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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

30
Mar22

Obrigada, Pabllo Vittar!

Talis Andrade

pablo lula.jpgRaul Araújo toma posse como mais novo integrante do Tribunal Superior  Eleitoral - Portal IN - Pompeu Vasconcelos - Balada IN

por Cristina Serra

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A decisão do ministro Raul Araújo, do TSE, de impor censura em um festival de música, é um alerta inquietante do que vem por aí. Confundir atos de expressão individual de artistas com “propaganda político-eleitoral” já preocupa bastante por ignorar direito garantido pela Constituição. Mas não surpreende, considerando despacho anterior do mesmo juiz, mantendo painéis de rua com propaganda do candidato à reeleição.

Bolsonaro faz campanha todos os dias. Cada vez que abre a boca é para minar a democracia, as instituições republicanas e as eleições, atacar ministros do STF e do TSE, infringir a lei. Tudo às claras, como fez ao convocar para o “lançamento da pré-candidatura” dele. Mas o juiz apressou-se em tentar calar artistas. A percepção de que a justiça tem lado é muito perigosa.

Tudo isso me fez lembrar a canção de Belchior, “Como nossos pais”, de 1976. A ditadura censurava, matava, torturava, prendia e arrebentava. “Há perigo na esquina”, diz um verso. É a mesma canção que diz: “Para abraçar seu irmão/E beijar sua menina na rua/É que se fez o seu braço/O seu lábio e a sua voz”. É aí que entra Pabllo Vittar, a cantora que desencadeou a reação dos advogados de Bolsonaro e a decisão estapafúrdia do juiz.

A voz, o lábio, o braço, o corpo inteiro da Pabllo Vittar, sua coragem, valem por mil manifestos políticos. Sua disposição para o enfrentamento da hipocrisia, da discriminação e de preconceitos têm imensa capacidade mobilizadora. Pabllo certamente sabe que se torna um alvo fácil, exposta à ira de reacionários covardes, mas não se deixa intimidar.

Pabllo é a combinação irresistível de “cabelo ao vento, gente jovem reunida”, luminosa, transgressora, transformadora. Como disse um amigo meu, precisamos “vittalizar” o Brasil. Vi e revi a imagem da Pabllo e me peguei cantando de novo Belchior: “Pois vejo vir vindo no vento/O cheiro da nova estação/Eu sei de tudo na ferida viva/Do meu coração”. Obrigada, Pabllo Vittar!ImageOutdoors pró-Bolsonaro configuram campanha eleitoral antecipada?

29
Fev20

Em apoio à 'Facada Fest', banda de Punk Garotos Podres lança cartaz contra Bolsonaro

Talis Andrade

 

A banda de punk rock paulista Garotos Podres divulgou nesta sexta-feira, 28, apoio ao festival de punk "Facada Fest", que acontecerá em Belém. O festival está sendo investigado pela Polícia Federal por divulgar cartazes satirizando Jair Bolsonaro.

Cartaz Garotos Podres

O festival, realizado com esse nome em Belém desde 2017, começou a ganhar notoriedade no ano passado. O cartaz de 2019 trazia a imagem do palhaço Bozo ornado com uma faixa presidencial e empalado por um lápis. 

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No Carnaval deste ano de 2020, um folião de rua saiu fantasiado de Bolsonaro, dando vida ao cartaz.

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Em outro desenho, Bolsonaro era representado com um bigode semelhante ao de Adolf Hitler, vestindo uma cueca da bandeira dos Estados Unidos e vomitando fezes sobre uma floresta em chamas.

 (Foto: Divulgação)

A “Facada Fest” foi parar nos trending topics (assuntos mais comentados) do Twitter nesta sexta-feira (28). A jornalista Mônica Bergamo chamou o fato de “sucesso”. 

Sheherazade publicou as ilustrações do grupo punk contra Bolsonaro e ironizou: “peço que não retuítem, pela honra do nosso presidente” (leia mais no Brasil 247).

