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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

15
Jan23

O “Hino” ao Inominável, feito pra lembrar, pra sempre, o pior dos piores mandatários da nossa história; vídeo

Talis Andrade

hino_ao_inominavel.jpg

 

Redação Vio Mundo

- - -

No ar, o ”Hino” ao Inominável. Com letra de Carlos Rennó e música de Chico Brown e Pedro Luís.

Autoironicamente intitulada “hino”, é uma canção-manifesto contra a contra a candidatura de Jair Bolsonaro (PL) à presidência da República.

Num vídeo criado pelo Coletivo Bijari (versão integral, acima, tem 13min40), 30 artistas interpretam-na.

Entre eles, Wagner Moura, Bruno Gagliasso, Lenine, Zélia Duncan, Chico César, Paulinho Moska, Leci Brandão,  Marina Lima, Mônica Salmaso e Zélia Duncan.

Os versos falam de temas recorrentes no discurso do ex-capitão, como a ditadura militar, racismo, machismo,  destruição ambiental.

Citam literalmente ou se baseiam em declarações dadas pelo ‘inominável’ e encontradas na internet e em jornais.

“Feito pra lembrar, pra sempre, esses anos sob a gestão do mais tosco dos toscos, o mais perverso dos perversos, o mais baixo dos baixos, o pior dos piores mandatários da nossa história. E pra contribuir, no presente, pra não reeleição do inominável”, frisa o texto que acompanha o vídeo lançado nesse em 17-09-2022.

“Na íntegra, são 202 versos, mais o refrão, contra o ódio e a ignorância no poder no Brasil”, prossegue o texto.

Que arremata: “Porém, apesar dele – e do que, e de quem e quantos ele representa – a mensagem final é de luz, a luz que resiste, pois, como canta o refrão ‘Mas quem dirá que não é mais imaginável / Erguer de novo das ruínas o país?’”.

Letra completa do “Hino” do Inominável, de  Carlos Rennó

“Sou a favor da ditadura”, disse ele,
“Do pau de arara e da tortura”, concluiu.
“Mas o regime, mais do que ter torturado,
Tinha que ter matado trinta mil”.
E em contradita ao que afirmou, na caradura
Disse: “Não houve ditadura no país”.

E no real o incrível, o inacreditável
Entrou que nem um pesadelo, infeliz,
Ao som raivoso de uma voz inconfiável
Que diz e mente e se desmente e se desdiz.

Disse que num quilombo “os afrodescendentes
Pesavam sete arrobas” – e daí pra mais:
Que “não serviam nem pra procriar”,
Como se fôssemos, nós negros, animais.
E ainda insiste que não é racista
E que racismo não existe no país.

Como é possível, como é aceitável
Que tal se diga e fique impune quem o diz?
Tamanha injúria não inocentável,
Quem a julgou, que júri, que juiz?

Disse que agora “o índio está evoluindo,
Cada vez mais é um ser humano igual a nós.
Mas isolado é como um bicho no zoológico”,
E decretou e declarou de viva voz:
“Nem um centímetro a mais de terra indígena!,
Que nela jaz muita riqueza pro país”.

Se pronuncia assim o impronunciável
Tal qual o nome que tal “hino” nunca diz,
Do inumano ser, o ser inominável,
Do qual emanam mil pronunciamentos vis.

Disse que se tivesse um filho homossexual,
Preferiria que o progênito “morresse”.
Pruma mulher disse que não a estupraria,
Porque “você é feia, não merece”.
E ainda disse que a mulher, “porque engravida”,
“Deve ganhar menos que o homem” no país.

Por tal conduta e atitude deplorável,
Sempre o comparam com alguns quadrúpedes.
Uma maldade, uma injustiça inaceitável!
Tais animais são mais afáveis e gentis.

Mas quem dirá que não é mais imaginável
Erguer de novo das ruínas o país?

Chamou o tema ambiental de “importante
Só pra vegano que só come vegetal”;
Chamou de “mentirosos” dados científicos
Do aumento do desmatamento florestal.
Disse que “a Amazônia segue intocada,
Praticamente preservada no país”.

E assim negou e renegou o inegável,
As evidências que a Ciência vê e diz,
Da derrubada e da queimada comprovável
Pelas imagens de satélites.

E proclamou : “Policial tem que matar,
Tem que matar, senão não é policial.
Matar com dez ou trinta tiros o bandido,
Pois criminoso é um ser humano anormal.
Matar uns quinze ou vinte e ser condecorado,
Não processado” e condenado no país.

Por essa fala inflexível, inflamável,
Que só a morte, a violência e o mal bendiz,
Por tal discurso de ódio, odiável,
O que resolve são canhões, revólveres.

“A minha especialidade é matar,
Sou capitão do exército”, assim grunhiu.
E induziu o brasileiro a se armar,
Que “todo mundo, pô, tem que comprar fuzil”,
Pois “povo armado não será escravizado”,
Numa cruzada pela morte no país

E num desprezo pela vida inolvidável,
Que nem quando lotavam UTIs
E o número de mortos era inumerável,
Disse “E daí? Não sou coveiro”. “E daí?”

“Os livros são hoje ‘um montão de amontoado’
De muita coisa escrita”, veio a declarar.
Tentou dizer “conclamo” e disse “eu canclomo”;
Não sabe conjugar o verbo “concl…amar”.
Clamou que “no Brasil tem professor demais”,
Tal qual um imbecil pra imbecis.

Vigora agora o que não é ignorável:
Os ignorantes ora imperam no país
(O que era antes, ó pensantes, impensável)…
Quem é essa gente que não sabe o que diz?

Mas quem dirá que não é mais imaginável
Erguer de novo das ruínas o país?

Chamou de “herói” um coronel torturador
E um capitão miliciano e assassino.
Chamou de “escória” bolivianos, haitianos…
De “paraíba” e “pau de arara” o nordestino.
E diz que “ser patrão aqui é uma desgraça”,
E diz que “fome ninguém passa no país”.

Tal qual num filme de terror, inenarrável,
Em que a verdade não importa nem se diz,
Desenrolou-se, incontível, incontável,
Um rol idiota de chacotas e pitis.

Disse que mera “fantasia” era o vírus
E “histeria” a reação à pandemia;
Que brasileiro “pula e nada no esgoto,
Não pega nada”, então também não pegaria
O que chamou de “gripezinha” e receitou (sim!),
Sim, cloroquina, e não vacina, pro país.

E assim sem ter que pôr à prova o improvável,
Um ditador tampouco põe pingo nos is,
E nem responde, falador irresponsável,
Por todo ato ou toda fala pros Brasis.

E repetiu o mote “Deus, pátria e família”
Do integralismo e da Itália do fascismo,
Colando ao lema uma suspeita “liberdade”…
Tal qual tinha parodiado do nazismo
O slogan “Alemanha acima de tudo”,
Pondo ao invés “Brasil” no nome do país.

E qual num sonho horroroso, detestável,
A gente viu sem crer o que não quer nem quis:
Comemorarem o que não é memorável,
Como sinistras, tristes efemérides…

Já declarou: “Quem queira vir para o Brasil
Pra fazer sexo com mulher, fique à vontade.
Nós não podemos promover turismo gay,
Temos famílias”, disse com moralidade.
E já gritou um dia: “Toda minoria
Tem de curvar-se à maioria!” no país.

E assim o incrível, o inacreditável,
Se torna natural, quanto mais se rediz,
E a intolerância, essa sim intolerável,
Nessa figura dá chiliques mis.

