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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

27
Jan22

CNMP confirma demissão de Castor de Mattos, mas é preciso investigar também seu chefe, Dallagnol

Talis Andrade

www.brasil247.com - O outdoor, Dallagnol e Castor

 

O caso do outdoor, que envolve também crime de falsidade ideológica, parece ser apenas a ponta do iceberg de uma turma que atuava como se estivesse acima da lei

 

por Joaquim de Carvalho

Em sessão nesta quinta-feira, 27/01, o Conselho Nacional do Ministério Público manteve a demissão do procurador Diogo Castor de Mattos, integrante da extinta Lava Jato e ex-estagiário de Deltan Dallagnol.

Castor de Mattos havia apresentado embargos de declaração e, em um recurso apresentado por seus advogados durante o recesso, conseguiu do plantonista efeito suspensivo da decisão que o afastou em outubro do ano passado.

Na sessão de hoje, o relator do caso, Oswaldo D'Albuquerque, votou pelo improvimento dos embargos de declaração, no que foi acompanhado por todos os conselheiros, exceto Antonio Edílio Magalhães Teixeira, indicado pelo Ministério Público Federal para CNMP e autor da decisão que concedeu o efeito suspensivo.

Com essa decisão, o procurador-geral da República, Augusto Aras, tem por dever de ofício encaminhar a demissão de Castor de Mattos, que precisa ser homologada pelo STF.

Castor de Mattos assumiu ter sido o contratante do outdoor de autopromoção da Lava Jato instalado em Curitiba, depois que rumores sobre o caso chegou até a corregedoria do Ministério Público Federal.

O outdoor dizia: “Bem-vindo à República de Curitiba. Terra da Operação Lava Jato, a investigação que mudou o país. Aqui a lei se cumpre. 17 de março – 5 anos de Operação Lava Jato — O Brasil Agradece”.

Mensagens acessadas por Walter Delgatti Neto deram conta de que o corregedor da época, Oswaldo Barbosa, perguntou a Dallagnol se a publicidade, vetada pela Constituição, tinha sido iniciativa da força-tarefa ou de algum integrante dela.

Dallagnol negou e, quando veículos de imprensa questionaram o MPF, ele orientou a assessoria de imprensa a também negar que a autorização fosse dele ou de algum procurador da força-tarefa.

“Temos só que dizer que não é nosso e não sabemos de quem é, mas recebemos esse tipo de manifestação como sinal de carinho da sociedade ou algo assim”, escreveu.

Os rumores aumentaram, e Castor de Andrade acabou se afastando da Lava Jato, com um atestado médico assinada por um psiquiatra. Ao comunicar a saída do ex-estagiário de Dallagnol, a Lava Jato omitiu a questão do outdoor.

O corregedor também arquivou a investigação contra Castor de Mattos e a classificou como sigilosa.

O caso teria morrido se o o Centro de Direitos Humanos e Memória Popular de Foz do Iguaçu, representado pelo Coletivo de Advogadas e Advogados pela Democracia, não insistisse junto ao MPF e ao CNMP na necessidade de investigação.

A Polícia Federal esbarrou no caso em uma investigação paralela, sobre outro tema, e descobriu que a contratação do outdoor foi feita com o uso fraudulento de dados do músico João Carlos Queiroz Barbosa, o JC Batera.

O uso indevido de dados de outra pessoa caracteriza crime de falsidade ideológica. Castor de Mattos assumiu o pagamento, mas não há no processo disciplinar que acabaria aberto no CNMP nenhuma comprovação de que ele, efetivamente, pagou pela publicidade.

Em quase três anos, por conta do foro privilegiado de Castor de Mattos, nenhuma investigação criminal foi feita.

Tânia Mandarino, do Coletivo de Advogadas e Advogados, diz que exigirá a apuração imediata do crime de falsidade ideológica. Sem o foro, Castor responderá na Justiça estadual do Paraná.

A advogada diz que há razões para suspeitar que Castor de Mattos não agiu sozinho. E é importante registrar que Deltan Dallagnol tinha no procurador uma pessoa da extrema confiança.

