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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

08
Set22

7 de setembro: veja a análise de Andréia Sadi, Ana Flor, Octavio Guedes, Flávia Oliveira e Miriam Leitão

Talis Andrade

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Comentários de Lilia Schwarcz, Fabíola Cidral, Josias de Souza, Michel Alcoforado, Reinaldo Azevedo

 

As comemorações do Bicentenário da Independência aconteceram nesta quarta-feira (7) em diversas cidades do país, após dois anos de suspensão pela pandemia de Covid-19.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) fez duas aparições públicas após o desfile oficial – em Brasília e no Rio. Bolsonaro usou a data para promover comícios diante de milhares de pessoas e fez discursos nos quais pediu votos na eleição de outubro, atacou o ex-presidente Lula e puxou coro de "imbrochável" ao lado da primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Em Brasília, manifestantes a favor do presidente levaram faixas para as comemorações na Esplanada dos Ministérios. Alguns participantes levavam material com dizeres antidemocráticos e contra ministros do STF.

No Rio de Janeiro, apoiadores do presidente foram para um ato em Copacabana. Bolsonaro chegou ao Rio às 14h e participou de uma motociata antes de se juntar aos manifestantes. Em um trio elétrico alugado pelo pastor Silas Malafaia, o presidente pediu votos para reeleição.

 

Andréia Sadi

 

Na reta final para o primeiro turno, o presidente Bolsonaro "já usou o que podia da máquina pública", avalia Andréia Sadi. Para a colunista do g1, candidato busca "um último respiro".

 

Já deu Auxílio, aprovou Pec Kamikaze...Não tem fato novo na reta final. Ele precisava de uma demonstração de apoio popular [...] Foi o primeiro grande comício do presidente depois que a campanha de fato começou."

 

 

 

Quão machista é [essa tática de homens compararem mulheres]. Como se o homem pudesse fazer algum tipo de prova. 'Ela é melhor que a outra'.

 

"Na eleição isso tem uma outra conotação, um outro peso, mas para mim é o 'fim' o presidente da República sugerir esse tipo de comparação, entre primeiras-damas, que não estão concorrendo a nada. Elas não são candidatas".

"A Michelle Bolsonaro foi escalada pela campanha do presidente para que ele consiga diminuir sua rejeição [no eleitorado feminino]. [...] E a mulher eleitora não está pedindo nada relacionado à disfunção erétil. Ela está pedindo comida na mesa, segurança, educação, menos armas, etc".

 

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Ana Flor

 

"A gente sabe que a população pode pedir o que está dentro da Constituição. Quer pedir impeachment de ministro do STF, então converse com o Senado, porque é lá que cabe isso. Mas a faixa ['Bolsonaro, use as forças armadas e demita os ministros do Supremo'] é um pedido de golpe", analisou a colunista.

 

"Não está dentro do poder do presidente da República fazer isso, então há sim, entre os apoiadores de Bolsonaro quem cruza essa linha e se vira para um campo muito além da democracia", complementa Ana Flor.

Para a colunista, esse tipo de "flerte" que os apoiadores do presidente estão demonstrando não é benquisto pela maioria da população, que quer a democracia.

 

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Octavio Guedes

 

"É um vexame internacional", analisa Octavio Guedes. "Será que não tinha nada para falar, em 200 anos de Independência, que exaltar seu próprio pênis. É algo muito grotesco. Não é um discurso normal. É grotesco".

"Foi uma 'festa do eu sozinho", acrescentou. "A República não estava presente. Ele falou para os deles".

 

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Flávia Oliveira

 

A comentarista Flávia Oliveira chama atenção para a mistura do uso de dinheiro público gasto nas exibições militares juntamente com ‘indivíduos que nada tem a ver com a data cívica dos brasileiros.’

Flávia ainda avalia que a convocação feita pelo presidente em Brasília para o que chamou de ‘ato semelhante’ no Rio evidencia o caráter eleitoral do evento.

“Para o governo, para o presidente, para os coordenadores de campanha, para essa militância que foi mobilizada, não há nenhuma dúvida de que se trata de um comício de um candidato à reeleição e não de um ato de celebração da data de Independência, que envolve um Brasil muito mais diverso do que o Brasil que está representado na praia de Copacabana neste momento.”

