7 de Setembro com tanques em Copacabana?
por Fernando Brito
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A festa dos 200 anos da Independência já estava estragada pelo devaneio golpista de Jair Bolsonaro, que resolveu transformar uma data cívica em “comício militarizado” a favor de sua reeleição.
Hoje, na convenção do Partido Republicano em São Paulo, não satisfeito, lançou a “ideia de jerico” de transferir o desfile militar de Sete de Setembro, no Rio, para a Praia de Copacabana, transformada nos últimos tempos em palco recorrente das manifestações de seus apoiadores, em lugar de fazê-la na Avenida Presidente Vargas, como é feita desde 1944.
Não há, ali, condições, como na Presidente Vargas, condições de fazer arquibancadas, no máximo é possível colocar gradis (e olhe lá) ao longo da orla, e não existem travessias alternativas à pista por onde passarão blindados e cavalarianos, com um risco imenso para as família que forem aproveitar o feriado na praia.
Tudo para permitir-lhe a cena de passar frente a bandos de alucinados, em pé em um veículo militar, simulando ser o general que jamais poderia ser.
Pouco importa a Bolsonaro: ele quer que parada militar e comício se misturem, como uma coisa só e ainda mostrar que os militares se movem para onde ele quiser.
Pouca importa que seus aliados e ministros digam que ele quer evitar confrontos, pois é exatamente o que ele mais deseja.
Tanto que seus discursos delirantes são, cada vez mais, ameaçando com “a volta do comunismo” que só um alucinado pode ter visto passar pelo Brasil.
Bolsonaro disse para apoiadores que o desfile de 7 de Setembro no Rio de Janeiro terá uma novidade este ano: o evento será feito à tarde na avenida Atlântica, na praia de Copacabana.
Há décadas que a parada é realizada pela manhã na avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio. A mudança e a participação de policiais no desfile em ano eleitoral foi duramente criticada pelo general da reserva Paulo Chagas, ex-aliado do presidente.