O ministro da Segurança Pública Sergio Moro pediu a abertura de inquérito contra 4 integrantes de 1 coletivo punk de Belém (PA). Eles são organizadores do festival de música “Facada Fest”

Um dos cartazes mostra o palhaço Bozo morto com 1 lápis enfiado na garganta; outro, 1 índio segurando a cabeça de Bolsonaro, em cuja testa há uma suástica; e o 3º, uma caricatura do presidente com detalhes que remetem ao líder nazista Adolf Hitler, vomitando fezes sobre uma floresta. O coletivo será investigado por crime contra a honra de Bolsonaro e apologia ao homicídio.

O despacho de Moro também argumenta que a imagem do palhaço empalhado é uma “clara apologia ao atentado criminoso sofrido por Jair Messias Bolsonaro durante a campanha eleitoral, que quase tirou sua vida”.

Por meio de nota, o ministro disse que a necessidade de investigação foi apontada pela consultoria jurídica e que, agora, cabe ao Ministério Público e à Polícia Federal elucidar os fatos e, “se for o caso, oferecer ação penal”. Segundo a Folha de S.Paulo, o grupo, composto por membros de bandas de rock, foi interrogado nesta 5ª feira (27.fev.2020).

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Em nota divulgada pelo coletivo, eles apontam a investigação como uma tentativa de censura. “Com tantos problemas ocorrendo neste momento no país —motim das polícias militares, degradação ambiental na Amazônia e os indícios cada vez mais fortes de ligações entre políticos e milicianos—, causa-nos espanto o uso do aparato judicial e policial de nosso país na repressão de 1 festival de música. Criminalizando a atividade artística e a liberdade de expressão, garantidas pela Constituição de 1988, a Constituição Cidadã”, diz o texto.

O festival existe desde 2017, já com o nome de Facada Fest. No ano passado, deveria ter sido em Belém, mas foi impedido pela Polícia Militar sob justificativa de que a festa não tinha alvará. O evento também já foi realizado em Marabá (PA).

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Imitando o pai, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) partiu para o ataque contra as jornalistas Rachel Sheherazade e Mônica Bergamo, nesta sexta-feira. Elas ironizaram o pedido de inquérito do ministro da Justiça, Sergio Moro, contra artistas punk de Belém (PA).

“Os mesmos que nos acusam de intolerantes e ditatoriais estimulam deliberadamente uma próxima tentativa de assassinato contra meu pai. Não se trata de apoio ou não ao presidente, de respeitá-lo ou não. Aqui estamos na esfera criminal e não na de debate político. Teucu é pouco!”, escreveu o parlamentar, que é escrivão de polícia, no Twitter.

Com a mensagem, Eduardo insinua que o grupo de punks criou o festival por conta da “facada” de Bolsonaro durante a campanha de 2018. O festival, no entanto, acontece desde 2017, antes do episódio.

 

 

08
Jun19

Lula: 'Nada mais perigoso para nossos adversários do que um povo que canta e é feliz'

Talis Andrade

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Carta de Lula ao Festival: 'Sei que esse é muito mais que um ato de solidariedade a um preso político. É a liberdade de um povo que não aceita mais ser prisioneiro do ódio, da ganância e do obscurantismo'

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por Paulo Donizetti de Souza

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Coube ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva o ato final do Festival Lula Livre, que reuniu neste domingo mais de 30 artistas no palco montado na praça da República – hoje, a “Praça da Democracia”, segundo a definiu o homenageado.

Depois de quase oito horas de música, Thiago Trindade Lula da Silva, neto de Lula, leu mensagem enviada pelo avô. “Esse ato é na verdade um grito de liberdade que estava preso em nossas gargantas. Mais que um grito, um canto de liberdade (…) O cantos dos estudantes, que não aceitam nenhum retrocesso na educação. O canto das mulheres, que não aceitam abrir mão de nenhuma conquista histórica. O canto da juventude, que não aceita que lhe roubem os sonhos”, diz a carta.

Difícil não comparar a edição paulista da versão carioca do Festival Lula Livre, realizada em julho do ano passado, no centro do Rio de Janeiro. A diferença mais nítida ficou por conta do clima. Enquanto o festival do Rio teve como cenário o céu azul claro de cartão postal sobre os Arcos da Lapa, o show do centro paulistano desafiou o céu acinzentado pelas nuvens que insistiam em regar a praça e as cerca de 80 mil pessoas que por ali passaram, na avaliação dos organizadores.