 

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Miriam Leitão

 

A colunista Miriam Leitão definiu as aparições de Bolsonaro como mais um ataque à democracia. "Ele queria fazer uma demonstração de força e fez. Botou muita gente na rua", avalia. "Para um candidato que estava perdendo apoios e financiamentos pode dar um fôlego. A questão é que, para fazer isso, passou por cima das leis eleitorais, da Constituição do Brasil, do sentimento de país e de chefe de Estado. Ele fez um strike nas leis brasileiras, nos códigos da democracia."

 

A Constituição do Brasil não se preparou para um presidente tão desrespeitoso da lei e de seu papel"

 

 
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12
Mar22

Machismo publicitário: misoginia como tecnologia política na era do macho limítrofe

Talis Andrade

www.brasil247.com -

 

 

por Marcia Tiburi

1. Machismo estrutural é o nome que se dá à ordem dos discursos e atos dos agentes do patriarcado. O caráter estrutural do machismo tem relação com a “naturalização” dogmática da ideologia e da prática dos homens machistas. Como tudo o que é dogmático, o machismo aposta em verdades naturais e trata seus críticos como monstros “desnaturados”. 

2. Machismo publicitário é a forma do machismo na era da política reduzida à publicidade. 

3. Várias manifestações do deputado Arthur do Val recentemente envolvido no caso de assédio de mulheres ucranianas em situação de guerra, remetem à teatralidade para fins publicitários no jogo da eterna campanha política dos agentes da extrema-direita. Em 2018 Arthur do Val invadiu um evento vestindo uma roupa que imitava uma vagina, assediando e intimidando estudantes. Sempre usando de falácias, o texto do personagem, que pode ser visto na internet, prima pelo discurso grotesco, a saber, aquele que produz efeitos de poder por sua desqualificação. 

4. Para se defender da marca de assediador e de predador, o referido deputado teatralizou novamente ao ver a revolta da população e da mídia: diante das câmeras ele usou o argumento de ser um homem “jovem” e não ser “santo” como características naturais que deveriam ser aceitas por todos. O argumento falacioso da natureza masculina surge na tentativa de se defender do indefensável: as falas aporofóbicas e predatórias contra mulheres em situação de fragilização pela guerra. As multidões que criticaram a postura do deputado foram atacadas pelos agentes do MBL como se estivessem na contramão do machismo natural que, segundo o dogma patriarcal, deve ser aceito sem reclamação ou crítica. É o que vem sendo chamado de “construção da narrativa” e ela depende de teatralização e performance. 

5. A importância da teatralidade e da performance dos personagens políticos é cada vez mais evidente quando a publicidade ocupa o lugar da política. Em política sempre houve um cálculo sobre a percepção, as sensações, as emoções, os afetos e os sentimentos das massas. Mas desde que ela foi rebaixada à publicidade, tudo isso se tornou ainda mais intenso.

6. O fascismo instrumentaliza o mau gosto de uma época e o incrementa para fins políticos. Nesse sentido, o fascismo (seja o Ur-Fascismo ou o neonazifascismo contemporâneo), mais que ideologia, é uma tecnologia política que se une a outra tecnologia política; o machismo, tão antiga quanto ele. Em termos simples se pode dizer que ambos se confundem. 

ribis- marielle consciencia negra quebra placa car

7. Dois homens rasgaram uma placa de rua com o nome de Marielle Franco em 2018 em um ritual de ódio durante a campanha política. Certamente esse ritual chamou a atenção para eles que foram eleitos com muitos votos. Daniel Silveira, um desses deputados, continuou sua estratégia publicitaria para aparecer usando da agressão e da ameaça contra tudo e todos, inclusive o STF, e acabou sendo preso. Na prisão ele mudou a cena: começou a chorar para parecer frágil. No contexto do aperto, amenizar a brutalidade natural do macho parecia o melhor na modulação da sua imagem. 

8. A báscula da cena do macho brutal para o homem sensível e fragilizado nos permite lançar a categoria do “macho limítrofe” como figura especifica da teatralidade na política na era do neonazifascismo. 

9. O fascismo é todo uma encenação performática caracterizada pelo enfrentamento à democracia em uma época. 

10. Na política machista habitual os homens precisavam apenas disputar entre si. Quando surgem mulheres que ameaçam seus cargos, ou ameaçam com a imagem de uma outra política, os homens partem para a ação violenta que faz parte da sua história e é essencial à performatividade política do momento. Lembremos da força da misoginia contra Dilma Rousseff e Manuela D’Ávila. O nome de Marielle Franco continua sendo usado por nazifascistas como se fosse um troféu que anuncia do que eles são capazes. 