Em seu livro “A luta contra a corrupção — a Lava Jato e o futuro de um país marcado pela impunidade”, Dallagnol conta que o ex-estagiário foi um dos primeiros procuradores que ele indicou para compor a força-tarefa.

“Diogo, na época calouro e aprendiz na equipe, foi meu estagiário e é das pessoas mais indignadas com a impunidade dos colarinhos brancos”, escreveu (página 59).

Em outro trecho, ele atribui a uma frase de Castor de Mattos a inspiração para promover a campanha “10 Medidas” contra a corrupção". Segundo seu relato, os dois estavam fazendo compras no supermercado em 18 de setembro de 2014, quando o ex-estagiários teria dito:

“Deltan, nós poderíamos aproveitar a Lava Jato para propor mudanças no sistema.”

O que Deltan omite no livro é que Diogo Castor de Mattos também foi portador de um recado do então presidente do Podemos no Paraná, o milionário Joel Malucelli, para que ele entrasse na política.

Conforme as mensagens acessadas por Delgatti, Malucelli encontrou Castor de Mattos em um clube de elite do Paraná, quando então conversaram sobre a popularidade do então coordenador da Lava Jato e a possibilidade de disputar uma vaga no Senado pelo Podemos.

Poupado pela Lava Jato, Malucelli foi investigado pelo Ministério Público do Paraná por corrupção e acabaria fazendo acordo de delação.

Dallagnol refletiu sobre o convite e, em gravações registradas para si mesmo no Telegram, avaliou que a candidatura só seria viável se houvesse procuradores candidatos a deputado em outros Estados. Acabou adiando o projeto da própria candidatura para 2022.

A relação de Dallagnol com Castor de Mattos também passou por manobras que garantissem ao irmão do ex-estagiário continuar promovendo acordos de delação premiada na Lava Jato, que renderam cifras milionárias para o escritório da família.

Dallagnol orientou Castor a não atuar no caso da Toshiba e a assinar peças sempre com outros integrantes da força-tarefa.

A relação entre os dois também pode ser vista na evolução patrimonial de Deltan Dallagnol. 

Um dos dois apartamentos de um andar que ele tem no prédio de luxo do Juvevê, em Curitiba, pertencia ao tio de Castor de Mattos, ex-secretário de Estado no Paraná em vários governos, inclusive o de Álvaro Dias.

Com uma relação tão próxima como esta, é razoável mesmo suspeitar que dificilmente Castor de Mattos teria a iniciativa de fazer publicidade da Lava Jato sem o conhecimento daquele que chama de "professor".

Portanto, no caso do outdoor, é preciso investigar também Deltan Dallagnol. Como ele mesmo diz em seu livro, é necessário mudar a história de “um país marcado pela impunidade”.

 

Mil vezes mais fácil deixar milhares de brasileiros inocentes apodrecerem na cadeia do que (não digo prender) demitir um procurador corrupto, um magistrado incompetente, parcial, suspeito. A maior penalidade que um juiz pode sofrer é a anistia antecipada para todos os crimes, e o prêmio de uma aposentadoria precoce

 

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Capa do jornal Folha de S.Paulo 27/01/2022Capa do jornal O Globo 27/01/2022

Capa do jornal Jornal Daqui 27/01/2022

Capa da revista ISTOÉ 21/01/2022

Capa da revista Veja 21/01/2022

26
Nov21

Cantanhêde, os negros e a escuta telefônica que revelaria racismo de Moro

Talis Andrade

aroeira  moro botava a mão no fogo por bolsonaro

 

 

Em 2005, quando era juiz, o pré-candidato a presidente pelo Podemos foi alvo de escuta clandestina, que captou conversa comprometedora dele com o "compadre" e lobista Carlos Zucolotto Júnior

por Joaquim de Carvalho

A jornalista Eliane Cantanhêde elogiou Sergio Moro na Globonews, depois de revelar que tomou café com ele e se convenceu de que tudo conspira seu favor. Até porque, segundo a jornalista, o ex-juiz "nunca prendeu preto pobre".  Cantanhêde errou duplamente. 

