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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

10
Dez22

‘Beco Sem Saída II’: Bolsonaro põe em prática plano terrorista traçado por ele 35 anos atrás

Talis Andrade

33 anos esta noite; em 1988, Conselho de Justificação Militar acusou  Bolsonaro de planejar ataques com bombas a quartéis; virou deputado e  presidente; retrato do Brasil – Brasil 2 Pontos

Terrorismo bolsogolpista já tem até sabotagem de adutora de água. Em 1987, Bolsonaro planejou explodir a adutora do Guandu, no Rio de Janeiro.

 

 

por Hugo Souza

A Folha de S.Paulo chama a atenção nesta quarta-feira, 23, para o fato de que vem aumentando o nível de violência na agitação golpista em frente a quartéis e na beira de estradas, com uma sucessão de casos de sequestro, agressão, pedradas e, de maneira muito significativa, até sabotagem de adutora de abastecimento de água.

“Em Ariquemes (203 km de Porto Velho), o abastecimento de água de parte da cidade foi suspenso após manifestantes destruírem a adutora de um dos principais reservatórios da cidade. O Ministério Público do Estado de Rondônia apura o ataque e enquadra o caso como um possível crime de terrorismo”.

Há 35 anos, no dia 21 de outubro de 1987, um capitão da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais no Rio de Janeiro rabiscou num pedaço de papel um plano para um atentado contra o sistema de abastecimento de água da capital fluminense, a título de reivindicação salarial e para tentar enfraquecer o governo José Sarney e o então ministro do Exército, Leônidas Pires Gonçalves, numa tal “Operação Beco Sem Saída”.

“Bolsonaro foi didático. Desenhou um croqui em que apareciam as tubulações da adutora do Guandu, responsável pelo abastecimento de água do Rio de Janeiro e, junto a elas, colocou o rabisco de uma carga de dinamite detonável por intermédio de um mecanismo elétrico instalado em um relógio”, informou a revista Veja em reportagem publicada no dia 4 de novembro de 1987.

Trinta e cinco anos depois, neste adiantado da destruição nacional, quem quer que se ponha a advertir que, no Brasil de agora mesmo, é necessário cortar o terrorismo e o golpismo pela raiz, lembre-se que o unabomber da Brigada de Infantaria Paraquedista foi absolvido pelo Superior Tribunal Militar. Depois, mais tarde, foi absolvido pela Comissão de Ética da Câmara após louvar um torturador no microfone do plenário da casa.

A “Operação Beco Sem Saída” previa também espalhar bombas em unidades militares. Terrorismo, portanto. Terrorismo, igualmente, é a transformação da rede de quartéis do Brasil num rastilho de pólvora pronto para ser inflamado pelo velho unabomber do rio Guandu. É o que vêm fazendo agora o próprio e seu companheiro de chapa derrotada, Walter Braga Netto, com ajuda de Valdemar Costa Neto, Augusto Nardes, Carla Zambelli, Joven Pan, etc.

 

Operação Beco Sem Saída II

 

Paralelamente a sabotagens em adutoras, em outra frente da “Operação Beco Sem Saída II” – rabiscada não mais desde a Vila Militar, mas agora no Palácio da Alvorada -, Jair Bolsonaro vem trabalhando duro para boicotar a transição e o próximo governo, em todo caso de ter mesmo que se desentrincheirar do terceiro andar do Palácio do Planalto. A vibe é esta, em vez de convalescença sorumbática, sonolenta, de alguma doença de pele.

No ano de 1987 da Imaculada Conceição, padroeira do Exército Brasileiro, a Veja contou que, a respeito da publicação pela revista dos planos da “Operação Sem Saída” – a primeira -, o Comando Militar do Leste chegou a afirmar que “notícias desse teor servem para intranquilizar a opinião pública e procuram retratar um quadro que absolutamente inexiste”.

A resposta dada pela velha Veja, que nunca criticamos, teve até trocadilho com um certo croqui que, pelo visto, ainda voa por aí:

“Na verdade, notícias desse teor servem para alertar a opinião pública e retratam um esboço que efetivamente existe”.

25
Nov22

Na guerra algorítmica, devemos brigar com a notícia da movimentação golpista?