11. O macho limítrofe é a assinatura de um design político que dá certo: ele fornece a imagem adequada ao poder. Jair Bolsonaro venceu Fernando Haddad com o apoio da mídia corporativa golpista usando uma imagem de violência adequada às massas, às quais não era possível escolher diferentemente diante do excelente trabalho de psicopoder, ou lavagem cerebral, produzida em uma campanha publicitaria midiática que não tem fim desde 2013. O trabalho de lavagem afetiva vem sendo bem produzido no Brasil desde o advento da televisão e recentemente com as redes sociais. A sociedade inteira vive tranquilamente sob o assédio publicitário promovido nesse contexto. 

12. A característica do macho limítrofe é a vociferação misógina que permite que os holofotes se voltem para ele. Foi o que Arthur do Val sempre fez até que deixou cair a máscara. 

3. O macho limítrofe é o ator de uma série de discursos e práticas em si mesmos misóginos: ele vocifera contra mulheres para chamar a atenção sobre si. A histeria é, para ele, uma espécie de método. Em 2018, muitos brutamontes se elegeram fazendo uso da gritaria. Hoje, nas redes sociais, mesmo o mais impopular dos homens, não se contém na hora de se manifestar contra mulheres. A histeria masculina avança como histeria de massa. 

14. A histeria pode ser espontânea, mas para os homens que buscam poder, ela vem sendo instrumentalizada para seus fins. A questão é “como se capitalizar politicamente na era do espetáculo?” ou seja, como aparecer no momento em que as mulheres estão em alta na esfera pública devido à luta feminista. 

15. Feministas são agredidas diariamente com todo tipo de discurso misógino por não se renderem ao dogma machista. Elas são hereges diante do culto do macho patriarcal em todos os ambientes, sejam analógicos sejam virtuais. Mas também são usadas como alavancas por polemistas cheios de ódio. 

16. O macho limítrofe é apavorante e ameaçador. Ele representa a ameaça machista, ela mesma uma estratégia em alta desde que Bolsonaro usou o sinal de “arminha” durante sua campanha de 2018. O sucesso da ameaça já tinha sido provado em 17-04-2016 ao usar o discurso de ódio contra Dilma Roussseff elogiando seu torturador e tocando o pavor no Brasil inteiro.

17. O machismo é a ideologia que estrutura o sistema patriarcal. A ideologia é um véu que acoberta as relações de poder. É o ofuscamento da verdade do poder patriarcal que deve permanecer inquestionado para seguir intacto. Nesse contexto, o feminismo, enquanto filosofia que desmascara a ideologia, está sempre na mira da destruição do patriarcado. 

18. O machismo se renova, avançando como tecnologia política do patriarcado. Na história dos feitos políticos masculinos, os homens sempre eliminaram mulheres, lembremos de Olympe de Gouges que em 1793 desafiou o machismo com sua Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã já que as mulheres, que haviam lutado tremendamente na Revolução Francesa, haviam sido apagadas da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Ela acabou na guilhotina por não se calar. Ora, na democracia burguesa que é, na verdade, a democracia machista, não há democracia real. Hoje falamos em uma democracia radical que possa ultrapassar os limites teóricos e práticos da democracia burguesa machista e, como tal, falsa. 

19. A luta das mulheres é uma luta complexa: luta de classes, luta antirracista, luta ecologista, luta anticapacitista, luta pelo direito de existir, por igualdade, equiparação e reconhecimento. Mulheres são maioria populacional, porém até o momento são minoria política porque a violência politica de gênero é gigantesca e mortal. 

20. O jogo político masculino é um jogo narcísico e seu paradigma é homossexualista masculinista. Os homens se entendem e jogam entre eles. Ou seja, encenam entre eles. Nessa cena, mulheres são vistas como intrusas e indesejáveis. Os gays são aceitos, desde que não manifestem seu orgulho gay, pois essa manifestação tende a prejudicar o velamento, o aspecto de uma homossexualidade que só pode ser exercida se for ocultada. É todo um jogo de cena que fará o macho limítrofe aparecer e calibrar seu capital. A imagem do macho heterossexual é um valor da política e, no contexto dos extremismos, é o macho limítrofe que urra e baba que aparece para garantir a sustentação do poder masculinista.

