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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

30
Nov20

Alvarez & Marsal crítica da Lava Jato agora chama Moro

Talis Andrade

moro demolidor dê.jpg

 

Alvarez & Marsal desde o começo da grife Lava Jato foi crítica dos serviços desleais para o Brasil da Liga da Justiça da República de Curitiba, uma gangue de garotos dourados.

Já em maio de 2016, quando os intocáveis de Curitiba apareceram, Alvarez & Marsal criticava a política econômica, as dívidas de empresas em recuperação judicial: 120 bilhões, em 2016.

"Analisando a complexidade das 20 maiores dívidas, muitas das quais vêm sendo roladas há anos, o diretor-geral da Alvarez & Marsal, Marcelo Gomes, diz que, mesmo numa perspectiva otimista, é pouco provável que os credores venham a reaver sequer a metade do que lhes é devido". 

Segundo Gomes, da Alvarez & Marsal, a Lava Jato é parte do problema. "Acho que, no caso do setor de óleo e gás, a queda do petróleo foi mais nociva do que a Lava Jato." Confira aqui

Para Marcelo Gomes, em dezembro de 2016, com "o avanço da Lava Jato, a renegociação de empresas quintuplica, e vai a 500 bilhões. Leia texto de Josette Goulart no Estadão aqui

 
 

 

 
25
Out20

"A Lava Jato não acabou e ainda representa um perigo. E precisa acabar"

Talis Andrade

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III - “A PF, em larga escala, é comandada pelos EUA”, diz autor de livro sobre a Lava Jato

 
Daniel Giovanaz entrevista Fernando Augusto Fernandes
 

Os indícios de submissão da PF aos Estados Unidos que você descreve no livro são muito consistentes. Há alguma margem de autonomia para quem atua nessa instituição?

intervenção americana através do DEA [Drug Enforcement Administration, Administração de Fiscalização de Drogas em português], que é o departamento de entorpecentes, é gritante. Há provas, levantadas em CPI, de dinheiro dos EUA recebido pela Polícia Federal. E não é uma jaboticaba brasileira, porque há estruturas semelhantes em outros países da América Latina.

São milhões enviados para doutrinação de policiais, compra de passagens e mesmo dinheiro para operações. Está comprovado, inclusive com entrevistas de agentes da CIA. É escandaloso, mas são coisas que vão se perdendo, peças do quebra-cabeça que estão por aí e precisam ser encaixadas.

Meu livro não é a teoria da conspiração, mas sim, demonstra claramente uma interferência diante da qual não podemos ser inocentes.

A Polícia Federal está, em larga escala, influenciada a comandada pelos Estados Unidos. Mas é preciso entender a profundidade dessa doutrinação.

É evidente que o Moro e o Dallagnol não compreenderam que estão sendo objeto de condução americana, porque eles acreditaram que estavam fazendo algo pelo Brasil republicano, e que prender o Lula seria grande coisa. Eles tinham consciência, sim, das ilegalidades.

Os policiais federais, a mesma coisa. A intervenção é tão profunda que faz com que eles, ganhando milhões para fazer certas operações, acreditem que estão cumprindo um grande papel pelo país.

E os Estados Unidos aproveitam e vendem armas, helicópteros, escutas telefônicas. Esse investimento volta com a guerra armamentista, que antes era sustentada pela Guerra Fria, e hoje se baseia na guerra às drogas.

 

No artigo “Considerações sobre a operação Mani Pulite”, Moro traça um roteiro do plano que pretendia colocar em prática no Brasil. Aquele texto não derruba essa hipótese de que ele seria inocente ou ingênuo sobre o papel que cumpriu na Lava Jato?

Eu diria que atribuir a esses atores plena consciência de que estavam trabalhando pelos interesses americanos, contra a nossa pátria, estaríamos creditando a eles uma inteligência que eu não atribuo. Em segundo lugar, estaríamos falando claramente de agentes internacionais aqui. Eu não acredito nisso.

