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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

20
Jul23

Deputada do PL que foi constrangida a retirar prótese do olho agradece nas redes sociais: ‘Michelle Bolsonaro te amo’

Talis Andrade

 

(Foto: Reprodução)

deputada olho.jpg

Ilustração de Leandro Assis e Triscila Oliveira

 

247 - Após ser constrangida pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro a retirar prótese do olho, durante evento em João Pessoa (PB), a deputada Amália Barros (PL-MT) publicou um vídeo nas redes sociais. Na descrição, a deputada escreveu: “À imprensa e a quem mais interessar! Michelle Bolsonaro te amo! Juntas sempre!”

“Eu tiro minha prótese todos os dias e, alguns dias, várias vezes por dia. Não é um problema pra mim. Pelo contrário, tirar minha prótese, me aceitar assim, do jeitinho que eu sou, me faz ter mais força pra lutar pelas pessoas que estão passando pelo o que eu já passei. E eu me acho linda. A minha relação com a Michelle é de amizada, de intimidada. Tirar minha prótese nunca vai me constranger”, afirmou.

Ela ainda agradeceu Michelle afirmando que, se não fosse a ex-primeira-dama, “esse país não teria reconhecido as pessoas que não têm um olho como pessoa com deficiência, porque foi graças ao esforço dela que o presidente Bolsonaro, em 2021, sancionou a lei dos monoculares”.

19
Jul23

Michelle Bolsonaro não pode ser uma possibilidade

Talis Andrade
Michelle Bolsonaro e Amália Barros durante evento do PL Mulher em João Pessoa 16/7/23
Michelle Bolsonaro e Amália Barros durante evento do PL Mulher em João Pessoa 16/7/23 (Foto: Reprodução)

 

Não consegui ver a cena toda

por Denise Assis

- - -

Não consegui ver a cena toda. Apenas li os textos, no jornal “O Tempo”, depois mais um trecho em O Globo, e mais um pedaço em Poder 360... E parei. Estarrecida, enojada, com horror e me perguntando com que estômago os colegas – ainda que a profissão exija –, descreveram essa cena de forma impassível, para apenas tentar reproduzi-la com o distanciamento daquelas matérias que começam: “o prefeito tal, inaugurou ontem...”

Releio: “A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) se tornou alvo de críticas após protagonizar uma cena que chamou atenção durante um encontro do PL Mulher em João Pessoa, capital da Paraíba. Em evento que ocorreu no último sábado, Michelle solicitou que a deputada federal e vice-presidente do PL Mulher, Amália Barros (PL-MT), retirasse sua prótese ocular e, em seguida, guardou o objeto em seu bolso” (O Globo).

Corajosa a colega, em escrever de maneira “olímpica”, a matéria como convém, limitando-se a narrar os fatos. E bendigo a Deus por hoje ter liberdade para opinar e escrever novamente: senti horror. 

Depois do introito, de confessar o meu asco, preciso ir além. Pelo bem do futuro do meu país preciso dizer que é indigno continuarem a dar tratamento a essa mulher de uma candidata a candidata. Sob pena de vermos surgir diante dos nossos olhos mais um “mito” que nos subjugará por quatro anos, ao som do uso da palavra de Deus, dos salmos e do que mais acharem conveniente para surfar na onda do poder.

Colegas! Não naturalizem essa candidatura. Eu não acredito que vocês vão agir com Michelle Bolsonaro como fizeram com o meigo “orçamento secreto”, que vocês trataram com a naturalidade de quem fala em reforma tributária ou arcabouço fiscal, criando uma figura de aprisionamento que nos trouxe às portas da chantagem. Todos se lembram bem, o sufoco dos primeiros dias de governo do presidente Lula, com o imponderável fazendo fila na porta dos gabinetes dos ministros palacianos recém-empossados, a coagi-los a soltarem a grana, como nos tempos do general Ramos...

Michelle não é para estar nas manchetes sobre o futuro. As notícias sobre Michelle estão no passado. No lago do Palácio, com as carpas no valor de R$ 800,00 cada, presenteadas pelos imperadores do Japão, ao Brasil, e que ela simplesmente matou deixando-as no seco enquanto mandou esvaziar o espelho d’água para raspar as moedas do fundo!

