 2008, quando a empresa passou a acompanhar esse indicador. Apenas no primeiro semestre deste ano, esse índice caiu -12,5%.
O recuo ocorreu em todas as faixas de renda dos brasileiros, mas os mais pobres foram os mais atingidos. Para quem ganha até R$ 500, a redução foi de -14,4%. De R$ 500 a R$ 1 mil, -13,8%; de R$ 1 mil a R$ 2 mil, -11,5%; de R$ 2 mil a R$ 5 mil, -10,6%; de R$ 5 mil a R$ 10 mil, -10% e acima de R$ 10 mil, -9,5%.
O levantamento da empresa que atua em monitoramento e negociação de dívidas foi realizado por estados. Nesse caso, o com maior redução foi o Amapá, com -25% e o menor Santa Catarina (-5,80%). Veja a tabela completa abaixo.
A esse cenário desestimulador soma-se a recusa de crédito para 46% das micro e pequenas indústrias, consequência da Selic de 13,75% ao ano, segundo dados do Sindicato das Micro e Pequenas Indústrias de São Paulo (Simpi).
A pesquisa Simpi/Datafolha mostra que, entre os bimestres de fevereiro/março e abril/maio, cresceu de 11% para 17% o número de consultas na tentativa de obtenção de crédito, porém, efetivamente, cerca de 46% das empresas tiveram seus pedidos de crédito rejeitados. Para 39% dos entrevistados, o principal problema para concessão de recurso é o alto patamar da Selic.
Os juros altos sufocam as empresas em duas pontas: ao ser consequência de aumento de pedido de recuperação judicial e em negativas de instituições financeiras a pedidos de crédito do setor. A isso se soma restrição também de crédito a consumidores e a elevação de inadimplência.
Segundo o presidente do Simpi, Joseph Couri, a raiz do problema é alta taxa de juros; mantida por Campo Netos à revelia do cenário econômico que há meses indica queda da inflação sem a consequente redução da Selic.
“O mote principal deste cenário difícil é, indiscutivelmente, a taxa de juros. Porque quando se toma o empréstimo do dinheiro, não é 13,75%. Isso é só o valor referencial da Selic. Na prática, qualquer financiamento está começando em 20%, 30%. Se cair num cartão de crédito é mais de 400%”, diz Couri.
Confira a demanda de crédito para consumidor por estado
Deputado federal fez duras críticas ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, após a tentativa de censura a seus diretores
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) concedeu uma entrevista àTV 247, na qual fez duras críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em meio a uma série de escândalos envolvendo o chefe da autoridade monetária. Segundo ele, graças a Campos Neto, o BC é o "último refúgio bolsonarista" dentro do governo do presidente Lula, trabalhando para sabotar a economia brasileira e prejudicar a popularidade da nova administração.
O BC é responsável por definir a taxa básica de juros, atualmente em 13,75%. O presidente Lula repetidamente pressionou Campos Neto a reduzir a taxa, que é considerada a maior do mundo em termos reais. Isso porque os indicadores econômicos já apontam para um cenário deflacionário e a economia esfriou após os primeiros meses de governo, conforme aúltima prévia do Produto Interno Bruto (PIB).
Lindbergh épresidente da Frente Parlamentar Contra os Juros Abusivos. Em junho, ele protocolou denúncia no Conselho Monetário Nacional (CMN) Campos Neto por descumprimento dos objetivos da instituição. O parlamentar pede que o órgão avalie a possibilidade de pedir ao Senado Federal a exoneração do presidente do BC.
O deputado destacou que a política de aperto monetário conduzida por Campos Neto persiste há meses mesmo diante dos sinais positivos da economia. Para Lindbergh, essa postura pode travar a trajetória de crescimento e impedir a geração de empregos, prejudicando os esforços de retomada econômica.
"A autonomia do BC é como se fosse o último refúgio bolsonarista no governo. Campos Neto trabalha para prejudicar a economia, fazer com que a economia fique travada, a gente não consiga gerar tantos empregos e o Lula perca popularidade. Temos um Congresso conservador, mas essa é a grande batalha nossa nesse período, fazer a pressão contra Campos Neto", afirmou o deputado.