Talis Andrade

3 macaquinhos.jpg

 

por Sylvia Debossan Moretzsohn /Objethos

Não compartilhe. Não envie mensagem. Não comente. Não faça nada. Simplesmente ignore.

Essa orientação vem circulando intensamente nos grupos de militantes e simpatizantes de Lula e nas mídias sociais desde que começaram as movimentações de contestação ao resultado eleitoral, ainda na noite de domingo passado (30), com o anúncio do bloqueio das estradas pelo país afora. É uma orientação destinada ao comportamento das pessoas nas redes, mas parece ter sido adotada também pela direção das empresas jornalísticas, à exceção da Jovem Pan, que continua dando sustentação a teses golpistas.

Não é novidade: desde que as redes se organizaram, começou-se a formar uma convicção sobre essa necessidade de silenciar sobre o que o outro lado está fazendo, já que passamos a viver uma permanente guerra algorítmica – e psicológica, cuja intensidade aumenta enormemente em períodos de maior tensão como o atual – e qualquer ação, mesmo de crítica ou denúncia, serviria para impulsionar e amplificar essas mensagens. Serviria, portanto, para transformar boato em fato, concretizar balões de ensaio. Em suma: contribuiria para fazer o jogo “deles”.

Poderia fazer sentido, não fossem duas contradições. Em primeiro lugar, sempre lamentamos que não conseguimos furar nossas bolhas, que falamos apenas para nós mesmos. Nesse caso, que impacto poderiam ter nossas ações para beneficiá-los? Segundo, e talvez mais importante: se deliberadamente ignorarmos o que se passa no outro lado, como poderemos nos preparar para enfrentá-lo?

A convicção é de tal ordem que, no Facebook, mesmo em posts fechados para amigos, há quem recrimine, ao comentá-los, a simples divulgação do que se constata nas ruas – o que costuma provocar uma resposta à altura. Para quem exerce o jornalismo por conta própria, com todo o rigor que a profissão exige, o quadro é semelhante. Um exemplo: Hugo Souza, que criou o site Come Ananás e tem se empenhado exemplarmente em fornecer informações sobre as articulações golpistas desde antes do início da campanha eleitoral, vem cobrindo as manifestações na região de Resende, onde fica a Aman, e recebeu críticas de uma leitora, ao publicar, em sua página pessoal, um vídeo mostrando o bloqueio na Via Dutra, em 1º de novembro. “Não divulgo nada porque é guerra de algoritmos”, diz ela. Divulgar, isto é, noticiar: não se deve, não se pode. “Isso não faz o menor sentido”, contesta Hugo. “A guerra não é de algoritmos, a guerra é bem real”. E, a seguir: “É cansativo ter que dizer que há uma tentativa de golpe em curso que precisa ser denunciada, escancarada”. A resposta: “É público e notório, bem como a falta de apoio internacional a ela”.

Público e notório, sim, mas como seria, se ninguém tivesse publicado nada?

O papel da imprensa

Se recordarmos dos tempos pré-internet – e é preciso não esquecê-los, porque afinal de contas as coisas têm história –, o trabalho de edição jornalística sempre significou a necessidade de se fazer escolhas, destacar determinados fatos em detrimento de outros. A responsabilidade ética mandava tratar com especial cuidado informações que pudessem provocar pânico. Mas não se tratava de deixar de noticiar, e sim de calibrar a ênfase. Inversamente, o abandono da ética levava a promover balões de ensaio, lamentavelmente muito comuns. No limite, levava a ignorar a realidade, como as Organizações Globo fizeram durante a campanha das Diretas, entre 1983 e 1984. Esforço inútil, porque a campanha só fez crescer, apesar de derrotada na votação na Câmara dos Deputados.

Hoje a situação é muito distinta e o poder dessa mídia, que nunca foi absoluto, é muito menor agora. Portanto, seria apenas uma tolice adotar a mesma atitude de antes, quando se pretendia ocultar ou reduzir o alcance do que estava acontecendo. Inclusive porque essa mesma mídia, ou pelo menos parte dela, noticiou fartamente a articulação da extrema-direita no Brasil, embora não a chamasse por esse nome. Essa extrema-direita tem seus próprios canais, não precisa dessa mídia para promover o caos. Por isso, brigar com a notícia – como se ironizava antigamente nas redações – é mais que uma atitude antiprofissional, e mais que um esforço inútil: é um erro que pode ter graves consequências.

