Como ninguém me paga pra dar opinião, vou deixar aqui de graça mesmo. Aproveitem!
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Morre a mais longeva testemunha do declínio do Ocidente
Quando Elizabeth II nasceu em 1900, ainda não havia Copa do Mundo e as mulheres não podiam participar de competições esportivas. Não existia McDonald's, celular, internet, nem sequer havia o pão de forma.
A Rainha da Inglaterra viu o Titanic ser construído, afundar e virar filme e ser um dos maiores vencedores do Oscar. Ah, inclusive ainda não existia a premiação. Assim como não havia Grammys, Emmys, Tony Awards, Globo de Ouro, MET Gala entre tantos outros.
A chefe da igreja anglicana conheceu quatro papas. Visitou Brasília semanas antes do AI-5 e foi recebida pelo então ditador, general Costa e Silva. Inclusive viu seu país massacrar os argentinos na Guerra das Malvinas. No entanto, não verá serem revelados os sigilos de 100 anos que o Reino Unido país determinou sobre os documentos daquela época em relação aos conflitos.
A rainha viu a Europa deixar de ser o centro do mundo após a primeira guerra mundial. Os territórios que mandavam e desmandavam no restante do planeta presenciaram surgir potências, como Estados Unidos, Rússia e Japão.
Com o fim da guerra e as ruínas deixadas nos territórios europeus, a Rainha Elizabeth assistiu à sua antiga colônia, os EUA -, insolentes de praxe - tomaram a liberdade de redesenhar o mapa do velho mundo.
A majestade viu então esses novos países se organizarem e ditarem regras. Assistiu ao nascimento do fascismo, ao surgimento do nazismo e a suas derrocadas. Presenciou a bolsa de valores quebrar e levar o mundo à falência duas vezes.
Viu um cientista inglês desenvolver as bases da computação, ajudar no combate às tropas nazistas e ser condenado pela sua orientação sexual. Anos depois viu a revolução sexual e a liberação de casamento gay.
Assistiu a uma das colônias mais importantes conseguir a independência após manifestações pacíficas - não por parte dos ingleses é claro - lideradas por Gandhi, na Índia. Também nessa época, a África do Sul começava a ganhar a sua autonomia.
A monarca viu ainda a China deixar de ser uma colônia britânica para se tornar a segunda maior potência do mundo e abalar toda a hegemonia liberal pós-queda do Muro de Berlim.
Rainha Elizabeth presenciou de um lugar privilegiado os maiores acontecimentos do último século. Por isso, sua morte nos é tão impactante, e assim a majestosa cobertura do fato.
É o fim da mais longeva testemunha do declínio do Ocidente como o conhecemos.