Comitês populares, sindicatos, movimentos sociais e partidos de esquerda estão unindo forças para combater as persistentes altas taxas de juros no país. Desta sexta-feira (25) a domingo (27), uma série de atividades está programada em todo o território nacional, visando não apenas discutir as taxas de juros, mas também pedir o afastamento do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, pau-mandado de Jair Bolsonaro para sabotar o governo de Lula
O Movimento Conjunto dos Comitês Populares, um dos principais motores dessa mobilização, tem como objetivo engajar a população em debates sobre as altas taxas de juros herdadas da gestão anterior. Mesmo após uma modesta redução de 0,5% na última reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central, o Brasil ainda ostenta a mais alta taxa de juros globalmente.
De acordo com Mariana Janeiro, secretária nacional de mobilização do Partido dos Trabalhadores (PT), a diminuição recente na taxa de juros não foi suficiente para estimular a economia. Ela enfatiza que essa herança de altas taxas de juros é resultado da administração anterior e precisa ser revertida pelo Banco Central. Mariana argumenta que, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições, é crucial unificar esforços para dar suporte ao presidente em questões centrais para a reconstrução do país.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) também está desempenhando um papel importante nesse movimento. Durante os congressos estaduais realizados em nove estados, trabalhadores têm denunciado o impacto negativo das taxas de juros em suas vidas. Janeslei Albuquerque, secretária Nacional de Mobilização e Relações com os Movimentos Sociais da CUT, destaca que esses congressos estão servindo como um fórum vital para ampliar a discussão e ações contra a abordagem do presidente do Banco Central.
Até o momento, 14 estados já anunciaram sua participação nas ações conjuntas, que estão abertas a todos os interessados. Informações detalhadas podem ser encontradas nas redes sociais dos comitês populares, como o@comitepopularoficialno Instagram e o@comitelulano Twitter. A mobilização em massa evidencia a determinação desses grupos em lutar por mudanças significativas na política monetária e na economia do país.
Por que a política de juros altos de Campos Neto é ruim? A economista Juliane Furno explica:
Marco Antonio Villa: Juros altos atrapalham o crescimento do Brasil
Eduardo Moreira: Política de juros altos é detonada por um dos pais do Plano Real
Comentário – O CIDADÃO presidente do Banco Central se aconselha com banqueiros, mas nunca, pelo que consta, consultou o movimento sindical dos trabalhadores!
Suposições: Por sua ignorância elitista e seu TERRAPLANISMO ECONÔMICO não deve saber que são os sindicatos que negociam salários, buscam todos os dias melhores condições de trabalho e empregos, atuam na defesa dos direitos dos trabalhadores e em suas lutas históricas conquistaram benefícios como jornada de trabalho de 8 horas/dia, férias, 13º salário, licenças, seguros e muitos outros. Por isso o sindicato é a correia de transmissão direta das necessidades e da realidade financeira e econômica dos trabalhadores diante do mercado de consumo.
Não conhecendo a função dos sindicatos, consulta somente banqueiros que são remunerados pelas taxas de juros abusivas definidas pelo Banco Central que por sua vez destroem o poder de compra e consumo do salário dos trabalhadores.
2 – O TERRAPLANISMO ECONÔMICO E O TESTE DO PUDIM.
Economia é uma disciplina da área das Humanidades. TERRAPLANISMO ECONÔMICO é quando o economista lida com a economia como se fosse da área de EXATAS deixando de fora de seus estudos, análises e previsões o SER HUMANO.
Na década de 90 o Jornalista Luis Nassif escreveu um livro chamado ” CABEÇAS DE PLANILHA” para explicar esse comportamento de uma parte dos economistas brasileiros. Os CABEÇAS DE PLANILHA usam o embuste cientificista para defender teses que não se sustentam diante da realidade quando se considera o Ser Humano em todas as suas complexidades. Esses economistas que trabalham no conforto dos seus escritórios climatizados, se fazem cegos ou simplesmente não tem interesse em analisar a realidade concreta dos trabalhadores assalariados, nunca desceram ao chão das fábricas, nunca visitaram o dia a dia das donas de casa no controle dos orçamentos domésticos, não conhecem a realidade dos aposentados que são arrimos de família, contabilizam a saúde pelo adoecimento, pela quantidade de procedimentos realizados e medicamentos vendidos mais nunca pela prevenção das doenças que reduzem os gastos dos sistemas de saúde, para citar apenas alguns simples exemplos.
