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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

06
Fev23

Daniel Silveira pode apodrecer na cadeia

Talis Andrade

 

Charge: Amarildo

 

Por Altamiro Borges

O brutamonte bolsonarista Daniel Silveira corre o sério risco de apodrecer na cadeia, abandonado pelos seus comparsas e totalmente endividado. Um dia após perder sua imunidade parlamentar, o ex-deputado federal pelo PTB do Rio de Janeiro foi preso em Petrópolis, na quinta-feira (2), por descumprir 175 vezes medidas cautelares definidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Poucas horas depois, o troglodita ainda foi dedurado friamente pelo senador Marcos do Val (Podemos-ES) de ter participado de uma patética trama golpista juntamente com o ex-presidente fujão. 

Multas de quase R$ 4,4 milhões

 
Na sentença que determinou originalmente a sua detenção, Daniel Silveira foi acusado pelo ministro Alexandre de Moraes de violar várias cautelares – como o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de utilizar suas redes sociais e a concessão de entrevistas. Por essas violações, o ex-parlamentar já acumula multas de quase R$ 4,4 milhões, segundo balanço feito pelo STF em 15 de dezembro. No documento em que pede sua prisão, o ministro argumenta que o bolsonarista danificou o equipamento de monitoração eletrônica e que segue com seus ataques ao Supremo e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

“Como se vê, nem mesmo o elevado valor das multas acumuladas em seu desfavor foi suficiente para cessar o periculum libertatis do réu condenado, não se notando, do contexto fático-probatório, qualquer efeito intimidatório da medida cautelar pecuniária... As condutas do réu, que insiste em desrespeitar as medidas cautelares impostas nestes autos e referendadas pelo Plenário do STF, revelam o seu completo desprezo pelo Poder Judiciário”, afirma a sentença. 

Pela decisão, Daniel Silveira fica proibido de receber visitas na cadeia, salvo dos seus advogados. Ele também não poderá conceder quaisquer entrevistas, somente mediante autorização expressa do STF. “A ordem de prisão foi acompanhada de busca e apreensão de armas, munições, computadores, tablets, celulares e outros dispositivos eletrônicos, bem como do passaporte dele. Moraes ainda expediu ofício à Polícia Federal (PF) para suspender seu porte de armas de fogo. O Exército também deverá suspender imediatamente certificados de registro como colecionador de armas”, relata o site Metrópoles. 

R$ 270 mil em espécie na residência do miliciano

A operação de busca e apreensão em sua residência ainda resultou em outro complicador para o bolsonarista. Segundo a Folha, a Polícia Federal encontrou R$ 270 mil em espécie no local. O seu advogado jura que “o dinheiro vivo achado é do salário como deputado”, mas o jornal desmascara a farsa: “Durante as eleições para concorrer a uma vaga no Senado em 2022, a referida quantia não foi declarada integralmente ao TSE. O então parlamentar informou à Justiça um total de R$ 327.002,39 em bens, sendo R$ 132 mil em espécie. O valor é R$ 138 mil menor do que foi encontrado em sua residência”. 

Já bastante enrascado, o brutamonte bolsonarista ainda foi surpreendido com a explícita delação do seu ex-compadre, o também militar Marcos do Val. O senador capixaba enviou mensagem ao ministro Alexandre de Moraes responsabilizando Daniel Silveira como autor do “golpe Tabajara” tramado juntamente com o ex-presidente da República. Ele até tenta livrar a cara de Jair Bolsonaro, depois de acusá-lo em entrevista à revista Veja, mais dedura integralmente o atual presidiário – o que pode agravar ainda mais a sua pena na cadeia. 

Ex-deputado marombado vai levar a culpa sozinho?

Diante desse cenário, Chico Alves questiona no site UOL: “Daniel Silveira aceitará levar sozinho a culpa pela conspiração golpista?”. Para o jornalista, a situação do paquiderme é terrível. “Na segunda versão da confusa história de Marcos do Val, Silveira aparece praticamente como vilão único, o personagem que tentava convencer outros dois a grampear o ministro Alexandre de Moraes”. 

“É comum em tramas mafiosas e milicianas que, quando são flagrados pelos agentes da lei, criminosos convençam um elemento da quadrilha a carregar todas as culpas para livrar o chefe. Além de assistência jurídica, essas figuras recebem recompensa em dinheiro pelo tempo que eventualmente ficarem presas e outras benesses. Seria esse o caso de Daniel Silveira? O ex-deputado marombado, bolsonarista de carteirinha, vai aceitar levar sozinho e calado a culpa por mais essa acusação, ainda mais grave que as outras pelas quais está sendo processado?”.
21
Jan23

Parlamento Europeu condena ataques contra democracia brasileira em resolução

Talis Andrade
 
 
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O Parlamento Europeu condenou nesta quinta-feira (19) os ataques às instituições democráticas no Brasil, em 8 de janeiro, em uma resolução. Apesar de não ter poder de lei, o documento, que pede punição para os envolvidos, é um instrumento de pressão, especialmente para isolar ainda mais o ex-presidente Jair Bolsonaro.