Uma Clarice Lispector ao contrário, que em um de seus contos “A mulher que matou os peixes”, confessa compungida: “Essa mulher que matou os peixes infelizmente sou eu. Mas juro a vocês que foi sem querer. 

Logo eu! Que não tenho coragem de matar uma coisa viva! Até deixo de matar uma barata ou outra. Dou minha palavra de honra que sou pessoa de confiança e meu coração é doce: perto de mim nunca deixo criança ou bicho sofrer. Pois logo eu matei dois peixinhos vermelhos que não fazem mal a ninguém e que não são ambiciosos: só querem mesmo é viver”.

Michelle não teria a grandeza da personagem de Clarice. Juraria diante do cadáver das carpas que nunca as viu. Na verdade, nem sequer reparou que no lago do palácio havia carpas. E que só pensou nos pobres que seriam beneficiados com os baldes de moedas resgatadas do fundo do lago.

Michelle Bolsonaro precisa ser investigada, tratada sob suspeição sobre a cumplicidade negacionista com o marido, que arrastou para a morte milhares de brasileiros sem vacina.

A candidata Michelle não pode existir. Não podemos novamente brincar com a sorte e deixar que um bando de fanáticos acreditem ser ela uma possibilidade, a ponto de daqui a pouco convencer “o mercado!”. 

Parem! Investiguem! Virem do avesso a sua biografia! Vasculhem os estojos de joias e suas procedências! Mas não transportem para as páginas políticas um nome que, por enquanto, frequenta as suspeições jurídicas, mas que em breve, se fizerem um trabalho aprofundado de apuração, irá parar nas páginas policiais, longe de qualquer possibilidade de candidatura.

Não naturalizem o que não é natural. Não há compatibilidade entre um olhar cândido e um gesto arrebatador de arrancar – literalmente – o olho de alguém, em nome da volúpia do poder, que ela traduz assim: “Pude ver com os meus olhos a realidade das pessoas que mais precisam. Deus me forjou naquele momento para poder cuidar dessas pessoas. E o desejo no meu coração de chegar à Presidência — disse a esposa de Jair Bolsonaro (PL)”. 

Isso não é deglutível! Não é palatável! Não é tolerável! Há que haver limite. Se não o da lei, no mínimo, o da decência e da ética. Parem agora, antes que desfilem diante das câmeras com o olhar úmido de culpa por ter viabilizado o intolerável, como fizeram há cinco anos. Ao trabalho! Apurem e interditem já essa mulher. Michelle Bolsonaro não é uma possibilidade.

 Amalia Barros (Foto: Reprodução)
 

 

28
Abr21

Policia prende, em João Pessoa, acusado do assassinato de jovem caruaruense

Talis Andrade

Jonathan Henrique G. dos Santos (Foto: Polícia Civil Paraíba/Divulgação )Jonathan Henrique Santos, de 23 anos

 

Jornal de Caruaru

Na noite desta terça-feira, 27, a Policia da Paraíba, prendeu, Jonathan Henrique G. dos Santos, de 23 anos, amigo há dez anos de Patrícia, mas que agora é apontado como o principal acusado de ter a matado. As circunstâncias da prisão do homem, no entanto, ainda não está totalmente esclarecida pela polícia.

Patrícia Roberta morava em Caruaru e há dez anos era amiga de Jonathan. Ela tinha viajado a João Pessoa na sexta-feira (23) e se hospedado na própria residência do amigo, mas desde domingo (25) não respondia mais as mensagens da mãe.

O corpo de Patrícia Roberta, de 22 anos, desaparecida desde o domingo (25) foi encontrado nesta terça-feira (27) em uma mata no conjunto Novo Geisel, em João Pessoa, de acordo com a Polícia Militar. Com apoio de cães farejadores, Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros fizeram buscas em terrenos do bairro de Gramame e áreas vizinhas.

