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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

11
Nov22

Parlamentar europeu cobra governo italiano sobre risco de fuga da família Bolsonaro

Talis Andrade

Angelo Bonelli

 

O parlamentar Angelo Bonelli fez referência ao pedido de cidadania italiana feito pelo clã presidencial. O europeu citou a corrupção no governo Bolsonaro

 

247 - O parlamentar Angelo Bonelli, um dos líderes do movimento Europa Verde e parlamentar da Aliança Verde e de Esquerda, cobrou respostas do Ministério de Relações Exteriores da Itália após o senador Flávio Bolsonaro (PL-SP) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pedirem cidadania italiana, em Brasília (DF). "Fiz uma pergunta ao Ministro das Relações Exteriores Antonio Tajani para saber se a cidadania italiana solicitada pelos filhos do presidente brasileiro Jair Bolsonaro será ou não concedida", disse. A informação foi publicada nesta quinta-feira (10) pela coluna de Jamil Chade.

O parlamentar lembrou que "o senador Flávio Bolsonaro foi acusado de usar funcionários fictícios para inflar sua renda quando era deputado estadual no Rio de Janeiro". "Uma prática generalizada na família, segundo os investigadores: de 1990 até hoje, os Bolsonaros compraram 107 apartamentos, metade dos quais em dinheiro. O terceiro filho, Eduardo Bolsonaro, agora deputado, está envolvido no caso da "milícia digital", escreveu o deputado.
 
Segundo o europeu, o embaixador italiano no Brasil, Francesco Azzarello, também foi questionado se Jair Bolsonaro (PL) pediu cidadania italiana. "Na pergunta lembrei que, apesar da proximidade de Bolsonaro, tanto à primeira-ministra Georgia Meloni quanto ao Vice-Primeiro Ministro, Matteo Salvini, que reafirmaram seu apoio a ele nas eleições de quinze dias atrás, ele e seu partido foram responsáveis pela devastação da Floresta Amazônica e pela violação dos direitos humanos e, por isso, ele está em julgamento por crimes contra a humanidade, com o Senado brasileiro iniciando um 'estado de acusação'", disse.
 
"Se Bolsonaro também tivesse pedido a cidadania italiana, haveria um sério risco de que a família, em relação aos julgamentos envolvendo o presidente, quisesse usá-la para evitar ser julgada pelos tribunais. Isso seria inaceitável", acrescentou.
 

Acusações

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No Brasil, Jair Bolsonaro foi alvo de mais de 140 pedidos de impeachment, ao sofrer acusações como interferência na Polícia Federal, estímulos a golpe de Estado e crimes relacionados à pandemia do coronavírus.

O senador Flávio Bolsonaro foi denunciado pelo Ministério Público (MP-RJ) em 2020 por conta do esquema de corrupção conhecido como rachadinha (desvio de salários de assessores) quando o parlamentar ocupava um cargo na Assembleia Legislativa do estado do Rio de Janeiro (Alerj).

Ex-assessor de Flávio, Fabrício Queiroz chegou a ser preso, em junho de 2020. De acordo com relatório do antigo Conselho de Atividades Financeiras (Coaf), Queiroz fez movimentações financeiras atípicas. Foram R$ 7 milhões de 2014 a 2017, apontaram cálculos do órgão.

Extratos bancários de Queiroz apontaram que ele depositou 21 cheques na conta de Michelle, entre 2011 a 2016, totalizando R$ 72 mil. Márcia Aguiar depositou outros seis, totalizando R$ 17 mil.

Queiroz é o elo da família Bolsonaro com as milíicias, sendo um dos chefes Adriano Magalhães da Nóbrega, que foi assassinado - queima de arquivo - pela polícia da Bahia.

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07
Out22

O avanço do “eterno fascismo”

Talis Andrade

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Marília Fiorillo parte de um livro de Umberto Eco e da eleição de Giorgia Meloni na Itália para analisar o avanço do fascismo, em suas diversas formas, e seu apelo sobre as massas

 

