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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

11
Abr22

Basta de ordem unida vamos aprender a dançar e cantar o frevo

Talis Andrade

frevo.jpg

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Flaira Ferro

 

O Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares é uma iniciativa do Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Defesa, que apresenta um conceito de gestão nas áreas educacional, didático-pedagógica e administrativa com a participação do corpo docente da escola e apoio dos militares.

O Estado do Paraná da supremacia branca, do racismo, do conservadorismo, do prefeito de Curitiba que tem nojo de pobre, do Ratinho pai que ameaça mulheres de morte, do Ratinho Filho também podre de rico, seguindo a política da extrema direita do governador Richa, danou-se a criar escolas cívico-militares. Foi a represália, o castigo imposto pela ousadia dos estudantes com o Movimento Ocupa Escola.

As escolas cívico-militares é uma pobre compensação, que nas escolas militares impera o corporativismo. A prioridade das matrículas uma herança dos filhos dos militares. 

As escolas cívico-militares ensinam ordem unida, valores do conservadorismo caduco da Tradição, Família, Propriedade - a triunfante TFP da pregação do golpe de 1964, misturada com a Teologia da Prosperidade da campanha bolsonarista de 2018, bem representada pelos pastores dos negócios da educação, e pelos coronéis da vacina na militarização do Ministério da Saúde.Nenhuma descrição de foto disponível.

Ana Júlia Ribeiro Ocupa Escola

 

Duvido nas escolas militares e nas escolas cívico-militares um movimento ocupa escola para prostestar contra o kit robótica (roubótica), para um exemplo. Duvido chegar uma Ana Júlia, que liderou o Ocupa Escola no Paraná, para falar na sala de aula:

"O pior ministro da educação da história acaba de ser exonerado. Milton Ribeiro sucedeu o pior ministro da educação da História, Abraham Weintraub, que sucedeu o pior ministro da educação da história, Vélez, e deve dar lugar, mais uma vez, ao pior ministro da educação da história.

Milton Ribeiro correu e se escondeu pra evitar que o governo sangrasse com mais um escândalo. Mas e agora? Os atos do ex-ministro precisam ser investigados e punidos".

O governo Bolsonaro forma o aluno disciplinado, obediente, subordinado, hierarquizado, nivelado, passivo, decoreba, elogiado pelo comportamento automático, treinado na ordem unida, no passo de ganso. Um estudante robotizado. 

A corrupção do Mec vai além da comelança do dinheiro público. 

Não vou teorizar aqui. 

E sim propor a volta das aulas de História. 

Que a ginástica da ordem unida e as aulas de hinos marciais sejam substituídas pelo frevo. O frevo é ritmo, arte, educação física, ginástica, dança, cântico, poesia, música, cultura popuar, alegria, liberdade, democracia, fraternidade, igualdade, felicidade, (re) união, união, povo. 

Ditadura nunca mais

Tortura nunca mais

Exílio nunca mais

A Democracia não constrói cemitérios clandestinos

13
Nov21

Papa Francisco: “É hora de devolver a palavra aos pobres”

Talis Andrade

São Francisco nas expressões artísticas - Comunidade Católica Shalom

 

Na manhã dessa sexta-feira, o Santo Padre Francisco presidiu o Encontro de Oração e Testemunhos em Assis, onde se encontrou com um grupo de 500 pobres provenientes de várias partes da Europa, para um momento de escuta e oração. O encontro ocorreu por ocasião do V Dia Mundial dos Pobres, que se celebra no domingo, 14 de novembro de 2021.

Ao chegar a Assis, antes de chegar em Santa Maria dos Anjos, o Santo Padre dirigiu-se ao Mosteiro de Santa Clara para um breve encontro com a comunidade das clarissas.

Chegando à Basílica de Santa Maria dos Anjos, o Santo Padre foi acolhido no adro por algumas autoridades. Depois, três pobres dirigiram palavras de boas-vindas e entregaram simbolicamente a capa e o bastão do Peregrino ao Papa Francisco, indicando que todos foram como peregrinos aos lugares de São Francisco para escutar a sua palavra.