Segundo o tenente-coronel Barros, o corpo foi encontrado pela Polícia Militar às 14h15, amarrado em um plástico, totalmente coberto, na área de mata. O corpo será examinado pela perícia, mas um parente foi até o local e identificou Patrícia por uma tatuagem.

Patrícia Roberta

REPRODUÇÃO/REDES SOCIAIS

 Patrícia Roberta, de 22 anos, moradora de Caruaru, no Agreste de Pernambuco

02
Nov20

Membros da Frente Parlamentar da Agropecuária disputam prefeituras em dez capitais

Talis Andrade

Entre os mais conhecidos estão Celso Russomanno e Joice Hasselmann, em São Paulo; dos 67 deputados e senadores que concorrem no primeiro turno, 25 são da FPA; eles disputam liderança nas pesquisas em Fortaleza, Boa Vista,  Florianópolis, Goiânia e Maceió

por Bruno Stankevicius Bassi /De Olho nos Ruralistas

A bancada mais poderosa do Congresso vai às urnas. Com 39 senadores e 245 deputados, cerca de 47% de todos os assentos no Congresso, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) terá 25 membros disputando as prefeituras de 21 municípios. O número é 39% superior ao de 2016, quando 18 membros da FPA concorreram às eleições municipais.

Esses deputados ruralistas concorrem em dez capitais: Belo Horizonte, Boa Vista, Campo Grande, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Maceió e São Paulo. Em quatro delas, a face mais organizada da bancada ruralista possui mais de um candidato na disputa.

Na capital paulista, a ex-coordenadora de Comunicação da FPA Joice Hasselmann (PSL) tenta tirar votos do representante bolsonarista na disputa, o deputado Celso Russomanno (Republicanos), em queda livre nas pesquisas. Nenhum dos dois declarou bens agropecuários à Justiça eleitoral, um fenômeno comum entre os “ruralistas urbanos”.

O mesmo acontece em Fortaleza, onde o ex-militar Capitão Wagner (Pros), líder nas intenções de voto e favorito para o segundo turno, declarou, entre seus bens, apenas uma letra de crédito no agronegócio no Banco do Brasil. Outro integrante recente da frente, Heitor Freire (PSL), tem apenas 1% nas pesquisas.

Ao todo, 67 parlamentares se licenciaram do Congresso para concorrer às eleições de 15 de novembro. Somada à pandemia e ao bloqueio de pautas pelo Centrão e pela oposição, as ausências travaram completamente as votações na Câmara, que não vota projetos de lei desde 29 de setembro.

DE RORAIMA AO MATO GROSSO DO SUL, GRILAGEM E ATAQUES CONTRA INDÍGENAS

Diferente de São Paulo e Fortaleza, em Boa Vista e Campo Grande a disputa conta com “ruralistas raiz”. Na capital de Roraima, o deputado Ottaci Nascimento (Solidariedade) lidera a disputa contra a tucana Shéridan. Ex-esposa de José de Anchieta Júnior, ex-governador de Roraima falecido em 2018, a candidata foi investigada pela Polícia Federal por suspeita de grilagem na compra de um terreno de 1,1 milhão de metros quadrados próximo de Boa Vista por R$ 25 mil, parte de um esquema de fraudes em títulos fundiários durante o governo de Anchieta.

Em 2018, quando foi eleita para a Câmara, Shéridan declarou créditos a receber relativos à venda da Fazenda Dois Unidos, localizada na Gleba Cauamé. A área foi alvo de disputa no Supremo Tribunal Federal (STF) entre o estado de Roraima e a União, que acusou o Instituto de Terras de Roraima (Interaima) de tentar transferir para o estado títulos de terras devolutas pertencentes ao patrimônio federal.

Na Câmara, Shéridan se destacou como relatora do projeto de lei que pretendia autorizar a pastagem de animais em áreas de reserva legal e foi tema de reportagem do De Olho nos Ruralistas, durante sua campanha para deputada: “Acusados de grilagem, propinas e uso de verbas públicas, ruralistas de Roraima se unem na eleição“.