“Vale ler e reler um discurso de Umberto Eco, feito em 1995 na Universidade de Columbia e depois transformado em livro, O Fascismo Eterno. Chave para entender a vitória do fascismo na Itália, com a eleição de Giorgia Meloni e a ascensão da extrema- direita na Suécia, Hungria e Polônia. A insidiosa peculiaridade do ‘fascismo eterno’, segundo Eco, é que o termo fascismo é proteico, isto é, adapta-se a regimes diversos, mantendo um núcleo comum. ‘Tirem do fascismo o imperialismo e teremos Franco ou Salazar; tirem o colonialismo e teremos o fascismo balcânico. Acrescentem ao fascismo italiano um anticapitalismo radical (que nunca fascinou Mussolini) e teremos Ezra Pound,’ escreveu. Meloni não é Viktor Orbán, o que ficou claro em seu apressado apoio à Otan e desejo de continuar a receber fundos da União Europeia  – assim como a Itália, único país que teve um partido comunista realmente de massa, está longe de ser a Hungria. Mas, se há um espectro que ronda o mundo, hoje, é o da ‘nebulosa’ fascista. Basta que alguns sinais dessa nebulosa se manifestem para que se identifique o UR-fascismo (do prefixo UR, originário ou paleo). Entre eles, o nacionalismo atávico, o culto ao heroísmo (ou figura-mito), a concepção da vida como luta pela luta, não importa o propósito, o desprezo a valores iluministas, a visão do discordante como intruso e inimigo a despedaçar e o eterno apelo à família, pátria e Deus como remédios contra a ‘degradação moral’.  Enquanto as forças progressistas insistirem em chavões caquéticos, como fantasiar que a Rússia UR fascista ainda é comunista (o que nunca chegou a ser), ou que o povo é uma entidade imaculada, cujo apoio está garantido de partida, o eterno fascismo avançará. Quem vota é a massa da população (composta ‘massivamente’ pelo povão, um truísmo enigmaticamente negligenciado). A deterioração das condições de vida, dos direitos humanos e das liberdades civis tornaram esse apelo tentador. Pobreza, desemprego, frustração e humilhação da maioria das pessoas, atordoadas com crises crônicas e nenhuma solução à vista, seduzem para o UR fascismo. E seduzem não só a classe média, mas os estratos C, D e E, que se veem subalternos e abandonados pelas democracias tradicionais. É com o povo ou a massa da população, e não com a bolha ilustrada, que se precisaria conversar, isto é, ouvir antes de falar. E talvez então persuadir. E talvez convencer. O autoengano nunca foi bom conselheiro”.

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29
Out21

Diocese italiana critica homenagem a Bolsonaro

Talis Andrade

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Grupo "Rise Up 4 Climate Justice" ("Levante pela Justiça Climática", em tradução livre) protesta contra o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, que deve ser homenageado em Anguillara Vêneta, um vilarejo na Itália — Foto: Reprodução/Facebook

Ativistas jogaramm esterco na porta e picharam a prefeitura de cidade da Itália que homenageará Bolsonaro

 

Prefeitura de vilarejo que é terra natal de ancestral de Bolsonaro planeja conceder título de cidadão honorário ao presidente. Para Diocese de Pádua, homenagem é motivo de "grande constrangimento"

 

por DW

A Diocese de Pádua, na Itália, divulgou nesta sexta-feira (29/10) nota afirmando que a concessão de uma homenagem pelo vilarejo Anguillara Veneta ao presidente Jair Bolsonaro é motivo de "grande constrangimento".

Anguillara Veneta é o local onde nasceu Vittorio Bolzonaro, um dos bisavôs do presidente. Na última segunda-feira, a câmara de vereadores da pequena cidade de 4 mil habitantes aprovou a concessão do título de cidadão honorário a Bolsonaro. O presidente chegou à Itália na quinta-feira para participar da reunião de cúpula do G20 e deve ir ao vilarejo na próxima segunda para receber a homenagem.

A prefeita de Anguillara Veneta, Alessandra Buoso, é filiada ao partido de ultradireita Liga Norte, chefiado pelo ex-ministro Matteo Salvini, que regularmente troca elogios com Jair Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro.

Após o anúncio da concessão do título, a Diocese de Pádua, que engloba Anguillara Veneta, divulgou uma nota com o título Laços com o Brasil, apelo a Bolsonaro.

"Não é segredo que a concessão da cidadania honorária criou um grande constrangimento, ligado ao respeito pelo principal cargo no querido país brasileiro e as tantas e fortes vozes de sofrimento que sempre nos chegam, e não podemos ignorar, pois são gritadas por amigos, irmãos e irmãs", diz o comunicado oficial da Diocese de Pádua.

A nota também menciona que, nos últimos meses, os bispos brasileiros "estão denunciando fortemente a violência, o abuso, a exploração da religião, a devastação ambiental e 'o agravamento de uma grave crise de saúde, econômica, ética, social e política, intensificada pela pandemia'".

"A Diocese de Pádua, tornando-se porta-voz de um sentimento generalizado e em virtude do vínculo que une o Brasil com a nossa terra, aproveita a oportunidade da possível passagem do presidente Bolsonaro por Anguillara Veneta para pedir-lhe sinceramente que seja um promotor de políticas respeitosas da Justiça, da saúde e do meio ambiente, especialmente para apoiar os pobres."

Segundo a imprensa italiana, Bolsonaro não será recebido pelos líderes locais da igreja, como ocorre durante visitas de autoridades notáveis à região.

Há duas semanas, um grupo que se autointitula Padres Antifascistas assinaram um manifesto acusando Bolsonaro de ter profanado o Santuário de Nossa Senhora Aparecida em 12 de outubro, dia da padroeira do Brasil. Na ocasião, durante uma missa que contou com a presença de Bolsonaro, o arcebispo de Aparecida, dom Orlando Brandes, afirmou que "pátria amada não pode ser pátria armada". Mais tarde, o presidente tentou minimizar a observação de dom Orlando, afirmando que antes do seu governo "só bandido tinha arma de fogo".​Image

Bolsonaro em Aparecida, por Vaccari

Críticas

A homenagem provocou indignação em parte da classe política local e ativistas. Nesta sexta-feira, a prefeitura de  Anguillara Veneta foi alvo de pichações com frases como "Fora Bolsonaro", em protesto contra a homenagem. O ato foi executado por ativistas do grupo ambientalista Rise Up 4 Climate Justice. Alguns membros do grupo também jogaram fezes no prédio.