21. A masculinidade está em crise em diversas esferas. Aos sacerdotes do machismo não basta aparecer como o macho heterossexual. O novo valor do macho limítrofe no mercado da política reduzida à publicidade vai demorar para ser superado. 

09
Set21

Ao sequestrar o Sete de Setembro, Bolsonaro certamente desagradou à caserna

Talis Andrade

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por Ricardo Bruno

- - -

Após se apropriar do verde e amarelo e da bandeira nacional, Jair Bolsonaro conseguiu ofuscar as comemorações da Independência Brasileira. Reduziu o Sete de Setembro a um espetáculo grotesco, beligerante, um revide público às instituições com viés profundamente antidemocrático.  O fez movido exclusivamente por interesses pessoais, num movimento em que sobrepôs as questões que o afligem – entre elas a possibilidade de prisão – aos valores de bravura e coragem historicamente evocados neste dia pelas Forças Armadas. 

A irresponsável subordinação dos grandes temas nacionais à pauta estreita do bolsonarismo certamente não agradou aos comandantes das tropas. A fala do general Carlos Alberto Santos Cruz de que o 7 de setembro foi sequestrado por interesses políticos não foi fortuita, fruto de um arrobo verbal disparado ao acaso. Ao contrário, representa com clareza a posição de setores importantes da caserna.

Em 199 anos de independência, pela primeira vez, um presidente da República - logo um ex -oficial do Exército Brasileiro - se coloca acima da Nação. Trata as questões penais que o adormentam com mais importância do que o conjunto de valores que dignificam a história das Forças Armadas e, de resto, do povo brasileiro. 

Historicamente, o Sete de Setembro é o momento em que as Forças Armadas exaltam a essência do patriotismo dos brasileiros, dada a importância do fato para a construção da identidade nacional. Os conceitos que fundamentam a independência constituem a base de nossa formação cívica. Nesta terça-feira, contudo, os compromissos inarredáveis de devoção pública à pátria e a seus símbolos  foram substituídos por achincalhes do presidente da República à Suprema Corte.  Assim,  valores cívicos basilares da Nação, os quais as Forças Armadas tradicionalmente exaltam e dos quais se orgulham em datas simbólicas, foram obnubilados pela fanfarronice presidencial. 

Ressalvadas as diferenças ideológicas e de caráter de seus protagonistas, a mobilização de Jair Bolsonaro para o Sete Setembro poderia ensejar a apresentação de medidas estruturais para a transformação do País, a exemplo do que fizera João Goulart com as reformas de base no comício da Central do Brasil. 

Ao juntar em praça pública a sua base de sustentação política, Bolsonaro poderia estar criando, hipoteticamente, as condições objetivas para apresentação de um conjunto de metas e diretrizes governamentais num ato altissonante em que supostamente obteria o aval popular para seus planos. Ainda que se discordasse de tudo que ele propusesse, seria inegavelmente um momento afirmativo do governo.

Nada disto aconteceu. É esperar demais de Bolsonaro. Minúsculo em tudo que faz, ele se ocupou apenas de uma contraofensiva retórica às investigações do STF que podem eventualmente levá-lo à cadeia. Capturou o sentimento pátrio do Sete de Setembro para promover uma patuscada cívica. Sequestrou valores nobres num movimento que, por baixo, malbaratou a história de bravura e coragem das tropas na construção da identidade nacional.

Ao fazê-lo, praticou crimes de responsabilidade aos borbotões numa cena pública deplorável para um país da importância e da dimensão do Brasil.

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10
Jul21

Marcia Tiburi: "vai acontecer um golpe militar que será uma caricatura de 1964"

Talis Andrade

 

 

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Vai acontecer um golpe militar e ele será uma caricatura de 1964, assim como Bolsonaro será um ditador caricatural. O golpe vai ser ainda mais grotesco do que todos os que já vimos e vamos ficar ainda mais estarrecidos do que estamos hoje.Image
Leonardo Attuch
Replying to
Todas as ditaduras são grotescas, mas esta, se vier a ocorrer, será ainda mais grotesca.

