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20
Mar22

Guerra, terror e o Major “Berga"

Talis Andrade

guerra por vaccari.jpeg

 

 

por Gustavo Krause

- - -

“Nunca se mente tanto como antes de uma eleição, durante uma guerra e depois de uma caçada”, frase célebre de quem conhecia o assunto: Otto Von Bismarck (1815-1898), o Marechal de Ferro, unificador da Alemanha.

Dado o desconto, a verdade é que, atualmente, armas e estratégias matam muitas pessoas com requintes de crueldade.

As grandes potências militares chegaram a um ponto culminante: querendo, um governante narcisista, tirânico, com delírios identitários e impulsos imperialistas pode destruir a humanidade com o gesto prosaico de apertar botões.

Não basta destruir. O prazer mórbido do ditador é alimentado pelas preliminares de sofrimentos e atrocidades. As quatro Convenções de Genebra, os três protocolos complementares, a Corte Internacional de Justiça, a Corte Penal Internacional, o Direito Internacional Humanitário, a Carta da ONU, a Declaração Universal de Direitos Humanos são insuficientes para impedir reiterados atentados à paz.

A vida das pessoas se tornam insignificantes diante do arsenal nuclear a exemplo do uso das armas termobáricas, de fragmentação, do estoque de mísseis submarinos, Bulava, dez vezes mais potentes do que as bombas atômicas que destruíram Hiroshima e Nagasaki.

Trata-se de terrorismo explícito. Dispensa esforços conceituais. Os elementos constitutivos do terror podem ser encontrados na singela definição do folclórico caruaruense, “Major Berga”, relatada pelo refinado humor do talentoso e saudoso jornalista Fenando Menezes.

Remanescente da guarda nacional, o “Major” dizia-se culto e informado. Falava francês, ingrês e “berga”; lia jornais e ouvia o “Repórter Esso”; fazia ponto numa frequentada barbearia: tinha opinião sobre tudo e, era tratado como “lente e escrevente” da província.

Certo dia, o tema de conversa era a guerra do Vietnã. Calado, ele escutava, quando o dono da barbearia, espertamente, provocou: – Major, o que é mesmo guerra do Vietnã? – Menino, tomou fôlego, a guerra do “Vietinão” é uma arenga lá pro lado da África. O vietinão é um cara meio amarelo, oios ripuxados, torado no grosso, brabo que nem uma galinha choca e praticava um tal de terrorismo. – E que diabo é isso? perguntou um ouvinte. -É o seguinte: o gringo tava lesando no pátio da feira, aí, o vietinão pedia: bom dia, Jone, bota sentido no meu tabuleiro de cocada que tô com uma precisão danada; ele respondeu gudimorningue, oh, iesse! Ôxe, em um minuto, as cocadas buuuum! Foi caco de gringo e cocada pra todo lado.

Terrorismo é a guerra da surpresa, da covardia e mata a granel. Os gringos desistiram da arenga.

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