Na capital sul-mato-grossense, a disputa pela prefeitura envolve dois candidatos ruralistas com histórico de ataques aos povos do campo. Listado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) como um dos 50 parlamentares que mais atuam contra os povos originários, Dagoberto Nogueira (PDT) aparece em quarto na corrida pela prefeitura de Campo Grande, atualmente liderada pelo candidato à reeleição Marquinhos Trad (PSD).

Durante seu mandato na Câmara, ele apresentou um projeto para legalizar a criação de cassinos em áreas indígenas e chegou a propor o fim dos grupos técnicos para identificação e delimitação de terras tradicionalmente ocupadas pelos Guarani no Mato Grosso do Sul. Dono de um patrimônio de R$ 3 milhões, segundo declaração à Justiça eleitoral, Nogueira é dono da Fazenda Mariana, em Miranda, com 2.249 hectares.

Entre seus rivais está o deputado Loester Trutis (PSL). Com 1% da intenção de votos, ele teve a candidatura indeferida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por ausência de requisito de registro. Representante do bolsonarismo e da extrema-direita, Trutis divulgou em 2018 uma foto ao lado da senadora Soraya Thronicke e do deputado estadual Renan Contar, ambos do PSL, onde os três estavam armados. Na legenda, ele afirmava estar “só de boa esperando algum vagabundo do MST invadir nossa propriedade”, em referência ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.

Dono de lanchonete, o deputado tornou-se conhecido após criar um lanche em homenagem ao torturador e estuprador Carlos Brilhante Ustra, ídolo de Jair Bolsonaro. Na imagem promocional, divulgada nas redes sociais do Trutis Bacon Bar, o sanduíche chamado “Ustra Burguer” aparece acompanhado do slogan “Manda sua fome para a vala”.

OLIGARQUIAS RURAIS VÃO ÀS URNAS EM MINAS, SANTA CATARINA E GOIÁS

Com menos de 1% de intenção de voto entre os eleitores de Belo Horizonte, o deputado Lafayette Andrada (Republicanos) possui ligações com o mundo agrário que vão além de sua participação na bancada ruralista. Dona de fazendas em Antônio Carlos (MG), a família Andrada está no Congresso desde antes da Primeira República (1889-1930), a partir da qual as oligarquias rurais de São Paulo e Minas Gerais se alternavam no poder na chamada República do Café com Leite.

Descendente de José Bonifácio de Andrada e Silva e filho do ex-deputado Bonifácio de Andrada (PSDB), autor do relatório que rejeitou a segunda denúncia de impeachment contra Michel Temer, Lafayette não declarou bens rurais.

Ele não é o único ruralista pertencente à “bancada dos parentes“. Esposa do senador e ex-governador de Santa Catarina Espiridião Amin (PP), Angela Amin (PP) aparece em segundo lugar na corrida pela prefeitura de Florianópolis, atrás do atual prefeito Gean Loureiro (DEM).

O casal é um tradicional defensor da indústria avícola do estado, situando-se no centro da disputa pelo traçado da chamada “Ferrovia do Frango“, obra de R$ 17 bilhões que ligará a região de Chapecó — conhecida nacionalmente pelo time de futebol, patrocinado pela cooperativa Aurora — aos portos catarinenses.

Outro membro da FPA com chances na disputa é o senador Vanderlan Cardoso (PSD), que lidera as intenções de voto em Goiânia. Com um patrimônio de R$ 14,7 milhões, o candidato é dono da Fazenda Vargem Bonita, em Senador Canedo (GO), e é sócio em duas empresas do setor, a Nova Terra Comércio de Alimentos e Participações Ltda e a Cardoso Indústria de Alimentos S/A. Esta última com sede em Buenos Aires, Argentina.

As outras capitais com candidatos ligados à bancada ruralista são: João Pessoa, com Ruy Carneiro (PSDB); Curitiba, com Christiane Yared (PL); e Maceió, com JHC, que disputa a prefeitura da capital alagoana pela segunda vez e é favorito para chegar ao segundo turno.

Confira a lista completa dos parlamentares da FPA que disputam as eleições municipais de 2020:

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