Mas quem dirá que não é mais imaginável
Erguer de novo das ruínas o país?

Por vezes saem, caem, soam como fezes
Da sua boca cada som, cada sentença…
É um nonsense, é um caô, umas fake-news,
É um libelo leviano ou uma ofensa.
Porque mal pensa no que diz, porque mal pensa,
“Não falo mais com a imprensa”, um dia diz.

Mas de fanáticos a horda lamentável,
Que louva a volta à ditadura no país,
A turba cega-surda surta, insuportável,
E grita “mito!”, “eu autorizo!”, e pede “bis!”

E disse “merda, bosta, porra, putaria,
Filho da puta, puta que pariu, caguei!”
E a cada internação tratando do intestino
E a cada termo grosso e um “Talquei?”,
O cheiro podre da sua retórica
Escatológica se espalha no país.

“Sou imorrível, incomível e imbrochável”,
Já se gabou em sua tão caracterís-
Tica linguagem baixo nível, reprovável,
Esse boçal ignaro, rei de mimimis.

Mas nada disse de Moise Kabagambe,
O jovem congolês que foi aqui linchado.
Do caso Evaldo Rosa, preto, musicista,
Com a família no automóvel baleado,
Disse que a tropa “não matou ninguém”, somente
“Foi um incidente” oitenta tiros de fuzis…

“O exército é do povo e não foi responsável”,
Falou o homem da gravata de fuzis,
Que é bem provável ser-lhe a vida descartável,
Sendo de negro ou de imigrante no país.

Bradou que “o presidente já não cumprirá
Mais decisão” do magistrado do Supremo,
Ao qual se dirigiu xingando: “Seu canalha!”
Mas acuado recuou do tom extremo,
E em nota disse: “Nunca tive intenção
(Não!) De agredir quaisquer Poderes” do país.

Falhou o golpe mas safou-se o impeachável,
Machão cagão de atos pusilânimes,
O que talvez se ache algum herói da Marvel
Mas que tá mais pra algum bandido de gibis.

Mas quem dirá que não é mais imaginável
Erguer de novo das ruínas o país?

E sugeriu pra poluição ambiental:
“É só fazer cocô, dia sim, dia não”.
E pra quem sugeriu feijão e não fuzil:
“Querem comida? Então, dá tiro de feijão”.
É sem preparo, sem noção, sem compostura.
Sua postura com o posto não condiz.

No entanto “chega! […] vai agora [inominável]”,
Cravou o maior poeta vivo, no país,
E ecoou o coro “fora, [inominável]!”
E o panelaço das janelas nas metrópoles!

E numa live de golpista prometeu:
“Sem voto impresso não haverá eleição!”
E praguejou pra jornalistas: “Cala a boca!
Vocês são uma raça em extinção!”
E no seu tosco português ele não pára:
Dispara sempre um disparate o que maldiz.

Hoje um mal-dito dito dele é deletável
Pelo Insta, Face, YouTube e Twitter no país.
Mas para nós, mais do que um post, é enquadrável
O impostor que com o posto não condiz.

Disse que não aceitará o resultado
Se derrotado na eleição da nossa história,
E: “Eu tenho três alternativas pro futuro:
Ou estar preso, ou ser morto ou a vitória”,
Porque “somente Deus me tira da cadeira
De presidente” (Oh Deus proteja esse país!”).

Tivéssemos um parlamento confiável,
Sem x comparsas seus cupinchas, cúmplices,
E seu impeachment seria inescapável,
Com n inquéritos, pedidos, CPIs.

………………………………………………………………

Não há cortina de fumaça indevassÁvel
Que encubra o crime desses tempos inci-vis
E tampe o sol que vem com o dia inadiÁvel
E brilha agora qual farol na noite gris.
É a esperança que renasce onde HÁ véu,
De um horizonte menos cinza e mais feliz.
É a passagem muito além do instagramÁvel
Do pesadelo à utopia por um triz,
No instante crucial de liberdade instÁvel
Pros democráticos de fato, equânimes,
Com a missão difícil mas realizável
De erguer das cinzas como fênix o país.

E quem dirá que não é mais imaginável
Erguer de novo das ruínas o país?

Mas quem dirá que não é mais imaginável
Erguer de novo das ruínas o país?

“Hino” ao Inominável

Produção e direção musical: Xuxa Levy

Produção e direção artística: Carlos Rennó

Colaboração musical e artística: Pedro Luís e Chico Brown

Intérpretes

André Abujamra

Arrigo Barnabé

Bruno Gagliasso

Caio Prado

Cida Moreira

Chico Brown

Chico César

Chico Chico

Dexter

Dora Morelenbaum

Héloa

Hodari

Jorge Du Peixe

José Miguel Wisnik

Leci Brandão

Lenine

Luana Carvalho

Marina Íris

Marina Lima

Monica Salmaso

Paulinho Moska

Pedro Luís

Péricles Cavalcanti

Preta Ferreira

Professor Pasquale

Ricardo Aleixo

Thaline Karajá

Vitor da Trindade

Wagner Moura

Zélia Duncan

Músicos:

Ana Karina Sebastião: baixo
Cauê Silva : percussão
Fábio Pinczowski: teclados
Juba Carvalho: percussão
Léo Mendes: guitarra
Thiago Silva: bateria
Webster Santos: violões
Xuxa Levy: máquina de escrever e programações

Participação especial: violoncelista Jacques Morelenbaum

Vídeo:

Coletivo Bijari
Edição: Guilherme Peres
Direção de fotografia: Toni Nogueira

17
Out22

Viraliza nas redes vídeo de Carlos Bolsonaro com movimentação estranha na saída do debate da Band

Talis Andrade

Carlos Bolsonaro encosta cabeça no ombro de segurança durante coletiva do  pai

 

Imagem mostra o vereador encostando a cabeça em um segurança

 

 

247 - Durante a captura de imagens dos bastidores do debate na Band na noite deste domingo (17), uma cena com o filho de Bolsonaro chamou a atenção dos internautas. 

As imagens mostram Carlos Bolsonaro curvando a cabeça e encostando-a em um segurança do evento.

Os internautas questionam nas redes o que levou Carlos a fazer o gesto incomum. O segurança também parece não entender nas imagens a ação. 

“Não tenho ideia do que filmei, mas filmei isso ai”, disse o jornalista Samuel Pancher ao compartilhar o vídeo. 

Encosta Tua Cabecinha No Meu Ombro E Chora

 

Encosta a tua cabecinha no meu ombro e chora

E conta logo a tua mágoa toda para mim

 

Quem chora no meu ombro eu juro que não vai embora,

que não vai embora

que não vai embora

Encosta a tua cabecinha no meu ombro e chora

E conta logo a tua mágoa toda para mim

 

Quem chora no meu ombro eu juro que não vai embora,

que não vai embora

porque gosta de mim

 

Amor, eu quero o teu carinho, porque eu vivo tão sozinho

Não sei se a saudade fica ou se ela vai embora,

se ela vai embora,se ela vai embora

Não sei se a saudade fica ou se ela vai embora,

se ela vai embora,porque gosta de mim

15
Out22

"Quebrando Mitos": filme que faz uma autópsia da grande tragédia brasileira

Talis Andrade

 

QUEBRANDO MITOS - a frágil e catastrófica masculinidade de Bolsonaro -  YouTube

Documentário que todos deveriam ver se possível antes da eleição de 2 de outubro

 

por Ricardo Kotscho /UOL

- - -

Que porrada! Poucas vezes na vida me senti tão arrasado ao terminar de ver um filme e, ao mesmo tempo, encantado com a excelência que atingiu o cinema brasileiro, após anos de destruição sistemática da nossa cultura.