Não digo que eles são inocentes. Essa palavra é muito forte e soa como absolvição. Por isso, quando faço a dedicatória do livro, eu digo: “Uma história da qual sou advogado e testemunha, mas que a História vai julgar.” Essa absolvição ou condenação virá historicamente.

Eles têm consciência das ilegalidades cometidas, mas a doutrinação é tão profunda – e se mistura com ideologia, religião, com visão de mundo – que eles são manipulados.

 

Quantos réus e investigados você defendeu, e por que nem todos os casos são mencionados no livro?

Não devo dizer o número e o nome de todos, por uma questão de ética profissional. Eu trouxe no livro os casos que são publicamente conhecidos e que têm reflexo direto em fases decisivas da Lava Jato – fase 1, Paulo Roberto Costa [ex-diretor de Abastecimento da Petrobras], e a “fase Lula”.

Defendi o Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, e colaborei com outros três deputados do PT – Paulo Teixeira, Paulo Pimenta e Wadih Damous – em duas ações muito importantes. A primeira foi o habeas corpus que visava soltar o Lula naquele domingo [7 de julho de 2018].

Embora não tenha sido cumprida, essa decisão é muito importante para se compreender que o Judiciário não pensa todo igual.

A Lava Jato não é a visão integral do Poder Judiciário, e se não houvesse a fraude das distribuições, para que tudo ficasse sempre nas mãos das mesmas pessoas, haveria decisões diferentes. É isso que mostra a tentativa de soltura do Lula naquele domingo.

A segunda foi uma decisão do Lewandowski [ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)] garantindo a entrevista do Lula. Nesse caso, o Fux [então vice-presidente do STF] suspendeu a decisão do Lewandowski, algo que se repete agora com o Marco Aurélio [ministro do STF] sobre o traficante [André do Rap, do PCC].

Veja como os autoritarismos se repetem. Naquela tentativa de soltura do Lula, no Rio Grande do Sul, foi o presidente do TRF-4 [Tribunal Regional Federal da 4ª Região] quem deu uma decisão suspendendo [o habeas corpus]. São poderes que os presidentes dos tribunais não têm.

 

Você também é advogado do almirante Othon Luiz Pinheiro, pai do programa nuclear brasileiro e condenado a 43 anos de prisão por supostos atos de corrupção na gestão da Eletronuclear. Nesse caso, também havia interesses internacionais em jogo?

Assumi a defesa do almirante Othon após a sentença em primeira instância, e mais tarde obtive o habeas corpus para soltura dele.

O almirante Othon tem uma importância histórica no programa nuclear brasileiro. Ele foi responsável por um projeto secreto, durante o regime militar. Nessa época, em cima do apartamento dele, havia agentes da CIA monitorando o apartamento.

Veja o tamanho da importância do almirante Othon. Ele também acompanhou Lula e Nelson Jobim [então ministro da defesa] na ONU ajudando o governo brasileiro a recusar determinadas exigências do governo dos EUA em relação aos nossos projetos nucleares. Bastou o almirante Othon ser preso para que esses pedidos americanos retornassem imediatamente.

No livro, nós cruzamos essas informações com um escândalo que ocorreu nos EUA, revelado pelo Glenn Greenwald, do Edward Snowden, demonstrando que os Estados Unidos já monitoravam a Dilma, a Petrobras. Eles já sabiam dos desvios – repare, não estamos dizendo que não houve desvios.

Quando o [Barack] Obama disse ao Lula que os Estados Unidos queriam entrar no projeto do pré-sal, e o Lula disse não, ficou claro o recado. Não é à toa que os EUA invadiram o Iraque, se aproveitando do [atentado de] 11 de setembro [de 2001]...

A retirada do almirante Othon de circulação foi um símbolo do enfraquecimento do Brasil, não só no petróleo, mas no seu projeto de independência nuclear. Ele recebeu a pena mais alta da Lava Jato! Maior que o Sergio Cabral [ex-governador do Rio de Janeiro].