Assim, não se compreende por que, depois de noticiar o bloqueio das estradas pelos caminhoneiros – que talvez não fossem exatamente isso, como mostrou Alceu Castilho, outro incansável jornalista que atua à margem da mídia hegemônica, em seu De Olho nos Ruralistas, identificando a atuação do agronegócio nesse “levante contra a democracia” (ver aqui e aqui) –, não se compreende por que, depois de desmobilizado o bloqueio, a pauta se voltou para os detalhes da transição e para especulações sobre o que Lula fará (ou deve fazer, de acordo com o programa que essa mesma mídia, de modo geral, defende). Como se o perigo já tivesse passado, como se agora tudo voltasse aos velhos bons tempos dos acordos de gabinete.

A jornalista Ana Lagoa, aposentada mas sempre muito alerta aos acontecimentos e com larga experiência na cobertura política, apontou em sua página no Facebook o que essa imprensa deveria estar fazendo num momento desses:

Deviam estar com as equipes na rua para apurar coisas básicas: de onde saem as ordens para irem para a rua ao mesmo tempo em 24 estados? de onde veio a ordem para cercar os quartéis? de onde vem a grana pra isso tudo? quem está transportando os ‘civis’ para os pontos marcados com os motoristas de caminhões? quem está no comando de cada grupo de PRF que fica assistindo ao – e assistindo o – espetáculo fascista? o que os filhotes do verme estão fazendo nas redes sociais desde sei lá quando e principalmente na noite de segunda para terça? enfiar a cabeça na areia não é uma boa estratégia neste momento. Corre-se o risco de ficar com a cabeça lá para sempre.”

Sobre a infraestrutura, digamos assim, gastronômica dessas manifestações, Marcos Nogueira deu sua contribuição em sua coluna “Cozinha bruta”, na Folha de S.Paulo, ao perguntar quem pagava a “churrascada dos golpistas”.

Mudanças de tática

Sobre o mais, ficamos em compasso de espera, a depender das informações que, apesar das recomendações em contrário, conseguimos obter marginalmente. Só assim podemos perceber as mudanças de discurso e tática, na tentativa de dar continuidade ao movimento golpista.

Tentemos puxar esse fio.

Primeiro, o longo silêncio de Bolsonaro após a proclamação da vitória de Lula, um silêncio que funcionou como estímulo aos bloqueios nas estradas. Depois, seu pronunciamento dúbio – que certa imprensa, sabe-se lá por quê, resolveu considerar como reconhecimento da derrota –, com o mesmo efeito. Mais tarde, o segundo pronunciamento – agora já no modelito Zelensky, como bem observou Reinaldo Azevedo, com os inequívocos sinais de vitimização e disposição à resistência próprios a essa representação –, que recomendava o fim dos bloqueios mas incentivava as demais “manifestações democráticas”. Finalmente, a sucessiva mudança de discurso, que os “patriotas” repetiam invariavelmente: primeiro o apelo à intervenção militar, depois à intervenção federal, depois exclusivamente às Forças Armadas, num progressivo movimento de afastar Bolsonaro de qualquer reivindicação, conforme os itens da cartilha distribuída para esses grupos:

É importante notar também o duplo discurso que orienta os “patriotas”. O primeiro é o que acusa fraude na contagem dos votos, e aqui é essencial pensar no prazo que os militares convidados pelo ministro Luís Roberto Barroso a integrar a tal “Comissão de Transparência” do TSE se autoconcederam, e que se estende até 5 de janeiro, para apresentar os resultados da famosa auditoria das urnas. Protelar a divulgação dessa conclusão é manter viva a suspeita, e é sobre isso que investe o grupo argentino Derecha Diario, aliado de Bolsonaro, na sua longa live intitulada “Brazil was stolen” (O Brasil foi roubado), retirada do ar pelo Youtube horas depois de circular e atingir ampla audiência. 

print-orientacao-bolsonarista.jpg

 

O segundo discurso, que tem aparentemente prevalecido, é o que reconhece a derrota mas não a aceita, porque rejeita que o país seja governado por um “ladrão”, um “descondenado”, que não poderia sequer ter concorrido. É o argumento decorrente da declaração do ainda vice-presidente e futuro senador, general Hamilton Mourão, com a diferença de que ele não defende, pelo menos explicitamente, a possibilidade de se virar a mesa: “não adianta mais chorar”.