Falta a esses economistas, seja por falta de interesse, má fé ou outro motivo não declarado, fazer o TESTE DO PUDIM, que o mesmo Jornalista Luis Nassif explica como o teste, na prática, da aprovação ou não do sabor do quitute, no caso a política econômica do momento propagada pela mídia como um mantra a ser seguido sem nenhuma crítica ou a possibilidade de contraposições.
Os bancos brasileiros, apoiados por Roberto Campos Neto, estão empenhados em conter o avanço de um projeto de lei que busca limitar os juros no rotativo do cartão de crédito, uma das modalidades mais onerosas de empréstimo no país. A proposta enfrenta resistência da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e da Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços), mas o relator do projeto, deputado Alencar Santana (PT-SP), assegura que o dispositivo será mantido em seu texto. O tema está previsto para ser discutido na Câmara dos Deputados a partir de agosto.
De acordo com dados do Banco Central, a taxa média de juros cobrada pelos bancos no rotativo do cartão de crédito atingiu o patamar de 455,1% ao ano em maio, o maior registrado em mais de seis anos. A modalidade do rotativo é acionada quando o cliente não paga o valor total da fatura até a data de vencimento. No mesmo mês, a inadimplência no rotativo para pessoas físicas alcançou 54%, a maior agiotagem já registrada desde março de 2011.
O projeto de lei, idealizado pelo deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA), conta com o apoio de Santana, e visa instituir o Programa Nacional de Renegociação das Dívidas das Famílias (ReFamília), destinado a famílias com renda de até R$ 5.000, com crédito previsto de até R$ 20 mil por família. Além disso, o projeto estabelece que o CMN (Conselho Monetário Nacional) irá definir um limite para a cobrança de juros nos cartões de crédito.
O relator garante que esse ponto será mantido no texto, embora ainda não tenha uma definição técnica sobre como será tratado. "Esse é um tema que merece uma resposta do parlamento. Não dá para continuar com esse abuso, esses juros exorbitantes", diz Santana. "Fazer o Desenrola Brasil, garantindo dinheiro do governo para as famílias limparem os seus nomes, pagarem as suas dívidas e continuar com juros de cartão de crédito dessa maneira é tapar o sol com a peneira", completa.
Representantes da Febraban, da Abracs, do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, e da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de São Paulo se reuniram com Santana para tratar do tema. Em abril, o ministro Fernando Haddad (Fazenda) demonstrou preocupação com a ganancia, a especulaçao bancária, e ressaltou ser uma preocupação do presidente Lula. O presidente, por sua vez, já criticou a cobrança de juros altos, chegando a classificá-la como um "roubo". O Banco Central nem aí.
Deputado federal fez duras críticas ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, após a tentativa de censura a seus diretores
O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) concedeu uma entrevista àTV 247, na qual fez duras críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em meio a uma série de escândalos envolvendo o chefe da autoridade monetária. Segundo ele, graças a Campos Neto, o BC é o "último refúgio bolsonarista" dentro do governo do presidente Lula, trabalhando para sabotar a economia brasileira e prejudicar a popularidade da nova administração.
O BC é responsável por definir a taxa básica de juros, atualmente em 13,75%. O presidente Lula repetidamente pressionou Campos Neto a reduzir a taxa, que é considerada a maior do mundo em termos reais. Isso porque os indicadores econômicos já apontam para um cenário deflacionário e a economia esfriou após os primeiros meses de governo, conforme aúltima prévia do Produto Interno Bruto (PIB).
