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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

18
Abr23

Globo vocaliza ameaça a Lula após visita de Lavrov e diz que Estados Unidos podem transformar o Brasil numa Ucrânia 

Talis Andrade
www.brasil247.com - Sergei Lavrov (à esq.) e Luiz Inácio Lula da Silva
O russo Sergei Lavrov (à esq.) e Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Agência Brasil)

 

"O perigo de provocar os americanos e europeus é evidente: Lula arrisca levar um tombo", aponta o editorial de quem deseja o Brasil colonizado e submetido 

carne fraca charge aroeira brasil estados unidos.j

 

 

247 – O jornal O Globo publica editorial nesta terça-feira em que defende o alinhamento automático do Brasil à posição dos Estados Unidos no tema da guerra na Ucrânia. "Os últimos movimentos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em relação à guerra na Ucrânia demonstram não a neutralidade que ele e o Itamaraty afirmam manter em relação ao conflito, mas uma posição tacitamente favorável aos interesses da Rússia. Ao assumi-la, Lula comete erros de ordem factual, moral e diplomática", escreve o editorialista.

No último parágrafo, o editorialista vocaliza a ameaça e diz que Lula pode cair se não adotar uma semelhante à do Ocidente. "A tradição de não alinhamento poderia ser seguida de modo mais produtivo em questões onde a voz do Brasil importa, como mudanças climáticas ou transição na Venezuela. Em vez disso, dentre quase 130 'neutros' no conflito ucraniano, o Brasil é o único que se meteu a criar um 'clube da paz' e flerta abertamente com a Rússia. O perigo de provocar os americanos e europeus é evidente: Lula arrisca levar um tombo", finaliza o texto.

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Visão do Correio: O papel do Brasil na política global

 

 

 (crédito: Reprodução/pixabay)
Brasil livre indepente soberano

 

Editorial Correio Braziliense

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sempre que pode, ressalta que o Brasil voltou a ser um dos protagonistas internacionais. Sua concorrida agenda confirma que, depois de quatro anos de isolamento, realmente, o país retomou o diálogo com atores de todas as vertentes, movimento fundamental para as ampliação das relações comerciais. Logo depois da posse, em janeiro último, o líder brasileiro esteve nos Estados Unidos, maior potência global, num esforço para o fortalecimento da democracia, e, na última semana, passou pela China, a segunda economia do planeta. É o retrato claro da multipolaridade defendida pelo Itamaraty.
 

Nesta semana, Lula aportará em Portugal e, sem seguida, passará pela Espanha, dois tradicionais aliados do Brasil. Em maio, participará da coroação do Rei Charles III, na Inglaterra, e da reunião do G7, no Japão, grupo que reúne os sete países mais industrializados do mundo. Líderes como o chanceler Olaf Scholz, da Alemanha, fizeram questão de visitar o chefe do Executivo brasileiro, que deve receber, em breve, o presidente da França, Emmanuel Macron. Desde o início do ano, o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, participou de quase 70 reuniões bilaterais, sendo 18 com chefes de Estado ao lado do presidente. Trata-se de um feito a ser comemorado.

Agora, é preciso que o país comece a colher os frutos desse amplo leque de contatos e que declarações polêmicas do presidente não coloquem em risco o reatamento das relações. O Brasil tem, no mercado internacional, um dos principais aliados para o crescimento econômico e um pilar importante para a boa saúde das contas externas. O forte avanço das exportações tem contribuído para o incremento do Produto Interno Bruto (PIB), ao mesmo tempo em que gera divisas para reforçar as reservas internacionais do país e conter os preços do dólar, que está sendo negociado abaixo de R$ 5, um alívio para a inflação.

É visível a disposição do mundo em trazer o Brasil para o palco central dos grandes debates. Contudo, o país deve manter a diplomacia conciliadora, que nunca foi confundida como uma postura de subserviência. Muito pelo contrário. Há acordos, como o que envolve o Mercosul e a União Europeia, que esperam para sair do papel há mais de 20 anos. O momento, portanto, é de aparar as arestas para que decisões que vão resultar em incremento da economia, em mais empregos e em aumento da renda se sobreponham a posições ideológicas. Os últimos quatro anos são o exemplo claro de como a ideologia custou caro ao Brasil.