Diante do evidente isolamento internacional e interno de Bolsonaro, no campo da política institucional, é provável que todos esses movimentos sirvam apenas para uma demonstração de força que o beneficie, de modo a não ser sequer julgado pelos muitos crimes de que é acusado, e que possa continuar a transitar livremente para liderar essa massa de gente nessa “guerra espiritual” por “Deus, pátria, família e liberdade”. Por isso mesmo é necessário o acompanhamento jornalístico dessas manifestações: porque, antes de mais nada, elas são essencialmente golpistas – como a Folha, por sinal, ousou classificar, embora apenas por um dia –, ao apelarem às Forças Armadas para uma intervenção que contesta um resultado eleitoral legítimo. E, por isso, essas pessoas precisariam ser identificadas e punidas, para que não se sintam à vontade para prosseguir em sua escalada.

Mas, principalmente, porque não podemos nos fechar numa bolha, à semelhança do Show de Truman, famoso filme de mais de duas décadas atrás, do qual os mais novos provavelmente jamais ouviram falar. Podemos e devemos comemorar a vitória, como tão bem resumiu Gregório Duvivier na reestreia do Greg News, podemos e devemos nos divertir com os memes do patético “patriota” atracado ao caminhão, mas não podemos ignorar o que eles andam tramando. Porque, enquanto dormimos na ignorância, eles continuam a agir.

 

30
Out22

O falso atentado a Tarcísio de Freitas ainda é uma história inacabada

Talis Andrade

tiroteio - Twitter Search / Twitter

 

Ela passa pela Agência Brasileira de Inteligência, Jovem Pan, e sabe-se mais o quê

 

Armação, não foi. Mas um tiroteio entre bandidos, por pouco, não ficou como se tivesse sido um atentado contra o candidato bolsonarista ao governo de São Paulo

Tarcísio de Freitas (Republicanos).

 

por Ricardo Noblat

- - -

Na manhã do último dia 17, em Paraisópolis, Tarcísio visitava a sede de um projeto social quando estourou um tiroteio do lado de fora, que resultou na morte de um homem e na fuga de outro.

Quem fazia a segurança do candidato? Segundo ele, a Polícia Militar paulista. Segundo a Polícia Militar paulista, ela mesma. Mas apareceram indícios de que gente estranha também fazia.

A Jovem Pan deu primeiro na edição do seu “Jornal da Manhã”: “Informação de última hora: Tarcísio é alvo de atentado em Paraisópolis”. No Twitter, Tarcísio escreveu:

“Em primeiro lugar, estamos todos bem. Durante visita ao Polo Universitário de Paraisópolis, fomos atacados por criminosos. Nossa equipe de segurança foi reforçada rapidamente com atuação brilhante da PM de SP. Um bandido foi baleado. Estamos apurando detalhes sobre a situação”.

Às 11h49m, no Twittwer, Mário Frias, bolsonarista de raiz e ex-secretário de Cultura do governo Bolsonaro, postou:

“URGENTE! Tarcisio de Freitas acaba de sofrer um atentado em Paraisópolis. Uma equipe da Jovem Pan estava próxima. As informações preliminares são de que o candidato estava em uma van blindada e todos estão bem.”

Seis minutos depois, ainda no Twitter, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) registrou:

“Acabei de falar com nosso candidato ao Governo de São Paulo e ele está bem. Graças a Deus o atentado em Paraisópolis/SP não fez vítimas fatais.”

A mensagem de Flávio foi ilustrada com uma foto onde aparece uma chamada do programa “Morning Show”, da Jovem Pan, e o título: “Urgente: Tarcísio de Freitas sofre um atentado em Paraisópolis”.