Lindbergh épresidente da Frente Parlamentar Contra os Juros Abusivos. Em junho, ele protocolou denúncia no Conselho Monetário Nacional (CMN) Campos Neto por descumprimento dos objetivos da instituição. O parlamentar pede que o órgão avalie a possibilidade de pedir ao Senado Federal a exoneração do presidente do BC.
O deputado destacou que a política de aperto monetário conduzida por Campos Neto persiste há meses mesmo diante dos sinais positivos da economia. Para Lindbergh, essa postura pode travar a trajetória de crescimento e impedir a geração de empregos, prejudicando os esforços de retomada econômica.
"A autonomia do BC é como se fosse o último refúgio bolsonarista no governo. Campos Neto trabalha para prejudicar a economia, fazer com que a economia fique travada, a gente não consiga gerar tantos empregos e o Lula perca popularidade. Temos um Congresso conservador, mas essa é a grande batalha nossa nesse período, fazer a pressão contra Campos Neto", afirmou o deputado.
Leonardo Attuch, José Reinaldo Carvalho, Dafne Ashton, Florestan Fernandes Júnior, Marcelo Auler, Paulo Moreira Leite, Alex Solnik e Tereza Cruvinel debatem o entreguismo de Roberto Campos, o neto, com Breno Altman, Marcia Carmo, Joaquim de Carvalho, Brian Mier, Mario Vitor Santos, Eduardo Guimarães, Pedro Paiva, André Constantine, Luís Costa Pinto, Deyvid Bacelar, Nathália Urban, Hildegard Angel, Rodrigo Vianna.
Roberto Campos Neto segue os passos do avö quinta-coluna
Setores da indústria, do agro e da construção consideram que redução da Selic irá promover um aumento da produtividade e do consumo das famílias
Banco Central de Bolsonaro: o sabotador da economia brasileira | Endividamento das famílias
O chamado “efeito Lula” bateu à porta do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Com aprogressiva melhora dos indicadores macroeconômicos, confirmada pela inflação de apenas 3,16%no acumulado de 12 meses em junho, representantes do setor produtivo esperam um corte da taxa básica de juros na próxima reunião do Comitê de Politica Monetária (Copom), marcada para os dias 1º e 2 de agosto.
Setores da indústria, do agro e da construção civil ouvidos pelo jornalFolha de S. Pauloconsideram que o início de um ciclo de cortes na Selic, hoje no patamar surreal de 13,75%, irá promover um aumento da produtividade e do consumo das famílias, acelerando o crescimento da economia. A pressão, portanto, só aumenta sobre Neto, o dândi do mercado financeiro.
A constatação é que a indústria avançou em 10 de 15 regiões avaliadas pela Pesquisa Industrial Mensal Regional (PIM Regional). Em comparação com maio de 2022, a produção cresceu em 12 dos 15 locais analisados e chegou a 1,9%.
Na média nacional, em maio, a indústria cresceu 0,3% em relação a abril, resultado ainda muito abaixo do potencial do setor. As maiores altas foram registradas no Amazonas (12,8%), Pernambuco (5,6%) e Paraná (5,3%). Sozinho, o parque regional de São Paulo, o mais rico e diversificado do país, avançou 2,9%.
“A redução da taxa de juros deverá melhorar o cenário prospectivo para a indústria de transformação”, aponta Igor Rocha, economista-chefe da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), em entrevista àFolha.“Com melhores condições financeiras, é possível colocar em prática novos planos de investimentos e estimular o consumo de bens mais sensíveis ao crédito”, defende.
Para o economista, não há dúvidas de que a taxa Selic a 13,75% é mais nociva para a indústria de transformação do que para a economia em geral. A Fiesp calcula que, para cada cada ponto percentual de aumento da taxa real de juros, o impacto sobre o PIB do setor é 50% maior do que o do PIB total do país.
Além disso, os juros impedem o acesso ao crédito, como atesta a diretora-executiva de competitividade, economia e estatística da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Cristina Zanella, também em depoimento ao jornal.