A sentença contra ele foi a primeira dada pelo Bretas, como um exemplo de poder. Ele passou quase dois anos preso, antes de eu assumir a defesa, em um centro de fuzileiros navais. Para quem acha que isso é uma garantia, eu digo que era praticamente uma Guantánamo. Sua cela era pequena, sem contato com absolutamente ninguém.

Ele iria tentar suicídio, se não fosse interrompido por uma militar – porque ele era monitorado por câmeras. Enfim, era uma solidão absoluta.

Foi terrível o que ele viveu.  A questão é muito profunda, e ainda há muito a descobrir.

 

Você dedica um capítulo do livro apenas para falar de religião. Por que você considera esse aspecto da Lava Jato tão importante?

O poder religioso ainda é muito forte. É importante dizer que as igrejas católica e evangélica têm diversas linhas, e essas questões são complexas.

Tem uma faceta importante que é o “catolicismo ilustrado”. É um rebuscamento do catolicismo, como se você escondesse o inquisitorial. É o “amor pelo censor”. A violência – contra a mulher, por exemplo – vem sempre com um “eu te amo”. Tudo isso se conecta ao poder religioso.

E o catolicismo ilustrado tem sempre uma faceta de fingimento, e é aí que eu conecto ao Sergio Moro. Ele, que é um católico ilustrado, finge que não vaza [informações] à imprensa, mas vaza – como ele mesmo escreveu, “vaza como peneira”. Ele finge ser modesto não dando entrevistas durante todo o tempo na operação, mas curtia, de fato, a imagem de super homem.

Ele foi educado em um colégio de freiras e tinha o “caminho da perfeição” como algo fundamental na sua educação. E essa escola era da mesma linha da Universidade de Notre Dame [nos EUA], que depois vai homenageá-lo. As conexões são mais profundas do que parecem.

O Dallagnol fez uma greve de fome contra a soltura do Lula, relembrando um pastor [batista] chamado Enéas Tognini, que durante a ditadura militar utilizou o jejum em defesa da repressão, arregimentando pessoas. 

E como se difere o Dallagnol de outro grande religioso, pastor evangélico, que é o Martin Luther King! É incomparável. No caso da Lava Jato, vemos a utilização da religião para o fim da repressão, para criar permanências históricas de longa duração que nos desviam da democratização.

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A entrada de Moro no Ministério da Justiça e Segurança Pública de Bolsonaro parecia sinalizar um pacto entre a direita liberal e a direita radical. Ou seja, o lavajatismo seria a amálgama entre os dois campos, já que havia impedido o retorno do PT ao governo. Quais os impactos do rompimento entre Moro e Bolsonaro para a Lava Jato e o discurso anticorrupção?

Uma das questões fundamentais da Lava Jato foi dar sequência ao discurso do Mensalão. Na época, Moro era assessor da Rosa Weber [ministra do STF], nomeada pelo PT, e foi um dos responsáveis pela deturpação da teoria de “domínio do fato” para condenar várias pessoas, incluindo o José Dirceu [ex-ministro da Casa Civil no governo Lula].

Foi aí que começaram a colocar uma tatuagem no PT, como se o partido fosse responsável pela corrupção, e o Lula comandasse todo o processo. Não estou dizendo aqui que não houve corrupção, porque há em todos os governos. É como falar de drogas: é impossível um mundo sem drogas.

Não podemos criar uma cultura de combate à corrupção sob um ponto de vista bélico, porque isso nos desvia da democratização.

Eu não acho que a Lava Jato seja uma operação morta. Nós ainda não conseguimos resolver as fissuras democráticas, em especial do STF, sobre a Lava Jato.

