Corpos da chacina policial de São Gonçalo são retirados de mangue
Trechos de reportagem de Henrique Coelho e Marina Araújo / G1
O porta-voz da PM, tenente-coronel Ivan Blaz, afirmou ainda que a quadrilha que domina as comunidades do Complexo do Salgueiro, chefiada por Antônio Ilario Ferreira, o Rabicó, se preparou para enfrentar o Bope.
“As vestimentas desses que estão sendo retirados são camufladas”, destacou Blaz. “Esse resultado [oito mortos] não é esperado em um mundo civilizado”, emendou. [É verdade. Em um mundo civilizado não existe chacina. Temos que considerar os crimes de guerra puníveis em tribunais internacionais. E que, principalmente no Rio de Janeiro, os territórios ocupados pelas milícias são considerados pelo goveno como neutros e intocáveis.
[Informa a PM:] Os incidentes no Salgueiro começaram na madrugada de sábado (20), quando o sargento Leandro Rumbelsperger da Silva, de 38 anos, do 7º BPM (São Gonçalo), foi atacado a tiros por criminosos durante um patrulhamento em Itaúna, bairro vizinho às Palmeiras e também parte do Complexo do Salgueiro. Leandro morreu no hospital.
O Batalhão de Operações Especiais (Bope) foi mobilizado, e os embates se acirraram. Na manhã de domingo (21), uma idosa foi atingida no braço por uma bala perdida.
Moradores das Palmeiras afirmaram que foi uma chacina. Os corpos eram enfileirados e cobertos por lençóis na Rua Pedro Anunciato da Cruz.
“Os corpos estão todos jogados no mangue, com sinais de tortura. As pessoas, uma jogada por cima da outra. Estava com sinal totalmente de chacina mesmo”, relatou um.
“Muito conhecido da gente aqui morreu. A gente estava gritando no mangue para ver se consegue tirar, mas todos mortos”, relatou outra.
“As mães estão entrando dentro do mangue. Com o mangue acima do joelho para poder tentar puxar os corpos”, continuou mais uma.
A Defensoria Pública do RJ afirmou, em nota, ter recebido “relatos sobre a violenta operação no Complexo do Salgueiro” e comunicou o fato ao Ministério Público, “para a adoção de medidas cabíveis a fim de interromper as violações”. [Que acredita nessa costumeira estória de medidas cabíveis?]