Em 2013, Moro prendeu pobres agricultores de Irati, no Paraná, que recebiam menos de 700 reais por mês de um programa ligado ao Fome Zero e foram acusados de falsificação de documento público, falsidade ideológica, estelionato e associação criminosa. 

Um deles recebeu recebeu intimação para entregar iate que seria de sua propriedade. O agricultor não tinha sequer charrete. Mais tarde, foram todos absolvidos pela juíza Gabriela Hardt. Era um processo sem pé nem cabeça, gestado por Moro, Polícia Federal e Ministério Público Federal.

Moro também teria sido flagrado em uma escuta clandestina em conversa de teor racista com o amigo dele Carlos Zucolotto Júnior, que é advogado e lobista. 

Moro havia mandado prender algumas pessoas por crime financeiro e, em razão disso, apareceu no noticiário de TV do Paraná. Zucolotto lhe telefonou para dizer que o amigo estaria famoso, e Moro teria feito comentários racistas sobre a cor da pele de um dos presos.

Coloco o verbo no condicional porque não ouvi os CDs que integram processo movido por Moro em que o advogado Roberto Bertholdo foi acusado de realizar as escutas ilegais. Mas duas pessoas que tiveram acesso à gravação me confirmaram o conteúdo.

O processo é uma das aberrações jurídicas que compõem a trajetória de Sergio Moro no Judiciário. Quando tomou conhecimento da escuta, ele mesmo abriu a investigação e tomou as primeiras providências como juiz. Mais tarde, pressionado, admitiu a suspeição, e o caso foi para outro magistrado.

Quando o recurso à condenação de Roberto Bertholdo foi parar no STF, um dos ministros, Napoleão Nunes Maia Filho, considerou ação de Moro no processo extravagante. Como vítima, Moro não poderia conduzir a ação, nem em sua fase inicial.

Em 2006, Bertholdo, quando estava preso sob outra acusação, que incluía lavagem de dinheiro e tráfico de influência, mandou a filha entregar à jornalista Denise Mello, da rádio Bandnews em Curitiba, os CDs com o conteúdo das gravações.

Moro também prestou depoimento, conforme o relato que integra o processo no TRF-4:

” (…) foram ouvidas as conversas referentes às fitas apreendidas e que constam nos autos, podendo o depoente reconhecer sua própria voz e diálogos mantidos com o Delegado de Polícia Federal Paulo Roberto Falcão, com o Procurador da República Vladimir Aras, com a Desembargadora Maria de Fátima Labarrère, com o Promotor de Justiça do Estado do Paraná Cruz (de Maringá), com um amigo de nome Carlos Zucolotto, com familiares (filha e esposa) e, segundo lhe parece, também uma conversa com o DPF Luiz Pontel “(fls. 11/12 do Apenso I, volume I).

Apenas a partir desse instante (da obtenção dessa prova) é que o Magistrado pôde ser considerado vítima do delito estando, assim, impedido para o julgamento do feito. O MP, na mesma data da oitiva do Julgador, ingressou com a respectiva Exceção (fls. 281/284, do apenso V, volume II). Em 29.08.05, Sérgio Moro acolheu o pleito, dando-se como impedido (fl. 285 do apenso V, volume II).”

A acusação contra o advogado Bertholdo foi feita pelo procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, que já tinha trabalhado com Moro no caso BanEstado e mais tarde, por ocasião da Lava Jato, voltaria a atuar na jurisdição dele, como integrante da equipe de Deltan Dallagnol.

Moro foi representado no processo pela esposa, advogada Rosângela, e pelo amigo Zucolotto.

Em novembro de 2017, eu conversei com a jornaista Denise Mello. Ela já não estava mais na Bandnews, emissora que pertence ao empresário Joel Malucelli, suplente do senador Álvaro Dias e do cículo de relacionamento de Moro. Quando falei com Denise, ela trabalhava na Banda B, outra emissora de Curitiba.