"Depois de saber da notícia de que a prefeita de Anguillara Veneta, da Liga Norte, concederá cidadania honorária a Bolsonaro, presidente do Brasil que visitará Pádua, como ativistas e ativistas do 'Levante pela Justiça Climática', não pudemos deixar de nos fazer ouvir", divulgou o grupo.

Nesta semana, a parlamentar Vanessa Camani, integrante da assembleia legislativa regional do Vêneto, também lançou uma campanha nas redes sociais contra o título de cidadão a Bolsonaro: "Não à cidadania a um racista, misógino e negacionista", protestou a integrante da direção nacional do Partido Democrático (PD), de centro-esquerda.

"Faz arrepiar a proposta da prefeita de Anguillara Veneta de conferir a cidadania honorária a Bolsonaro, conhecido pelos elogios à ditadura militar, pelo desprezo e ofensas a mulheres e homossexuais, pelas ameaças de prisão aos adversários políticos, ou pelas grotescas acusações contra ONGs pelos incêndios que devastaram a Amazônia", escreveu a deputada no Facebook.

Na postagem, Camani também condena a "obscena gestão de emergência da covid-19, que colocou Bolsonaro entre os protagonistas do negacionismo mundial". "Por favor, nos explique, prefeita de Anguillara, por qual desses motivos Bolsonaro merece ser cidadão honorário?", ironizou.

O secretário regional do Partido Democrático, Alessandro Bisato, também se pronunciou sobre a proposta da prefeitura: "Tal como aquele soldado japonês na ilha do Pacífico, sem saber do fim das hostilidades, a administração do município na área de Pádua não entende o declínio do populismo", declarou o político, citado pelo jornal Il Fatto Quotidiano.

"Pior, pressiona pelo reconhecimento público de um político alérgico à democracia e aos direitos civis, um negacionista da covid-19 e antivacina. Graças à política de Bolsonaro, os brasileiros hoje estão mais pobres, menos seguros e nas garras da covid."

A prefeita da Anguillara Veneta, Alessandra Buoso, por outro lado, afirmou em sua defesa que a homenagem não tem motivação política. "Pensei nas pessoas da minha cidade que emigraram para o Brasil e construíram uma vida até chegar à presidência, levando o nome de Anguillara Veneta ao mundo", disse a prefeita em entrevista à agência de notícias italiana Ansa.

Questionada sobre os crimes imputados a Bolsonaro pela CPI da Pandemia, a política italiana afirmou não estar ciente das acusações. O relatório final da comissão no Senado brasileiro foi apresentado na semana passada.

11
Set21

Xadrez de como Braga Netto tentou operação Davati quando interventor no Rio

Talis Andrade

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O remanejamento do general Ramos da Casa Civil não foi medida isolada de Bolsonaro. Sua entrevista ao Estado, dizendo-se atropelado por um trem, visou esconder o óbvio: a entrega de anéis ao Centrão foi uma decisão conjunto dos militares no governo, visando salvar o mandato de Bolsonaro.

16
Set20

Queimadas no Pantanal e na Amazônia: carta aberta de países europeus a Mourão protesta contra política ambiental brasileira

Talis Andrade

 

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Destruição do Pantanal pelas queimadas chegou a quase 3 milhões de hectares

 

Por BBC News

No dia em que a destruição do Pantanal pelas queimadas chegou a quase 3 milhões de hectares (equivalente à área da Bélgica), oito países europeus enviaram nesta quarta-feira (16/9) uma carta aberta ao vice-presidente brasileiro, general Hamilton Mourão, para protestar contra a política ambiental brasileira.Image

Os países afirmam que nos últimos anos o desmatamento aumentou no Brasil em ritmo alarmante e que estão "profundamente preocupados" com os efeitos dessa destruição para o desenvolvimento sustentável do país.

A carta foi enviada pelos países que participam da declaração de Amsterdã, uma parceria entre nações para promover sustentabilidade e cadeias de produção de commodities que não cause a destruição de florestas. Participam Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Dinamarca, Noruega, Países Baixos e Bélgica.

"Durante muito tempo o Brasil liderou a redução do desmatamento na Amazônia através do estabelecimento de instituições científicas independentes que garantem monitoramento rigoroso e transparente, de agências de controle competentes e do reconhecimento de territórios indígenas. Nos últimos anos, no entanto, o desmatamento tem crescido em ritmo alarmante, como foi documentado pelo INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais)", diz a carta.