O Estado brasileiro tem a exata noção de que os desafios globais são enormes e que terá função central para a consolidação do multipolarismo. Isso passa pelo reforço do Brics, acrônimo que reúne Brasil, China, Índia, Rússia e África do Sul, e também por parcerias estratégicas com os Estados Unidos e a União Europeia. Todos os países têm seus interesses, porém, não podem inviabilizar negociações em que a população, sobretudo, a mais vulnerável, seja a grande beneficiada. É a via de mão dupla que garantirá o jogo de ganha-ganha que se espera.

De forma mais imediata, as grandes lideranças têm a obrigação de encontrar um caminho para o fim da guerra entre Ucrânia e Rússia. É inaceitável que o maior conflito na Europa desde a Segunda Guerra Mundial esteja longe de um acordo de paz. O mundo todo sofre com tamanha aberração. A disputa na retórica só alimenta a tensão. É hora de todos baixarem as armas e selar a paz. No contexto atual, só há perdedores. Que o bom senso volte se sobreponha a pseudos ditadores e a oportunistas de plantão.

 
04
Dez20

Aplicativo desenvolvido por brasileiro é usado para combater violência doméstica em todo o mundo

Talis Andrade

A melhor maneira de pedir socorro - YouTube

 

Por Ana Carolina Peliz /RFI
 

Desenvolvido por um brasileiro, um aplicativo gratuito que facilita a assistência a pessoas vulneráveis está sendo usado em vários países do mundo para combater a violência contra a mulher. A tecnologia, que pode ser utilizada por qualquer pessoa em perigo, tem funcionalidades que facilitam os pedidos de socorro de vítimas de maus-tratos domésticos.

O aplicativo Linha Direta foi criado em 2017 para facilitar a comunicação entre a polícia do Rio de Janeiro e a população, como conta seu criador, o brasileiro Leonardo Gandelman. Dois anos mais tarde, em 2019, a ferramenta acabou se popularizando entre o público feminino.

“A gente era o canal oficial da polícia militar para a patrulha Maria da Penha (destinada a atender casos de violência contra a mulher) no Rio de Janeiro. Então a gente ouviu muito e focamos muito na violência contra a mulher”, explica.

Segundo ele, as usuárias temiam um aumento das agressões dos parceiros caso estes encontrassem mensagens com pedidos de ajuda em seus celulares.  

“O nosso aplicativo é o único no mundo que fecha automaticamente após o envio do pedido de ajuda”, explica seu criador. O programa também consegue localizar o emissor da mensagem, até mesmo em altitude, e avisa o destinatário da chegada do alerta com uma sirene. “A gente foi ouvindo as mulheres e botando isso dentro do app”, conta Gandelman.

Whatsapp da ajuda emergencial

O funcionamento do Linha Direta, em princípio, não é diferente de outros aplicativos de envio de mensagens. O usuário pode disparar alertas a grupos de amigos ou separadamente. Mas o programa envia também a localização da pessoa que está em situação de perigo e o itinerário para chegar até o local.

“A gente fala que é um Whatsapp de ajuda emergencial”, diz Gandelman. “Nossa diferença é que a gente não tem limite. Você pode mandar (o alerta) para 10 pessoas ou para 1.000.”

Em algumas localidades, também é possível enviar mensagens para embaixadas ou à polícia, como no caso do Rio de Janeiro. Mas muitas mulheres acabam preferindo pedir ajuda para o círculo próximo, para evitar a judicialização dos casos.

De acordo com dados da ONU Mulheres divulgados no fim de setembro, as medidas de lockdown, determinadas para conter o avanço da pandemia de Covid-19, levaram a um aumento das denúncias ou pedidos de ajuda por violência doméstica.