A resolução, aprovada por 319 votos a favor, 46 contra e 74 abstenções, destaca que “milhares de militantes da extrema direita e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio da Alvorada em Brasília, pedindo uma intervenção militar para derrubar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.” 

De acordo com o documento, todos envolvidos nas “ações criminosas perpetradas por apoiadores do ex-presidente Bolsonaro” devem ser identificados, processados e responsabilizados, incluindo os instigadores, organizadores e financiadores, bem como as instituições do Estado que falharam em prevenir esses ataques.

No documento, o Legislativo europeu lamenta as tentativas do ex-presidente Bolsonaro e de alguns de seus apoiadores políticos em “desacreditar o sistema de votação e as autoridades eleitorais, apesar de não haver indícios de fraude eleitoral”, e os insta a aceitar o resultado democrático das eleições.

Manifestantes, partidários do ex-presidente Jair Bolsonaro no prédio do Congresso Nacional, em 8 de janeiro de 2023.
Manifestantes, partidários do ex-presidente Jair Bolsonaro no prédio do Congresso Nacional, em 8 de janeiro de 2023. AP - Eraldo Peres
 
 

O texto ainda destaca a aprovação pelo STF de um pedido do Ministério Público Federal para investigar o ex-presidente Bolsonaro, pois ele “pode ter contribuído, de maneira muito relevante, para a ocorrência de atos criminosos e terroristas”.

 

Preocupação com omissões

 

Os parlamentares europeus também manifestaram preocupação com “atos e omissões de agentes públicos”, em especial do ex-governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, que foi afastado do cargo, e do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, que está preso.

Além disso, os deputados ressaltaram a condenação unânime da comunidade internacional aos ataques em Brasília e estabeleceram um paralelo com a invasão no Capitólio, em Washington, um ano antes, quando seguidores do então presidente dos EUA, Donald Trump, invadiram o prédio do Legislativo americano, em uma tentativa de impedir a certificação da vitória de Joe Biden. 

A resolução aprovada pelo Parlamento Europeu reconhece “a conexão entre o crescente fascismo transnacional, racismo, extremismo e os eventos em Brasília, e o ocorrido no Capitólio dos EUA, em janeiro de 2021.”

 

 

19
Jan23

‘Desbolsonarização’ do governo foi imposta pelo golpismo

Talis Andrade

A desbolsonarização

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por Fernando Brito

- - -

É doentia a atitude de quem, na política e na mídia, quer dar ar de “caças às bruxas” à remoção dos grupos remanescentes do bolsonarismo na administração federal.

Os afastamentos são muito poucos, perto da gravidade que se revelou na inacreditável omissão dos agentes públicos, civis e militares, mais chocantes a cada sequência de imagens do 8 de janeiro que é publicada, mostrando que a sede do governo brasileiro foi escancarada e abandonada às hordas que o atacaram naquele domingo.

Ainda mais quando se vê a resistência destemida da Polícia Legislativa, diante da invasão do Senado, fica claro que o Palácio do Planalto estava abandonado pelo Gabinete de Segurança Institucional e pelo Batalhão da Guarda Presidencial, a quem competia guardá-los.

Não é possível, diante disso, manter pessoas que, antes de serem servidores, mostraram, por seus atos, serem agentes do golpismo. Não só devem ser afastados, como responsabilizados administrativa e penalmente.

Na área militar, isso é ainda mais necessário. E deveria partir dos próprios comandos, a menos que queiram ser vistos – como está acontecendo com os acampamentos golpistas – como cúmplices dos depredadores.

Não se lhes pede submissão política, pede-se algo que deveria antes ser uma exigência no trato com militares: a lealdade, aquela que permite divergir sem desconfiar.

Mas se enganam se acham que Lula está atemorizado ou que vá aceitar algum tipo de tutela em troca de ser “tolerado”. Não o fará.

É o comportamento dúbio das Forças Armadas que as coloca numa posição de fraqueza, ao menos para que cometam a insensatez de colocarem-se fora do comando presidencial, porque isso é igualá-las ao bolsonarismo a seus selvagens, sobretudo depois do 8 de janeiro.

E, claro, a “minuta do golpe”, que as colocavam como vanguarda da ofensiva golpista sobre o resultado das eleições. Se era à revelia, que o provem.

Se não exorcizarem o fantasma, serão permanentemente assombrados por ele.

 

16
Jan23

Novas imagens do terrorismo bolsonarista justificam intervenção no DF, prisões, buscas e apreensões, diz Dino

Talis Andrade
www.brasil247.com -
Foto: Reprodução/TV Globo

 

Globo divulga imagem de terrorista bolsonarista que quebrou relógio de Dom João VI e tela de Di Cavalcanti

 

247 - Em sua reportagem de principal destaque, o global Fantástico exibiu na noite deste domingo (15) imagens inéditas das câmeras de segurança do Palácio do Planalto no fatídico dia em que a democracia foi ameaçada por terroristas bolsonaristas. 