bolsonaro me ame slogn ditadura.jpeg

Meire de Assis 
Replying to
Você acha que isso é possível? Eu acho que eles ameaçam, mas não têm força para isso. Claro, sou leiga, mas acho que é só chantagismo.Image
Alliye LIRA É CÚMPLICE ♪
Replying to
Golpe vai ser a panela que vou jogar na cara do primeiro milico que vier com papinho de ditadura. Vão tudo cair do cavalo, pois estarei com os bolsos cheios de bolinhas de gude esperando por eles.
Marcelo Adnet
- Bolsonaro, entrearrotos, confessa que prevaricou
- mulher é presa por bater panela contra o presidente
- jornalistas mulheres ameaçadas pelo governo
@ArthurLira_ se mostra cúmplice e foge de seu dever.
Mais um dia normal no EvangelistãoMulher é presa em Porto Alegre por bater panela contra Bolsonaro
Luísa Martins
@julianadalpiva Embora assustador, o comportamento de Wassef infelizmente não surpreende: em 1º de outubro de 2019, ele foi até a porta do STF e me coagiu a entrar no carro dele para reclamar de uma matéria. Não é fato isolado. Minha solidariedade à incrível repórterdesenhosdonando (@desenhosdonando) | Twitter
João Villaverde
Wassef, Bolsonaro, Weintraub, Salles, Guedes, Ernesto, Kicis, Heinze, Zambelli, Garcia, Hattem, Girão, Pazuello. Que desgraça. Esse bando vai passar. Está acabando. Mas, nossa, que desgraça.
Marcelo Rubens PaivaImage
Lázaro Rosa
Todo meu respeito a essa senhora na Motociata Fascista Rio Grande do SulImage
Tiago Barbosa
A prisão ilegal de uma mulher pela PM do Rio Grande do Sul por protestar contra um genocida é de inteira responsabilidade do governador Eduardo Leite, o tucano vestido de democrata pela Globo para enfrentar Lula. Não adianta marketing de sair do armário quando a alma é fascista.
Lafa
@UltraLafa
 
 
 
30
Jan21

Ruy Castro: Bolsonaro rebaixou o Brasil ao nível de estrebaria de quartel

Talis Andrade

 

branco exercito trabalha trabalha trabalha.jpg

 

247 - Em sua coluna publicada no jornal Folha de S.Paulo, o escritor Ruy Castro afirma que Jair Bolsonaro foi "quem rebaixou o Brasil ao nível de estrebaria de quartel, ao inundar os lares com um vídeo sobre golden shower, chamar um jornalista para a briga ('Minha vontade é encher a sua boca de porrada!') e ejacular mais palavrões numa reunião ministerial do que em todas as reuniões ministeriais somadas desde 1889".

No texto, Ruy Castro destaca que, "desde sua posse, Jair Bolsonaro já foi chamado de cretino, grosseiro, despreparado, irresponsável, omisso, analfabeto, homófobo, mentiroso, escatológico, cínico, arrogante, desequilibrado, demente, incendiário, torturador, golpista, racista, fascista, nazista, xenófobo, miliciano, criminoso, psicopata e genocida". 

"Nenhum outro governante brasileiro foi agraciado com tantos epítetos, a provar que a língua é rica o bastante para definir o pior presidente da história do país. Mas é inútil, porque nada ofende Bolsonaro. Ele se identifica com cada desaforo".

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14
Nov20

“Canalhas”, diz Cristina Serra a quem contribuiu para que Bolsonaro chegasse ao poder

Talis Andrade

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247 - A jornalista Cristina Serra observa que muitos dos que apoiaram a chegada de Jair Bolsonaro ao poder “agora fingem espanto cada vez que ele aumenta a voltagem das barbaridades que despeja de sua boca pestilenta. Teve até general escrevendo cartinha lamuriosa. Sentem-se traídos? Bem feito”.

“Bolsonaro arrasta o país ao ridículo mundial junto com sua figura grotesca, capaz de comemorar a interrupção dos testes da vacina contra a Covid e de lançar suspeitas infundadas sobre a imunização; aparelhar a Anvisa e destruir o que resta da credibilidade do órgão regulador, num momento em que a pandemia está longe de ser controlada. Isso é um crime contra o país”, diz a jornalista em sua coluna deste sábado (14) na Folha de S. Paulo.

“No Amapá, o clima é de convulsão social em consequência do apagão de energia. Há mais de dez dias, a população se tornou refém da inépcia da empresa transmissora e das autoridades, em todos os níveis. Abandono não é novidade nos confins da Amazônia. E qual o plano dos fardados para a região ? Controlar ONGs e levar embaixadores para um passeio”, destaca.