Àquela altura, no Palácio da Alvorada, Bolsonaro, o pai, já fora informado a respeito. Dali partiu a ordem para que seu programa de propaganda eleitoral daquele dia explorasse o episódio.

 A pressa foi tal que, sob um fundo preto, sem locução, foi aplicado apenas um letreiro que dizia:

“O candidato a governador de São Paulo Tarcísio de Freitas e sua equipe foram atacados por criminosos em Paraisópolis”.

Foi pela Jovem Pan que Bolsonaro soube? Segundo um assessor dele, não. Foi pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Pelo menos dois dos seus agentes faziam a segurança de Tarcísio.

A Abin não pode fazer segurança de candidatos. Ela é apenas um órgão de inteligência do governo federal. Mas, vê-se que vai além dos seus chinelos sempre que o presidente autoriza.

No fim da tarde daquele dia, depois que a Secretaria de Segurança Pública concluíra que não fora um atentado, Tarcísio, em entrevista coletiva à imprensa, reconheceu:

“Não foi um atentado contra a minha vida, não foi um atentado político, não tinha cunho político-partidário. Foi um ataque no sentido de que, se você intimida uma pessoa que está lá fazendo uma visita, isso é um ataque.”

“Foi um ato de intimidação. Foi um recado claro do crime organizado que diz: ‘Vocês não são bem-vindos aqui. A gente não quer vocês aqui dentro’. Para mim é uma questão territorial. Não tem nada a ver com uma questão política.”

Áudio obtido pela Folha de S. Paulo aponta que um integrante da campanha de Tarcísio mandou um cinegrafista da Jovem Pan apagar imagens do tiroteio. O cinegrafista filmou parte da ação.

Um dos encarregados da segurança do candidato, que portava um crachá, interrogou o cinegrafista:

“Você filmou os policiais atirando?” – ele perguntou.

“Não, trocando tiro efetivamente, não. Tenho tiro da PM pra cima dos caras”, respondeu o cinegrafista.

O segurança perguntou se ele havia filmado as pessoas que estavam no local onde tudo aconteceu, e o cinegrafista disse que não. Por fim, o segurança mandou:

“Você tem que apagar”.

Em nota, a Jovem Pan diz que “exibiu todas as imagens feitas durante o tiroteio”, e que “o trabalho do cinegrafista permitiu que a emissora fosse a primeira a noticiar o ocorrido.”

Acrescenta a nota:

“Não houve contato da campanha do candidato Tarcísio com a direção da emissora com o intuito de restringir a exibição das imagens e, por consequência, o trabalho jornalístico.”

A polícia paulista vai requisitar as imagens à emissora. O homem que morreu não foi identificado. O que fugiu, também não. O inquérito aberto pela polícia corre em segredo.Agente com Tarcísio em Paraisópolis estava com Bolsonaro no dia da facada |  Revista Fórum

Agente Danilo Cesar Campetti, de revolver na mão, na cena do crime, da execução de Felipe da Silva Liva desarmado, e morto a tiro pelas costas

tarcisio-de-freitas-abin-agente-paraisopolis-print

À esquerda, o agente licenciado da Abin Fabrício Cardoso de Paiva, assessor da campanha a governador de Tarcísio, à direita.

 

Reinaldo Azevedo: Tarcísio, Paraisópolis e o falso atentado

O repórter cinematográfico que gravou o tiroteio que matou um homem e parou a campanha de Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato ao Governo de São Paulo, na favela de Paraisópolis, falou com a equipe de jornalismo da TV Cultura. O caso foi revelado pelo jornal Folha de S. Paulo. Na entrevista, Marcos Andrade revelou como foi abordado por um servidor da Agência Brasileira de Inteligência, que faz a segurança do candidato, pedindo para apagar as imagens do confronto. Ele disse que havia pelo menos mais um agente da Abin no local. O vídeo do repórter cinematográfico da TV Jovem Pan pode ter registrado o momento em que o homem "suspeito" foi morto. O material pode esclarecer se seguranças da campanha de Tarcísio de Freitas participaram do ataque ou se um policial militar foi o autor do tiro.