“Hoje a taxa de juros para investimentos, a depender do perfil da empresa, pode ultrapassar 20% ao ano, valor muito superior ao retorno do investimento. Neste cenário o investimento produtivo se torna inviável”, lamenta Zanella. Para a economista, o crescimento sustentável do país tem de se apoiar no aumento do consumo das famílias, hoje estrangulado pelo endividamento gerado a partir dos juros exorbitantes do bolsonarista Neto.
Agro impactado por juros extorsivos
Até o agronegócio, um dos setores mais fortes do país, vem sofrendo perdas por causa da Selic. À Folha, o vice-presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Ingo Ploger, confirmou que as pequenas e médias empresas do agro se endividaram por causa dos juros. O resultado foi uma queda em novos investimentos.
“Isso fez com que a evolução da produtividade fosse afetada. Investimentos em armazenagem que são urgentes no Brasil quase pararam, deixando o setor mais vulnerável a intempéries de mercado e do clima”, ressalta.
Ploger calcula que uma redução da taxa de juros permitirá ao setor obter melhores condições de financiamentos e voltar a investir. “Haverá um alívio para o capital de giro, liberando recursos para investimentos, que se tornam mais viáveis, com os financiamentos para equipamentos e insumos mais adequados”.
Estudo publicado pelo Banco Mundial liga independência do BC ao aumento da desigualdade. Roberto Campos joga contra o Brasil
O Banco Mundial publicou um estudo que critica a independência dos Bancos Centrais dos países. De acordo com o material, a ausência de elo efetivo entre o governo federal e o BC restringe a aplicação das políticas fiscais. Assim, como consequência, fica mais difícil alcançar a igualdade material e uma distribuição de renda eficaz. Um dos exemplos mais evidentes desta relação conflituosa acontece neste momento no Brasil.
O governo federal vem estruturando soluções econômicas consideradas eficazes pelo mercado e com resultados práticos na vida das pessoas. Entre elas, redução do preço do dólar, controle da inflação, fortalecimento de programas sociais, injeção de recursos em Educação, Ciência e Tecnologia, investimentos massivos em infraestrutura. Contudo, o BC atua como um freio para a resolução da geração de empregos e da elevação do consumo com sua política intransigente de manutenção de elevadas taxas de juros.
De acordo com economistas e com membros do governo federal, não se justifica a manutenção da taxa Selic no atual patamar de 13,75%. No ano passado, durante o governo Jair Bolsonaro (PL), a inflação estava na casa de 10% e os juros no mesmo patamar do atual: agora, com a inflação em torno de 5% e expectativas de crescimento econômico. Entretanto, mesmo assim o BC, liderado por Roberto Campos Neto, segue impedindo a queda dos juros, o que aqueceria a economia, sob pretextos inflacionários. “Jogam contra o país”, define o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O estudo
O estudo publicado pelo Banco Mundial há dois anos caminha nesse sentido. Ele é de autoria dos economistas Michael Aklin (Universidade de Pittsburgh), Andreas Kern (Universidade Georgetown) e Mario Negre (Banco Mundial). Um dos principais argumentos é de que a independência do BC provoca uma desregulação da economia. Desta forma, dá liberdade total aos mais ricos, explodindo o valor dos ativos no mercado, privilegiando exclusivamente estas classes.
“Observe que, neste modelo, a desigualdade é um efeito colateral e não um objetivo em si. Não estamos afirmando que o BC Independente está causando desigualdade. Em vez disso, estamos postulando que ele modifica os incentivos dos formuladores de políticas para adotar políticas de compensação”, explicam os economistas.
O estudo analisou dados de 121 países, no período de 1980 a 2013, e descobriu que durante esse intervalo de tempo os mais ricos aumentaram sua fatia na renda total dessas nações, em prejuízo das camadas de menor renda. “O impacto foi especialmente severo para os 10% mais pobres, mas também foi negativo e estatisticamente significativo para os 60% da população com menor renda”.
Parlamentares pedem a exoneração do titular do BC por descumprimento dos objetivos da instituição
Durante a audiência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o Senador Cid Gomes (PDT-CE) deu uma verdadeira aula, com quadro e giz, sobre os impactos dos juros altos na economia brasileira.