“Bolsonaro nos legará um farrapo de país. Na mesma cerimônia, disse: "Não estou preocupado com minha biografia, se é que tenho biografia". Nisso, ele tem razão. Bolsonaro e família não têm biografia. Sua história será contada nos arquivos policiais”, diz Cristina no texto.

“Aos que contribuíram para o estado de coisas que levou à sua eleição, aos que o naturalizam como figura normal do jogo democrático, aos que lhe dão sustentação política, evoco Tancredo Neves em 1964. Canalhas, canalhas, canalhas!”, finaliza. 

 
01
Nov20

De vexame em vexame, nos convencemos que o Brasil não tem mais graça

Talis Andrade

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'BUTTOCKS' E CUECA
 
por Luis Fernando Veríssimo
- - -
 
O jornal The Guardian, da Inglaterra, deu a notícia com precisão anatômica: o senador Chico Rodrigues estava com dinheiro entre seus “buttocks”, nádegas. A imprensa brasileira preferiu localizar o inusitado cofre do senador numa vaga “cueca”, que abrange as nádegas, mas, desculpe, não vai tão fundo. Ou o Guardian tem informantes que ninguém mais tem sobre os hábitos do senador, ou está querendo nos anarquizar – ou precisa explicar seu noticiário exclusivo. Ou então o que deve ser estudado é a opção da imprensa nacional pela cueca em vez dos mais desmoralizantes “buttocks”. Por que escolheram a menos desmoralizante?
 
Minha interpretação é que, com o dinheiro escondido nos fundilhos do senador, chegamos a uma espécie de limite de tolerância com nós mesmos. Não nos aguentamos mais. De vexame em vexame, culminando, desculpe, com a história do dinheiro entre os “buttocks”, ou na cueca, nos convencemos que o Brasil não tem mais graça. Não somos mais nem folclóricos, o folclore que nos redimia amargou. Ficamos grotescos, reduzidos às peculiaridades que nos caracterizavam quando éramos simpáticos e hoje só divertem o mundo.
 
Chargistas e humoristas não receberam ordens para maneirar quando afundam, desculpe, no assunto, claro. Estão apenas fazendo o que fazem muito bem, e dinheiro entre “buttocks” ou na cueca do vice-líder no Senado de um governo que iria acabar com a corrupção é um assunto irresistível demais, e as piadas não acabam. Mas imagino que o sentimento que predomina até entre os mais acerbos críticos desse governo é o de tristeza. Uma tristeza imensa, continental, amazônica. O que fizeram do Brasil! Aquele país tão promissor, que fim levou? Para onde o levaram?
 
Eu acho que os vexames começaram junto com o governo Bolsonaro, quando o presidente recém-eleito comentou que um dos seus filhos poderia ser o embaixador brasileiro em Washington – e ninguém reagiu. Tínhamos ali uma medida do homem e uma oportunidade de chamá-lo para a realidade, mas ninguém reagiu. Depois, ficou tarde e multiplicaram-se os vexames.

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22
Out20

Veríssimo: Bolsonoro é o governo do vexame continuado e sem graça

Talis Andrade

 

247 - "De vexame em vexame, culminando, desculpe, com a história do dinheiro entre os 'buttocks' ou na cueca, nos convencemos de que o Brasil não tem mais graça", afirmou o escritor Luis Fernando Verissimo em sua coluna publicada no jornal O Globo

"Não somos mais nem folclóricos, o folclore que nos redimia amargou. Ficamos grotescos, reduzidos às peculiaridades que nos caracterizavam quando éramos simpáticos e hoje só divertem o mundo".

De acordo com o escritor, "os vexames começaram junto com o governo Bolsonaro, quando o presidente recém-eleito comentou que um dos seus filhos poderia ser o embaixador brasileiro em Washington — e ninguém reagiu". 

