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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

27
Out22

Que destino queremos: a barbárie ou a democracia?

Talis Andrade

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Bolsonaro no primeiro comício da campanha presidencial em 2018. Hoje ele não faz mais arminha com a mão

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Bolsonarista que lambeu cano de arma e pediu golpe foi investigado por  ameaça a Lula | Eleições 2022 | O Globo

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Que destino poderá conhecer o país nas próximas eleições

 

 

por Leonardo Boff /A Terra É Redonda 

Excetuando a classe dominante que se enriquece com regimes autoritários e de ultradireita, como o atual, vigora, na grande maioria, a consciência de que assim como o Brasil está não pode continuar. Deve haver uma mudança para melhor. Para isso penso que devem ser atendidos alguns quesitos básicos. Elenco alguns.

(1) Refazer o “contrato social”. Este significa o consenso de todos, expresso pela constituição e pelo ordenamento jurídico de que queremos conviver como cidadãos livres que se aceitam mutuamente, para além das diferenças de pensamento, de classe social, de religião e de cor da pele. Ora, com o atual governo rompeu-se o contrato social. Dilacerou-se o tecido social. O executivo faz pouco caso da constituição, passa por cima das leis, menospreza as instituições democráticas, mesmo as mais altas como o STF.

Em razão dessa revolução ao revés, autoritária, de viés ultraconservador e fascista, apoiada por setores significativos da sociedade tradicionalmente conservadora, as pessoas se cindiram, nas famílias e entre amigos e até se odeiam, quando não cometem assassinatos por razões políticas. Se não refizermos o contrato social, voltaremos ao regime de força, do autoritarismo e da ditadura, com as consequências inerentes: repressão, perseguições, prisões, torturas e mortes. Da civilização estaremos a um passo da barbárie.

(2) Resgatar a “civilidade”. Quer dizer, deve prevalecer a cidadania. Esta é um processo histórico-social em que a massa humana forja uma consciência de sua situação subalterna, se permite elaborar um projeto e práticas no sentido de deixar de ser massa e passar a ser povo, protagonista de seu destino. Isso não é outorgado pelo Estado. É conquistado pelo próprio povo na medida em que se organiza enfrenta as classes do atraso e até o Estado classista.

Ora, este processo sempre foi impedido pela classe dominante. Visa a manter as massas na ignorância para melhor manipulá-las e impedir, com violência, que ergam a cabeça e se mobilizem. A ignorância e o analfabetismo são politicamente queridos. Os 10% mais ricos que chegam a responder por 75% da riqueza nacional, fizeram um projeto para si, de conciliação entre eles, sempre com exclusão das grandes maiorias. Carecemos de um projeto nacional que a todos insira. Isso continua até os dias de hoje. É talvez nosso maior flagelo pois se desconhecem os 54% de afrodescendentes, os quilombolas, os indígenas e os milhões de covardemente marginalizados. Sem cidadania não há democracia.

(3) Recuperar a “democracia mínima”. Nunca houve em nosso país uma verdadeira democracia representativa consolidada, na qual estivessem presentes os interesses gerais da nação. Os eleitos representam os interesses particulares de seu segmento (bancada evangélica, do gado, da bala, do agronegócio, da mineração, dos bancos, do ensino particular etc.) ou dos que financiaram as suas campanhas. Poucos pensam num projeto de país para todos, com a superação da brutal desigualdade, herdada da colonização e principalmente do escravagismo.

Sob o atual governo, como poucas vezes em nossa história, a democracia se mostrou como farsa, um conluio dos referidos políticos com um executivo que governa para os seus eleitores e não para todos, inventando até um vergonhoso orçamento secreto, sem qualquer transparência, destinado, primordialmente, para compra de voto da reeleição de um executivo que usa a mentira, a fake news como política de governo, a brutalização da linguagem e dos comportamentos, vive ameaçando de golpe de estado, desmontando as principais instituições nacionais como a educação, a saúde, a segurança (permitindo mais de um milhão de armas nas mãos de cidadãos afeitos à violência).