Ajuda fora do Brasil

O aplicativo já é utilizado nos Estados Unidos, em Portugal, na França, Inglaterra, no Equador e Japão e seu inventor trabalha em parceria com diversas organizações internacionais, entre elas a Mulheres do Brasil e seus vários núcleos, inclusive o de Paris. Gandelman também assinou uma parceria com o Conselho Regional de Brasileiros no Exterior (CRBE).

As mulheres imigrantes se encontram frequentemente em situação de isolamento, longe das famílias, muitas vezes sem falar o idioma do país e podem ter mais dificuldades em pedir ajuda. Em setembro deste ano, o assassinato da paranaense Franciele Alves da Silva a facadas pelo marido, o brasileiro Rodrigo Martin, na periferia de Paris, causou comoção entre a comunidade brasileira residente na França.

Apesar de indentificar a localização dos emissores dos alertas, o inventor da tecnologia ressalta que o aplicativo não tem acesso a dados dos usuários. “A comunicação vai direto para uma pessoa, e a gente não fica sabendo o que ela falou”, diz.

O aplicativo Linha Direta tem versões em português, inglês e espanhol. É gratuito e está disponível na Apple Store e no Google play.

 

 
09
Abr20

Sem trabalho, com fome e medo de ir ao médico: o drama dos brasileiros ilegais na quarentena em Londres

Talis Andrade

drama imigante.jpg

 

Luis Barrucho 
Da BBC News 


Para G., o retorno ao Brasil tem um gosto amargo.


"Estou indo embora sem realizar meus planos.Sem poder ter ajudado a minha família. A gente conhece a realidade do Brasil. Sou de uma cidade no interior de São Paulo, onde é muito difícil para arranjar trabalho e mesmo trabalhando você recebe um salário que não é digno. O pouco que você recebe, mal dá para se alimentar, comprar uma casa e se vestir bem. No Brasil, não temos mínimas condições de vida", diz.


"Se não fosse o coronavírus, teria ficado aqui. Não estou ilegal porque eu quero. Adoraria estar pagando os meus impostos como todo cidadão. E tudo por causa de um maldito papel. Até quando um documento vai determinar quem é humano ou não? É um papel que diz o que nós somos? Achei que fosse o nosso caráter, a nossa dignidade, as nossas palavras, mas isso não vale de nada se você é um fantasma", desabafa.


"Saí do Brasil fugindo da minha realidade. Sempre estive fugindo de alguma coisa. No Brasil, é da criminalidade, do governo que rouba o nosso povo. Aqui, continuo fugindo - da polícia de imigração. O sonho de muitos brasileiros ilegais é conseguir esse papel para mostrar que somos gente", acrescenta.


G. conta que chegava a trabalhar de "15 a 18 horas por dia".
"Como ganhamos por hora, quanto mais trabalhar melhor. Mas imagine sair para trabalhar e ter que esconder o material de trabalho, mudar de rota quando tem batida no metrô", diz.

 

"O pior dia da minha vida aqui foi quando fui aprovado em uma entrevista de emprego e tive que mentir quando me pediram meu documento. Falei que ia buscá-lo no carro e nunca mais voltei. Tive que virar as costas para uma oportunidade honesta. Era para ser chapeiro em uma cozinha. Um trabalho tão pequeno para muitos, mas para mim gratificante. Poderia ter uma renda fixa", relembra.


Quase ao fim da conversa de 1h com a BBC News Brasil, G. faz seu último desabafo.
"Imigrante ilegal não pode reclamar. Tem muitas pessoas que tiram proveito da nossa situação. Tem muitos brasileiros que tiram proveito de brasileiros, muitos britânicos que tiram proveito de brasileiros, que nos ignoram, que sentem nojo e repúdio da gente, mas que se beneficiam do nosso trabalho indiretamente", diz.


"Quer saber como? Quem você acha que vai entregar a comida na sua casa com tudo fechado?", indaga.
"Agora, se a gente vai comer ou não, não importa. Somos esquecidos. Acho que muitos brasileiros ilegais vão morrer. Ou de fome, por não ter o que comer, ou do vírus, por não ter a quem pedir ajuda. Isso se não formos presos antes", conclui. Transcrevi trechos. Leia mais

 

05
Abr20

Rainha Elizabeth 2ª fará pronunciamento sobre coronavírus

Talis Andrade

 

Num raro pronunciamento à nação, a rainha Elizabeth 2ª reconhecerá neste domingo o sofrimento pelo qual muitas famílias do Reino Unido vêm passando devido à pandemia de covid-19.