Cid Gomes mostrou que economizaríamos R$ 510 bilhões se o Banco Central não tivesse elevado a taxa básica de juros SELIC ao abusivo patamar de 13,75% ao ano.
"Daria para triplicar o valor do Bolsa Família; fazer 3,6 milhões de habitações populares; fazer 134 mil escolas por ano; aumentar o salário mínimo em 180%... teríamos um salário de quase 4 mil reais", afirmou o senador, que finalizou sua fala pedindo a saída de Campos Neto do cargo.
Para a coordenadora nacional da ACD, Maria Lucia Fattorelli, “a aula de Cid Gomes foi um importantíssimo contraponto ao tecnicismo cínico e sem respaldo científico algum apresentado por Campos Neto".
O sabotador bolsonarista do Banco Central manteve os juros na estratosfera, de 13,75%, diante de uma inflação acumulada de 3,94% nos últimos 12 meses.
Isso significa ganhos financeiros reais, acima da inflação, de quase 10% ao ano. De longe a maior taxa do mundo, que faz do Brasil o reino do parasitismo financeiro no planeta Terra.
Além do enorme consenso existente a respeito da política obscena do Banco Central, há também um grande clamor pela baixa imediata dos juros no país. Tudo isso, no entanto, não comove o sabotador bolsonarista do Banco Central.Nem mesmo na cartilha da ortodoxia neoliberal se encontra alguma explicação para a manutenção dos juros nesses patamares.
Esta política absurda só encontra justificativa na estratégia de terrorismo financeiro de Campos Neto para travar a economia e sabotar o governo Lula.
E esta escolha também gera, é claro, ganhos formidáveis para o rentismo por meio da rapinagem.
Considerando o estoque da dívida pública, a cada 1% de juros, cerca de 70 bilhões de reais que poderiam ser alocados nos orçamentos do SUS, educação, ciência & tecnologia, obras e investimentos prioritários são desviados do Tesouro Nacional para os bolsos de rentistas, financistas e parasitas do gênero na forma de pagamento de juros e serviços da dívida.
Campos Neto mostra a verdadeira natureza da sua gestão no Banco Central, que é independente e indiferente em relação ao governo, à população brasileira e aos interesses nacionais, e totalmente servil à pilhagem do capital financeiro e ao terrorismo da extrema-direita ultraliberal que sabota o governo Lula.
Efeito da agiotagem de Roberto Campos Neto: Quase 64% dos inadimplentes devem aos bancos
por Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil - Brasília
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A mercadoria que garante o ganha-pão de Guilherme Nogueira fica todos os dias, de segunda a sexta-feira, espalhada pelo chão de uma calçada na rua Uruguaiana, no centro da cidade do Rio de Janeiro. O jovem, de 28 anos, tinha um emprego formal, com carteira assinada até 2020.
Com a chegada da pandemia de covid-19, ele foi demitido e, desde então, tem que se virar como pode, para garantir o seu sustento e o de seu filho. Atualmente, vende mochilas que ficam expostas em uma lona para pessoas que transitam pela movimentada rua carioca.
“Tem dia que vende, tem dia que não vende. Tem dia que vende cinco, oito mochilas. Em outros, vende duas. É difícil, os guardas [municipais] querem pegar [apreender] as mochilas”, lamenta Guilherme.
A perda do emprego também o envolveu em uma situação que atinge hoje 66 milhões de brasileiros, segundo dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL): o jovem não consegue pagar suas contas.
Sem uma fonte de renda estável, Guilherme não consegue saldar suas dívidas com o cartão de crédito. “Eu não tinha condições de pagar o banco. Fiz um cartão de crédito e não tinha dinheiro na hora pra pagar. Tenho dívidas com cartão de dois bancos”, conta. “Não tenho nenhum plano para conseguir pagar isso. Está difícil”.
A inadimplência, ou seja, as contas ou dívidas em atraso, atinge, segundo o CNDL, quatro entre dez brasileiros adultos.