A situação das florestas

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Além das queimadas que estão devastando o Pantanal neste mês de setembro — e cujas origens podem ser criminosas, segundo investigação da Polícia Federal —, a Amazônia também está sofrendo com devastação gerada pelo fogo. Em apenas 14 dias, setembro de 2020 já registrou mais queimadas na Amazônia do que em todo o mesmo mês do ano passado, segundo o INPE.Independente e respeitada internacionalmente, a instituição científica que faz o monitoramento do desmatamento vem sendo criticada e tratada como "oponente" pelo governo Bolsonaro desde que seus registros passaram a mostrar aumento na destruição dos biomas. Na segunda (15/9), Mourão afirmou que "alguém lá de dentro" do Inpe "faz oposição ao governo".

"Quando o dado é negativo, o cara vai lá e divulga", afirmou o vice-presidente.

A destruição tem sido registrada também por outras entidades. Segundo a Global Forest Watch, que mantém uma plataforma online de monitoramento de florestas, o Brasil foi responsável pela destruição de um terço de todas as florestas tropicais virgens desmatadas no planeta em 2019 — foram 1,3 milhão de hectares perdidos.

Desmatamento dificulta o investimento

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Questionada internamente por entidades científicas, ambientalistas e até pelo Ministério Público, a política ambiental do governo é o principal ponto mencionado pela carta dos países da declaração de Amsterdã.

Eles afirmam que as preocupações com a situação ambiental no Brasil atingem consumidores, negócios, investidores e a sociedade civil na Europa.

"Na Europa, existe um legítimo desejo de que os alimentos à disposição sejam produzidos de forma justa, ambientalmente segura e sustentável", afirma a carta. "Fornecedores, comerciantes e investidores estão respondendo (à essa preocupação) incorporando esse desejo em suas próprias estratégias corporativas."

O desmatamento no Brasil está tornando cada vez mais difícil para que empresas e investidores mantenham seus critérios de sustentabilidade, diz a carta.

"Nossos esforços coletivos para gerar mais investimento financeiro em produção agrícola sustentável (...) também poderia dar apoio ao crescimento econômico brasileiro", afirmam os países.

"No entanto, já que os esforços europeus buscam formar cadeias de produção livres de desmatamento, a atual tendência de desmatamento no Brasil está está tornando cada vez mais difícil para que empresas e investidores mantenham seus critérios de sustentabilidade."

"No passado, o Brasil mostrou que é capaz de expandir a produção agrícola ao mesmo tempo em que reduz o desmatamento", também afirma o documento.

As nações que assinam o documento afirmam que "esperam um comprometimento renovado e firme do governo do Brasil para reduzir o desmatamento que seja refletido em ações reais e imediatas".

Os países afirmam também que estão prontos para discutir formas de ajudar o Brasil a melhorar a sustentabilidade e dar suporte a um "setor agrícola sustentável" no país.

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Veja galeria de fotos aqui

13
Set20

Para juristas italianos, advogado Cristiano Zanin é vítima de lawfare praticado pela Lava Jato

Talis Andrade

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247 - Um grupo de juristas italianos emitiu uma nota de apoio ao advogado Cristiano Zanin, alvo de um desdobramento da Operação Lava Jato deflagrada contra seu escritório na semana passada. Na nota, publicada na página do Facebook do Comitê Italiano Lula Livre, os juristas ressaltam que “ ação parece uma reação às derrotas que a Operação Lava Jato sofreu no último período devido aos abusos cometidos e às recentes vitórias judiciais que os defensores do ex-presidente Lula obtiveram judicial”. 

No texto, assinado por Roberto Lamacchia, presidente da Associação de Juristas pela Democracia na Itália, e por Fabio Marcelli, diretor do Instituto de Estudos Jurídicos Internacionais do Conselho Nacional de Pesquisa, entre outros signatários, os juristas destacam que a operação autorizada pelo juiz Marcelo Bretas foi feita de “forma questionável” e “esperam que que a Justiça seja plenamente restabelecida na forma e conteúdo”. 

“Um Estado democrático de direito não pode dobrar-se às práticas do lawfare, tantas vezes denunciadas pelo advogado Zanin, de que agora é a vítima”, ressalta o documento.

NOTA PUBBLICA DI SOSTEGNO A CRISTIANO ZANIN

L'operazione Lava Jato, sotto il comando del giudice Marcelo Bretas, ha determinato in modo discutibile una perquisizione e il sequestro di documenti presso lo studio e la residenza dell'avvocato Cristiano Zanin Martins, responsabile della difesa dell'ex presidente Lula e autore di diversi ricorsi contro l'operazione.

Negli ultimi anni, Zanin ha contribuito a smascherare le ingiustizie del sistema giudiziario brasiliano, nonché gli attacchi allo Stato democratico di diritto.

L'azione ha le sembianze di una reazione alle sconfitte che l'Operazione Lava Jato ha subito nell'ultimo periodo a causa degli abusi commessi e alle recenti vittorie giudiziarie che i difensori dell'ex presidente Lula hanno ottenuto giudizialmente.