Posteriormente, o Santo Padre entrou na basílica e foi à Porciúncula, onde parou para rezar por alguns minutos. Depois de vários testemunhos, o papa proferiu o seu discurso.

O sítio da Santa Sé publicou o discurso que o Santo Padre dirigiu aos presentes durante o encontro. A tradução é de Moisés Sbardelotto.Pin on Imagens Católicas

Discurso do Papa Francisco no encontro de oração e testemunhos em Assis

Caros irmãos e irmãs, bom dia!

Agradeço-lhes por terem aceito o meu convite – mas fui eu o convidado! – para celebrar aqui em Assis, na cidade de São Francisco, o quinto Dia Mundial dos Pobres, que ocorre depois de amanhã. É uma ideia que nasceu de vocês, cresceu e já chegamos à quinta [edição]. Assis não é uma cidade como outra qualquer: Assis traz impresso o rosto de São Francisco. Pensar que, entre estas estradas, ele viveu a sua juventude inquieta, recebeu o chamado a viver o Evangelho ao pé da letra é, para nós, uma lição fundamental. Certamente, em certo sentido, a sua santidade nos faz estremecer, porque parece impossível poder imitá-lo. Mas, depois, no momento em que lembramos alguns momentos da sua vida, aqueles “fioretti” que foram recolhidos para mostrar a beleza da sua vocação, sentimo-nos atraídos por essa simplicidade de coração e simplicidade de vida: é a própria atração de Cristo, do Evangelho. São fatos da vida que valem mais do que as pregações.

Gosto de recordar um deles, que expressa bem a personalidade do Pobrezinho (cf. Fioretti, cap. 13: Fonti Francescane, 1841-1842). Ele e o frei Masseo haviam se posto em viagem para chegar à França, mas não haviam levado provisões com eles. Em certo ponto, tiveram que começar a pedir caridade. Francisco foi para um lado, e o frei Masseo, para outro. Mas, como contam os Fioretti, Francisco era de estatura pequena e quem não o conhecia o considerava um “mendigo”; em vez disso, frei Masseo “era um homem grande e belo”. Foi assim que São Francisco mal conseguiu recolher alguns pedaços de pão duro e velho, enquanto o frei Masseo recolheu belos pedaços de pão bom.

Quando os dois se reencontraram, sentaram-se no chão e, em uma pedra, puseram o que haviam recolhido. Vendo os pedaços de pão recolhidos pelo frade, Francisco disse: “Frei Masseo, nós não somos dignos deste grande tesouro”. O frade, admirado, respondeu: “Padre Francisco, como é possível falar de tesouro onde há tanta pobreza e faltam até as coisas necessárias?”. Francisco respondeu: “É precisamente isso que considero um grande tesouro, porque não há nada, mas o que temos foi doado pela Providência que nos deu este pão”. Eis o ensinamento que São Francisco nos dá: saber se contentar com aquele pouco que temos e compartilhá-lo com os outros.

Estamos aqui na Porciúncula, uma das igrejas que São Francisco pensava em restaurar, depois que Jesus lhe pedira para “reparar a sua casa”. Então, ele nunca teria pensado que o Senhor lhe pediria para dar a sua vida para renovar não a igreja feita de pedras, mas a de pessoas, de homens e mulheres que são as pedras vivas da Igreja. E se nós estamos aqui hoje é justamente para aprender com aquilo que São Francisco fez.