Pouco antes de entrar no ar, Denise falou comigo por telefone. “Lembro vagamente desta história”, contou. Você prestou depoimento à Justiça? “Não lembro, posso ter prestado”. Quando eu li o que a Justiça relatou sobre seu depoimento, ela disse que ocorreu, sim, o depoimento, mas que não havia registrado na memória em razão da falta de notoriedade do Moro à época.

“O Moro não era ainda o MORO, entende?”, comentou. Houve alguma pressão do Malucelli para que as gravações da escuta não fossem divulgadas? “Não, de jeito nenhum. Foi uma decisão minha e do meu chefe na época, Gladimir”, respondeu, e em seguida disse que entraria no ar e que não poderia mais falar.

Conversei pessoalmente com Gladimir, numa das viagens a trabalho que fiz a Curitiba. Gladimir disse não se lembrar do conteúdo das gravações e também negou interferência de Malucelli na reportagens. "Não demos a gravação por conta da sua origem ilícita", disse.

Gladimir lembrou, no entanto, que foi chamado por Moro na época, em ato extraprocessual. O jornalista lembrou que se sentiu constrangido, quando Moro tentou lhe dar lições de jornalismo e o censurou por ter colocado no ar a entrevista com o advogado Bertholdo.

Eliane Cantanhêde, ao dizer que tudo conspira a favor de Moro em 2021, mostra que pode estar entrando mais uma vez numa canoa furada. 

As empresas em que trabalha dificilmente autorizarão cobertura crítica ao ex-juiz. Mas, como todos sabemos, o jornalismo na velha imprensa não tem mais força para ditar os rumos do País. Fosse assim, Aécio Neves teria sido eleito em 2014 e Lula continuaria preso.

Há jornalismo fora do controle das famílias e dos bancos que fazem parte do 1% dos brasileiros que detém 50% da riqueza nacional. Moro é uma farsa, como a estátua que aterrorizava Nabucodonor, conforme o relato bíblico. 

A estátua tinha cabeça de ouro, peito e braços de prata, e pernas de ferro, mas os pés eram de barro e desmoronou quando atingida por uma pequena pedra. O passivo moral de Moro, ainda não revelado inteiramente, é gigantesco.

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O pessoal de Moro faz campanha contra Bolsonaro, e o gado fica com raiva do PT. Né engraçado?

25
Out21

Filiação ao Podemos abre chance do Brasil conhecer a verdadeira face de Moro

Talis Andrade

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Ex-juiz sempre militou no partido, como mostra a blindagem de Álvaro Dias, que estruturou o partido no Paraná, juntamente com o empreiteiro Malucelli, envolvido em casos graves de corrupção

 

por Joaquim de Carvalho

 

Sergio Moro deve se filiar ao Podemos, informa Lauro Jardim. Era a bola que cantei desde 2017, quando havia sinais de que a Lava Jato havia poupado o senador Álvaro Dias, responsável por estruturar o partido no Estado, juntamente com o empreiteiro Joel Malucelli, também poupado pela Lava Jato, mas que teve sua prisão decretada pelo Ministério Público do Estado.

Malucelli acabaria confessando, em delação para os promotores do Estado, que participara de reunião para definir propina num contrato para manutenção de estradas rurais com o governo do de Beto Richa, do PSDB, antiga casa de Álvaro Dias.

Por baixo da toga, Moro nunca usou o colan e a capa do superman, mas o figurino de político. A toga era fantasia. Agora que assumirá a candidatura pelo Podemos, terá de enfrentar denúncias pesadas. Tem gente no Paraná louca para abrir a caixa de ferramenta.

Existe um áudio em que ele aparece quebrando o sigilo de um processo com seu (ex?) amigo Carlos Zucolotto Júnior, que virou lobista de carteirinha depois que ele foi para o Ministério do Justiça. Também tem um advogado com coceira na língua para falar como Álvaro Dias foi poupado.