No dilacerante filme-documentário "Quebrando Mitos" sobre a "masculinidade catastrófica" do governo de Jair Bolsonaro, de Fernando Grostein Andrade e Fernando Siqueira, lançado esta semana no país, o Brasil é um corpo estendido no chão, recolhido pelos dois jovens cineastas para fazer a mais completa autopsia da grande tragédia brasileira.

Partindo dos seus dramas pessoais, Andrade e Siqueira, homossexuais assumidos num país homofóbico, machista, misógino e violento, que glorifica a ignorância e a estupidez humana, tiveram que sair do Brasil para um autoexílio em Los Angeles, quando Bolsonaro assumiu o poder, para poder montar em paz e segurança o filme das suas vidas, ameaçadas pela intolerância galopante.

Como foi possível chegarmos a esse ponto de degradação humana, tão bem retratado no filme, com o país de cócoras, devastado por um exército de ocupação?

Bolsonaro seria incapaz de fazer isso sozinho. Foi preciso um trabalho coletivo, envolvendo muita gente de poder político, religioso e militar, amplos setores da elite nacional, e eu diria que até com a ajuda de forças de fora, para abalar os alicerces institucionais desta grande nação.

Essa gente agora não vai querer largar o osso. É tudo muito assustador. Vai levar décadas para apagarmos essa chaga da nossa história.

"Está tudo ali, a ponto de doer", escreve o amigo Fabio Altman, em sua brilhante resenha na revista Veja, sobre o "tempo da insensatez", onde recolhi esta síntese do que acabei de ver:

"A apologia do machismo. o ataque às políticas de proteção ao meio ambiente; a promoção das milícias; o descaso irresponsável com a pandemia; a transformação da fé dos evangélicos em massa de manobra e o culto às mentiras como atalho de ascensão nos corredores de Brasília, até a eleição de um deputado apagado como presidente da República".

O primeiro capítulo dessa tragédia, contado com grande destaque no filme, aconteceu na verdade antes da posse do inominável: o assassinato da vereadora Marielle Franco, até hoje não esclarecido, que revela as origens milicianas do grupo levado ao poder em Brasília nas ondas da Operação Lava Jato, numa joint venture com a polícia e a justiça americanas.

Está lá o cenário macabro das covas rasas abertas nos cemitérios da Amazônia, durante a pandemia, tendo ao fundo a floresta que arde em chamas com a cumplicidade do governo que liberou as boiadas, o garimpo ilegal e a pesca predatória, sem esquecer de falar no assassinato de Dom e Bruno, os esquartejados símbolos da resistência.

Estão lá as marchas dos fanáticos gritando "Mito!", as poças de sangue dos pobres lavadas nas favelas, os desafios à Justiça, a grosseria das declarações cafajestes do presidente, como se estivéssemos assistindo a um thriller de terror, mas é tudo real.

"Tem história que um dia dormirá nos livros e enciclopédias, mas tem também a sensibilidade de tocar no que sempre soou tabu, mas que não pode mais: a repressão, por vezes silenciosa, imposta ao grupo LGBT", assinala Fabio Altman. Na narração em primeira pessoa, Gostein conta ter sido estuprado duas vezes e forçado a perder a virgindade com uma coelhinha da Playboy aos 17 anos (seu pai, Mario de Andrade, foi editor da versão brasileira da revista).

Em meio a esse circo de horrores, tem espaço também para as belas cenas da história de amor de Grostein e Siqueira, em contraste com os gritos de "imbrochável" pronunciados por Bolsonaro e repetidos por seus devotos em Brasília, na pajelança cívico militar do último dia 7, em que até tratores e grupos religiosos desfilaram pela Esplanada dos Ministérios num espetáculo grotesco, que prosseguiu no Rio de Janeiro com exibições da Marinha e da Aeronáutica, motociatas e corridas de jet-sky, com a apoteoso sobre um trio elétrico de Silas Malafaia.

Nenhuma ficção de Glauber Rocha seria capaz de superar a realidade desta grande tragédia brasileira autopsiada pelos dois Fernandos nesse documentário que todos deveriam ver _ se possível, antes da eleição de 2 de outubro.

Mas, preparem-se: é uma porrada na boca do estômago.

Vida que segue.

 

23
Set22

Patrícia Lélis e o cabaré cristão evangélico dos últimos dias

Talis Andrade

Image

 
Patrícia Lélis 
@lelispatricia
Bom dia meus ungidos!!!! Vocês acharam que as denúncias acabaram?! Não mesmo. Hoje a denúncia é contra o Roberto Marinho, pastor e amigo de Feliciano. Segue oImage

 

Denúncias envolvem Silas Malafaia, Magno Malta, Damares Alves, a pastora e ex-deputada Flordelis e o próprio Marco Feliciano

 

por Ricardo Nêggo Tom

- - -

Acompanhando os escândalos sexuais envolvendo a cúpula do cristianismo brasileiro, pude ouvir o silêncio ensurdecedor de fiéis que acreditam na santidade de muitos desses pastores e pastoras mais devassos e pervertidos do que qualquer profissional da zona do meretrício. Que os profissionais da zona não se ofendam com a comparação. Tem casos de estupro, assédio sexual, abuso de menores, orgias, adultério, tem áudio de pastora conservadora elogiando o “varão” de homem casado e até relações homossexuais, prática que eles tanto condenam e demonizam. Estamos falando de uma igreja do jeito que o diabo gosta, e que talvez esteja sendo comandada pelo próprio na figura de líderes religiosos sem escrúpulos e sem nenhum respeito pelo nome do Deus que dizem seguir.

Pastor flagrado em “ato obsceno” com garoto menor é candidato a deputado[Pastor Nehemias tem em sua biografia uma condenação em primeira instância por “ato obsceno” com um garoto menor de idade, em 2005]

 

A jornalista Patricia Lélis, que em 2016 denunciou uma tentativa de estupro contra ela cometida pelo pastor e deputado Marco Feliciano, volta a carga em 2022 trazendo ainda mais denúncias e revelações sobre o que acontece nos porões obscuros do cristianismo evangélico brasileiro. Obviamente, ela precisa provar o que tem dito e publicado em suas redes sociais, a respeito de figuras como Silas Malafaia, Magno Malta, Damares Alves, a pastora e ex-deputada Flordelis e o próprio Marco Feliciano, a quem Patrícia agora acusa de promover orgias durante os eventos gospel que ele organiza e participa. Isto incluiria, segundo a jornalista e ex-secretária de Feliciano, a contratação de garotos de programa para satisfazer aos seus desejos sexuais menos héteros. Pelo visto, a máquina de passar cartão do pastor aceita depósito em espécie.Caso Marco Feliciano: qual lição pode ser extraída do fato?

Patrícia Lélis 
Talvez eu comece a expor algumas pessoas antes do esperado. A começar por Marco Feliciano. Eu não fui a única mulher que ele estuprou e abusou, eu apenas fui a única em que o caso se tornou público. Feliciano, vamos falar sobre suas orgias durante o evento dos Gideões?!
 