O número de dívidas em atraso no Brasil, em abril deste ano, cresceu 18,42% em relação ao mesmo período do ano passado. A dívida com os bancos é, segundo o CNDL, o principal motivo da inadimplência: 63,8% do total.
E, assim como Guilherme, em média os brasileiros inadimplentes devem a duas empresas. Quase metade dos brasileiros na faixa etária a qual pertence o vendedor ambulante (25 a 29 anos) estão na inadimplência.
Mas não são apenas os jovens que enfrentam o problema, nem os bancos são a única fonte das dívidas difíceis de pagar. Seu José Raimundo, de 67 anos, também é autônomo. Trabalha há anos como engraxate, a poucos metros de onde Guilherme vende suas mochilas.
E assim como o colega vendedor, foi muito impactado pela pandemia. Ainda sem conseguir contar com uma aposentadoria – ele deu entrada no Benefício Assistencial ao Idoso, mas ainda não recebeu o aval da Previdência Social para receber o dinheiro – ele perdeu grande parte da clientela que usava seus serviços antes da covid-19.
“Só por causa da pandemia, fiquei quase dois anos em casa. Depois fiquei doente, sem poder fazer nada. Fiquei três anos e pouco sem trabalhar. E aí foi atrasando tudo. Minha mulher sozinha pagando tudo: água, luz, telefone. O que eu mais atrasei foi a conta de água. Na hora que sair o benefício [da Previdência], eu vou conversar com a concessionária e parcelar. Não quero ficar devendo nada a ninguém. Não tenho essa índole de mau pagador”, conta o engraxate que retomou recentemente seu ofício.
Três em quatro idosos com 65 a 84 anos estão com dívidas em atraso no país. Água e luz respondem por 11,1% das inadimplências, percentual parecido com o do comércio, que representa 11,6% das dívidas não pagas.
E a inadimplência não poupa nem quem tem emprego formal. Alessandro Gonçalves tem 30 anos e trabalha como porteiro em um prédio comercial no centro da cidade do Rio.
Todo mês, ele precisa fazer malabarismos para garantir que seu dinheiro supra suas necessidades diárias. E isso envolve atrasar o pagamento de algumas contas. “É aquela dificuldade rotineira. Você tem uma conta pra pagar e não consegue. Chega no final do mês, pega o dinheiro pra pagar a conta e não consegue. O salário nosso, a gente faz uma conta e, quando chega no final do mês, não dá pra pagar. E aí a gente tem que atrasar as contas”.
Renda
Segundo Merula Borges, especialista em finanças da CNDL, a perda de renda é um dos motivos que levam as pessoas à inadimplência.
“Na pesquisa, quando as pessoas foram perguntadas sobre o motivo de elas terem entrado na inadimplência, elas disseram que tiveram perda de renda ou de si próprios, ou de alguém da família”, afirma Merula. “Isso é natural já que, quando a renda é menor, o espaço que os itens básicos ocupam no orçamento familiar é maior e as pessoas têm menos possibilidade de lidar com algum imprevisto que aconteça”.
Segundo a especialista, quem tem renda menor também precisa de mais disciplina financeira para evitar a inadimplência.
“Existe, sim, uma possibilidade de as pessoas se manterem adimplentes, apesar da renda mais baixa, mas é muito mais difícil. Então, o foco daquele que tem uma renda menor precisa ser em melhorar a qualificação, procurar cursos gratuitos, possibilidades de melhorar a própria renda para entrar em uma situação um pouco mais confortável”.
Merula diz que são necessárias políticas públicas que ajudem os brasileiros a saírem dessa situação de inadimplência. O governo federal prepara um programa, chamado Desenrola, que pretende renegociar até R$ 50 bilhões em dívidas de 37 milhões de pessoas físicas.
A política está sendo preparada pelo Ministério da Fazenda, que, em resposta à Agência Brasil, afirmou que “não se manifesta sobre medidas em elaboração”.