Álvaro Dias teve pelo menos uma de suas campanhas patrocinada em parte pelo doleiro Alberto Youssef, delator de estimação do ex-juiz. O banqueiro Paulo Guedes também apareceu nas papeladas da Lava Jato, mas ficou tudo por isso mesmo. Por que Guedes levou Moro a Bolsonaro?

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Tem também casos menos graves, mas reveladores da verdadeira face de Moro. Como juiz, ele mandou carta ao responsável pela banca examinadora de um concurso para advogado de uma empresa pública que administrava a previdência dos servidores do Paraná.

A esposa do então magistrado tinha sido reprovada no concurso, mas Moro queria que a prova fosse revisada, para ela conseguir o cargo. O responsável pelo concurso não atendeu ao pedido de Moro, mas guardou a carta, que está em posse de outro advogado, com coceira na mão para vazar.

E tem mais, bem mais… Nada que tenha aparecido nas biografias chapa branca que surgiram por aí, para enganar os incautos e criminalizar a política.

Por outro lado, com a candidatura de Moro, o Podemos também vai para o proscênio. 

O Partido, dominado em São Paulo pela família Abreu, tem muitas explicações a dar, como um esquema para desviar verbas do Fundo Partidário com diretórios fantasmas, formados só para simular ações e justificar contratos falsos, como mostrou o jornal O Debate, de Santa Cruz do Rio Partido.

Creio que o Brasil ganhará com a exposição de Moro e de sua casa política — na verdade, a militância dele já existia, mesmo no tempo em que usava toga. 

Ele agora não terá a caneta nem o apoio da Associação dos Juízes Federais (Ajude) e dos amigos do Ministério Público para lhe darem guarida.

No final, a fotografia que sairá é de Moro não com a fantasia de super herói, mas a de um indivíduo no pântano. Como o Sméagol, também chamado de Gollum, personagem fictício do J.R.R. Tolkien, autor de Senhor dos Anéis

Quem viu a trilogia sabe o fim de Sméagol, que passou a vida atrás do anel (símbolo de poder), que ele chamava de “Meu Precioso”. Moro terá o mesmo fim.

.x.x.x.

Atenção, amigos. Termina hoje o crowdfunding para o projeto de documentário "A máquina de fakeadas da extrema direita". Peço a colaboração de vocês para alcaçarmos a meta de arrecadação e avançarmos na apuração deste caso, que envolve o episódio do dia 6 de setembro, em Juiz de Fora.

Para saber mais do projeto, clique aqui.

 

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14
Out18

Slogans e símbolos nazistas proibidos na Alemanha propagam o ódio no Brasil

Talis Andrade

 Já escrevi que as camisas pretas fascistas foram introduzidas pelos delegados da Polícia Federal (turma de Romeu Tuma) e procuradores da Lava Jato de Curitiba e, imediatamente, adotadas pelo Movimento (nazista) Brasil Livre - MBL.

 

Foi criada uma secreta e marginal Liga da Justiça para executar prisões sob vara por dentro e por fora da Lei. Dessas prisões surgiram a indústria das colaborações dos delatores. Tacla Durán, que participou com um primo de Rosangela Moro das cobranças milionárias dos pedágios no Paraná, denunciou que se pode comprar por cinco milhões de dólares o prêmio de uma delação. 

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Carlos Fernando apresenta a camisa da Liga

 

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Wanderlei Silva, que ficou conhecido nos ringues como ‘Cachorro Louco’ por causa de sua agressividade ao tentar nocautear os adversários, exibe a camisa das manifestações da república de Curitiba pela cassação de Dilma Rousseff.

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Na campanha do impeachment de Dilma, Sergio Moro sempre vestia uma camisa preta, com ou sem paletó. Na foto, com o corrupto Joel Malucelli (primeiro à esquerda), num show de Fagner

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Líderanças do MBL apresentam uma das variações das camisas pretas  

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 Foto divugação do MBL de apoio ao procurador Dallagnol, que fez jejum pela prisão do presidente Lula

 

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 Passeata pela derrubada de Dilma, e todo poder ao MDB de Michel Temer, com o apoio de Bolsonaro

 

Camisas pretas fascistas e slogans nazistas marcam o resurgimento do nazismo no Brasil, iniciado com o Partido Intregalista de Plínio Salgado. 