No mais, ambos os eventos se assemelharam em gênero, número, diversidade de ritmos, público e na sensação de que estão todos do mesmo lado, numa trincheira animada de luta que reúne estudantes, professores, trabalhadores, artistas, gente jovem e das antigas. Todos por um Brasil democrático, cidadão, mais humano, inclusivo, alegre.

“Nada mais perigoso para nossos adversários que um povo que canta e é feliz. Que faz da arte e da cultura instrumentos de resistência. Vamos então à luta, sem medo de sermos felizes, com a certeza que o amor sempre vence”, disse Lula, pela voz de Thiago. O neto, com voz firme e punho cerrado, encerra o texto com uma frase que levou muitos aos prantos – “um abraço, com muita saudade e a vontade imensa de estar aí”. Leia a íntegra:

Agradeço de coração a cada uma e a cada um de vocês, artistas e público, que nesse 2 de junho fazem da praça da República a Praça da Democracia. Embora tenha o nome de “Festival Lula Livre”, sei que esse é muito mais que um ato de solidariedade a um preso político. O que vocês exigem é muito mais que a liberdade do Lula. É a liberdade de um povo que não aceita mais ser prisioneiro do ódio, da ganância e do obscurantismo.

Esse ato é na verdade um grito de liberdade que estava preso em nossas gargantas. Mais que um grito, um canto de liberdade. O canto dos trabalhadores que não aceitam mais o desemprego e a perda de seus direitos. O cantos dos estudantes, que não aceitam nenhum retrocesso na educação. O canto das mulheres, que não aceitam abrir mão de nenhuma conquista histórica. O canto da juventude, que não aceita que lhe roubem os sonhos, e da juventude negra em particular, que não aceita mais ser exterminada. O canto dos que ousam sonhar, e transformam sonhos em realidade.

Boa parte de vocês que aí estão, artistas e público, felizmente não viveram os horrores da ditadura civil e militar instalada em 1964, essa que alguns querem implantar de novo no Brasil. Foi um tempo em que a luta contra a censura podia ser traduzida em canções que diziam assim: “Você corta um verso, eu escrevo outro”.

Foi com muita luta que conseguimos acabar com a censura neste país. E não vamos aceitar essa outra forma de censura, que é a tentativa de acabar com as fontes de financiamento da arte e da cultura. Que não vamos aceitar a tentativa de censurar o pensamento crítico, estrangulando as universidades.

Se eles arrancam nossas faixas, nós escrevemos e botamos outras no lugar. E vamos continuar ocupando as ruas em defesa da educação, da saúde, públicas e de qualidade; das oportunidades para todas e todos; contra todas as formas de desigualdade e de retrocesso.

Nossos adversários querem mais armas e menos livros, menos música, menos dança, menos teatro e menos cinema. E nós insistimos em ler, escrever, cantar e dançar, insistimos em ir ao teatro e fazer cinema.

Nada mais perigoso para nossos adversários que um povo que canta e é feliz. Que faz da arte e da cultura instrumentos de resistência. Vamos então à luta, sem medo de sermos felizes, com a certeza que o amor sempre vence.

Um abraço, com muita saudade e a vontade imensa de estar aí,

Lula

 

 

17
Set18

Festival Lula Livre em São Paulo: um grito por justiça

Talis Andrade

 

 

Neste domingo (16), a Paulista Aberta ficou pequena para a alegria e animação das pessoas que, com cartazes de Lula Livre e máscaras do ex-presidente, denunciaram sua prisão política e exigiram sua liberdade na segunda edição do Festival Lula Livre.

 

Em meio a muito música, poesias e gritos de reivindicações, o Festival contou com a presença de diversos artistas que conclamaram a retomada da democracia no Brasil durante o ato pela liberdade e pela justiça.

 

O grupo Ó de Casa, um dos primeiros a subir ao palco, tocou uma versão da música “Apesar de Você”, composição de Chico Buarque, feita em protesto durante a ditadura militar no Brasil. A letra pode ser lida como denúncia às consequências do golpe de 2016 e a impugnação da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva.

