Polícia prende envolvido no desabamento de prédios na Muzema
A Polícia Civil prendeu, na noite de sábado (18), um dos envolvidos no desabamento de dois prédios na comunidade da Muzema, em Jacarepaguá. Rafael Gomes da Costa era procurado pela venda de apartamentos nos edifícios que desabaram no dia 12 de abril, deixando 24 mortos.
Segundo nota divulgada pela assessoria da Polícia Civil, Rafael foi capturado do bairro do Leblon, durante diligências com a intermediação de seu advogado e a delegada Adriana Belém, da 16ª Delegacia de Polícia (Barra), responsável pelas investigações.
Rafael vai responder pelo crime de homicídio qualificado multiplicado por 24 vezes, além de ser investigado por lavagem de dinheiro e organização criminosa. Outras três pessoas continuam foragidas: José Bezerra de Lima, o Zé do Rolo, Renato Siqueira Ribeiro, e o capitão da PM Adriano da Nóbrega.
A construção dos prédios que desabaram, e outros construídos sem licenciamento na região da Muzema, são empreendimentos da milícia que atua na localidade, conhecida como Escritório do Crime.
Milícia usa esquema de cartórios e alvarás para ter prédios irregulares
O Escritório do Crime, considerado a principal milícia do Rio de Janeiro, usa ao menos três pequenas construtoras e uma imobiliária para erguer e negociar imóveis ilegais em Rio das Pedras e na Muzema, comunidade na zona oeste do Rio onde dois edifícios ruíram, causando as mortes de 24 pessoas.
Investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público estadual mostram que o grupo paramilitar usou laranjas como sócios nas empresas abertas por um contador que teria pago propina a um funcionário da Prefeitura do Rio.
As empresas ConstruRioMZ, São Felipe Construção Civil e São Jorge Construção Civil tiveram os alvarás de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (Eireli) concedidos pela Prefeitura do Rio no ano passado. Todas estão em nomes de integrantes da milícia chefiada pelo capitão do Bope Adriano da Nóbrega, citado em escutas telefônicas do MP como "Gordo" ou "Patrãozão" (foto)
Capitão Adriano Magalhães tem fortes ligações com os Bolsonaro.