Segundo parte do discurso adiantado à imprensa pelo Palácio de Buckingham, a monarca descreverá o período atual como um "momento de perturbação na vida do nosso país: um perturbação que trouxe tristeza a alguns, dificuldades financeiras para
muitos, e enormes mudanças na vida cotidiana de todos nós".

Ela elogiará o Serviço Nacional de Saúde (NHS) por seu trabalho, assim como os que se voluntariaram a ajudar em meio à crise. "Aqueles que virão depois de nós dirão que os britânicos desta geração foram mais fortes do que quaisquer outros", diz o discurso, gravado no Castelo de Windsor.

A rainha só fez pronunciamentos do tipo em outras três ocasiões após a morte de sua mãe, em 2002, antes do funeral da princesa Diana, em 1997, e durante a Guerra do Golfo, em 1991.

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20
Mar20

Coronavírus: Reino Unido anuncia que pagará até 80% dos salários de trabalhadores

Talis Andrade

 

O governo do Reino Unido pagará até 80% dos salários de empregados do setor privado que não poderão trabalhar devido a pandemia do novo coronavírus

O Chancellor of the Exchequer, espécie de ministro da Economia no Reino Unido, Rishi Sunak, anunciou nesta sexta-feira (20), que o governo pagará até 80% dos salários de empregados do setor privado que não poderão trabalhar devido a pandemia do novo coronavírus, que já registra164 mortes pelo coronavírus.

Segundo o governo, os pagamentos terão limite mensal de 2,5 mil libras esterlinas (cerca de R$ 14,5 mil) por trabalhador, e já estão em vigor com data retroativa para o início deste mês.

A medida durará enquanto seguir a crise criada pela propagação do vírus. A medida foi anunciada no mesmo momento que o governo decidiu pelo fechamento de pubs, restaurantes e cafés já a partir da noite desta sexta-feira (20).

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31
Mar19

Saiba como está o Rio Doce três anos após lama da Samarco empresa Vale e BHP Billiton

Talis Andrade

Rejeito da barragem da mineradora, que rompeu em Mariana-MG, seguiu pelo curso do Rio Doce até chegar em Regência, no ES

rio_doce_lama_baixo_regencia_linhares_mosaico_.jpgLama mais densa de rejeitos da barragem da Samarco que se rompeu em MG e que chegou no Oceano Atlântico. Foto: Vitor Nogueira/Mosaico Imagem

 

Por Caio Santana 

 

“O sertão vai virar mar // É o mar virando lama // Gosto amargo do Rio Doce // De Regência a Mariana.” A letra da música “Cacimba de mágoa” escrita por Tato Cruz, da banda Falamansa, e por Gabriel O Pensador, evidencia um sentimento que muita gente teve quando houve o rompimento da barragem de Fundão, da mineradora Samarco, em Mariana. O trágico episódio aconteceu há exatos três anos, na tarde do dia 5 de novembro de 2015, destruindo quase que por completo o distrito de Bento Rodrigues, seguindo até o Rio Gualaxo do Norte. No mesmo dia, a lama seguiu o curso do Rio do Carmo até encontrar o Rio Doce.

Laboratório foi em busca de respostas sobre o estado das águas do Rio Doce, após receber grande parte do rejeito de minério proveniente da barragem da mineradora Samarco. Os rejeitos são resíduos provenientes da mineração e que devem ficar armazenados, por exemplo, em barragens. O Doce é um dos principais rios do eixo leste do Brasil, situado na Região Sudeste do país. Nosso repórter também passou pelo Rio Doce lado a lado, de Colatina-ES à Ipatinga-MG, em julho de 2018, e pôde perceber alguns aspectos do rio.