 

A cantora Aíla, em sua apresentação, lembrou a todos os presentes que esse é o momento do país e do povo não se calar e que “pela democracia, precisamos defender Lula Livre todos os dias”.

 

A rapper Preta Rara, famosa por defender pautas da população negra, esclareceu a importância de lutar por todos os presos políticos no Brasil, e disse ser um absurdo que mesmo nos dias atuais a herança escravocrata seja tão presente.

 

Ela relembrou que no país pessoas pretas são presas apenas por sua cor. “Os presos pretos são presos políticos também, não vamos esquecer Barbara Quirino”. Citando a jovem que foi condenada por assalto em agosto desse ano, mesmo após provar que estava em uma cidade diferente de onde o crime aconteceu.

 

Entre um show e outro, o público bradava gritos de “Lula Livre”, “Lula guerreiro do povo brasileiro” e “Olê olê olá, Lula, Lula”. O cantor Marcelo Jeneci subiu ao palco declamando a frase “Onde já se viu tirar o leão da floresta?”. O cantor Odair José fez da Paulista um grande coro cantando seus sucessos populares. Ao final de sua apresentação mandou um abraço para seu amigo Lula.

 

A surpresa do encontro foi uma carta escrita por Lula e lida pelo seu neto Thiago Trindade. “Eles podem apagar as luzes e desligar os microfones, mas mesmo assim vocês continuarão cantando, porque cada um de vocês, artistas e público hoje aqui reunidos é uma semente da primavera que jamais conseguirão deter”.

 

“Eu não posso acreditar que Lula está preso ainda! Bando de golpistas!”, foi com essa frase que o cantor Otto começou a sua apresentação. Durante toda sua apresentação, ele defendeu que “o maior líder desse país seja libertado”.

 

A cantora Ana Cañas, uma das últimas atrações, cantou a música Velha Roupa Colorida, de Belchior, como forma de protesto ao momento turbulento e controverso em que o país se encontra, com governo misógino, racista, neoliberal, de valores conservadores e velhos que não cabem mais ao Brasil.

 

Para encerrar o dia com chave de ouro, artistas, organizadores e público se uniram em um grande coro de “Eu sou Lula”.

 

A força das minorias

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Durante todo o evento, ocorreram diversas manifestações para cobrar justiça pelo assassinato de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro, assassinada em março desse ano. O cantor Chico César fez uma improvisação no meio do clássico Mama África. Um texto também foi escrito em sua homenagem a Marielle e Anderson e lido no palco. “Seis meses depois a pergunta segue sem resposta: quem matou Marielle Franco? Quem mandou matar?”. A plateia indignada reverberou gritos de “Marielle Franco, presente! Hoje e sempre!”.

 

A defesa dos direitos das mulheres também foi pauta do Festival. A cantora Preta Rara reafirmou que os corpos femininos não são objetos de posse da sociedade e por isso precisam ser respeitados. “Nós chamados de minoria somos na verdade a maioria nesse país, e temos que nos unir contra o preconceito e violência”.

 

Enquanto uma imensa bandeira escrita Lula Livre passava pela multidão enfervecida no Festival, a cantora Ana Cañas denunciou a tentativa de apoiadores do golpe em implantar o fascismo na sociedade. “Fascistas não passarão!”, clamava o público.

Por Jéssica Rodrigues

 

 

 

 

16
Ago18

Eventos pelo país vão apoiar direito de Lula ser candidato

Talis Andrade

É a primeira vez na história do Brasil que uma manifestação popular acompanhou o registro de uma candidatura no tribunal

 

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Forum - Nesta quarta-feira (15), a coligação O Povo Feliz de Novo, formada por PT, o PCdoB e PROS, registraram no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva tendo como vice o ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.

 

Além de representantes dos partidos, milhares de pessoas marcharam pelas avenidas para apoiar o registro do ex-presidente como candidato. Tal reação é uma resposta à perseguição judicial que vem sendo imposta a Lula com o objetivo de tirá-lo da disputa eleitoral de 2018. É a primeira vez na história do Brasil que uma manifestação popular acompanha o registro de uma candidatura no tribunal.