 

É preciso compreender que o Moro representa um tipo de repressão e intervenção mais rebuscado, mais admissível para a classe dominante, do que representa o bolsonarismo

Como um juízo consegue conectar vários processos findos para ter a sua jurisdição prolongada eternamente, sem que haja uma distribuição, como acontece em Curitiba, como acontece com o Bretas? Isso é claramente uma ofensa ao princípio do juízo natural.

O Fachin [ministro do STF] continua sendo relator da Lava Jato no STF, o Felix Fischer [ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ)] continua sendo relator da Lava Jato no STJ.  E essas operações, em que pese estarem menores, continuam ocorrendo. Não é página virada. Ainda estamos nesse momento histórico.

É preciso compreender que o Moro representa um tipo de repressão e intervenção mais rebuscado, mais admissível para a classe dominante, do que representa o bolsonarismo. Este só foi admitido pela classe dominante em um contexto de antipetismo, mas o Bolsonaro representa algo mais grotesco, um tipo de repressão mais próximo à doutrina de segurança nacional, que já está ultrapassada.

Ou seja, a Lava Jato não acabou e ainda representa um perigo. E precisa acabar.

 

 

 
23
Out20

“A PF, em larga escala, é comandada pelos EUA”, diz autor de livro sobre a Lava Jato (vídeo)

Talis Andrade

 

Por Daniel Giovanaz, no Brasil de Fato - O almirante Othon Luiz Pinheiro, considerado o pai do programa nuclear brasileiro, foi vigiado de perto pela Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) durante a ditadura civil-militar (1964-1985). De volta à democracia, tornou-se alvo do Poder Judiciário e recebeu a maior pena entre todos os condenados na operação Lava Jato.

Para entender como os dois episódios se conectam, é preciso ler A Geopolítica da Intervenção (Geração Editorial, 2020), escrito pelo advogado Fernando Augusto Fernandes durante a quarentena. Em 19 capítulos, o autor faz uma revisão histórica da doutrina de segurança nacional à Lava Jato, desnuda a visão de mundo de membros do Poder Judiciário e denuncia a submissão das instituições a interesses estrangeiros.

A história do almirante Othon não está descrita no livro, mas na entrevista concedida por Fernandes ao Brasil de Fato. Defensor de investigados em várias fases da operação, ele analisa as relações familiares por trás da Lava Jato e aspectos religiosos inerentes à atuação de figuras como o procurador Deltan Dallagnol e o ex-juiz Sergio Moro.

Nesta edição do Brasil de Fato Entrevista, o autor da obra relembra sua participação em tentativas de frear ou reverter a perseguição política a réus na Lava Jato, como o ex-presidente Lula (PT).

Sobre a saída de Moro do governo Bolsonaro e o enfraquecimento da operação, o advogado alerta: “A Lava Jato não está morta.”  

 

16
Out20

Moro prende o almirante Othon

Talis Andrade

por Emanuel Cancella

- - -

'Moro e Janot atuaram com os EUA contra o Brasil' (3). Eles prenderam o Almirante Othon Pinheiro.

Com certeza que o Almirante Othon Pinheiro foi condenado a 43 anos de prisão pela lava Jato com o claro intuito de paralisar as pesquisas de aplicação da energia nuclear no Brasil. O Almirante Othon foi solto no dia 11/10/17 (6).

Os EUA e seus aliados vislumbraram a “ameaça” do Brasil atingindo a 6ª economia no mundo ultrapassando a Inglaterra, desenvolvendo tecnologia inédita no mundo que permitiu a descoberta do pré-sal (5). 

Prender o Almirante Othon Pinheiro e afasta-lo da Eletronuclear era paralisar as pesquisas, pois foi isso que o juiz Sérgio Moro e o PGR Rodrigo Janot fizeram.   

 A prisão do pai do programa nuclear brasileiro. No dia 14 de Setembro desse ano (artigo de 2011), o Dr. Othon Luiz Pinheiro da Silva recebeu o título de Pesquisador Emérito do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) durante a comemoração dos 55 anos do instituto (veja o evento nesse link). Chamado até de “lenda viva” na cerimônia, há quem diga que conhecer a carreira de Othon é conhecer a História da energia nuclear no País (1). 