[Foram retirados da listas de pregadores do Gideões 2022 "vários nomes importantes que eram figuras sempre presentes, como Gilmar Santos e Abílio Santana, mas manteve Marco Feliciano e Junior Trovão"]
 
Apesar de as acusações serem graves, é importante que não se generalize o segmento como um todo, porque ainda existem pessoas sérias e comprometidas com o evangelho de Cristo. Porém, se analisarmos a conduta de tais líderes com relação a seus fiéis e ao evangelho distorcido e alienante que eles lhes oferecem, é possível concluir que sacanagem é a especialidade da casa. Afinal, uma coisa puxa a outra.
 
Quem rouba milhares de pessoas pobres e carentes através da imposição do dízimo, é bem capaz de organizar surubas com o dinheiro arrecadado em nome de Deus. E tais surubas, não em nome de Deus, é claro, seriam muito mais dignas do que o falso culto que eles celebram em suas igrejas. Desde que não envolvam estupros e aliciamento de menores de idade, uma acusação que Patrícia Lélis direciona ao senador Magno Malta, e que se espera que ela também possa provar. Logo ele, que se notabilizou pela sua luta contra a pedofilia.
 
A ex-namorada de Eduardo Bolsonaro, também conhecido como “bananinha”, devido a uma revelação feita pela mesma Patrícia de que ele tinha o “mito” pequeno, também aponta Silas Malafaia como uma espécie de Sultão do meio gospel, que costuma contratar garotas de programa para alegrar os bacanais ungidos que ele gosta de organizar. É a marcha para o prazer de um dos principais defensores da família cristã e tradicional brasileira. Eu fico imaginando o Malafaia participando de uma suruba com aquela voz estridente e irritante, obrigando as “irmãs” a dizerem amém após receberem a unção seminal do seu espírito de porco. A minha dúvida é: Será que eles também vão para o inferno ou a putaria para esses "ungidos de deus" é liberada através de um excludente de ilicitude divino?
Patrícia Lélis 
@lelispatricia
E aí você também vai inventar laudo falso pra ela? Somos todas loucas mentirosas? Lembrando que: Eu jamais quis expor outras vítimas, pensei muito antes de fazer isso. Nãos sejam uns filhos da puta com outras vítimas, como muitos foram comigo!
Patrícia Lélis 
@lelispatricia
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A vítima mais recente que me procurou do Marco Feliciano, foi a Tahyline. Ela relata que foi perseguida por Feliciano e teve que chegar ao ponto de trocar se número.
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Enquanto o cabaré evangélico brasileiro vai pegando fogo, eu fico aqui lembrando das vezes em que ouvi esses homens e mulheres de Deus apontando os seus dedos sujos para o “pecado” dos outros e oferecendo o fogo do inferno para aqueles que, segundo a moralidade cristã que eles defendem, são abomináveis aos olhos de Deus. Seja pela forma como se orientam sexualmente, pela religião que praticam ou pela ideologia política que defendem. Enquanto a esquerda defende às claras uma liberdade de comportamento que os seus adeptos usam com moderação, a extrema direita, os inquisidores da liberdade alheia, se refestelam até o talo com uma liberalidade oculta e promíscua que eles abominam publicamente. Que Patrícia Lélis apresente as provas que diz ter o mais rápido possível e que tenha início o apocalipse particular de cada um desses falsos profetas usurpadores da fé alheia e profanadores do verdadeiro evangelho de Cristo.
Não fui comunicado', diz Magno Malta sobre escolha de Damares Alves -  Jornal O Globo
Patrícia Lélis 
@lelispatricia
Agora vamos expor MARISA LOBO, a psicóloga que assinou um laudo me diagnosticando como mitomaníaca SEM NUNCA TER ME CONSULTADO. A mesma que fazia aquelas loucuras da cura gay. Ela ajudava Feliciano e pastor Everaldo a lavar dinheiro nas igrejas, segue o :
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Patrícia Lélis 
@lelispatricia
A exposta dessa vez será: DAMARES ALVES. Tem cara de velha boazinha?! Tem. Mas na verdade ela sempre acobertou estupros e abusos de Magno Malta e Feliciano. Vamos aos prints:
 
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Patrícia Lélis 
@lelispatricia
Detalhe, Damares foi reclamar depois com minha mãe por causa dissoImage
 
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E eu que achava que a minha alma já estava perdida por estar no “mundo”, estou descobrindo que o meu mundo perto do mundo dessa gente é uma verdadeira igreja. Glória a Deus!

Patrícia Lélis 
@lelispatricia
Vcs estão acompanhando o caso da igreja IPDA? Que é uma briga por poder e santidade? Léia Miranda tá tendo um caso com um pastor casado da igreja. Vale lembrar que Léia é a mais conservadora dentro da ala conservadora. Uma loucura!

Cantora gospel Léia Miranda é afastada de igreja após áudio picante vazar;  artista nega ser ela - País - Diário do Nordeste

Léia Miranda teve um áudio vazado em que deixa claro um caso com um pastor casado da igreja

 

[O pastor David Miranda Neto, líder do Regenere da Igreja Deus é Amor, revelou que um laudo pericial confirmou que é a voz de sua tia Léia Miranda que aparece em um vídeo com áudios picantes.

Na conversa, Leia Miranda, que é cantora, pregadora e coordenadora geral das instituições Reviver, além de integrante do alto clero da IPDA, elogia o órgão genital do rapaz e conta detalhes de uma relação sexual com ele.

 

Na Igreja Pentecostal Deus é Amor (IPDA) existem duas alas: uma mais conservadora, que faz parte justamente Léia Miranda e a mais progressista na questão de uso e costumes – como corte de cabelo, depilação e barba para homens – comandada por David Miranda Neto, filho de Débora Miranda. 

Com o áudio vazado, uma reunião definiu que Léia fosse afastada dos púlpitos, onde costumava pregar contra o adultério e cantar hinos e da diretoria da Fundação Renascer, que cuida das obras sociais da Deus é Amor]

05
Set21

É a lógica miliciana que governa o Brasil, diz Bruno Paes Manso

Talis Andrade

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Foto: Wagner MeierPaz arma da! | Humor Político – Rir pra não chorar

 

Para o autor de ‘Repúblicas das milícias’, na cartilha de Bolsonaro, achacar alguém pelo preço do gás ou destruir uma floresta é a mesma coisa. Estamos próximos a uma República Federativa de Rio das Pedras

 

03
Set21

Rodrigo Maia diz que Jair Bolsonaro é gay: "Não consegue assumir"

Talis Andrade

 (crédito: DerreteCast/YouTube/Reprodução)

 

Ex-presidente da Câmara dos Deputados falou também que a formação militar de Bolsonaro o impede de conseguir falar sobre a orientação sexual

 
por Victória Olímpio /Correio Braziliense
 
O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (sem partido), disse, nesta sexta-feira (3/9), acreditar que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) seria homossexual, mas que não teria coragem para se assumir. Em entrevista ao podcast Derrete Cast, ele falou que o motivo de Bolsonaro não se sentir à vontade para falar sobre a suposta orientação sexual é devido à formação militar.
 

"Eu tenho uma grande dúvida [se o Bolsonaro é gay]. Eu acho que é. Não tem nenhum problema. Não tem uma mulher que ele [Bolsonaro] admire, ele não gosta", disse Maia, que, após a fala preconceituosa, tentou se justificar, afirmando que tem muitos amigos gays assumidos. O político citou ainda Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul, que recentemente se assumiu homossexual.