 

A primeira tentativa foi na campanha de Aécio Neves para presidente, mas foi denunciado o slogan pela sua origem nazista. Bolsonaro não tem escrúpulo adotou com a aprovação das urnas.

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Felipe Miguel escreve:

 

Andando por Brasília, identificado como eleitor de Haddad, cruzo volta e meia com os defensores do Coiso. Seus olhares às vezes são de espanto, espanto por alguém ter a coragem de se manifestar à esquerda. Mas em geral são de desprezo e ódio.

 

Alguns andam com a camiseta verde e amarela com a inscrição "Meu partido é o Brasil". Eles provavelmente nem sabem, mas estão fazendo uma profissão de fé fascista. Se o partido deles é o Brasil, qualquer outro partido será contra o Brasil. A dissensão vira traição, a discordância fica interdita. Não há espaço para a democracia - cujo "gesto inaugural", de acordo com a bela fórmula de Claude Lefort, "é o reconhecimento da legitimidade do conflito".

 

Discursos políticos de vários matizes costumam evocar uma harmonia perdida, que seria preciso restaurar, mas a exacerbação desse traço no bolsonarismo é claramente uma opção autoritária. Descende das afirmações tão repetidas de que "o PT criou a luta de classe no Brasil" ou "o PT jogou negros contra brancos no Brasil" (assim como as feministas jogam mulheres contra homens etc.). O conflito não nasce da organização social e das formas de exploração e dominação que ela engendra, mas da ação deliberada de agentes nefastos.

 

Com isso, as estruturas de exploração e dominação são protegidas, já que a culpa da divisão social não é delas, mas de quem as denuncia. A camisa da seleção, que inspira a camiseta "Meu partido é o Brasil" e é adotada ela própria por muitos bolsonarianos, é um símbolo inconscientemente poderoso. Todos torcemos juntos. Mas quem ganha são os cartolas corruptos da CBF.

 

Quando não é a camiseta amarela, é a camiseta preta, cuja estética é inegavelmente fascista, muitas vezes adornada com desenhos de rifles. Uma delas, entre as que vi, trazia a caveira do Punisher, "herói" da Marvel dedicado a assassinar aqueles que ele julga que são bandidos. A intimidação e a violência são assumidas como soluções - sem disfarce, sem rodeios.

 

É claro que Bolsonaro não quer ir aos debates. Não é por recomendação médica. Não é nem mesmo por estratégia política, como ele disse outro dia. É por princípio. A posição que ele encarna tem como um de seus elementos básicos a recusa do debate político.

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 Eduardo Bolsonaro, reeleito deputado federal por São Paulo e sua campanha de intimidação

 

 

 

 

14
Set18

Beto Richa e esposa ficam calados e se escondem da imprensa ao deixarem o Gaeco

Talis Andrade

 

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Beto e Fernanda deixam sede do Gaeco após depoimento tentando esconder o rosto. Foto Alexandre Mazzo 

 

 

O ex-governador Beto Richa (PSDB) e a sua mulher, Fernanda Richa (PSDB), se apresentaram para prestar depoimento na manhã desta sexta-feira (14) na sede do Gaeco, em Curitiba. O casal teve a chance de falar aos promotores sobre as acusações que os levaram para a prisão, mas preferiram manter o silêncio.

 

+ Não deixe de ler: Batisti diz que existem provas incontestáveis do envolvimento de Richa em corrupção

 

Beto Richa saiu da sala de depoimentos acompanhado de quatro advogados e sem falar nada. Foram menos de 20 minutos de depoimento em que o ex-governador permaneceu em silêncio. Preso temporariamente, Richa foi chamado para falar aos promotores sobre o programa Patrulha do Campo, do qual é acusado de fraudar licitação e lavar dinheiro.