Brasileiros tentam quitar dívidas, mas juros e inflação atrapalham sair da inadimplência
A 'bola de neve' da dívida sob juros altos impede muitos de se verem livres dos pagamentos e arrastam mais pessoas para o grupo de inadimplentes. É no que dá a agiotagem do bolsonarista Roberto Campos Neto presidente do Banco Central
por Beatriz Pacheco /Valor Investe
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O número de brasileiros inadimplentes bateu recorde no início deste ano. Segundo a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), eram 66 milhões de devedores em março, ou seja, 40,6% da população adulta no país estava com o pagamento de pelo menos uma conta em atraso. É o maior número da série histórica. E embora o volume de dívidas tenha crescido junto com o grupo de devedores, uma parte dessas pessoas tem se esforçado para pagar parcelas mais altas e até quitar dívidas neste começo de ano.
Um levantamento inédito realizado pela Paschoalotto, plataforma de recuperação de crédito, compartilhado em primeira mão com o Valor Investe, mostra que o valor médio das parcelas de dívidas pagas subiu 22,3% em março comparado aos dois primeiros meses do ano.
Em janeiro, o tíquete médio recebido dos credores foi de R$ 472,46, em fevereiro, de R$ 455,34, e em março, R$ 570,37, que apontou alta de 21% sobre a parcela de janeiro e de 25% sobre fevereiro. A média das parcelas pagas de contas atrasadas no trimestre foi de R$ 496,15.
Diego Hernandez, economista e CEO da Ativo Investimentos, lembra que há uma sazonalidade relevante impactando esses dados. Em março, o orçamento do brasileiro teve um respiro após dois meses com reajustes de contratos de serviços e gastos com educação.
"O indicador de inflação desse começo de ano, nos primeiros dois meses, esteve bem inchado, justamente por conta desses fatores. Houve muitas repactuações de contratos de serviços de telecomunicações em janeiro, além dos pagamentos de tributos (IPTU, IPVA). Por isso, costuma ser um período mais tenso para o pagamento de dívidas", diz Hernandez.
Assim, o grupo de devedores cresceu 8,32% de março deste ano contra o mesmo mês do ano passado, segundo os dados do SPC Brasil, e na passagem de fevereiro para o mês seguinte, a alta foi de 1%. Esses dados compensaram o aumento do tíquete médio.
Mesmo elevando a parcela de amortização das dívidas, o montante da dívida total no mercado que foi paga no mês passado foi menor. Quer dizer: quem pagou, conseguiu elevar o valor de pagamento, mas, além do crescimento do número de inadimplentes, o número de boletos que não foram pagos em março superou o dos meses anteriores.
Resumidamente, março foi um mês de comportamentos díspares entre inadimplentes. Muita gente tentou pagar uma parcela maior e até se ver livre da dívida. Mas muito mais gente deixou de pagar os boletos.
No fim do primeiro trimestre, cada consumidor negativado devia, em média, R$ 3.974,73, conforme o mapeamento da CNDL com o SPC. E cada inadimplente tinha compromissos financeiros, em média, com duas empresas credoras.
Diego Mosquim, diretor de planejamento e coordenador da pesquisa da Paschoalotto, analisa que o maior desafio para o consumidor é pagar todas as dívidas em cenário de juros altos, que acaba dificultando a renegociação e honrar compromissos atrasados.
“Alguns fatores contribuíram para esse cenário: a alta da inflação; o uso crescente do cartão de crédito, através da oferta de novos produtos e serviços por bancos e fintechs; e a maior demanda por serviços, como viagens e compra de passagens aéreas, geralmente também pagos no cartão”, afirma.
Os principais credores
Com esse cenário, a prioridade dos brasileiros em março foi reduzir o montante das dívidas que costumam ter juros mais altos. Credoras nos segmentos de cartão de crédito e fintechs lideraram os recebimentos nesse primeiro trimestre, tendo captado, respectivamente, 22,3% e 5,3% dos valores pagos no período.
Na sequência, inadimplentes preferiram pagar o financiamento de veículos leves, com 4% do montante pago no mês, e outros 3,3% foram destinado à redução das dívidas com consórcios.