Quem matou Felipe? Passados 11 dias do assassinato do jovem de 27 anos em Paraisópolis, zona sul de São Paulo, o candidato bolsonarista ao Governo do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos), voltou a se colocar como "vítima" da ação de criminosos, mas todas as evidências levam a crer que o suposto “atentado”, anunciado nas redes antes de ter acontecido, foi uma grande armação. No debate na Globo desta quinta-feira (27), Tarcísio ainda fez uma confissão pública de que houve, a pedido de sua campanha, destruição de provas e evidências que poderiam esclarecer quem foi que assassinou Felipe a tiros. Confira a analise de Renato Rovai, editor da Fórum:

“Tarcísio fez armação e matou meu filho para se eleger”, diz pai de jovem em Paraisópolis

O pintor Fernando, pai de Felipe da Silva Lima executado pelos segurança do general Tarcísio de Freitas, deu entrevista a Joaquim de Carvalho. O irmão de Felipe também falou: "Temos medo", disse.

Vide comentários:


EX-BOZOLOIDE ARREPENDIDO

a habilidade para mentir e enganar as pessoas, vindas da ala bolsonarista, não tem limites.


Paulo Cezar Nogueira

O sujeito nem se elegeu e já implantou a milícia do Rio em São Paulo.



Antonio
O suposto tiroteio, onde só os seguranças do Tarcísio atiraram... mandaram até o cinegrafista apagar as filmagens, pra sumir com as provas do caso.
No começo os exaltados queriam explorar a tese de atentado. Depois, viram que seriam facilmente desmascarados, e ficaram caladinhos. Não querem mais falar sobre o assunto...


Jose Almeida

Quem é o homem morto? Ele não estava armado. Como ele foi baleado? POr quem? POr que? Toda essa armação será desmascarada. Tarciso fará companhia ao Bolsonaro em Bangu, como bom carioca.

Antonio
Escolha sua Teoria da Conspiração preferida:


- O “atentado” contra Tarcísio

- As urnas eletrônicas que tiram votos de Bolsonaro

- A armação dos policiais para prender Roberto Jefferson

- As rádios que não veiculam propaganda

- A censura do Alexandre de Moraes

- A vacina que implanta um chip

- A suposta “facção CPX”

- A mídia aumentando mortes por Covid


Eduardo de Paula Barreto

A ESTRATÉGIA DO MITO

 

Diante da certeza

De que será derrotado

Bolsonaro bate na mesa

E grita desesperado

Desafiando o Judiciário

Para minar com ataques diários

O Estado democrático de Direito

Porque acha preferível

Ser considerado inelegível

Do que perder o pleito.

.

Estimula a violência

Propagando mentiras

E com falsa benevolência

Com benesses conspira

Contra o arbítrio

Daqueles famintos

Que devido à carência

Talvez sejam induzidos

A reconduzir o mau mito

À cadeira da Presidência.

.

A outra opção imoral

Que Bolsonaro tem

É a convulsão social

Provocada por quem

Investe na instabilidade

Para que a sociedade

Assustada se abale

E aceite a instalação

De um governo de opressão

Exercido pelos militares.

.

Ao perder o seu cargo

Perderá o escudo do foro

E será processado

Pelos crimes e desaforos

Que cometeu impunemente

Enquanto foi o Presidente

Mais inapto, inepto e vil

E caberá a todos nós

Unir nossa força e voz

Para a reconstrução do Brasil.

.

Eduardo de Paula Barreto



Marcos Antônio da Silva

O povo de São Paulo tem responsabilidade moral de evitar que o Estado se transforme na República de Salò caipira, refúgio e reduto dos fascistas apeados do poder federal.


Eduardo de Paula Barreto

.

O TEMPO DAS TREVAS.

.

Chegamos ao fundo do poço

E nas trevas não enxergamos nada

Tornamo-nos apenas um esboço

De uma sociedade civilizada

Que deixou lá na superfície

Toda a expertise

Adquirida ao longo dos tempos

Desaprendemos a amar

A ser tolerantes e a aceitar

Que o mundo não é mais o mesmo.

.