I sottoscrittori esprimono solidarietà all'avvocato Cristiano Zanin e al suo team, mentre auspicano che la Giustizia sia pienamente ristabilita nella forma e nel contenuto. Uno Stato democratico di diritto non può piegarsi alle pratiche caratteristiche del lawfare, tante volte denunciate dall'avvocato Zanin, di cui ora è lui stesso la vittima.

NOTA PÚBLICA DE APOIO A CRISTIANO ZANIN

A Operação Lava Jato, comandada pelo juiz Marcelo Bretas, determinou de forma questionável uma ação de busca e apreensão de documentos no escritório e na residência do advogado Cristiano Zanin Martins, responsável pela defesa do ex-presidente Lula e autor de vários recursos contra a referida operação.

Nos últimos anos, Zanin ajudou a desmascarar as injustiças do sistema judiciário brasileiro, bem como os ataques ao Estado Democrático de Direito.

A ação parece uma reação às derrotas que a Operação Lava Jato sofreu no último período em função dos abusos cometidos e das recentes vitórias judiciais que os defensores do ex-presidente Lula obtiveram judicialmente.

Os subscritores exprimem solidariedade ao advogado Cristiano Zanin e à sua equipe, enquanto esperam que a Justiça seja totalmente restabelecida na forma e no conteúdo. Um estado democrático de direito não pode se curvar às práticas características do lawfare, tantas vezes denunciadas pelo advogado Zanin, das quais ele próprio agora é vítima.

Simone da Silva Sanchez Talli
Roberto Lamacchia, avvocato Torino, presidente Associazione nazionale dei giuristi democratici
Stella Bruna Santo, advogada/SP
Sandro Vinícius Couto
Beatriz Cintra Labaki
Maria Coerin
Lúcio dos Santos Ferreira
Leina Maria Glaeser
Solange Luchini
Carlos Nunes da Costa
Michela Arricale, avvocata Roma
Carlo Cappellari, avvocato Venezia
Aurora D'Agostino, avvocata Padova
Arlete Moysés Rodrigues
Luigi Ficarra, avvocato Padova
Fausto Gianelli, avvocato Modena
Fabio Marcelli, dirigente di ricerca e direttore dell'Istituto di studi giuridici internazionali del CNRAndré Rota Sena
Effiong L. Ntuk, avvocato Torino
Anna Maria Fasoli - impiegata
Carmelo Picciotto, avvocato Messina
Maria Beatriz soraci
Abdelali Lahmidi - Capo cantiere edile
Giovanni Russo Spena, giurista, già senatore Roma
Gianluca Schiavon, avvocato e responsabile giustizia PRC/SE
Barbara Spinelli, avvocata Bologna
Ana Cecília Canonico
Elena Vazquez, avvocata Madrid
Dirce Maria Conrado Veiga
Nicola Giudice, avvocato Palermo
Claudio Giangiacomo
Avv. Cesare Antetomaso
Cesare Antetomaso, avvocato, Roma, Italia
Patricia Massa
Agnes Jancarsoraia alexandra zanzine
Maria José Viana
ROCÍO BURGOS
Adriana Keli Salgado Servilha
Nazareno Galiè (Redattore del FarodiRoma)
PAULO FERREIRA SAO PAULO
Miguel.Peralta
Cloraci Macedo
Airton Ciro de Carvalho
Sergio Bassoli CGIL
Fausto Gianelli - Avvocato (Italia)
Beatrice Ortu, archivista libero professionista
Avvocato Donatella Nonis - Giuristi Democratici Venezia
Arlindo da Silva Lourenço
Marco Consolo, Resp. Area Esteri e Pace, Partito della Rifondazione Comunista - Sinistra Europea
Anna Camposampiero
Marcos Freitas Guimarães
Francesco Andreini - Italia
Comitato Contro la Guerra Milano
Associazione Amig@s Mst-Italia

Gabriela Lima Bolonha ( Itália)

 

 

06
Set20

Descanse em paz, Operação Lava Jato

Talis Andrade

Especial | A condenação de Lula no TRF4 e os esqueletos no | Especiais

 

por Wilson Gomes/ Cult

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Operação Lava Jato pretendeu-se, desde a sua origem, ser uma espécie de réplica da operação Mãos Limpas (Mani Pulite) que aconteceu na Itália no início dos anos 1990. Mani Pulite foi um inquérito que inovou nos procedimentos de combate à corrupção público-privada que envolvia pesadamente, naqueles anos, as elites políticas e empresariais do país. O país estava sufocado por corrupção, as campanhas políticas custavam uma fortuna e o toma lá, dá cá, era um meio que se tinha tornado comum para financiá-las, apesar de o financiamento público aos partidos estar nas nuvens.

A inovação introduzida se deu em quatro aspectos: a) A articulação de todas as instituições envolvidas nos inquéritos legais até a sentença final (polícia, procuradores e magistrados) em uma força-tarefa, como se chamou aqui, ou em um “pool”, como se denominou na Itália; b) O uso eficiente e muito alargado de dois dispositivos, legais naquele momento, que eram a previsão preventiva e a delação premiada – a prisão preventiva usada, inclusive, para forçar delações; c) O uso dos meios de comunicação para conseguir da opinião pública o apoio necessário para neutralizar as pressões políticas e econômicas sobre a operação.