Leonardo Attuch, José Reinaldo Carvalho, Dafne Ashton, Florestan Fernandes Júnior, Marcelo Auler, Paulo Moreira Leite, Alex Solnik e Tereza Cruvinel debatem o entreguismo de Roberto Campos, o neto, com Breno Altman, Marcia Carmo, Joaquim de Carvalho, Brian Mier, Mario Vitor Santos, Eduardo Guimarães, Pedro Paiva, André Constantine, Luís Costa Pinto, Deyvid Bacelar, Nathália Urban, Hildegard Angel, Rodrigo Vianna.
Roberto Campos Neto segue os passos do avö quinta-coluna
Nos próximos meses, haverá dois eventos em maturação.
Evento 1 – a demissão de Roberto Campos Neto
Campos Neto tornou-se personagem político. Não se duvide que, nas próximas eleições, seja um dos braços do bolsonarismo educado. Só que seu tempo de vida útil acabou.
No começo do governo Lula, o Ministro da Fazenda Fernando Haddad ainda não tinha consolidado sua posição perante o mercado. Não conseguiria pressionar Campos Neto, nem trabalhar por sua demissão.
Optou por um processo gradativo, de atender às expectativas do mercado e ganhar a confiança com um discurso bastante racional. Com isso, mais o arcabouço fiscal, tirou os argumentos nos quais se escorava Campos Neto para não derrubar os juros.
Agora, inverteu o jogo.
Os efeitos da Selic elevada espalharam-se por todo o país, afetando do setor financeiro ao varejo, pelo comprometimento do crédito e a multiplicação de processos de recuperação judicial.
Formou-se uma unanimidade contra Campos Neto, abrindo a possibilidade de um pacto político visando mudar essa inacreditável lei de autonomia do Banco Central, que torna o país inteiro refém de burocratas sem mandato.
Evento 2 – o pós-Campos Neto
Hoje em dia, há um objetivo central, que é o da redução da taxa Selic de forma acelerada. Alcançado o objetivo, entra-se no segundo tempo do jogo, em que haverá a necessidade de um projeto mais consistente de desenvolvimento.
Se Lula se conformar em meramente retomar o crescimento via melhoria do consumo, não conseguirá atingir seu objetivo, de marcar seu terceiro mandato como uma virada na economia.
Há um conjunto enorme de possibilidades pela frente, da transição energética às novas revoluções tecnológicas.
O país dispõe de uma boa estrutura de ciência e tecnologia, organizações empresariais de abrangência nacional, bancos públicos, um banco de desenvolvimento modelo, uma grande empresa petrolífera, que já desempenhou papel significativo no desenvolvimento industrial e tecnológico nacional.
Falta o maestro, capaz de combinar todos esses instrumentos. Falta mais ainda, uma concertação com as forças produtivas, sindicatos e movimentos sociais, apontando para um norte.
Essa visão de conjunto de todas as forças é fundamental para a geração de sinergia e para consolidar o grande pacto nacional pelo desenvolvimento com sustentabilidade ambiental e responsabilidade social.
A primeira parte do trabalho já foi feita, com a retomada dos contatos internacionais. A segunda parte completa-se com a queda de Campos Neto e a redução da Selic. Mas são apenas ensaios para a grande apresentação final, da entrada do país definitivamente no rumo do desenvolvimento.
Para tanto, Lula precisará reviver o entusiasmo e o sentimento de grandeza de um JK. O período 2008-2010 mostrou que isso será possível.