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Com os apoiadores de Lula do lado de fora do TSE, os responsáveis pelo registro do petista fizeram a entrega no tribunal dos arquivos dos documentos exigidos, como a declaração de bens, certidões criminais e o programa de governo.

 

Ontem (14), Haddad anunciou que o pedido de registro de Lula será feito “na forma da lei”. Após este pedido de registro, caberá ao TSE decidir se aceita ou não a candidatura de Lula. O tribunal também deverá responder a eventuais impugnações do Ministério Público Eleitoral, partidos, coligações e candidatos, que podem ser feitas até o dia 23. O TSE tem até 17 de setembro para tomar uma decisão sobre o registro, mesmo prazo que o PT tem para indicar um substituto, caso necessário.

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 A prova do registro de Lula presidente e Haddad vice

 

Movimentos sociais e caravanas de trabalhadores urbanos de todo o Brasil se juntaram aos cerca de 5 mil militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que chegaram nesta terça-feira (14), após caminharem 50 quilômetros. Concentrados nos arredores do Estádio Mané Garrincha, Ginásio Nilson Nelson, e Centro de Convenções Ulysses Guimarães, os integrantes da manifestação marcharam, descendo pelo Eixo Monumental, até o TSE.

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A Frente Brasil Popular realiza em São Paulo um ato em frente ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TER-SP), na Bela Vista, a partir das 17h, em apoio ao registro da candidatura Lula. A ação em São Paulo será simultânea ao que irá ocorrer em diversos locais do país.

 

 

Em Porto Alegre está programada uma edição local do Festival Lula Livre que, a exemplo do evento realizado no Rio de Janeiro, reunirá dezenas de artistas no Memorial Prestes, com concentração a partir das 17h. Confira a programação:

17h40 – Cortejo cultural comandado por artistas saindo do prédio do memorial para o palco
17h45 – Debora Finocchiaro faz leitura de apresentação do festival
17h50 – Explanação da Resistência Democrática, Memorial e organização do festival
17h58 – Boa Noite presidente Lula
18h     – Richard Serraria
18h15 – Zé Adão Barbosa recita Brecht
18h20 – Roda Viva canta Chico Buarque
18h35 – Cíntia Nunes recita Thiago de Melo
18h40 – Banda Ói Nóis Aqui Traveis
18h55 – Ricardo Silvestrin recita poema
19h     – Demétrio Xavier
19h15 – Nenung
19h30 – Clube de Esquina
19h45 – Marietti Fialho e Josué Krug
20h     – Otto Guerra depoimento
20h05 – Hique Gomez
20h10 – Juçara Gaspar e Luciano Alves performance Frida
20h20 – King Jim, Júlio Reny, Márcio Petracco Pedro Petracco e Oly Jr.
20h35 – Performance circense
20h40 – Preconceito Zero
20h55 – Rhosangela Silveiro e João 7 Cordas
21h10 – Só Amor
21h25 – Liane Schuler e Lila Borges
21h40 – Império da Lã
21h55 – Brasilian Sounds
22h10 – Tania Farias e Johann Alex de Souza
22h25 – Os Latinoamericanos

 

 

03
Ago18

A Globo censurou mas a imprensa internacional deu destaque ao Festival Lula Livre

Talis Andrade

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O Festival Lula Livre, que reuniu cerca de 80 mil pessoas nos Arcos do Rio de Janeiro, na noite desse sábado 28, em defesa da liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, teve repercussão internacional.

 

 

O jornal francês Libération publicou reportagem que relata participação de "gigantes da música brasileira" como Chico Buarque, Gilberto Gil e Beth Carvalho em apresentações musicais em defesa de Lula.

 

"Não há líder como Lula em todo o Brasil, ele é o único que pode governar o país", disse Inmaculada Santos, comerciante de 50 anos, segundo o jornal francês.

 

A agência estadunidense Associated Press (AP) publicou uma matéria intitulada “Celebridades brasileiras realizam show ’Lula Livre’ no Rio", onde afirma que, apesar de preso, Lula segue como o mais popular político brasileiro e lidera com folga as pesquisas eleitorais do país.