Baseada em prisão preventiva, delação e mídia, Mani Pulite foi um sucesso estrondoso de público, mas foi também um terremoto na política italiana. Diferentemente da Lava Jato, liderada desde o começo por conservadores de direita e, como se viu posteriormente, de forte disposição antipetista, as lideranças de Mani Pulite se distribuíam de maneira menos tendenciosa no espectro ideológico. Mani Pulite, portanto, alvejou à direita e à esquerda o sistema político italiano que se mantinha igual desde o fim da Segunda Guerra Mundial, e pôs fim a dois dos três grandes partidos do país: o Socialista e a Democracia Cristã. Neste sentido, Mani Pulite foi mais imparcial que a Lava Jato. Além disso, foi mais curta, mais intensa, e mais assustadora como operação, sobretudo porque incluiu uma fase em que políticos e empresários se suicidaram ao saber que seriam alvos de inquéritos.

O fato é que na sua obra de demolição, Mani Pulite foi um sucesso. Em pouquíssimos anos desbaratou a elite política, destruiu eleitoralmente os tradicionais partidos italianos e alterou completamente a face política da Itália. A tal ponto que o jornalismo propagandeava que havia acabado a chamada Primeira República italiana, ficando convencionado que nas eleições de março de 1994 a Segunda República nascia.

Novinha e berlusconiana, pois após ter feito terra arrasada dos partidos e da cultura partidária italiana, e de ter alimentado um fortíssimo sentimento anti-establishment, antipartido e antipolíticos, os fervorosos membros da operação se depararam com os resultados das premissas que prepararam. Destruída a elite política, estava aberto o caminho para oportunistas, alpinistas políticos e, sobretudo, populista. Foi assim que Berlusconi, um bem-sucedido empresário de comunicação, ofereceu-se como uma alternativa não política, mas empresarial, para governar o país, e chega inesperadamente ao poder. O passo seguinte, que de bobo o empresário não tinha nada, foi aprovar leis que quebravam as pernas da inovação de Mani Pulite, limitando o uso do instituto da prisão preventiva com que o “pool” tinha feito a festa nos anos de sua grandeza.

Dramaticamente, então, os membros da operação renunciam, deixando o espaço a Berlusconi, um espetáculo de populismo, clientelismo e, vejam só, corrupção, que, entre 1994 e 2011, governou diretamente o país por mais de dez anos. A Itália pós-Mani Pulite nunca mais voltou aos eixos. Nas últimas eleições gerais, os vencedores foram um partido-movimento populista, o Cinque Stelle, de Di Maio, e um partido da direita xenófoba cujo líder, Matteo Salvini, é conhecido como o Bolsonaro italiano. Os partidos dominantes agora têm nomes antipolítica como La Lega, Movimento Cinque Stelle, Forza Italia e Fratelli d’Italia, quase como para ocultar que se situam no espectro ideológico e que fazem a luta política com uma visão política de mundo. Ocultar, mas não cancelar, haja vista que hoje os demagogos antiestablishment e a extrema-direita têm o maior número de votos.

Enquanto isso, a operação Mani Pulite II, a Lava Jato, que já começa com um nome que é um erro do português, praticamente vai a pique, tendo seguido, tintim por tintim, o script da matriz. Como a franquia italiana, a Lava Jato de Moro e Dallagnol, baseou-se nos mesmos recursos: articulação, prisão preventiva, delação premiada e meios de comunicação. Agindo juntos, como se não houvesse uma imperiosa necessidade legal de separação de papéis, procurador e juiz aprontaram todas para impressionar a opinião pública, para mostrar como eram fortes e impávidos, para construir a própria imagem pública como heróis nacionais na punição dos corruptos poderosos e como a única fonte confiável de Justiça e Justiçamento. (Continua)

04
Mai20

Pandemia de coronavírus impulsiona mercado de maconha

Talis Andrade

Planta de cannabis

 

Classificada como produto essencial em alguns estados americanos, venda de cannabis quase dobra nos EUA. Canadá também registra crescimento da demanda depois de lucros menores do que o esperado com a legalização

por Nicolas Martin (rk)

Deutsche Welle 

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A cannabis é tão importante quanto leite ou pão? Apesar de parecer uma piada ruim, a maconha vem recebendo a bênção de autoridades durante a pandemia de covid-19. Em alguns estados americanos, lojas de cannabis puderam permanecer abertas durante a quarentena, exatamente como os supermercados e as padarias.  

"Isso mostra o quanto a cannabis está enraizada na sociedade", avalia Stephen Murphy, um analista do setor, sobre a decisão de alguns estados americanos de classificar a cannabis como um "produto essencial". 

A Prohibition Partners, firma de Murphy, é uma das que simboliza o hype pela planta. A empresa, que se define como independente, possui 40 funcionários em Londres, Barcelona e Dublin e analisa o mercado mundial da cannabis, realizando estudos econômicos, científicos e políticos.  