Entre as cenas registradas está o momento em que os terroristas destroem o relógio trazido ao Brasil por dom João VI em 1808. A peça, considerada rara, foi dada de presente ao rei português pela corte de Luís XIV, da França. 

 

As imagens também mostram o momento em que o painel de  Di Cavalcanti é esfaqueado pelos extremistas. 

Nas redes, a imagem do extremista (clique aqui) que destruiu o relógio viralizou e os internautas buscam saber sua identidade. 

Além de uma crise política que colocou o Brasil nos holofotes do mundo, a invasão dos prédios dos Três Poderes por bolsonaristas danificou ou destruiu partes importantes do patrimônio arquitetônico e cultural de Brasília. No vídeo "As relíquias vandalizadas por bolsonaristas", a repórter Giulia Granchi mostra obras de arte e outros itens que foram alvo das invasões ao Palácio do Planalto, ao Congresso Nacional e à sede do Supremo Tribunal Federal, o STF.

 

Imagens exibidas pela TV Globo mostram a "imprescindibilidade" das medidas adotadas pelo governo Lula, afirma o ministro Flávio Dino

 

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB), afirmou pelo Twitter na noite deste domingo (15) que as novas imagens, divulgadas pela TV Globo, dos atentados terroristas promovidos por bolsonaristas em Brasília no último dia 8 justificam as medidas adotadas pelo governo Lula (PT) para a garantia da ordem. 

"As imagens exibidas pelo Fantástico mostram a imprescindibilidade das medidas adotadas desde a tarde do domingo: intervenção federal no DF; cerca de 1.500 pessoas presas; buscas e apreensões; ações de indenização", disse.

O ministro ainda prometeu: "as investigações estão apenas começando e não vão parar" (veja as imagens do quebra-quebra).

A gentalha, os fanáticos religiosos, os agitadores bolsonaristas, os golpistas, os terroristas foram atiçados por políticos nazifascistas (André Fernandes, Bia Kicis, Paulo Bilynsky, José Medeiros, Luiz Philippe Orleans e Bragança, Silvia Waiãpi,  Clarissa Tércio, Ricardo Barros, Luiz de Franca e Silva Meira, Evandro Gonçalves da Silva Júnior), e pela propaganda de jornalistas da extrema direita, e acoitados nos acampamentos de porta de quartel pelos marechais de contracheque de Bolsonaro.

 

13
Jan23

"Brasil, democracia ferida, mas viva", destaca imprensa francesa

Talis Andrade
Uma pessoa segura um cartaz com as palavras "Terrorismo, Vandalismo, Sem Anistia, Eles terão que pagar" durante uma manifestação de imigrantes brasileiros para apoiar a democracia brasileira, em Lisboa, Portugal, quarta-feira, 11 de janeiro de 2023.
Uma pessoa segura um cartaz com as palavras "Terrorismo, Vandalismo, Sem Anistia, Eles terão que pagar" durante uma manifestação de imigrantes brasileiros para apoiar a democracia brasileira, em Lisboa, Portugal, quarta-feira, 11 de janeiro de 2023. AP - Armando Franca

Os jornais franceses desta sexta-feira (13) continuam repercutindo a invasão de prédios públicos por vândalos em Brasília, no último domingo (8). Artigo publicado no Le Figaro aponta que os protestos poderiam beneficiar o presidente Lula, que recebeu forte apoio internacional.

"China, Estados Unidos, de Moscou a Berlim, de Paris a Caracas, as mensagens de apoio se multiplicam", ainda que uma pesquisa citada pelo diário aponte que apenas 18,5% dos brasileiros dizem rejeitar o que se passou, outros 18,5% estão de acordo com as manifestações e 10,5% estimam que a invasão foi justificada. 

"Esse assalto violento contra símbolos da democracia brasileira deram oportunidade ao governo Lula de mostrar firmeza e começar um processo de desmilitarização da função pública e de punir os representates das forças de ordem mais extremistas", diz a reportagem. Além de "persuadir os opositores de Lula de que o caminho democrático é a única opção". 

Democracia viva, ainda que ferida

O jornal Libération publica uma crônica com o título "Brasil, democracia ferida, mas viva". Assinado pela acadêmica Nadia Vargaftig, da universidade de Reims, o texto diz que "partidários do ex-presidente Jair Bolsonaro responderam a apelos fanáticos, reforçados durante meses nas redes sociais, para rejeitarem o resultado das eleições" de outubro.

 

 

A autora destaca que "diversos objetos que contam a história das artes decorativas brasileiras, do reinado de Dom Pedro II à metade do século XX, foram alvo da raiva da extrema direita". Ela cita, em particular, o quadro "As Mulatas" do pintor Di Cavalcanti que "representa a mestiçagem brasileira". 

O artigo segue dizendo que a morte de Marielle Franco, em 2018, "já era um sinal de uma atmosfera política de dar náuseas", isso após o impeachtment de Dilma Rousseff e a prisão de Lula. 

Para a autora, contudo, as nomeações da indígena Sônia Guajajara e de Anielle Franco, irmã de Marielle Franco, para cargos no governo são sinais de uma democracia viva, ainda que ferida.   

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