 

Sua esposa, a ex-secretária de estado Fernanda Richa, depôs na sequência. Acompanhada de dois advogados, ela ficou das 12h40 às 13h30 na sala de depoimento. Os advogados da Fernanda saíram do Gaeco sem dar detalhes sobre o depoimento. Eles alegaram pressa em tomar algumas providências e que responderiam aos questionamentos posteriormente, por e-mail.”

 

Nesta sexta-feira (14), o empresário Joel Malucelli se apresentou no Gaeco. Ele estava em viagem na Itália, chegou a ser considerado foragido e agora passa a cumprir sua pena de prisão.

 

+ Tá sabendo esse B.O.? Dono da Havan responde a candidato que prometeu derrubar estátuas das lojas

 

Joel Malucelli (de azul) estava viajando quando prisão foi decretada. Foto: Alexandre Mazzo / Gazeta do Povo
 

Joel Malucelli (de azul) estava viajando quando prisão foi decretada. Foto: Alexandre Mazzo / Gazeta do Povo

 

Eles foram presos no âmbito da operação deflagrada para apurar desvios no programa de recuperação de estradas rurais. Os promotores apontam um esquema de fraude à licitação, corrupção e lavagem de dinheiro. A investigação do Ministério Público foi reforçada pela delação premida do ex-deputado estadual Tony Garcia, homologadas no dia 15 de agosto.

 

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Na quinta-feira (13) prestaram depoimento o empresário Celso Frare (da Ouro Verde), Ezequias Moreira (ex-secretário de Cerimonial), Dirceu Pupo (contador da família Richa), Aldair Petry (ex-funcionário do DER), Pepe Richa (irmão do ex-governador), André Richa (filho do casal) e Bruno Sarmento Cubas (empresário ligado a Cotrans). Os dois últimos estão em liberdade.

 

+ Saiba mais: Quem é o juiz linha dura que mandou Beto Richa e aliados para a prisão

As prisões decretadas pelo juiz Fernando Fischer, da 13ª Vara Criminal de Curitiba, são temporárias (prazo de cinco dias) e vencem neste sábado (15). Já o prazo de Casagrande e Malucelli começaram a contar a partir do momento em que eles foram presos, ou seja, na quinta-feira (13) e sexta-feira (14), respectivamente.

Luiz Abi Antoun, primo do ex-governador, preso em Londrina, também prestou depoimento na quinta (13).

Habeas corpus foram negados

O casal Richa já enfrentou duas derrotas na Justiça nos últimos dias. O desembargador Laertes Ferreira Gomes, do Tribunal de Justiça do Paraná, negou pedido de liberdade na quarta (12). Já a ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou novo pedido nesta quinta (13).

 

A decisão do juiz Fernando Bardelli Silva Fischer, da 13ª Vara Criminal de Curitiba, que culminou com a prisão do ex-governador Beto Richa (PSDB), nesta terça-feira (12), continha uma série de provas e …Continue lendo   Áudio: Richa chama propina de ‘tico-tico’ em conversa apresentada como prova de corrupção

12
Set18

Operação do Gaeco foi uma, a da PF foi outra. Por Sergio Moro, Richa estaria solto na campanha de senador

Talis Andrade

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Beto Richa (PSDB) e Fernanda Richa (PSDB)

 

 

Duas operações policiais de vulto aconteceram paralelamente na manhã desta terça-feira em Curitiba e envolviam pessoas ligadas ao “núcleo duro” do ex-governador Beto Richa, incluindo o próprio.

 

As ordens de prisão foram expedidas pelo Ministério Público do Paraná, na operação levada a cabo pelo Gaeco. Foram detidos:

Beto Richa – ex-governador e candidato ao Senado;

Fernanda Richa – esposa de Beto Richa e ex-secretária da Família e Desenvolvimento Social;

Deonilson Roldo – ex-chefe de gabinete do ex-governador;

Pepe Richa – irmão de Beto Richa e ex-secretário de Infraestrutura;

Ezequias Moreira – ex-secretário de cerimonial de Beto Richa;

Luiz Abib Antoun – parente do ex-governador.