É urgente recuperar a democracia representativa mínima, para podermos, depois, aprofundá-la, fazê-la participativa e sócio-ecológica. Sem essa democracia mínima não há como fazer funcionar, com a devida isenção, a justiça e o direito; fragilizam-se as instituições nacionais, especialmente a saúde coletiva, a educação para todos e a segurança cujos corpos policiais executam com frequência jovens da periferia, negros e pobres.

(4) Fomentar a “educação, a ciência e a tecnologia”. Vivemos numa sociedade complexa que para atender suas demandas precisa de educação, fomento à ciência e à tecnologia. Tudo isso foi descurado e combatido pelo atual governo. A continuar, seremos conduzidos ao mundo pré-moderno, destruindo nosso incipiente parque industrial (o maior dos países em desenvolvimento),nossa educação que estava ganhando qualidade e universalidade em todos os níveis, especialmente beneficiando estudantes do ensino básico, alimentados pela agricultura familiar e orgânica, o acesso de pobres, por cotas, ao ensino superior, às escolas técnicas e às novas Universidades.

Podemos nos informar a vida inteira nos advertia a grande filósofa Hannah Arendt, sem nunca nos educarmos, vale dizer, sem aprender a pensar criticamente, construir nossa própria identidade e exercer praticamente nossa cidadania. Se não recuperarmos o tempo perdido, poderemos nos transformar num num país pária, marginalizado do curso geral do mundo.

(5) Conscientizarmo-nos de nossa importância única no tema da “ecologia integral” para ajudarmos a salvar a vida no planeta. O consumismo atual demanda mais de uma Terra e meia que não temos (Sobrecarga da Terra). Devemos ademais assumir como fato científico assegurado, de que já estamos dentro do novo regime climático da Terra. Com o acumulado de gases de efeito estufa na atmosfera não poderemos mais evitar fatais eventos extremos graves: prolongadas estiagens, imensas nevascas e inundações, perda da biodiversidade, de safras, migrações de milhares que não conseguem se adaptar e submetidos à fome e aos novos vírus que virão (vorosfera).

Haverá grande escassez mundial de água, de alimentos, de solos férteis. Neste contexto, o Brasil poderá desempenhar uma verdadeira função salvadora já que é a potência mundial de água doce, pela extensão de solos férteis e pela Amazônia que, preservada, poderá sequestrar milhões de toneladas de CO2, devolver-nos oxigênio, fornecer umidade a regiões a milhares de quilômetros de distância e por sua riqueza geobioecológica poderá atender às necessidades de milhões de pessoas do mundo.

Nossos governantes possuem escassa consciência desta relevância e fraquíssima consciência na população. Possivelmente teremos que aprender com o sofrimento que sobrevirá e que já se manifestou entre nós pelas desastrosas enchentes, ocorridas em vários estados neste ano de 2022. Ou todos no planeta Terra colaboramos e nos demos as mãos ou então engrossaremos o cortejo daqueles que rumam na direção de sua própria sepultura, nos advertiu Sigmunt Bauman pouco antes de morrer. Nas palavras do Papa Francisco: “estamos no mesmo barco, ou nos salvamos todos ou ninguém se salva”. A questão essencial não reside na economia, na política e na ideologia, mas na sobrevivência da espécie humana, realmente, ameaçada. Todas as instâncias, saberes e religiões devem dar sua contribuição, se ainda quisermos viver sobre este pequeno e belo planeta Terra.

(6) Por fim, deixando de lado outros aspectos importantes, devemos criar as condições para uma “nova forma de habitar a Terra”. A dominante até agora, aquela que nos fazia donos e senhores da natureza, submetendo-a a nossos propósitos de crescimento ilimitado, sem sentirmo-nos parte dela, esgotou suas virtualidades. Trouxe grandes benefícios para a vida comum, mas também criou o princípio de auto-destruição com todo tipo de armas letais. Devemos fazer a travessia para outra forma na qual todos se reconhecerão como irmãos e irmãs entre os humanos e também com a natureza (os vivos têm o mesmo código genético de base), sentindo-nos parte dela e eticamente responsáveis por sua perpetuidade. Será uma biocivilização em função da qual estarão a economia e a política e as virtudes do cuidado, da relação suave, da justa medida e do laço afetivo com a natureza e com todos os seus seres.