A crise do coronavírus teria mostrado como investidores de todos os setores ficaram mais cautelosos, uma tendência que, naturalmente, também é percebida no setor da cannabis. "A indústria ainda é nova, precisa de muito dinheiro para lobby, maquinário, tecnologia e pessoal. Vemos que algumas empresas têm muito mais dificuldades para conseguir recursos", diz Murphy.  

Essa dificuldade pode ter relação com a imagem negativa associada aos produtores de maconha. Além da má fama de maconheiras, várias empresas já afundaram – e com elas, o dinheiro de muitos investidores. Especialmente no Canadá, onde a maconha foi completamente legalizada em 2018, o retorno para a indústria acabou sendo decepcionante, sem a esperada explosão de lucros. Também por esse motivo, as ações de quase todas as empresas do setor despencaram.  

"Os investidores voltaram a ser realistas sobre o potencial da cannabis", afirma Murphy. Muitas empresas congelaram planos de expansão e demitiram funcionários. A companhia mais valiosa da planta, Canopy Growth, reduziu suas atividades na América Latina e na África, por exemplo.  

Recordes de vendas graças à quarentena obrigatória 

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, porém, o setor vem fornecendo notícias positivas. Em alguns dias de março, antes do anúncio do isolamento nos Estados Unidos, as vendas de maconha quase dobraram em comparação com os meses anteriores. No Canadá, as compras também aumentaram, num momento em que bares e restaurantes estão fechados.  

Até o momento, o Canadá é o único país desenvolvido no qual a cannabis é totalmente legalizada. A Nova Zelândia quer realizar um referendo popular sobre o tema em 19 de setembro. E os EUA poderão ser os próximos depois da eleição presidencial, em novembro, acredita Murphy. A cannabis é legalizada totalmente ou apenas para fins medicinais em 33 dos 50 estados americanos, mas continua sendo proibida no âmbito federal. "Ninguém vai querer desperdiçar o potencial eleitoral desse assunto, nem mesmo [o presidente americano Donald] Trump", diz Murphy.  

Na Alemanha, o consumo recreativo de maconha é proibido. Mas, há mais de três anos, pacientes podem consumir medicamentos à base da planta para tratar algumas doenças. Em alguns casos, o seguro-saúde arca com os custos. Segundo dados do Instituto Federal de Produtos Farmacêuticos e Medicinais (BfArM), os números cresceram continuamente até o final de 2019.  

Fila do lado de fora de loja de cannabis na Califórnia. Consumidores estão de pé, mantendo distância de dois metros uns dos outros.

Fila do lado de fora de loja de cannabis na Califórnia

 

No total, o lucro com a cannabis medicinal na Alemanha somou 120 milhões de euros no ano passado. Mas o mercado é cada vez mais disputado: até agora, mais de 50 empresas têm permissão para importar o produto, segundo a revista especializada Marijuana Business Daily.  

Ainda não se sabe se a crise do coronavírus influenciou os lucros do setor no país europeu. Mas Jürgen Neumeyer, presidente da Associação das Empresas da Indústria de Cannabis, que visa representar os interesses das companhias deste ramo, destaca que "faz tempo que o número de pacientes não aumenta".  

Segundo Neumeyer, a falta de vestuário de proteção na Alemanha pode ter deixado cicatrizes no mercado. As plantas de cannabis são verificadas nas farmácias do país, e a divisão em porções também é realizada localmente. Como muitos pacientes que usam a maconha medicinal pertencem ao grupo de risco, farmacêuticos precisam usar equipamentos de proteção neste trabalho. Além disso, menos pacientes estão indo ao médico, o que pode influenciar negativamente o número de prescrições de cannabis para uso medicinal.  

Colheita de cannabis na Alemanha? 

A Alemanha ainda recebe muita cannabis da Holanda e do Canadá. Mas, para Murphy, a pandemia do coronavírus também tem efeitos na logística do produto. Já antes da disseminação do vírus, farmacêuticos e pacientes reclamavam de gargalos no fornecimento, que deverá ser solucionado por meio do plantio controlado de maconha no país.  

No momento da liberação para uso medicinal, em 2017, o governo alemão iniciou uma licitação neste sentido, mas o processo empacou várias vezes e precisou ser reiniciado. Em abril do ano passado, o Instituto Federal de Produtos Farmacêuticos e Medicinais escolheu três empresas para o plantio. 

Até o final de 2020, essas empresas têm obrigação de fornecer a primeira colheita de cannabis à agência, ou seja, ao governo federal. À DW, o BfArM respondeu que a pandemia não mudou nada nesse objetivo. Porém, Neumeyer se diz menos otimista. Ele continua enxergando os objetivos como "muito ambiciosos".  

  • Cientista entra numa sala onde há uma plantação de maconha
     

    EXÉRCITO ITALIANO CULTIVA MACONHA PARA FINS MEDICINAIS

    Canábis terapêutica

    O Exército italiano produz a canábis terapêutica no Instituto Químico Farmacêutico Militar, em Florença. A erva, fornecida a hospitais e farmácias italianas, custa cerca da metade do preço da maconha importada.

