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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

01
Ago21

Coisas do semiárido

Talis Andrade

 

O Patrono dos Projetos de Irrigação de Pernambuco está vivíssimo. As sementes do sonho exportarão 1 bilhão de dólares de frutas, em 2021

 

por Gustavo Krause

- - -

Este ano a fruticultura irrigada do semiárido nordestino exportará 1 bilhão de dólares. Podia ser mais. Falta dinheiro para infraestrutura. Mentira! Tem 6 bilhões para “irrigar” votos.

No dia 27/10/2015, visitei o ex-Deputado Oswaldo Coelho. Saúde abalada sem afetar a disposição de viver e acreditar no futuro. Obediente às prescrições médicas e aos padrões da conveniência, programei uma permanência em torno de 15 a 20 minutos.

Um largo sorriso de boas-vindas desfazia sintomas de fraqueza, reafirmava o vigor sertanejo e a crença visionária na viabilidade do semiárido tropical. Quando fiz menção de sair, escutei a voz suave da hospitalidade: “Não vai, agora, não. Menina, traz café, suco e um pedaço do bolo de rolo”. Marcas da família Coelho, mesa farta, coração generoso.

Osvaldo foi um inovador na administração pública pernambucana (Secretário da Fazenda, 1967-1971). Abriu as portas meritocráticas do concurso público, oportunidade que não desperdicei, e fincou os alicerces do aperfeiçoamento contínuo do capital humano. A conversa era a de um jovem idealista e saudável. Olho no futuro e nas causas que moveram sua vida pública: Educação, do fundamental, profissionalizante, à Universidade do Vale do São Francisco e o progresso que democratiza oportunidades, respeita a caatinga e as águas do São Francisco que dão mais do que recebem.

No dia 30/10/15, um presente: mangas, uvas, queijo de cabra e um cartão: “coisas do semiárido”. No dia 01/11/15, a dolorosa notícia: Doutor Osvaldo faleceu!

O Patrono dos Projetos de Irrigação de Pernambuco, por força da Lei 17.086/20, está vivíssimo. As sementes do sonho exportarão 1 bilhão de dólares de frutas, em 2021.

Os números revelam exemplos. O primeiro é a transformação de Petrolina, “uma povoação de passagem de Juazeiro”, no jardim das oportunidades: vitória do Político com causa.

O segundo desmente que a escassez dos recursos financeiros limitam os governos e consagra o princípio de que decisões estratégicas geram os recursos necessários.

No caso brasileiro, a política se transformou, com raras exceções, em instrumento de benefícios pessoais. É mentira que faltam recursos. Tem dinheiro para Fundo Eleitoral/imoral que reflete a política da miséria.

Os dados são uma chance histórica para que a ABRAFRUTAS, sob a lúcida presidência da Guilherme Coelho, mostre ao Brasil que no primeiro semestre o crescimento da exportações foi 30%, o faturamento 40% e 70% das exportações saem do Nordeste.

Competitivas, as frutas recebem certificação social, manipulação e sustentabilidade. No agronegócio, a fruticultura é o setor que mais emprega, inclusive, a mão-de-obra feminina, o que fortalece a renda familiar.

Orçamento é peça fundamental da democracia representativa. É hora de debater coisas sérias como “coisas do semiárido”.

 

01
Nov20

Ou havia lobista ou havia mentiroso no governo. O lobby é falso. Então...

Talis Andrade

rogerio-marinho-e-paulo-guedes.jpg

Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, e Paulo Guedes, da Economia. No embate de agora, não há nem mesmo empate. Guedes contou uma lorotaImagem: Isac Nóbrega/PR; "Hugo Harada/Gazeta do Povo

por Reinaldo Azevedo

- - -

Como o ministro da Economia, Paulo Guedes, não sabe o que fazer ou que rumo tomar, então ele ataca. Ao participar de audiência pública no Congresso, chamou a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) de "casa de lobby" e disse que ela financia um ministro gastador. Referia-se a Rogério Marinho, titular do Desenvolvimento Regional. Nas suas palavras:

"A Febraban é uma casa de lobby, muito honrada, muito justo o lobby, mas tem que estar escrito na testa 'lobby bancário', que é para todo mundo entender do que se trata. Inclusive, financiando estudos que não têm nada a ver com a atividade de defesa das transações bancárias. Financiando ministro gastador para ver se fura o teto, para ver se derruba o outro lado".

Alguém percebeu algo de ruim no que leu até agora? Acho que não. E vai ficar melhor. Leiam mais:

"O acordo de cooperação técnica firmado entre o MDR e o Pnud prevê que o estudo não será custeado com recursos públicos. Com isso, a Febraban e entidades do Sistema S bancarão as despesas, estimadas em R$ 20 milhões."

Em nenhum momento se fala em furar o teto de gastos. O objetivo é precisamente outro: mobilizar investimentos da iniciativa privada. Afirma o documento:

"Devem ser desenhadas ações de curto, médio e longo prazos, com indicação de novos modelos de negócios que abram espaço para investimentos públicos e privados com foco na redução das desigualdades regionais. A estratégia também permitirá o financiamento privado apoiado por mudanças legais e infralegais que tragam segurança legal e institucional, com o objetivo de atendimento à política liberal adotada pelo governo federal."

Por que Guedes está tão zangado com Marinho nesse caso? Só a sua inação, a sua incapacidade de coordenar uma equipe tão grande e a sua frustração explicam o chilique. Então vamos pela ordem:

- o acordo é firmado com um órgão da ONU;

- o Ministério do Desenvolvimento Regional fez esse acordo de cooperação técnica apenas;

- o que se quer é estimular o capital privado nesses projetos;

- uma das propostas está ligada a obras no semiárido nordestino a partir da concessão de áreas para irrigação.

Goste-se ou não de Marinho, é evidente que isso não faz do ministro uma marionete do lobby da Febraban, que, segundo Guedes, estaria atuando fora da sua área. Alguém aí enxerga algum de mal em que entes privados e suas respectivas entidades de classe banquem estudos que busquem novos modelos de financiamento de obras que não dependam de recursos públicos — aqueles que já não existem hoje? 

Com a devida vênia, Guedes está irritado é com a própria paralisia e com a ineficácia de seu jeito destrambelhado de fazer as coisas. Então resolveu disparar contra o desafeto. Afirmei no programa O É da Coisa, na BandNews FM, que o ministro da Economia havia deixado o governo numa situação muito ruim: ou este abriga um lobista ou abriga um mentiroso — eventualmente as duas coisas.

Como se nota, a história de que a Febraban faz lobby para financiar um ministro gastador, fura-teto, é lorota. Isso é conversa de quem não faz, mas também não deixa que façam.

O ministro da Economia estava furioso porque o tal decreto que colocava as Unidades Básicas de Saúde no escopo das parcerias público-privadas teve de ser retirado por Bolsonaro. Houve uma grita generalizada contra o texto, e, como ficou evidente, o próprio ministro não conseguiu explicar o que queria.

A verdade é que o tempo de Guedes no governo vai se esgotando. Seu repertório, como já afirmei aqui tantas vezes, é velho. Estúpido foi fazer um decreto envolvendo a rede primária de entendimento à Saúde sem falar com ninguém e sem dar explicações. Essa inciativa de Marinho, que ele atacou com ferocidade, deveria ser aplaudida.

Mas a sua arrogância incompetente não deixa. 

 

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