"Qual é o problema? Não estou brincando. Acho que esse debate tem que fazer. Ele não consegue assumir o que ele é. Falo sério. As pessoas acham que falo brincando, mas depois me dão razão", continuou, destacando que, como o mandatário "tem formação militar, que é muito reacionária, muito atrasada neste aspecto da orientação sexual, ele prefere dizer que é machão".

 

Repercussão 

 

As falas de Maia foram criticadas nas redes sociais, inclusive pelo ex-deputado federal Jean Wyllys, opositor de Bolsonaro. No Twitter, ele discordou dos comentários, apontando o presidente como homofóbico, sexista e machista.

"Querido Rodrigo Maia, deixe-me explicar uma coisa: o genocida é seguramente misógino, sexista e machista, e tem doentia fixação no coito anal e inveja do gozo da homossexualidade. Tudo isto faz dele um homofóbico, não um gay. Gay sou: ser gay tem a ver com o orgulho de ser", escreveu.

Em resposta, Maia disse: "Jean, você pode ter razão".

 

Jean aproveitou o momento para tentar explicar o próprio ponto de vista sobre a situação e apontou ainda que acredita que talvez Bolsonaro tenha "desejos e fantasias com a homossexualidade reprimidos num nível mais ou menos inconsciente que retornam na forma da homofobia".

"Nem todo homem que tem fantasias sexuais com a homossexualidade masculina, reprimidas ou não, é homossexual. Quase todos os héteros que têm essa fantasia reagem a ela com a homofobia; daí esta ser tão presente na socialização e construção da identidade masculina heterossexual", continuou.

"Há homossexuais que são obrigados pela ordem heterossexista (obrigados) a viverem vidas heterossexuais de fachada e ou a reprimirem seus desejos ou vivê-los clandestinamente. Dizemos que estes homossexuais estão no armário. Em geral, também se mostram como homofóbicos e misóginos", finalizou.

10
Set19

La censura en Río de Janeiro a un cómic con un beso gay

Talis Andrade

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por Juraima Almeida

No sucedió en un país del Medio Oriente, sino en la turística Río de Janiero, donde inspectores municipales, cumpliendo funciones de Policía Moral a las órdenes del alcalde evangélico Marcelo Crivella –aliado de Jair Bolsonaro y sobrino del dueño de la Iglesia neopentecostal Universal del Reino de Dios, Edir Macedo–, invadieron la Bienal del Libro y comenzaron a recorrer los stands de las editoriales en busca de “escenas de homosexualismo”.

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Hasta uno de los diarios más vendidos de Brasil, Folha de Sao Paulo, respondió a la homofobia del intendente de Río de Janeiro , con una tapa en homenaje al cómic del beso entre dos hombres que el político y exobispo evangélico había censurado en la Bienal Internacional. Crivella ordenó el jueves que se retiraran de los estantes 

de la exposición el cómic de Marvel «VInspectores en la Bienal del Libro de Río (Foto: gentileza Prensalibreonline).engadores, la cruzada de los niños» por considerarlo «inapropiado» para menores.

Que el ultra homofóbico Crivella, obispo de la Iglesia Universal del Reino de Dios, censura un beso gay no podía sorprender a nadie.

«Más que una iglesia, la Universal, que ahora está en decenas de países, es una mafia con vinculaciones con el crimen organizado y el lavado de dinero, que se dedica a recaudar dinero de múltiples formas y que, además de hacer millonarios a sus dueños y sus socios, ha servido para fundar un proyecto político que llevó a varios pastores al Congreso, a los ministerios y a legislaturas provinciales y locales, y, en 2016, conquistó la alcaldía de la Ciudad Maravillosa», señala Bruno Bimbi.

Fue un mega operativo, con toda la pompa, como si buscaran un cargamento con toneladas de cocaína, una bomba, el escondite de una célula terrorista o algo aún más peligroso. Pero buscaban libros. “Libros impropios”, como los calificó el alcalde. El gobierno mandó inspectores a la Bienal para retirar de circulación los libros que tuvieran contenido LGBT. No quedó claro si, luego de identificarlos y decomisarlos, organizarían una quema en alguna plaza pública, como los nazis. A este punto llegó el Brasil de Bolsonaro, señala el periodista Bruno Bimbi.

 

Pero su decisión, que fue calificada por diversas instituciones como un acto de censura, generó el efecto contrario: rápidamente los números de la historieta se agotaron y los internautas inundaron las redes con el hashtag #LeaConOrgullo, en apoyo a la causa de la comunidad LGBT (lesbianas, gays, bisexuales y transgénero).

La Justicia ya condenó el acto de homofobia del intendente y aclaró que las autoridades deben «abstenerse de confiscar obras en función de su contenido, especialmente aquellas que tratan sobre homotransexualidad», y tampoco pueden «suspender la licencia de la Bienal», de acuerdo al fallo del magistrado Heleno Nunes, quien concedió una medida cautelar al constatar una «aparente afronta a los principios constitucionales pertinentes a la libertad de expresión».

«Hay una cierta controversia en los medios por la decisión de la Alcaldía de mandar recoger los libros que tenían contenido de homosexualidad, afectando a un público infantil, juvenil», afirmó Crivella este viernes en un video publicado en su cuenta de la red Twitter. «Lo que hicimos es para defender a la familia. Ese asunto debe ser tratado en la familia, no puede ser inducido, sea en la escuela, en la edición de libros, sea donde sea», justificó.

La Bienal del Libro es uno de los mayores eventos literarios de Brasil. Además de exhibir todo tipo de publicaciones, ofrece charlas, debates y conversatorios con escritores.

La Bienal reivindicó que se trata de un festival «plural» que da «voz a todos los públicos, sin distinción, como debe ser una democracia». «La dirección del festival entiende que, en caso de que algún visitante adquiera una obra que no le agrade, tiene todo el derecho de solicitar un cambio de producto, como prevé el Código de Defensa del Consumidor», subrayaron. Inclusive, están previstos paneles de debate sobre literatura trans y LGBT, añadieron sus organizadores.

A pesar de que el Congreso -de perfil conservador- nunca legisló al respecto, un fallo de la Corte Suprema de Brasil autorizó en 2011 la unión civil entre personas del mismo sexo. Este año el país criminalizó la homofobia, equiparándola al delito de racismo, un paso importante para las minorías sexuales en uno de los países con más asesinatos de personas de la comunidad LGBT del mundo.

Antes del operativo, las autoridades de la Bienal habían recibido una intimación extrajudicial del municipio, avisando que cualquier obra con contenido homosexual debería ser cubierta con una funda negra lacrada e identificada con una advertencia, o bien retirada de circulación. Los inspectores iban con órdenes de decomisar las obras prohibidas. El inédito e ilegal acto de censura e intimidación –Crivella llegó a amenazar con clausurar la bienal, quitándole la licencia para funcionar– fue comunicado, con orgullo, por el propio alcalde, a través de un video publicado en internet.

La historia de superhéroes de 264 páginas en la que dos de sus personajes hombres son novios, llevó al evangélico Crivella a denunciar que la publicación tenía “contenido sexual para menores” y a ordenar que deje de ser exhibida para «proteger a los menores de la ciudad».

Todo comenzó por culpa de un beso. Un simple y hermoso acto de amor, protagonizado por Hulkling y Wiccan, personajes de Los Jóvenes Vengadores, versión juvenil del clásico de Marvel. El cómic donde los superhéroes gay se besan en la boca, «Vengadores: La cruzada de los niños” #9, fue publicado en 2010 en Estados Unidos y llegó a Brasil en 2016. Estaba a la venta en el stand de la editorial Panini Comics. El guionista Allan Heinberg, que trabajó en la obra junto al dibujante Jim Cheung, ya fue nominado para el premio Eisner.