O ex-ministro do Trabalho, das Comunicações e da Previdência Social Ricardo Berzoini (PT-SP) revelou como pode se dar a demissão de Roberto Campos Neto da presidência do Banco Central. "O governo tem que convocar o Conselho Monetário Nacional [composto por três membros: o ministro da Economia como presidente do Conselho, o secretário Especial da Fazenda e o presidente do Banco Central] e, por 2 votos a 1, propor a demissão do presidente do Banco Central", afirmou o petista. Berzoini defende demissão de Campos Neto
Brasil voltou a atrair investimentos e um forte influxo de capital estrangeiro, o que contribui para a valorização do real, e Roberto Capos e Paulo Guedes e bolsonaristas outros podres de ricos continuam com suas empresas no exterior
247 –Com o Brasil retomando a normalidade e a credibilidade após a volta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao poder, a equipe de estrategistas para mercados emergentes do banco Goldman Sachs estima que nos próximos seis meses o dólar deverá se depreciar e atingir o valor de R$ 4,40, reduzindo a projeção anterior que era de R$ 4,85. A última vez que a moeda americana esteve abaixo de R$ 4,50 foi em fevereiro de 2020, antes do início da pandemia,segundo informa o Brazil Journal.
De acordo com a Goldman Sachs, um dos principais motivos para o fortalecimento do real nos últimos meses foi a diferença de taxas de juros, levando investidores a buscar moedas de países emergentes de melhor qualidade. Além disso, questões internas também têm contribuído para a valorização do Real e espera-se que continuem influenciando nos próximos meses.
Os analistas preveem que, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta semana, o Banco Central deverá ressaltar a melhora da inflação, expectativas favoráveis e o fortalecimento do real. Dessa forma, existe a possibilidade de uma redução da taxa Selic em agosto. No entanto, os analistas afirmam que isso não diminui a atratividade dos juros brasileiros.
No relatório, afirmam: "Considerando o ponto de partida elevado das taxas reais e o contínuo progresso na inflação, esperamos que as diferenças de juros permaneçam favoráveis mesmo com o início da normalização monetária. O fluxo de investimentos em renda fixa continuará sendo um fator positivo para o real".
Outro fator a ser considerado é a recente melhoria na perspectiva da dívida soberana brasileira pela agência Standard & Poor's, que passou de estável para positiva. A Goldman Sachs destaca que, enquanto o cenário doméstico permanecer favorável e as taxas de juros se mantiverem altas, há potencial para que o real apresente retornos positivos nos próximos meses.
De acordo com os estrategistas, o real ainda é considerado "barato" e há espaço para que a cotação do dólar caia antes de atingir um nível considerado "justo", estimado em R$ 4,30 de acordo com o modelo do banco. Eles projetam uma cotação de R$ 4,60 nos próximos três meses, em vez dos R$ 4,90 previstos anteriormente, e de R$ 4,40 tanto em seis como em doze meses, substituindo as estimativas anteriores de R$ 4,85 e R$ 4,90, respectivamente.
Presidente do PT comemorou a queda da inflação e cobrou mais uma vez que o Banco Central reduza a taxa de juros: "dá para ver que a decisão é política"
247 -A presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), comemorou pelo Twitter nesta quarta-feira (7) aqueda da inflaçãono mês de maio e no acumulado dos últimos 12 meses e voltou a cobrar o Banco Central por um corte na taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 13,75% ao ano.
“Inflação de 12 meses ficou em 3,94%, a menor em três anos. Mais uma notícia boa e a gente esperando Campos Neto agir. Dá para ver que a decisão sobre os juros é política. Homem de Bolsonaro e Paulo Guedes quer interditar o desenvolvimento do Brasil”, publicou a parlamentar.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, manteve em maio a tendência de desaceleração, com variação de 0,23% ante abril, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2023, a alta acumulada do IPCA é de 2,95%. Já nos últimos 12 meses, o índice é de 3,94%. Em maio de 2022, a variação da inflação havia sido de 0,47%.
Sempre que questionado, Campos Neto utiliza a inflação como argumento para justificar a altíssima taxa de juros praticada no país. No entanto, a inflação já está dentro da meta definida pelo Banco Central e neste momento apresenta tendência de queda. A Selic alta dificulta a tomada de crédito, o que prejudica a alavancagem das empresas e a prosperidade das famílias.