Ele gostava de ficar muito tempo nesta igrejinha para rezar. Ele se recolhia aqui em silêncio e se colocava à escuta do Senhor, daquilo que Deus queria dele. Nós também viemos aqui para isto: queremos pedir ao Senhor que escute o nosso grito, que escute o nosso grito!, e venha em nosso auxílio. Não esqueçamos que a primeira marginalização que os pobres sofrem é a espiritual. Por exemplo, muitas pessoas e muitos jovens encontram um pouco de tempo para ajudar os pobres e levar-lhes comida e bebida quente. Isso é muito bom, e eu agradeço a Deus pela sua generosidade. Mas, acima de tudo, alegra-me quando ouço que esses voluntários param um pouco para conversar com as pessoas e às vezes rezam junto com elas... Pois bem, o fato de nos encontrarmos aqui, na Porciúncula, nos lembra a companhia do Senhor, que Ele não nunca nos deixa sozinhos, sempre nos acompanha em todos os momentos da nossa vida. O Senhor está conosco hoje. Ele nos acompanha, na escuta, na oração e nos testemunhos dados: é Ele, conosco.

Há outro fato importante: aqui na PorciúnculaSão Francisco acolheu Santa Clara, os primeiros frades e muitos pobres que vinham ao seu encontro. Com simplicidade, ele os recebia como irmãos e irmãs, compartilhando tudo com eles. Eis a expressão mais evangélica que somos chamados a assumir: a acolhida. Acolher significa abrir a porta, a porta da casa e a porta do coração, e permitir a quem bate que possa entrar. E que possa se sentir à vontade, não em sujeição, não, à vontade, livre.

Onde há um verdadeiro senso de fraternidade, vive-se aí também a experiência sincera da acolhida. Onde, ao invés disso, há o medo do outro, o desprezo pela sua vida, então nasce a rejeição ou, pior, a indiferença: aquele olhar para o outro lado. A acolhida gera o senso de comunidade; a rejeição, pelo contrário, fecha no próprio egoísmo.

Madre Teresa, que fizera da sua vida um serviço à acolhida, gostava de dizer: “Qual é a melhor acolhida? O sorriso". O sorriso. Compartilhar um sorriso com quem precisa faz bem a ambos, a mim e ao outro. O sorriso como expressão de simpatia, de ternura. E depois o sorriso envolve você, e você não poderá se afastar da pessoa a quem sorriu.

Agradeço-lhes porque vocês vieram até aqui de tantos países diferentes para viver esta experiência de encontro e de fé. Gostaria de agradecer a Deus que deu essa ideia do Dia dos Pobres. Uma ideia nascida de um modo um pouco estranha, em uma sacristia. Eu estava prestes a celebrar a missa, e um de vocês – chama-se Étienne – vocês o conhecem? É um enfant terrible –, Étienne me deu a sugestão: “Vamos fazer o Dia dos Pobres”. Eu saí e senti que o Espírito Santo, por dentro, me dizia para fazer isso. Foi assim que começou: a partir da coragem de um de vocês, que tem a coragem de levar as coisas adiante. Eu o agradeço pelo seu trabalho ao longo destes anos e pelo trabalho de muitos que o acompanham.

E gostaria de agradecer, desculpe-me, eminência, pela sua presença, cardeal [Barbarin]: ele está entre os pobres, ele também sofreu com dignidade a experiência da pobreza, do abandono, da desconfiança com dignidade. E ele se defendeu com o silêncio e a oração. Obrigado, cardeal Barbarin, pelo seu testemunho que edifica a Igreja.

Eu dizia que viemos nos encontrar: essa é a primeira coisa, isto é, ir um na direção do outro com o coração aberto e a mão estendida. Sabemos que cada um de nós precisa do outro e que até a fraqueza, se vivida juntos, pode se tornar uma força que melhora o mundo. Muitas vezes, a presença dos pobres é vista com incômodo e suportada; às vezes, ouve-se que os responsáveis pela pobreza são os pobres: um insulto a mais! A fim de não fazer um exame de consciência sério sobre os próprios atos, sobre a injustiça de algumas leis e medidas econômicas, um exame de consciência sobre a hipocrisia de quem quer enriquecer desmedidamente, joga-se a culpa sobre os ombros dos mais fracos.