La imagen del beso circuló esta semana por whatsapp y provocó la indignación de los evangélicos brasileños, entre ellos el alcalde carioca. que inmediatamente decidió que ese cómic no podría ser vendido en la Bienal y dijo que la censura era necesaria para “proteger a los menores” de la peligrosísima influencia de un beso gay, porque con los besos heterosexuales no hay problema.

Lo que vino después fue una caza de brujas comandada personalmente por el subsecretario de operaciones de la Secretaría Municipal de Orden Público, coronel Wolney Dias, con los agentes de la Policía Moral del municipio recorriendo los stands para comprobar si, además de la osadía de Hulkling y Wiccan, había algún otro libro o revista a la venta en la Bienal con Así se logró la exhibición del beso de la polémica en todos los puestos de diarios de Brasil

“escenas” de homosexualidad, o, como dice el alcalde, el homosexualismo.

Lo cierto es que la revista con el beso ya se había agotado cuando llegaron los censores: el público corrió a comprarla, algunos por curiosidad, otros como protesta. Según Folha de São Paulo, que hoy reprodujo en su tapa, gigante y a todo color, el beso prohibido, empleados de algunos stands reconocieron que recibieron órdenes para retirar cualquier obra de ese tipo, para evitar problemas.

Tras la inspección «moralizantes», otros stands colocaron en exhibición todas las obras con contenido LGBT que tenían para vender, como forma de protesta, además de emitir duros comunicados de repudio.
El youtuber brasileño Felipe Neto anunció por twitter que había comprado 10 mil libros con temática LGBT a y los distribuiría este sábado en la Bienal de forma gratuita, con un adhesivo que dice: “Este libro es impropio para personas atrasadas, retrógradas y prejuiciosas”.

Los organizadores de la Bienal recurrieron a la justicia y consiguieron una medida cautelar del juez Heleno Ribeiro Pereira Nunes, de la Quinta. Cámara Civil, que prohibía al alcalde “buscar y aprehender” obras en el evento o cancelar su licencia de funcionamiento. Pero el presidente del Tribunal de Justicia de Río de Janeiro, Claudio de Mello Tavares, dictó una nueva cautelar suspendiendo los efectos de la anterior y avalando la censura. Todo el episodio, inclusive con este preocupante aval de la justicia, es revelador del momento político que vive Brasil.

 

10
Set19

“Prefiro perder minha casa do que meu filho virar viado”: pesquisador investiga origem do voto religioso que elegeu Bolsonaro

Talis Andrade
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Cultos evangélicos vêm ganhando espaço na França, apesar da resistência francesa à "seitas", segundo o jornal Le Monde.Reprodução Twitter

 

Em julho de 2019, o jornalista norte-americano e pesquisador do The Royal Institute of International Affairs, Richard Lapper, percorreu uma série de cidades brasileiras realizando entrevistas para seu novo livro. Após 25 anos à frente da editoria de América Latina do Financial Times, ele procura investigar como os movimentos radicais cristãos, sobretudo os evangélicos neopentecostais, estariam na base da mudança populista e conservadora no Brasil. O teor ultrarreligioso e conservador do discurso brasileiro, em regiões periféricas ou grandes cidades, impressionou Lapper, entrevistado pela RFI. Um fenômeno que não seria uma prerrogativa brasileira, mas parte de um cenário mundial.

 

Uma das cidades escolhidas pelo jornalista e pesquisador Richard Lapper para visitar durante seu périplo brasileiro foi Uberlândia, no Triângulo Mineiro, a segunda maior cidade do estado de Minas Gerais. “Estava acompanhado de um membro do Partido dos Trabalhadores, que advoga para os sem-teto”, diz. “Uberlândia teve um grande fluxo migratório nos últimos 10 anos, especialmente do Norte de Minas, porque é um polo que vem crescendo por razões diferentes. Esses sem-teto são pessoas que vivem em acampamentos informais, que visitei. Estamos falando de cerca de 10 mil pessoas na periferia de Uberlândia e o advogado que me acompanhava me disse que era difícil acreditar que 60% daquelas pessoas, que teriam perdido sua casa se não fossem os movimentos sociais, tivessem votado em Bolsonaro”, relata Lapper.

A resposta sobre as razões que motivaram o voto conservador veio um pouco mais tarde naquele dia, quando uma mulher, moradora de um dos acampamentos dos sem-teto, afirmou que seria “melhor perder a minha casa do que meu filho virar viado”. São casos e relatos como o dessa sem-teto em Uberlândia que povoam o novo livro de Richard Lapper, que será publicado pela Manchester University.

A resposta da moradora que prefere perder até o que não tem, para que o filho não se torne homossexual, é sintomática de um Brasil onde internautas publicam fotos com a Bíblia em suas redes sociais, clamando ser a nova “Constituição” e onde vídeos do Youtube proliferam em tags e hashtags como “Exército de Deus”. O discurso de hipervalorização da Bíblia enquanto narrativa parece ser, segundo especialistas, uma das características do discurso religioso professado em Israel, quando o governo conservador justifica a política agressiva de assentamentos na Cisjordânia palestina de Benjamin Netanyahou, um dos raros apoios do presidente Jair Bolsonaro na cena internacional.

“Populismo nacionalista”

Segundo Lapper, “não importa se são neopentecostais, ou se são mais moderados como os luteranos e batistas, a pauta que os une, todos possuem opiniões ultraconservadoras sobre assuntos relativos a sexo e gênero”. Lapper se refere ao fenômeno como “populismo nacionalista”. “Existem algumas características que são comuns a todos eles, em diferentes lugares do mundo, seja Trump, Brexit, Orbán na Hungria, Salvini na Itália, Duterte nas Filipinas ou Bolsonaro no Brasil.  Eles não gostam do liberalismo. É claro que discordam sobre outros temas, como imigração, mas estão unidos nessa pauta. Como o apoio do [ex-conselheiro de Trump, Steven]Bannon nos Estados Unidos”, lembra.

A situação de Uberlândia encontra ecos em outras cidades brasileiras visitadas pelo experiente jornalista norte-americano, como Diadema, no ABC paulista. “Em 2006, visitei essa cidade, no sul de São Paulo, onde conversei com pessoas de um projeto educacional que focava em melhoras no ensino. A prefeitura de Diadema [o prefeito José de Fillipi Jr (PT), em seu terceiro mandato] estava melhorando os serviços em Educação, multiplicando bibliotecas, espaços para crianças”, lembra. “Conversei com essas mesmas pessoas há dois meses apenas, que me disseram: ‘Richard, duas coisas mudaram desde que você esteve aqui. Todo mundo agora aqui é empreendedor e o número de igrejas evangélicas explodiu massivamente’”, diz o pesquisador.

“Há 20 ou 30 anos atrás, o Brasil era o maior país católico do mundo em termos de população. Hoje vemos um crescimento dramático de evangélicos radicais, de neopentecostais, e esse crescimento acontece também na África, com o crescimento da Igreja Universal do Reino de Deus no continente”, diz. “Um colega meu em Moçambique me deu detalhes sobre essa rápida ascensão evangélica, mas isso ocorre também em outros países. Isso extrapola Trump ou o Brasil”, analisa.