  “Terça, 7 de março de 2017, por volta das 14h, os advogados André de Paula, membro da Anistia Internacional, e Emanuel Cancella dirigiram-se às instalações militares dos Fuzileiros Navais, no Rio de Janeiro, com a intenção de visitar o Almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva. Segue o relato da visita frustrada:

Fomos muito bem recebidos por todos os recrutas e oficiais, mas depois de nos identificarem e nos fornecerem os crachás de visitantes, chegando a autorizar a entrada de nosso veículo, fomos informados de que a visita ao almirante estava desautorizada, por ordem de um desembargador e do próprio almirante Othon. 

A informação foi repassada pelo capitão de Corveta Ribeiro. Estranhamos a negativa, pois é prerrogativa dos advogados a visita a presos em estabelecimentos civis e militares. O advogado do almirante, Fernando Fernandez, procurado hoje por André de Paula e Emanuel Cancella, alegou desconhecer a proibição.

 Frustrados com o impedimento da visita, deixamos de presente ao almirante, o livro “A Outra Face de Sérgio Moro” e artigos que retratam sua injusta condenação” (4).    

“Saudoso Moniz Bandeira: 'Moro e Janot atuam com os Estados Unidos contra o Brasil' 

Respeitado pela vasta obra em que disseca o poderio dos Estados Unidos a partir do financiamento de guerras e da desestabilização de países, o cientista político brasileiro Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira afirma, em entrevista ao Jornal do Brasil, que representantes da Lava Jato, como o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e o juiz de primeira instância Sérgio Moro, avançam nos prejuízos provocados ao país e à economia nacional. Segundo o professor, os "vínculos notórios" de Moro e Janot com instituições norte-americanas explicam a situação atual das empresas brasileiras.

"Os prejuízos que causaram e estão a causar à economia brasileira, paralisando a Petrobras, as empresas construtoras nacionais e toda a cadeia produtiva, ultrapassam, em uma escala imensurável, todos os prejuízos da corrupção que eles alegam combater.

 O que estão a fazer é desestruturar, paralisar e descapitalizar as empresas brasileiras, estatais e privadas, como a Odebrecht, que competem no mercado internacional, América do Sul e África", argumenta Moniz Bandeira, que está lançando o livro A Desordem Mundial: O Espectro da Total Dominação (3).

 Veja o relato do Almirante Othon Pinheiro e de seu advogado, Fernando Augusto Fernandes:  “Para constituir crime de corrup­ção, teria de haver a indicação, pe­los delatores, de algum ato que ele tenha realizado como presidente da Eletronuclear, ou anterior a isso, na forma de promessa, que geras­se alguma vantagem. Não existe”, acrescenta o advogado.

 O parecer de Janot  [sobre a prisão] foi que eu, nas ruas, implan­tava maior perigo para a socieda­de do que um criminoso comum. Eu tenho esse parecer. Dizer isso é uma atitude midiática e desonesta.”

“Foi negado habeas corpus com o argumento de que eu tinha um te­lefone na minha cela, o que é uma grande mentira. Foi negado basea­do numa mentira! Outra mentira é que preso em casa, eu teria contato com a empresa [acusada de repas­sar propina].

 É mentira! Nunca mostraram nada. As pes­soas escrevem aquilo e vira verdade. É muito difícil viver num siste­ma em que o camara­da diz uma coisa e vira verdade.”

 “O preço cobrado por esse es­tudo (feito por ele Othon à Eletro­brás) foi de 3 milhões de reais, os mesmos referidos na data de en­trega do relatório, em dezembro de 2004. Se compararmos esse preço com os valores cobrados pela equipe de ingleses que modelou o sistema elétri­co brasileiro na déca­da de 1990, concluiremos que foi muitíssimo baixo.