Esse rio é de extrema importância para cidades de referência regional, como Governador Valadares-MG, Colatina-ES e Linhares-ES. Contudo, esses centros viram sua principal fonte de abastecimento ser tomada por um mar de lama.

O que aconteceu

Era uma tarde de quinta-feira, dia 5 de novembro de 2015, quando uma barragem com rejeitos de minério se rompeu, em Mariana-MG. Tratava-se da Barragem de Fundão, de propriedade da Samarco (empresa cujos maiores acionistas são a Vale e a anglo-australiana BHP Billiton). No princípio, acreditavam que duas barragens haviam se rompido: a de Fundão (acima) e a de Santarém (abaixo). Porém, não havia acontecido nada com esta última, exceto amortecer parte do impacto da descida da lama.

Transcrevi trechos. 

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Rio Doce entre Aimorés e Governador Valadares, em Minas Gerais, sete meses após rompimento da Barragem de Fundão, da mineradora Samarco. Foto: Gabriel Lordêllo/Mosaico Imagem

 

 

06
Mar19

MAIOR JORNAL INGLÊS APONTA COMO BOLSONARO RIDICULARIZOU O BRASIL

Talis Andrade

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A quebra de decoro do presidente Jair Bolsonaro ao compartilhar vídeo de conteúdo obsceno no Twitter recebeu amplo destaque do jornal The Guardian, o mais importante da Inglaterra.

O conhecimento do endereço do vídeo na internet levanta a suspeita de que o Presidente talvez seja um viciado em filmes pornôs. Daí sua intimidade com o ator Alexandre Frota, que foi eleito deputado federal por São Paulo com espantosos 150 mil votos.

Isso porque Frota foi convidado, ainda que em tom de brincadeira, para ser ministro da cultura.

"Presidente de extrema-direita do Brasil, Jair Bolsonaro, provocou indignação, nojo e ridicularização depois de tuitar um vídeo pornográfico em uma aparente tentativa de revidar as críticas de seu governo durante o carnaval deste ano", diz o Guardian

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247 - O desatino do presidente Jair Bolsonaro, que postou um vídeo obsceno nas redes sociais para criticar o Carnaval, foi alvo de uma reportagem publicada pelo jornal britânico The Guardian, um dos mais influentes do Reino Unido. No texto, o correspondente para a América Latina, Tom Phillips, destaca que "o presidente de extrema-direita do Brasil, Jair Bolsonaro, provocou indignação, nojo e ridicularização depois de twitar um vídeo pornográfico em uma aparente tentativa de revidar as críticas de seu governo durante o carnaval deste ano".

A reportagem enfatiza que "foliões de todo o país usaram a festa anual de rua como uma oportunidade para protestar contra seu líder extremista que é notório por seus comentários homofóbicos e racistas". Na cidade de Olinda, no nordeste do país, supostamente os banhistas cobriram uma gigantesca boneca de carnaval de Bolsonaro com latas de cerveja, blocos de gelo e palavrões. (...) Festeiros dissidentes de todo o país carregaram imagens de multidões cantando obscenidades em Bolsonaro sob a hashtag #EiBolsonaroVaiTomarNoCu, que educadamente se traduz como #GetScrewedBolsonaro. Os cantos foram ouvidos até no coração do carnaval brasileiro, no Sambódromo do Rio", diz a reportagem.

Carnaval-Laranja.jpg

 

A reportagem relembra, ainda, que a polêmica começou na terça-feira (5), quando ainda pela manhã Bolsonaro usou sua conta no Twitter para criticar as manifestações contra e afirmar que "a cultura brasileira foi destruída por décadas de governos com uma inclinação socialista". "Mais tarde naquela noite, Bolsonaro foi mais longe, twittando um clipe sexualmente explícito - supostamente filmado durante um evento de carnaval em São Paulo - que mostrava um homem dando prazer a si mesmo antes de ser urinado por outro", relata o Guardian. (leia mais no Brasil 247). 

O jornal britânico também destaca a reação da população e da mídia à postagem feita por Bolsonaro. "Raiva, perplexidade e uma série de manchetes antes inconcebíveis se seguiram em algumas das principais agências de notícias do Brasil".