O pesquisador lembra que um dos pontos cegos da teologia dos novos “fundamentalistas evangélicos”, é a questão da “ideologia de gênero”. “Eles são muito reativos a todos os avanços feitos pelos liberais na Europa nesse sentido, como o casamento gay, as diferentes abordagens do gênero, a transsexualidade, são coisas que os perturbam profundamente”, afirma. “Não acredito que estejam simplesmente impondo sua vontade, acho que a vitória desse discurso neorreligioso reflete um desconforto na população ordinária com estes temas”, avalia.

Richard Lapper lembra ainda o recente evento conhecido como “Dia do Fogo”, quando apoiadores de Bolsonaro na Amazônia e no Pará provocaram uma série de queimadas que repercutiram no Brasil e no mundo inteiro. “São colonos que defendem o desmatamento, em sua grande maioria evangélicos. Eles não apreciam os índios. Os evangélicos não possuem apenas um foco na ‘Teologia da Prosperidade’, mas também na ‘batalha contra Satã”, e Satã, para eles, faz parte de religiões primitivas, como o candomblé”, afirma. A análise de Lapper encontra eco na recente onda de traficantes evangélicos do Rio de Janeiro, que perpetraram uma série de ataques coordenados a religiões de matriz africana. Em algumas favelas, segundo relatos da imprensa brasileira, os chefes do tráfico chegam a proibir a prática de religiões afro e o uso de roupas brancas, relata uma reportagem do site The Intercept de 2017.

Um fenômeno mundial

Segundo dados de 2018, os evangélicos seriam hoje cerca de 640 milhões, representando ¾ do protestantismo no mundo, e um cristão em cada quatro. Segundo o Pew Research Center, os evangélicos representariam hoje cerca de 36% do eleitorado mundial, cujo exemplo mais expressivo talvez seja a direita religiosa branca norte-americana que conduziu George Bush e Donald Trump à Casa Branca. Mesmo se a pauta diverge entre as várias facções da igreja evangélica, a pauta moralista continua a mesma de sempre, com um cardápio repleto de “cura gay”, discursos inflamados contra o aborto, a sexualidade fora do casamento e a pesquisa científica em células-tronco de embriões.

No Brasil, o discurso neorreligioso alcança níveis jamais alcançados anteriormente: uma pesquisa Datafolha, realizada em julho de 2019, afirma que 7% dos brasileiros acreditam que a “Terra é plana”, fazendo eco ao movimento conhecido como “Terraplanismo”, nascido nos Estados Unidos, que afirma que as agências espaciais de todo o mundo estariam mentindo sobre o formato do planeta, para “falsificar as viagens espaciais”. O argumento, prosaico e nada ortodoxo, é um dos bastiões defendidos pelo astrólogo Olavo de Carvalho, radicado nos Estados Unidos, ideólogo e um dos principais ativos intelectuais do governo de Jair Bolsonaro no Brasil.

No resto do mundo, correntes evangélicas radicais são cada vez mais exportadas para grandes cidades da Ásia e da África, graças a um discurso religioso emocional e dogmático, que propõe soluções práticas a frustações individuais e coletivas. Segundo os especialistas do Pew Research Center, os evangélicos já seriam hoje o principal grupo religioso nos Estados Unidos, cerca de 25,4% da população. Em 2016, eles foram o principal apoio eleitoral do então candidato Donald Trump, considerado por eles como “um instrumento de Deus para fazer avançar a causa”. Um discurso similar ao do recentemente evocado num vídeo pelo pastor evangélico Edir Macedo no Brasil, ao classificar Bolsonaro como “enviado de Deus”. Segundo o Instituto Datafolha, 29% dos brasileiros se declararam evangélicos em 2016, a apenas dois anos do voto que consolidou a extrema direita no Planalto.

Na França, segundo dados do Conselho Nacional dos Evangélicos (Cnef), eles já seriam hoje mais de 650 mil, ou seja, 1/3 dos protestantes do país. Cerca de 2.500 igrejas eram associadas aoà movimento em 2017, contra 770 nos anos 1970, e uma nova igreja seria aberta a cada 10 dias em território francês. Estudos mostram que a população evangélica francesa segue as grandes correntes de imigração vindas da Ásia e da África, como os chineses, coreanos, africanos e antilhanos, e que seu sucesso seria devido ao tratamento especial devotado a expatriados e exilados. Numa Europa onde durante longos séculos a austera filial luterana do protestantismo floresceu, o terreno se abre para novos cristãos vindos de ex-colônias. O Estado laico, no entanto, parece dar as cartas na velha França, onde o proselitismo religioso continua a sofrer rejeição da maior parte da população.

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30
Ago19

Brasil vive um clima de pré-nazismo enquanto a oposição emudece

Talis Andrade

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O silêncio dos que deveriam defender a democracia pode acabar deixando o caminho aberto aos autoritários Moro, Witzel, Doria, que se sentem ainda mais fortes diante de tais silêncios

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O Brasil está vivendo, segundo analistas nacionais e internacionais, um clima político de pré-nazismo, enquanto a oposição progressista e democrática brasileira parece muda. Somente nos últimos 30 dias, de acordo com reportagem do jornal O Globo, o presidente Jair Bolsonaro proferiu 58 insultos dirigidos a 55 alvos diferentes da sociedade, dos políticos e partidos, das instituições, da imprensa e da cultura.

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E à oposição ensimesmada, que pensa que o melhor é deixar que o presidente extremista se desgaste por si mesmo, ele acaba de lhes responder que “quem manda no Brasil” é ele e, mais do que se desfazer, cresce cada dia mais e nem os militares parecem capazes de parar seus desacatos às instituições.

Há quem acredite que o Brasil vive um clima de pré-fascismo, mas os historiadores dos movimentos autoritários preferem analisá-lo à luz do nazismo de Hitler. Lembram que o fascismo se apresentou no começo como um movimento para modernizar uma Itália empobrecida e fechada ao mundo. De modo que uma figura como Marinetti, autor do movimento futurista, acabou se transformando em um fervoroso seguidor de Mussolini que terminou por arrastar seu país à guerra.

nazismo foi outra coisa. Foi um movimento de purga para tornar a Alemanha uma raça pura. Assim sobraram todos os diferentes, estrangeiros e indesejados, começando pelos judeus e os portadores de defeitos físicos que prejudicavam a raça. De modo que o nazismo se associa ao lúgubre vocábulo “deportação”, que evoca os trens do horror de homens, mulheres e crianças amontoados como animais a caminho dos campos de extermínio.

Talvez a lúgubre recordação de minha visita em junho de 1979 ao campo de concentração de Auschwitz com o papa João Paulo II tenha me feito ler com terror a palavra “deportação” usada em um decreto do ministro da Justiça de Bolsonaro, o ex-juiz Sérgio Moro, em que ele defenda que sejam “deportados” do Brasil os estrangeiros considerados perigosos.

 

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Bolsonaro, em seus poucos meses de Governo, já deixou claro que em sua política de extrema direita, autoritária e com contornos nazistas, cabem somente os que se submetem às suas ordens. Todos os outros atrapalham. Para ele, por exemplo, todos os tachados de esquerda seriam os novos judeus que deveriam ser exterminados, começando por retirá-los dos postos que ocupam na administração pública. Seu guru intelectual, Olavo de Carvalho, chegou a dizer que durante a ditadura 30.000 comunistas deveriam ter sido mortos e o presidente não teve uma palavra de repulsa. Ele mesmo já disse durante a campanha eleitoral que com ele as pessoas de esquerda deveriam se exilar ou acabariam na cadeia.