 

 

A lista de presos na operação do Gaeco tem outros nomes:

Edson Casagrande – ex-secretário de Assuntos Estratégicos;

Celso Frare (preso) – empresário da Ouro Verde Transportes;

Aldair W. Petry (preso);

Dirceu Pupo (preso) – contador;

Joel Malucelli – empresário da J.Malucelli ;

Emerson Savanhago (preso) – empresário;

Robinson Savanhago (preso) – empresário;

Túlio Bandeira (preso) – advogado;

André Felipe Bandeira.

 

 

As medidas, determinadas pelo Juízo da 13ª Vara Criminal de Curitiba, visam investigar o programa Patrulha do Campo, do Governo do Estado do Paraná, no período 2012 a 2014, apurando-se indícios de direcionamento de licitação para beneficiar empresários e pagamento de propina a agentes públicos, além de lavagem de dinheiro e obstrução da Justiça.

 

Os alvos da Lava Jato

 

Os alvos de prisão da investigação da fase Piloto, a 53ª da Lava Jato, foram

Deonilson Roldo – ex-chefe de gabinete de Beto Richa (já preso pelo Gaeco em outra investigação);

Jorge Theodócio Atherino – empresário apontado como operador financeiro do ex-governador;

Tiago Correia Adriano Rocha – indicado como braço-direto de Jorge.

 

 

 

 

 

 

 

11
Ago18

Moro é o Posto Ipiranga de Álvaro Dias

Talis Andrade

O jeito vai ser chamar Deltan Dallagnol para o Ministério da Saúde. Nada que um jejum não resolva.

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por Kiko Nogueira

---

A nota de Sergio Moro sobre o “convite” de Álvaro Dias para o ministério da Justiça, lançado no debate da Band, é dúbia, para utilizar um eufemismo.

 

“Reputo inviável no momento manifestar-me, de qualquer forma e em um sentido ou no outro, sobre essa questão, uma vez que a recusa ou a aceitação poderiam ser interpretadas como indicação de preferências políticas partidárias, o que é vedado para juízes”, diz.

 

Não foram poucas as situações em que Moro facilitou “interpretações de que preferências políticas partidárias”. Bastam as fotos com tucanos em convescotes.

 

Moro está para Álvaro como o economista Paulo Guedes para Jair Bolsonaro: é o Posto Ipiranga do candidato.

 

No lançamento de sua candidatura, ele prometeu a mesma coisa, estendendo o afago à Lava Jato.

 

“Quero prestar uma homenagem à República de Curitiba, onde nasce uma nova Justiça nesse país”, discursou.

 

Esse blábláblá demagógico foi usado ad nauseum na TV.

 

Fantasiado de Sergio Moro (todo de pertinho básico), Álvaro repetia a cada 2 minutos que havia invitado o magistrado para seu ser titular na pasta da Justiça.

 

Na última dessas investidas, acrescentou uma enigmática “seleção de juristas”.

 

A relação de Moro e Álvaro é antiga e passa pela amizade em comum com Joel Malucelli, ex-suplente do senador do Podemos, cuja empreiteira foi alvo de mandados de busca e apreensão da 49º fase da Lava Jato.

 

A mulher de Moro, Rosângela, recorreu a Álvaro em 2017 para tentar emplacar um projeto de lei que garante um fundo de reservas para unidades da Apae.

 

Seja ou não uma venda casada, a dobradinha tem tido um resultado pífio.

 

Na Band, Álvaro só perdeu para o cabo Daciolo em matéria de ridículo. Seu ricto facial, resultado provável de uma plástica mal feita, gerou uma enxurrada de comparações com o Coringa do Batman, Fabio Junior e Gretchen.

 

Em todas as pesquisas, Álvaro patina nos 3% e nada, absolutamente nada, indica que saiu dessa draga.

 

O jeito vai ser chamar Deltan Dallagnol para o Ministério da Saúde. Nada que um jejum não resolva.

 

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