 Além de que, diferentemente dos ingleses, que transplantaram para o Brasil soluções similares às utilizadas na Inglaterra, onde o sis­tema é quase 100% térmico e con­trolado pelo homem, no sistema elétrico brasileiro a maior parte da energia é proveniente de hidrelétri­cas e fontes renováveis que sofrem as variações que a natureza impõe.

O estudo, “Porto de Destino para o Sistema Elétrico Brasileiro” pre­coniza a construção de centrais nucleares para evitar o aumento abusivo dos preços da eletricidade e estabilizar o sistema.

 Nos traba­lhos de consultoria por mim realiza­dos nos 11 anos na Aratec (empresa de consultoria), o valor do homem­-dia de consultoria foi sempre den­tro da mesma faixa. Os altos valores pagos pela eletricidade pelos bra­sileiros em 2017 comprovam o es­tudo por mim realizado em 2004” (2).

  1 - https://jornalggn.com.br/inovacao/a-prisao-do-pai-do-programa-nuclear-brasileiro/

2 - https://www.dm.com.br/politica/2017/11/nao-ha-duvida-de-que-a-o-lava-jato-serviu-aos-eua/

3 - https://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Politica/Moniz-Bandeira-Moro-e-Janot-atuam-com-os-Estados-Unidos-contra-o-Brasil-/4/37381

4 - https://www.blogger.com/blogger.g?blogID=2201420444155051389#editor/target=post;postID=2417252980073388262;onPublishedMenu=template;onClosedMenu=template;postNum=2;src=postname

5 - https://istoe.com.br/184334_BRASIL+ULTRAPASSA+REINO+UNIDO+E+SE+TORNA+6+ECONOMIA+DO+MUNDO/

6 - https://www.cartacapital.com.br/politica/condenado-a-43-anos-na-lava-jato-othon-pinheiro-e-solto-pela-justica/

 

 

 

16
Out20

Preso por corrupção o delegado que algemou o Almirante Othon

Talis Andrade

É mais um capítulo da enorme degradação do sistema judicial brasileira com a parceria pornográfica entre juízes, delegados e repórteres

por Luis Nassif

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Um dos episódios mais indignos da Lava Jato foi a operação de prisão do Almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, 76 anos.

Numa ponta, um almirante com enorme folha de serviços ao país, principal responsável pelo domínio que o Brasil passou a ter sobre uma fonte de energia relevante, a nuclear.

Na outra, um delegado da Polícia Federal, Wallace Fernando Noble Santos, com o poder absoluto assegurado por uma Justiça indecentemente parcial e uma mídia que se transformara em repassadora de pré-releases da operação.

O inquérito de Othon foi aberto a partir de informações entregues à Lava Jato por uma Advogada do Departamento de Justiça americano, que até um ano antes servira ao maior escritório de advocacia que atendia a indústria nuclear americana.

O delegado chegou ao apartamento da Othon e alertou que, se não abrisse a porta, ela seria arrombada. Indignado, Othon reagiu. Com dois pontapés, Noble arrombou a porta.

Segundo ele, Othon teria avançado sobre a equipe. O valente Noble, com a ajuda de um agente, derrubou e algemou o Almirante, de 76 anos, que gritava que, na condição de vice-almirante da Marinha, deveria haver no mínimo um vice-almirante no local. Preso, algemado e era apenas uma operação de busca e apreensão.

Noble respondia ao então juiz Sérgio Moro.

Ontem, uma operação da Lava Jato Rio de Janeiro prendeu o delegado Noble, sob a acusação de vender proteção aos grandes criminosos. Advogados atuavam como intermediários, vendendo proteção a empresários e repartindo a propina com policiais como Noble.

É mais um capítulo da enorme degradação do sistema judicial brasileiro com a parceria pornográfica entre juízes, delegados e repórteres.