Para que se criem tais condições em nosso país para essa “civilização da boa esperança”, precisamos derrotar a política do ódio, da mentira e das relações desumanas que se instauraram em nosso país. E fazer triunfar aquelas forças que se propõe recuperar a democracia mínima, a civilidade, a decência nas relações sociais e um sentido profundo de pertença e de responsabilidade pela nossa Casa Comum. As próximas eleição significarão um plebiscito sobre que tipo de país nós queremos: o da barbárie ou da democracia.

Sem essa democracia mínima não há como fazer funcionar, com a devida isenção, a justiça e o direito; fragilizam-se as instituições nacionais, especialmente a saúde coletiva, a educação para todos e a segurança cujos corpos policiais executam com frequência jovens da periferia, negros e pobres.

 

O teólogo Leonardo Boff afirmou no programa 20 MINUTOS ENTREVISTA com Breno Altman desta sexta-feira (10/06/2022) que o Papa Francisco mantém viva a Teologia da Libertação e que o movimento social, do qual é figura de referência, representa o futuro da Igreja Católica.

O teólogo espera do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem visitou na prisão, uma aproximação íntima com os valores caros à Teologia da Libertação num eventual próximo mandato. “Ele me disse que chegar de novo à Presidência é a última chance de sua vida em fazer uma grande revolução, e que vai fazer. Fará um discurso político para manter a unidade nacional, mas a prática vai ser radical a favor dos pobres, oprimidos, indígenas, mulheres, LGBTs e todos os que são violados diuturnamente”, narra. Por outro lado, Boff se opõe frontalmente ao presidente Jair Bolsonaro, a quem só se refere como “o inominável”. A postura religiosa do direitista é um dos alvos de sua crítica.

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11
Set22

Lula fala aos evangélicos. Guerra religiosa é para mentirosos

Para quem crê, não é difícil ver a proteção divina

Talis Andrade

Segundo episódio do Dedim de Prosa está no Ar! - Laboratório de Ensino de  Ciências Sociais

por Fernando Brito

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Demorou, mas veio afinal a esperada fala do ex-presidente Lula a pastores e fiéis evangélicos, hoje, em São Gonçalo.

E veio bem, porque não era difícil fazê-la, estruturada em três questões.

A primeira, a vida de Lula, na qual, para quem crê, não é difícil ver a proteção divina. A segunda, o que seu governo fez, defendendo o ser humano e cuidando das famílias. E a terceira, o que seu governo fará pelos pobres, os excluídos, os famintos, os humildes.

É isso, o testemunho daquilo que ele sentiu, pensou e fez, não a louvação vazia de um fariseu, de um hipócrita que invoca a Deus em seu benefício.

É tão forte que Silas Malafaia está dizendo nas redes sociais que os pastores que deram a palavra a Lula “foram comprados”.

 

12
Jul20

Cessar-fogo global e imediato para combater a pandemia

Talis Andrade

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por Andrea Tornielli

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Apelo do Papa a um «cessar-fogo global e imediato» que garanta «a paz e a segurança essenciais para fornecer a assistência humanitária tão urgentemente necessária» às populações das zonas de conflito atingidas pela pandemia. No final do Angelus de domingo, 5 de julho — recitado com os fiéis reunidos na praça de São Pedro no respeito das medidas de segurança adotadas para evitar a propagação do contágio — o Papa relançou a resolução aprovada nestes dias pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, que apela, entre outras coisas, ao fim das hostilidades «para fazer face às consequências devastadoras do vírus Covid-19». Um pedido «louvável», assim o definiu Francisco, exortando a que seja implementado «efetiva e imediatamente para o bem de tantas pessoas que estão a sofrer. Que esta resolução do Conselho de Segurança — disse — se torne um primeiro passo corajoso para um futuro de paz».