A reportagem também observa que "não houve sinal de tal pedido de desculpas na manhã de quarta-feira" e ainda "postou uma segunda mensagem bizarra em que ele se perguntou: "O que é uma chuva dourada?" (leia mais no Brasil 247). A pergunta feita por Bolsonaro está ao ato de urinar no parceiro ou receber jatos de urina do parceiro durante a atividade sexual. Foi com um vídeo do gênero que Bolsonaro tentou atacar a maior festa popular do país.

Leia a íntegra da reportagem do The Guardian sobre o assunto

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27
Jun18

Em carta no jornal inglês The Guardian, intelectuais defendem candidatura de Lula

Talis Andrade

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Professores e intelectuais que atuam em universidades da Inglaterra publicaram na sexta-feira, 8, uma carta no jornal inglês The Guardian criticando a prisão do ex-presidente Lula
 
No texto, os intelectuais afirmam que Lula foi preso para ser mantido afastado das eleições presidenciais deste ano no Brasil.  “Lula é um preso político e uma vítima de lawfare – o uso indevido da lei para fins políticos”, destacam.
 
"Há provas contundentes de sua inocência e de que ele foi julgado injustamente", prosseguem no texto. Os intelectuais pedem que Lula seja solto para "concorrer a eleições e permitir que os cidadãos brasileiros possam exercer seus direitos democráticos", finalizam.
 
Assinam o texto os professores David Treece, do King’s College London, Alfredo Saad, do Soas London, Fiona Macaulay, da Bradford University, Francisco Dominguez, da Middlesex University, London, Yara Evans, do King’s College London, e Sayuri Carbonnier, do Biofuels consultant, Nações Unidas.
20
Mai18

“Meghan Markle? Melhor se fosse a amante”: as derrapadas racistas e classistas da imprensa britânica

Talis Andrade

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Meghan Markle, após cerimônia de casamento neste sábado

 

 

Divorciada. Americana. Atriz’, escreve o Daily Mail, ao mesmo tempo em que se pode ouvir como vomitam por todos os lados horrorizados”. A escritora e colunista Hadley Freeman não estava fora de si quando tuitou a respeito da cobertura do anúncio do casamento entre Meghan Markle e o príncipe Harry pelos tabloides britânicos.

 

E não foi a única. Durante todo o dia, jornalistas e diversos veículos criticaram a cobertura sobre o anúncio do casamento por parte de alguns setores da imprensa. Tampouco foi a primeira vez que isso se deu. Já em 2016, por meio de seu setor de comunicação, o príncipe Harry emitiu uma nota definida por ele mesmo como “incomum” em que denunciava o “racismo e sexismo” presentes nas informações sobre sua namorada e se mostrava preocupado com o “abuso e assédio” em relação a Markle na cobertura da mídia sobre sua relação. Os mesmos modelos criticados nessa nota parecem continuar se reproduzindo nos tabloides britânicos ao noticiarem o noivado, não tanto pela notícia pertinente de que uma casa real bastante presa ao passado se modernize, mas sim pelo tom e os sinais supostamente irônicos de algumas publicações e que, para muitos, escondem uma mentalidade racista, classista e sexista e com um certo antiamericanismo em relação à futura integrante da família real britânica.

 

A jornalista Lisa Ryan reuniu em The Cut alguns dos casos. Dentre eles, está “as americanas pegam os britânicos porque chupam bem”, tal como insinuou Tatler em um texto sobre o casal (“as garotas americanas sempre fazem sexo oral muito antes do que as britânicas porque não veem isso como sexo”). Ou: “em outras épocas ela seria a amante”, como escreveu The Spectator (“alguém precisa dizer isso: 70 anos atrás Meghan Markle seria o tipo de mulher que o príncipe teria como amante, não como esposa”); ou, ainda: “não é uma Kate Middleton!”. Nessa mesma linha vai um texto do The Sun em que se descrevem as diferenças entre as duas, exaltando a “rosa britânica Kate” por sua classe ante a “família divorciada” ou desabonando o estilo de Markle (“saias de couro justas” e “camisetas largas de algodão”) ante o estilo de Middleton, que “irradia sofisticação”.