 

"A imagem de Da Silva podia ser vista em toda parte: em camisas, bandanas e máscaras, enquanto sua imagem animada dançava nas telas ao lado do palco. Entre os sets, seus apoiadores começaram a gritar " Lula Livre!", enquanto os organizadores incentivavam a gritar alto o suficiente para que Lula ouvisse da cidade de Curitiba", destacou o texto da AP.

 

A reportagem foi reproduzida em importantes jornais como The New York Times, Washington Post, o site do canal de TV alemã ZDF e muitos outros veículos, como Arizona Daily Sun, St. Louis Post Dispatch, Journal Gazette & Times-Courier, a rádio KRMG de Oklahoma, entre outros.

 

A agência francesa AFP também publicou texto, destacando os milhares de pessoas no festival e a liderança de Lula em todas as pesquisas eleitorais. “Os gigantes da música brasileira Gilberto Gil e Chico Buarque se apresentaram no sábado, no Rio de Janeiro, no festival Lula Livre, organizado para exigir a libertação dos ex-presidente brasileiro preso desde abril".

 

O texto foi reproduzido por veículos como L’Express da frança, a RTL Info da Bélgica.

 

A revista alemã De Spiegel também publicou uma matéria em seu site, destacando a presença de 80 mil pessoas no festival e relembrando o novo golpe jurídico ocorrido no início de julho, quando Sérgio Moro, articulado com os desembargadores Carlos Thompson Flores e João Pedro Gebran, impediram que se cumprisse a decisão de Rogério Favreto, para que Lula fosse libertado após um habeas corpus.

 

01
Ago18

Cálice, por Chico Buarque

Talis Andrade

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Chico no Festival Lula Livre nos Arcos do Rio  

 


Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

 

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

 

Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta

 

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

 

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa

 

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

 

De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade

 

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

 

Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguém me esqueça

 

 

29
Jul18

Música e poesia são as armas para lutar pela liberdade de Lula

Talis Andrade

Festival no Rio reúne 80 mil pessoas e chama a atenção para as injustiças que mantêm Lula como preso político. 'Sonho ver um Brasil construído de baixo para cima e de dentro para fora', disse Leonardo Boff

 

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por Thiago Pereira, na Rede Brasil Atual

 

 

Ainda no final da tarde, Tizumba abriu festival Lula Livre, trazendo os ritmos africanos para o palco principal nos arcos da lapa, centro do Rio de Janeiro. Os apresentadores ressaltaram o "período de breu, etapa indigna" do Brasil pós-golpe do governo Michel Temer e convocaram os artistas a lutar com as suas armas da música e da poesia contra as injustiças. Também lembraram o compositor Vinicius de Moraes, que dizia, em uma de suas canções, que "mais que nunca, é preciso cantar e alegrar a cidade".

 

"A partir de agora, vamos combater os usurpadores do presente e sequestradores do nosso futuro". A cantora Ana Cañas cantou à capela O bêbado e o equilibrista, composição de Chico Buarque celebrada na voz de Elis Regina, que Lula contou a ela ser a sua música preferida. "Democracia nessa porra", clamou Cañas, que lembrou que nesta sexta-feira a vereadora Marielle Franco completaria 39 anos, se não tivesse sido assassinada em março deste ano, também no Rio de Janeiro. Abayomy Orquestra também trouxe a cultura negra e lembrou a figura do rei africano Malunguinho, ex-escravo que liderou um quilombo em Pernambuco.

 

A cada apresentação, a plateia entoava o grito Lula Livre, a marca do festival. Os organizadores também anunciaram a agenda de mobilizações entre os dias 10 e 15 de agosto, que começa com mobilização das centrais sindicais no Dia do Basta contra as ameaças aos direitos trabalhistas. No dia seguinte, um ato inter-religioso em frente ao STF em defesa da liberdade de Lula, com a presença do Nobel argentino adolpho Perez Esquivel, quando também vão apresentar abaixo-assinado com cerca de 300 mil assinaturas que denunciam a prisão política a que Lula está submetido em Curitiba. No dia 15, o registro oficial da candidatura de sua candidatura. A população foi também chamada a se organizar em comitês populares em defesa da libertação de Lula e pelo direito de concorrer nas eleições. Na sequência, a Gang 90 trouxe hits brasileiros e músicas de amor dos anos 1980 e 1990.