    POLÍCIA FEDERAL BRASILEIRA NO COMBATE À MACONHA

    Em 4 de junho de 2019, o site do Ministério da Justiça destacava: 

    Brasília (DF), 03/06/2019 – O ministro da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Sergio Moro, acompanhou nesta segunda-feira (3), em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, as ações da Operação Nova Aliança, desenvolvida pela Polícia Federal em conjunto com a Secretaria Nacional Antidrogas paraguaia e que visa combater a produção e o tráfico de maconha.

     

    A Operação Nova Aliança  teve início em 30 de maio, em território paraguaio. Além da eliminação do cultivo e apreensão da droga, materiais usados na comercialização também são apreendidos. Puxada de saco de Moro: Aliança, o nome do novo partido do presidente Jair Bolsonaro.

    O ministro Sergio Moro declarou que a operação enfraquece o crime organizado. “Queremos intensificar as ações, agora com o interesse da Argentina em participar, prendendo os líderes das organizações, identificando e confiscando patrimônio, apreendendo drogas e erradicando plantações, como ocorreu agora”, afirmou Sergio Moro.

    Em conversa com os jornalistas, o ministro Moro disse que as ações de inteligência e investigação têm colaborado para o crescimento das apreensões. “Estamos investindo em operações que desmantelem as organizações criminosas”, ressaltou.

    O diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, destacou que a Operação Nova Aliança representa uma maneira com que as polícias brasileira e paraguaia podem atuar conjuntamente no combate ao crime organizado. “É de suma importância a operação, que já se realiza há muitos anos com resultados extremamente positivos. Não existe outra forma de enfrentar a criminalidade transnacional se não atuarmos em conjunto”, disse o Valeixo.

    Na farsa da "guerra às drogas", Brasil e Paraguai queimam 78 toneladas de maconha

    A Operação Nova Aliança, criada em 2018, é uma ação da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai - SENAD/PY, que conta com apoio em inteligência, financeiro e logístico da Polícia Federal brasileira, através da Coordenação Geral de Polícia de Repressão a Drogas – CGPRE, da Diretoria de Combate ao Crime Organizado - DICOR, e do Oficialato de Ligação da Polícia Federal no Paraguai.

    O estado destinou em 2020 R$ 417,9 milhões do orçamento para o que eles chamam de segurança pública, combinada com a aprovação do “pacote anticrime”, mas a verdade é que passa de aumento da repressão aos usuários e moradores de morros, favelas e periferias, verba que poderia estar sendo investido na educação, na saúde na ciência e tecnologias.

    É uma gastança de dinheiro sem prestação de contas

10
Abr20

Que mundo teremos depois disso?

Talis Andrade

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Milão

 

Texto de Leila Guerriero

Até dias atrás falávamos do avanço da direita, da xenofobia, do nacionalismo, de Trump e de Bolsonaro como as bestas negras. Agora, em um cenário de guerra química, nas varandas da Itália o hino nacional é cantado e até os mais hereges se sentem transtornados de patriotismo, atordoados de emoção, cantando “Estamos prontos para morrer, a Itália chamou”. Os cidadãos clamam a seus Governos que lhes impeçam de viajar, que os vigiem, que fechem as fronteiras, que expulsem os estrangeiros, que a polícia patrulhe. A quarentena obrigatória transformou a delação em orgulho cidadão, a suspeita em solidariedade: “Denunciou o vizinho porque não cumpria a quarentena”. O confinamento é vivido como alívio, o controle social como dever. A distância com o outro como “sinal de amor”. 

 

10
Abr20

Como segurar um cabra da peste

Talis Andrade

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Bolsonaro vai parar (cousa de quem não tem nada para fazer) de perambular pelas ruas de Brasília. Seja pelo bater de caçarolas do povo, espantando o Senhor da Morte.  Como aconteceu hoje.

Jair Bolsonaro deixou o Palácio da Alvorada pouco depois das 9h desta Sexta-feira Santa, e visitou o Hospital das Forças Armadas (HFA). A comitiva de Bolsonaro não passou pela portaria, para evitar os jornalistas.

Ele ainda foi a uma farmácia no setor Sudoeste de Brasília e a um prédio residencial na mesma região para visitar o filho Renan, garoto de 20 anos, que dizem estar com coronavírus. Na drograria, Bolsonaro escondeu o que comprou. "Ninguém vai tolher meu direito de ir e vir", afirmou. 

No decorrer do caminho, foi vaiado por populares, que gritaram:

- Fora miliciano.

Dos prédios, o bater de panelas.  

Bolsonaro vai parar de vagabundear, nas próximas duas ou três semanas, para evitar os cadáveres jogados nas ruas, como aconteceu no Primeiro Mundo da Itália, e no Terceiro Mundo do Equador.  

Inevitável tragédia de um País que quebrou a quarentena. 

 

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