- - -

Nota deste correspondente: Na época da prisão, a polícia federal, mpf, liga da justiça de Moro espalharam fotos e filmes do cientista Othon Luiz Pinheiro da Silva. Hoje, milagrosamente, desapareceram dos meios de comunicação fotos, filmes do delegado Wallace. Consultem o Google, o YouTube, para dois exemplos. 

 
 
 

 

16
Out20

Delegado da Lava Jato que algemou o Almirante Othon é preso por corrupção

Talis Andrade

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247 - O delegado da Polícia Federal Wallace Fernando Noble Santos foi um dos presos nesta quinta-feira (14), em operação da Polícia Federal, sob a acusação de vender proteção a criminosos, tendo advogados como intermediários

O jornalista Luiz Nassif lembrou que o delegado Wallace Noble foi quem liderou operação de prisão do Almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, 76 anos, um dos mais importantes cientistas nucleares do País. A prisão ocorreu em 2017 e o delegado da PF atuava sob ordens do então juiz da Lava Jato Sérgio Moro. 

"É mais um capítulo da enorme degradação do sistema judicial brasileira com a parceria pornográfica entre juízes, delegados e repórteres", diz Nassif. 

Leia um trecho do artigo de Luis Nassif, publicado no Jornal GGN:

"O inquérito de Othon foi aberto a partir de informações entregues à Lava Jato por uma Advogada do Departamento de Justiça americano, que até um ano antes servira ao maior escritório de advocacia que atendia a indústria nuclear americana.

O delegado chegou ao apartamento da Othon e alertou que, se não abrisse a porta, ela seria arrombada. Indignado, Othon reagiu. Com dois pontapés, Noble arrombou a porta.

Segundo ele, Othon teria avançado sobre a equipe. O valente Noble, com a ajuda de um agente, derrubou e algemou o Almirante, de 76 anos, que gritava que, na condição de vice-almirante da Marinha, deveria haver no mínimo um vice-almirante no local. Preso, algemado e era apenas uma operação de busca e apreensão."

Leia também reportagem da agência Reuters sobre o assunto:

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (15) dois suspeitos de envolvimento em um esquema de recebimento de propina por policiais civis e federais em troca de que empresas e empresários fossem “esquecidos” e “retirados” de investigações em andamento, informaram a PF e o Ministério Público Federal (MPF).

De acordo com a PF, ainda há outros dois mandados de prisão que ainda não foram cumpridos.

Além das prisões, também eram cumpridos 33 mandados de busca e apreensão na segunda fase da Operação Tergiversação, que no ano passado já havia prendido um delegado que faria parte do esquema.

Entre os alvos da nova operação estão dois delegados da Polícia Federal, um delegado da Polícia Civil, sete empresários e cinco advogados.

Segundo as investigações, agentes da PF e da Polícia Civil do Rio de Janeiro receberam propina de empresas e empresários que somam 10 milhões de reais. Advogados que teriam intermediado a negociação e ficariam com parte da propina também são alvos da operação.

O grupo é acusado de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, organização criminosa e obstrução à Justiça.

“Nessa nova fase, a investigação mira outros empresários que participaram do esquema de pagamento de propina para policiais em troca de proteção nas investigações realizadas em operações, e advogados que atuaram como intermediários das cobranças de vantagens indevidas dos empresários, e ficavam com uma parcela dos vultuosos valores pagos aos envolvidos”, disse a Polícia Federal em nota.

Segundo o MPF, delegados da Polícia Federal chegaram a receber uma mesada dos empresários para informá-los com antecedência sobre eventuais investigações.

“Alguns empresários mantiveram contato com os delegados de Polícia Federal, chegando a realizar pagamentos mensais de propina aos delegados para que estes ampliassem a proteção concedida, buscando informações antecipadamente sobre operações policiais ou investigações que pudessem alcançar os seus novos ‘empregadores’ e intercedendo junto a outros delegados que presidissem investigações de interesse dos empresários”, disse o Ministério Público em nota.

 

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