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22
Out20

Bolsonaro, Exército e política homicida. E a pressão dos EUA contra a China

Ainda sobre o cancelamento da compra de 46 milhões de doses da CoronaVac por parte de Jair Bolsonaro

Talis Andrade

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por Reilnaldo Azevedo

- - -

Jair Bolsonaro protagoniza o espetáculo mais grotesco de sua lastimável trajetória na vida pública. Raramente vileza e pusilanimidade se casaram de forma tão virulenta — palavra especialmente eloquente para o caso — como agora. A atitude que tomou, suspendendo o protocolo firmado entre o Ministério da Saúde e o Instituto Butantan para a aquisição de 46 milhões de doses da CoronaVac, está abaixo até mesmo dos piores momentos daquele deputado estupidamente folclórico, que pertencia à periferia do baixo clero. Vejam o que a destruição da política institucional, causada pelo moralismo estúpido, fez pelo Brasil: permitiu que um celerado chegasse à Presidência da República. Por seu comportamento irresponsável, pode-se deduzir que já induziu milhares à contaminação e à morte.

Há pesquisas quantitativas a respeito, diga-se. Uma delas, realizada pelas universidades da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, e Bocconi, na Itália, publicada em maio, evidenciava que as cidades que mais votaram em Bolsonaro tinham uma taxa de contaminação 18,9% maior do que as menos "bolsonarizadas". Um segundo estudo é mais recente, com dados divulgados neste mês, numa parceria entre a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o IRD (Instituto Francês de Pesquisa para o Desenvolvimento). A conclusão é a mesma: os estragos provocados pelo vírus e pela doença são bem maiores nas cidades mais simpáticas ao presidente. De acordo com este segundo levantamento, para cada 10 pontos percentuais a mais de votos para o atual presidente, há um acréscimo de 11% no número de casos e de 12% no número de mortos.

Vale dizer: a crença em Bolsonaro e a descrença na ciência matam. E daí? Ele segue, pelo visto, reivindicando a sua cota de mortos.

O general Eduardo Pazuello, ministro da Saúde — que contraiu Covid-19 — já é o mais desmoralizado de todos os que passaram pela pasta na história. As Forças Armadas, que colonizaram o governo, com o patrocínio do presidente, são sócias do desastre em curso. Voltaram ao poder para ter sua honra enlameada em troca de uma penca de cargos. Deixaram a condição de entes que servem ao Estado para servir a um governo doidivanas e potencialmente homicida. Merecem o epíteto de Forças Armadas da Boquinha — ou, então, que seus homens deixem a administração e voltem para seus afazeres, distanciando-se da baixa política.

As barbaridades ditas por Bolsonaro em entrevista deixam entrever a suspeita de que ele pode tentar instrumentalizar a Anvisa para inviabilizar a CoronaVac. Fez ataques absolutamente infundados à vacina, pondo em dúvida a sua segurança, sem dispor de um miserável dado a respeito. Como admitiu nota do próprio Ministério da Saúde nesta terça, antes de o presidente desmoralizar o ministro, 75% das vacinas aplicadas no Brasil são produzidas pelo Instituto Butantan, de renome internacional.

Bolsonaro está apenas fazendo política rasa para atacar um adversário. Além de ser uma atitude burra, já que poderia ser sócio político do eventual sucesso da CoronaVac, está pondo em risco a saúde da população e alimentando teorias conspiratórias contra a vacina, o que certamente concorrerá para que muita gente resolva fugir da imunização — por meio dessa vacina ou de outra qualquer. E isso tudo com que propósito? Atacar um adversário político apenas? Ou há mais?

O presidente empregou duas vezes, diga-se, a palavra "inalar". Em ambas, de modo impróprio. Estamos vivendo as consequências de uma espécie de delírio coletivo, motivado pela razia provocada na chamada política tradicional. Somos governados por um líder que não conhece o vocabulário básico dominado por pessoas acima da linha da normalidade, ainda que sem instrução. Vive, de resto, cercado por uma súcia de extremistas, que precisam, de vez em quando, ganhar uma batalha. Como o extremismo ideológico tem perdido algumas pelejas para o Centrão, ele resolveu fazer uma concessão aos brucutus: e o fator de ajuste com seus malucos é a saúde dos brasileiros.

De resto, como ignorar? Bolsonaro concedeu uma entrevista anti-China depois de se encontrar com a delegação americana chefiada pelo embaixador Robert O'Brian. O grupo está no Brasil justamente para fazer carga contra os chineses. Tudo indica que a saúde dos brasileiros está sendo usada para o presidente, mais uma vez, se ajoelhar no altar de Donald Trump, que, tudo o mais constante, será banido do poder.

Cabem as perguntas: em benefício de quem e a troco de quê? 

 

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