Com oitenta tiros

Desfaz-se uma família

Deixando mortos os entes vivos

Em cuja memória o morto brilha

E os dedos que acionam os gatilhos

Apontando o pai para o triste filho

Destroem a sua reputação

E sem nenhuma autocrítica

Transformam a inocente vítima

Em apenas mais um ladrão.

.

Tornam-se frequentes os suicídios

E o ódio se materializa

Buquês são trocados por feminicídios

Ressurgem os ideais nazistas

E os embates físicos violentos

Se sobrepõem aos argumentos

Na resolução de conflitos

E o mal adquire maior relevância

Sempre que quem prega a intolerância

É chamado de mito.

.

Eduardo de Paula Barreto

18
Abr20

Regina Duarte virou a fake news da Cultura

Talis Andrade

 

 

por Altamiro Borges 

- - -

Regina Duarte, a patética ministra da Cultura, replicou nas suas redes sociais que Marisa Letícia Lula da Silva deixou R$ 256 milhões em certificados de depósitos bancários (CDBs). A mentira teve como fonte um juizeco de nome Carlos Henrique André Lisboa, da 1ª Comarca de Família de São Bernardo do Campo (SP). 

Como os advogados do ex-presidente Lula comprovaram, Marisa Letícia tinha apenas R$ 26 mil em CDBs – e não R$ 256 milhões como "confundiu" o juizeco. Regina Duarte, os filhotes 02 e 03 de Bolsonaro – Carluxo e Dudu Bananinha – e a rádio Jovem Pan serão agora processados pela difusão da fake news. 

juiz analfabeto.jpg
Em seu perfil oficial, o ex-presidente Lula deu o nome dos criminosos que espalharam mentiras na internet. "Fake news sobre Dona Marisa com valor mil vezes maior do que o real foi divulgada por dois filhos de Bolsonaro, por Regina Duarte e pela Jovem Pan". 

Pelo Twitter, Lula postou que foi ao banco analisar o inventário de Marisa Letícia. "Como não temos nada a esconder, fomos até o Bradesco buscar informações. O próprio banco deveria ter desmentido. Vale tudo contra o Lula. O que eles não sabem é a minha capacidade de resistência". 

Já o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) anunciou que "Eduardo Bolsonaro será denunciado na Comissão de Ética da Câmara Federal e Regina Duarte na Comissão de Ética da Presidência da República. Basta de mentira e fake news. A impunidade tem sido a arma desta famiglia e seus cúmplices". A conferir se serão punidos! 

Abandono de 4,9 milhões de trabalhadores 


Enquanto a bolsonarista Regina Duarte espalha fake news, o seu ministério está totalmente paralisado e a área de cultura sofre ainda mais com a pandemia. Segundo a Folha, "coronavírus pode impactar 4,9 milhões de pessoas empregadas no setor cultural". 

A Folha se baseia no Painel de Dados do Observatório Itaú Cultural, que reúne informações sobre instituições culturais existentes em 2019. Dos 4,9 milhões de trabalhadores do setor, São Paulo empregava 1,4 milhão, seguido por Minas Gerais (510 mil) e Rio de Janeiro (428 mil). 

O Painel de Dados do Observatório Itaú Cultural analisou ainda o número de empresas da economia criativa no país. Em 2017, segundo os últimos dados reunidos, o Brasil contava com 147,3 mil organizações atuando no segmento – da indústria da moda até o cinema e a televisão.

A Folha realça: "Em 2016, segundo o último dado disponível, o conjunto de empresas dedicadas à economia criativa gerou receita bruta da ordem de R$ 335,7 bilhões e lucro bruto próximo a R$ 200 bilhões". Agora, com o coronavírus e com a incompetente Regina Duarte, quase tudo está parado e sem recursos. Só resta mesmo à namoradinha do fascista espalhar fake news. 

Ainda sobre a sinistra da Cultura, vale o comentário postado no Instagram pelo craque José Trajano: “Morre Moraes Moreira, nem uma palavra. Aldir adoece, nenhum gesto de solidariedade. Morre Rubem Fonseca, silêncio. Essa Regina Duarte é gente ruim! Segue os passos de um jumento. Uma lástima... Ela é secretária da Cultura ou limpa botas do capitão?

seja-franco bolsonaro cultura.jpg

 

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