Anteriormente, ao comentar o trecho do Evangelho da liturgia dominical (Mateus 11, 25-30), o Papa recordou que a verdadeira sabedoria não vem daqueles que «presumem ser sábios», mas vem de um «coração aberto e confiante no Senhor». Por isso convidou a acolher «o alívio» oferecido por Jesus «aos cansados e oprimidos»: uma ajuda que «não é — explicou — apenas alívio psicológico ou esmola, mas a alegria dos pobres por serem evangelizados e construtores da nova humanidade». E é, acrescentou ele, «uma mensagem para a Igreja, chamada a viver as obras de misericórdia e a evangelizar os pobres, a ser mansa e humilde».

 

Um magistério pela paz e contra a hipocrisia

Recentemente, o Conselho de segurança das Nações Unidas aprovou uma resolução para «uma cessação imediata das hostilidades em todas as situações pelo menos durante 90 dias consecutivos», a fim de garantir assistência humanitária às populações atingidas e contrastar as consequências devastadoras da propagação da Covid-19. Francisco, com a sua intervenção no final do Angelus, quis dar o seu apoio à iniciativa, esperando que o cessar-fogo global seja respeitado «efetiva e prontamente». A iniciativa do Papa representa um novo passo num longo caminho. Um passo tornado ainda mais urgente pela crise causada pela pandemia, cujas consequências mais devastadoras – como as das guerras - recaem sobre os mais pobres.

No domingo 29 de março, o Papa já tinha feito este pedido, apoiando o apelo lançado cinco dias antes pelo secretário-geral das Nações Unidas. António Guterres pedira um «cessar-fogo global e imediato em todos as partes do mundo», recordando a emergência da Covid-19, que não conhece fronteiras. Francisco uniu-se «àqueles que aderiram a este apelo» e exortou «todos a dar-lhe seguimento, pondo termo a qualquer forma de hostilidade bélica, favorecendo a criação de corredores para a ajuda humanitária, a abertura à diplomacia e a atenção às pessoas em situação de maior vulnerabilidade».

O compromisso conjunto contra a pandemia, exprimiu o Papa, «possa levar todos a reconhecer a necessidade de reforçar os laços fraternos como membros de uma única família. Em particular, suscite nos responsáveis das nações e nas outras partes em causa um compromisso renovado para superar as rivalidades. Os conflitos não são resolvidos com a guerra! É necessário superar antagonismos e contrastes através do diálogo e de uma busca construtiva da paz».

Nas semanas seguintes, Francisco voltou a deplorar duas vezes as despesas do armamento. Na homilia da Vigília Pascal, celebrada em São Pedro, disse: «Façamos calar os gritos de morte: de guerras, basta! Pare a produção e o comércio das armas, porque é de pão que precisamos, não de metralhadoras». O Papa Bergoglio quis recordar uma vez mais o tema constante do seu pontificado, inclusive na mais longa das duas orações marianas sugeridas aos fiéis na conclusão do Rosário no mês de maio: «Ampara os líderes das nações, para que possam trabalhar com sabedoria, solicitude e generosidade, ajudando aqueles que não têm o necessário para viver, planeando soluções sociais e económicas com previdência e com espírito de solidariedade. Maria Santíssima, comove as consciências para que as enormes somas utilizadas para aumentar e aperfeiçoar o armamento possam, em vez disso, ser utilizadas para promover estudos adequados a fim evitar catástrofes semelhantes no futuro».

Várias vezes e em diferentes ocasiões, em anos anteriores, Francisco denunciou “a hipocrisia” e “o pecado” dos responsáveis daqueles países que «falam de paz e vendem armas para fazer estas guerras». Palavras repetidas também no regresso da última viagem internacional, à Tailândia e ao Japão, antes do surto da pandemia: «Em Nagasaki e Hiroshima detive-me em oração, encontrei alguns sobreviventes e familiares das vítimas, e reiterei a firme condenação das armas nucleares e a hipocrisia de falar de paz fabricando e vendendo armas».

De acordo com um relatório da Oxfam, em 2019 as despesas militares globais atingiram dois triliões de dólares e atualmente há dois biliões de seres humanos presos em países em guerra e devastados pela violência, perseguição, fome e agora também pela emergência pandémica.

 

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