Pelo mapeamento da CNDL com o SPC Brasil, em termos de participação, o setor que concentrava volumes a receber da maior parte das dívidas no país em março era o bancário, credor de 64% do total.
"Se antes o brasileiro tomava dívida a 2% ao mês para pessoa física, agora pega a 5%, graças ao juro real mais elevado na economia. Isso impacta o montante da dívida e dificulta a amortização", retoma Fábio Sobreira, analista-chefe e sócio da Harami Research.
Ele explica que o cenário é como uma bola de neve: além dos juros altos, que tendem a continuar altos por algum tempo, a pessoa inadimplente ainda lida com a inflação persistente, que deteriora o poder de compra. Quer dizer, com todos os preços subindo, sobra menos dinheiro para pagar as dívidas e, muitas vezes, é preciso fazer mais dívidas para garantir a compra do básico.
"E assim chegamos nesse cenário, em que dois terços dos brasileiros estão endividados e, dentre esses, um quarto não tem condições de pagar a dívida", conclui Sobreira.
Marco Antonio Villa disse que as decisões de Roberto Campos Neto, sobre a taxa de juros "não seriam técnicas", mas sim "políticas" e "alinhadas com o último governo"
Roberto Campos, neto do Lanterna na Popa, a pedra no meio do caminho do Brasil sem medo, sem fome, sem peste, sem golpe. O Brasil do Primeiro Mundo
247 –O economista Uallace Moreira, secretário de Desenvolvimento do Ministério da Indústria e Comércio no governo Lula, faz duras críticas às taxas de juros brasileiras em sua conta no Twitter. O renomado economista levanta questões pertinentes sobre o impacto dessas taxas no cenário econômico do país.
Em suas publicações, Uallace destaca a maior taxa de juros reais do Brasil em comparação com o restante do mundo. Ele questiona como é possível promover um maior crescimento econômico e a rendustrialização diante dessa realidade. As altas taxas de juros podem dificultar o acesso ao crédito e desestimular investimentos produtivos, o que prejudica o desenvolvimento econômico e a modernização da indústria.
Além de suas críticas às taxas de juros, Uallace Moreira também ressalta a preocupação com as contas públicas, argumentando que a maior taxa de juros reais do mundo onera o governo. Confira a sabotagem, a agiotagem, a desgraceira do presidente do Banco Central, o inimigo do povo Roberto Campos Neto, nomeado por Jair Bolsonaro, o pior presidente do Brasil:
Uallace Moreira
@moreira_uallace
Taxa de juros reais Como promover maior crescimento econômico com a maior taxa de juros reais do mundo? Como promover a neoindustrialização com a maior taxa de juros reais do mundo? Lembrete: a maior taxa de juros reais do mundo onera as contas públicas...
Tento, outra vez, retomar o blog, uma semana depois da alta hospitalar, após 38 dias de internação e, infelizmente, sem poder tratar como superados os problemas que me levaram a ela.
Confesso que preferia continuar fora de debates políticos, ao quais o cansaço desanima, sobretudo diante da miséria humana e moral a que vejo submetido meu país, não apenas porque vão se revelando as monstruosidades a que estivemos (e ainda estamos) submetidos, ao vermos que, à estupidez e ao fascismo do homem a que nossas elites entregaram ao Brasil somam-se, também, práticas do banditismo mais rastaquera que se praticou no Planalto, como o tráfico de joias e a falsificação de comprovantes de vacinação que ocupam o centro do noticiário.
Por mais repugnantes que sejam as situações que estão vindo à tona – e não serão as últimas, tenha certeza – há, porém uma imundície que se desenha cada vez mais claramente.
Está cada vez mais evidente que, vencidos nas urnas e vencidos nas tentativas golpistas, querem que se mantenha o processo de destruição social e nacional do Brasil pelo rentismo, que não aceita perder parte alguma de seu poder.
Lula tem toda a razão em dizer que se pode discutir qualquer coisa neste país, só não se pode discutir os juros.
Esta é, porém, a questão central.
Foi por ela que nos impuseram um Bolsonaro.
E é esta a luta que temos de vencer. (publicado in 4/5/2023)