 

Esta reportagem do El País foi do dia 29/11'2017. Hoje publica 

 

* Príncipe Harry e Meghan Markle se casam: as melhores imagens da cerimônia

* Meghan Markle, uma princesa americana. Esposa do príncipe Harry entra na família real britânica com um perfil público próprio consolidado

 

 

27
Jan18

Dodge elogia reforma trabalhista e estabilidade institucional com Temer

Talis Andrade

Nega a existência da servidão quando o principal jornal da chamada República de Sérgio Moro publica hoje a seguinte manchete: "Exploração. Corte afrouxa combate ao trabalho escravo".

 

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No dia em que Lula foi condenada sem provas, Raquel Dodge elogia a estabilidade democrática, quando se pretende impedir, não importa o preço, a candidatura de Lula da Silva a presidente do Brasil.

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Em Londres, Dodge diz que Brasil vive 'o momento de maior estabilidade institucional desde 1889'

 

 

 

por Fernanda Odilla

Da BBC Brasil em Londres

___

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou nesta quarta-feira que "o Brasil experimenta o momento de maior estabilidade institucional desde a Proclamação da República 1889, um ano depois da lei que aboliu a escravatura".


"Não me parece exagero afirmar que instalou-se um ambiente de democracia constitucional", afirmou a procuradora em um evento na universidade britânica King's College London, onde fez uma palestra sobre escravidão moderna.

 

Dodge não fez nenhuma menção direta ao julgamento do recurso do ex-presidente, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, durante a apresentação.

 

Protesto


Na porta do King's College, dez manifestantes protestaram contra a condenação do ex-presidente e também contra a procuradora. Dodge foi indicada ao cargo pelo presidente Michel Temer (PMDB) em um procedimento que contraria uma tradição estabelecida na gestão Lula: ela não foi a mais votada pelos pares para ocupar o posto.


A escolha gerou questionamentos sobre a disposição da procuradora de manter o ritmo das investigações da Lava-Jato. As críticas sempre foram rechaçadas por Dodge.


"Raquel Dodger (sic) é parte do golpe em curso contra a democracia no Brasil", dizia um dos cartazes. Outro exibia os dizeres: "Lula é inocente". Havia ainda pôster contra a Rede Globo.


Os manifestantes exibiram ainda bandeira do PT, do Brasil e a faixa #standwithLula (estamos com Lula).
Raquel Dodge está na capital britânica desde segunda-feira, quando participou de um evento que também discutiu escravidão moderna no FCO (Foreign & Commonwealth Office), o ministério das relações exteriores do Reino Unido.


"Há quase duas décadas atuo contra a escravidão contemporânea no Brasil. É incompatível com a dignidade humana, que me incumbe defender enquanto procuradora", disse Dodge, que diz que o crime de escravidão pode ser, em alguns casos, encarados como "crime de colarinho branco".

 

Segundo a própria procuradora, ela tem uma visão diferente do entendimento jurídico predominante no Brasil e em muitos países em relação ao tema.


Para Dodge, configura escravidão moderna não apenas quando há controle por restrição física, imposição jornada exaustiva de trabalho, pagamento insuficiente e punições físicas, mas também quando existe coerção psicológica. "Como ocorre na servidão por dívida", observou.


O governo Temer recentemente propôs uma mudança no entendimento de trabalho escravo brasileiro - que tornava mais restritiva a interpretação - mas voltou atrás.


Ela disse ainda que inspeções identificaram muitos casos de trabalhos análogos à escravidão em Estados onde há derrubada da floresta amazônica para expansão da fronteira agrícola brasileira.


"Enfrentar a escravidão moderna é uma tarefa que precisa ser exercida por cada país e contar com colaboração internacional", afirmou, emendando que se trata de "um tema complexo, de grande proporção e voltado para gerar lucro". Transcrevi trechos. Leia mais 

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