 

Ao lado do escritor Eric Nepomuceno, Lucélia Santos fez a leitura do manifesto convocatório do festival. "Todo o julgamento do presidente Lula foi um erro jurídico sem limites. Não havia, na primeira instância – leia-se Curitiba –, uma única e mísera prova dos crimes dos quais ele foi acusado. Não se trata de opinião, mas de constatação."

 

"Eles sabem que se soltarem Lula nessa altura do campeonato, ele leva a eleição", comentou da plateia a arquiteta Júlia Ribeiro, de 36 anos, antes de todo o público entoar sucessivos gritos Lula Livre. "Lutem como Marielle Franco", concluiu Lucélia Santos.

 

"É uma série de mobilizações que vem desde a prisão dele em São Bernardo. E agora no Rio, na Lapa, berço do samba e da cultura popular, a gente espera que o recado fique ainda mais claro quanto à partidarização do judiciário. Dá mais um impulso na luta contra as ilegalidades que vêm ocorrendo no Brasil", afirmou dos bastidores o jornalista Luis Nassif.

 

Também passaram pelo palco os artistas Gabriel Moura, Lisa Milhomem, Claudinho Guimarães e Dorina. Aíla cantou que todo mundo nasce artista, e "depois vem a repressão". "Essa doença tem cura, existe uma salvação. Faça arte, mesmo que a sua mãe diga que não", dizia o verso da música.

 

Os apresentadores lembraram que uma "acusação fajuta" serve de pretexto para a prisão de Lula, já que o ex-presidente não dormiu, nem nunca teve chaves ou escritura do dito apartamento que a ele atribuem. "No processo a Jato, vem antes a condenação, baseada apenas em convicção.Faltou combinar com o povo. A indignação cresce a cada dia. Exigimos a imediata libertação de Lula".

 

Leonardo Boff diz que sonha em ver o povo organizado

Ao discursar no Festival Lula Livre na noite deste sábado, o Frei Leonardo Boff os tempos sombrios da ditadura civil-militar que se instalou no país nos anos 1960. “Faz escuro, mas eu canto, disse o poeta Thiago de Mello, na época sombria, da ditadura militar, de 1964”, afirmou. “Está confuso mas eu sonho, digo eu, nesses tempos não menos sombrios. Sonho ver um Brasil construído de baixo para cima e de dentro para fora, forjando uma democracia popular, participativa, reconhecendo os novos cidadãos, que a natureza é a mãe Terra. Sonho em ver organizado o povo em redes e movimentos sociais. Povo cidadão, com competência para gerar suas próprias oportunidades, e moldar o seu próprio destino, livre da dependência dos poderosos, mas resgatando a própria autoestima.”

 

 

20
Mai18

Lula Festiva: Ato em Buenos Aires pede a liberdade do ex-presidente Lula

Talis Andrade

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Ontem na Plaza de Mayo, em Buenos Aires, aconteceu o Festiva Lula, ato pela libertação do presidente brasileiro Luiz Inacio Lula da Silva.

 

Com a participação de artistas de destaque como Liliana Herrero, Juan Falu, Juana Molina, a Orquestra Las Taradas, a banda de cumbia banda Sweat Marika e o cantor e compositor Caetano Velloso.

 

“É um festival cultural e político, que estamos chamando de um arco transverso: feminismo, movimentos sociais, territórios, cultura, alternativa e meios de comunicação independentes”, disse Maria José Giovo do Coletivo Emergentes.

 

“A ideia é dar uma mensagem de solidariedade e unidade sobre o que está acontecendo com o ex-presidente do Brasil e também em relação à causa que deseja fechar, investigando o assassinato de Marielle Franco”, disse Giovo sobre a ex-vereadora 39 anos em que foi assassinada em março no Rio de Janeiro.

 

 

 

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