Ao invés disso, é hora de devolver a palavra aos pobres, porque, por muito tempo, os seus pedidos não foram ouvidos. É hora de abrir os olhos para ver o estado de desigualdade em que vivem tantas famílias. É hora de arregaçar as mangas para restaurar a dignidade, criando postos de trabalho. É hora de voltar a se escandalizar diante da realidade de crianças famintas, reduzidas à escravidão, sacudidas pelas águas em meio ao naufrágio, vítimas inocentes de todo o tipo de violência. É hora de que cessem as violências contra as mulheres e de que elas sejam respeitadas e não tratadas como moeda de troca. É hora de romper o círculo da indiferença para voltar a descobrir a beleza do encontro e do diálogo. É hora de nos encontrarmos. É o momento do encontro. Se a humanidade, se nós, homens e mulheres, não aprendermos a nos encontrar, iremos rumo a um fim muito triste.

Escutei com atenção os seus testemunhos e lhes agradeço por tudo o que vocês manifestaram com coragem e sinceridade. Coragem, porque vocês quiseram compartilhá-los com todos nós, embora façam parte da sua vida pessoal; sinceridade, porque vocês se mostram assim como são e abrem o coração no desejo de serem entendidos.

Há algumas coisas de que eu gostei particularmente e que gostaria de retomar de alguma forma, para torná-las ainda mais minhas e deixar que elas se depositem no meu coração. Em primeiro lugar, senti um grande senso de esperança. A vida nem sempre foi indulgente com vocês, pelo contrário, muitas vezes lhes mostrou um rosto cruel. A marginalização, o sofrimento da doença e da solidão, a falta de muitos meios necessários não lhes impediu de olhar com olhos cheios de gratidão para as pequenas coisas que lhes permitiram resistir.

Resistir. Essa é a segunda impressão que eu recebi e que deriva precisamente da esperança. O que significa resistir? Ter a força para seguir em frente apesar de tudo, ir contra a corrente. Resistir não é uma ação passiva, pelo contrário, requer a coragem de trilhar um novo caminho sabendo que dará frutos. Resistir significa encontrar motivos para não se render diante das dificuldades, sabendo que não as vivemos sozinhos, mas juntos, e que somente juntos podemos superá-las. Resistir a toda tentação de desistir e de cair na solidão ou na tristeza. Resistir, agarrando-se à pequena ou pouca riqueza que possamos ter.

Penso na jovem do Afeganistão, com a sua frase lapidar: “O meu corpo está aqui, a minha alma está lá”. Resistir com a memória, hoje. Penso na mãe romena que falou no fim: dores, esperança, e não se vê a saída, mas a esperança forte nos filhos que a acompanham e que lhe devolvem a ternura que receberam dela.

Peçamos ao Senhor que nos ajude sempre a encontrar a serenidade e a alegria. Aqui, na PorciúnculaSão Francisco nos ensina a alegria que vem de olhar para quem está perto de nós como um companheiro de viagem, que nos entende e nos sustenta, assim como nós somos para ele ou para ela. Que este encontro abra o coração de todos nós para nos colocarmos à disposição uns dos outros; abrir o coração para tornar a nossa fraqueza uma força que ajude a continuar o caminho da vida, para transformar a nossa pobreza em riqueza a ser compartilhada e, assim, melhorar o mundo.

Dia dos Pobres: obrigado aos pobres que abrem o coração para nos dar a sua riqueza e curar o nosso coração ferido. Obrigado por essa coragem. Obrigado, Étienne, por ter sido dócil à inspiração do Espírito Santo. Obrigado por esses anos de trabalho; e também pela “teimosia” de trazer o papa a Assis! Obrigado! Obrigado, eminência, pelo seu apoio, pela sua ajuda a este movimento da Igreja – dizemos “movimento” porque se movem – e pelo seu testemunho. E obrigado a todos. Trago-os no meu coração. E, por favor, não se esqueçam de rezar por mim, porque eu tenho minhas pobrezas, e muitas! Obrigado.

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