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Inimigo dos defensores dos direitos humanos, dos quais o governador do Rio, Witzel, no mais puro espírito bolsonarista, chegou a afirmar que são os culpados pelas mortes violentas nas favelas, Bolsonaro mal suporta os diferentes como os indígenas, os homossexuais, os pacíficos que ousam lhe criticar. Odeia todos aqueles que não pensam como ele e, ao estilo dos melhores ditadores, é inimigo declarado da imprensa e da informação livre.

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Sem dúvida, o Presidente tem o direito de dizer que foi escolhido nas urnas com 53% dos votos, que significaram 57 milhões de eleitores. Nesse sentido o problema não é seu. Os que votaram nele sabiam o que pensava, ainda que talvez considerassem seus desatinos de campanha como inócuos e puramente eleitoreiros. O problema, agora que se sabe a que ele veio, e que se permite insultar impunemente gregos e troianos começando pelas instituições bases da democracia, mais do que seu, é da oposição.

Essa oposição, que está muda e parece impotente e distraída, demonstra esquecer a lição da história. Em todos os movimentos autoritários do passado moderno, os grandes sacerdotes da violência começaram sendo vistos como algo inócuo. Como simples fanfarrões que ficariam somente nas palavras. Não foi assim e diante da indiferença, quando não da cumplicidade da oposição, acabaram criando holocaustos e milhões de mortos, de uma e outra vertente ideológica.

Somente os valores democráticos, a liberdade de expressão, o respeito às minorias e aos diferentes, principalmente dos mais frágeis, sempre salvaram o mundo das novas barbáries. De modo que o silêncio dos que deveriam defender a democracia pode acabar deixando o caminho aberto aos autoritários, que se sentem ainda mais fortes diante de tais silêncios.

Nunca existiram democracias sólidas, capazes de fazer frente aos arroubos autoritários, sem uma oposição igualmente séria e forte, que detenha na raiz as tentações autoritárias. Há países nos quais assim que se cria um governo oficial, imediatamente a oposição cria um governo fictício paralelo, com os mesmos ministros, encarregados de vigiar e controlar que os novos governantes sejam fieis ao que prometeram em suas campanhas e, principalmente, que não se desviem dos valores democráticos. Sem oposição, até os melhores governos acabarão prevaricando. E o grande erro das oposições, como vimos outras vezes também no Brasil, foi esperar que um presidente que começa a prevaricar e se corromper se enfraqueça sozinho. Ocorrerá o contrário. Crescerá em seu autoritarismo e quando a oposição adormecida perceber, estará derrotada e encurralada.

Nunca em muitos anos a imagem do Brasil no mundo esteve tão deteriorada e causando tantas preocupações como com essa presidência de extrema direita que parece um vendaval que está levando pelos ares as melhores essências de um povo que sempre foi amado e respeitado fora de suas fronteiras. Hoje no exterior não existe somente apreensão sobre o destino desse continente brasileiro, há também um medo real de que possa entrar em um túnel antidemocrático e de caça às bruxas que pode condicionar gravemente seu futuro. E já se fala de possíveis sanções ao Brasil por parte da Europa, em relação ao anunciado ataque ao santuário da Amazônia.

O Brasil foi forjado e misturado com o sangue de meio mundo que o fizeram mais rico e livre. Querer ressuscitar das tumbas as essências de morte do nazismo e fascismo, com a vã tentativa da busca da essência e pureza da brasilidade é uma tarefa inútil. Seria a busca de uma pureza que jamais poderá existir em um país tão rico em sua multiplicidade étnica, cultural e religiosa. Seria, além de uma quimera, um crime.

Urge que a oposição democrática e progressista brasileira desperte para colocar um freio nessa loucura que estamos vivendo e que os psicanalistas confirmam que está criando tantas vítimas de depressão ao sentirem-se esmagadas por um clima de medo e de quebra de valores que a nova força política realiza impunemente. Que a oposição se enrole em suas pequenezas partidárias e lute para ver quem vai liderar a oposição em um momento tão grave, além de mesquinho e perigoso é pueril e provinciano.

Há momentos na história de um país em que se os que deveriam defender os princípios da liberdade e da igualdade cruzam os braços diante da chegada da tirania, incapazes até de denunciá-la, amanhã pode ser tarde demais. E então de nada servirá chorar diante dos túmulos dos inocentes.

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20
Out18

KKK, eugenia, negros e Bolsonaro "totalmente um descendente europeu"

Talis Andrade

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Famoso líder da Ku Klux Klan elogia Bolsonaro: "ele soa como nós"

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Nome mais famoso da Ku Klux Klan (KKK), conhecido por defender a supremacia branca e negar o Holocausto elogia Bolsonaro: “Ele soa como nós [...] Ele é totalmente um descendente europeu”

 

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Rosto mais conhecido do grupo racista Ku Klux Klan (KKK) nos Estados Unidos, David Duke fez um raro comentário sobre a política brasileira no programa de rádio que comanda.

 

“Ele soa como nós. E também é um candidato muito forte. É um nacionalista”, disse o ex-líder da KKK sobre Jair Bolsonaro, candidato à presidência pelo PSL.

 

“Ele é totalmente um descendente europeu. Ele se parece com qualquer homem branco nos EUA, em Portugal, Espanha ou Alemanha e França. E ele está falando sobre o desastre demográfico que existe no Brasil […]”, afirmou Duke, que frequentemente classifica o prêmio Nobel da Paz sul-africano Nelson Mandela como um “terrorista”, em declaração que foi ao ar em um programa de rádio no dia 9.

 

Os KKK, como se tornaram conhecidos, começaram a atuar em 1865 nos Estados Unidos. Frequentemente usavam capuzes brancos para proteger sua identidade e fazer com que parecessem ainda mais assustadores para suas vítimas.

 

O grupo, que defende a supremacia branca sobre os negros e judeus, foi responsável ​​por muitas das torturas e linchamentos que ocorreram com os negros no país.

 

O historiador, conhecido também por negar o Holocausto, se referiu ao brasileiro como “o incrível Bolsonaro”. Na última segunda-feira, Duke compartilhou um vídeo com legendas em inglês em que o capitão reformado discursa “contra a degradação da família” e a “desconstrução da heteronormatividade”.

 

No ano passado, em palestra no clube judaico Hebraica, no Rio de Janeiro, Bolsonaro fez críticas a negros quilombolas e afirmou que “o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas, não fazem nada, eu acho que nem pra procriador servem mais”. A fala foi aplaudida por parte dos presentes, mas depois recebeu críticas de lideranças judaicas.

 

Nos anos 1960, antes de se juntar à KKK, David Duke foi membro do extinto “Partido Nazista da América”, depois renomeado para Partido Nacional Socialista das Pessoas Brancas.

 

A liderança de Duke no Klan começou em 1974 e foi retratada no no filme BlacKkKlansman (“Infiltrado na Klan”, em português), que narra a história de um policial negro que se infiltrou na Ku Klux Klan no Colorado, em 1978, e foi lançado pelo cineasta Spike Lee em agosto. O filme foi o vencedor do Grande Prêmio do Júri do festival de Cannes de 2018.

 

Autor de teses contestadas, como a que sugere que negros seriam mais violentos e teriam QI inferior aos dos brancos, Duke voltou a ganhar projeção mundial em 2016, quando passou a apoiar a campanha presidencial de Donald Trump.

David Duke

BBC News Brasil

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