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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

20
Out21

Um pateta das Arábis. Com nosso dinheiro…

Talis Andrade

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por Fernando Brito

A reação de Eduardo Bolsonaro à publicação da foto “DubaiDisney“, onde ele, com a mulher e a inocente filha do casal, posa “fantasiados’ desheik árabe dizendo que, apesar de integrar a imensa comitiva do governo e do parlamento ao país do Golfo, o seu gasto com passagens foi exclusivamente privado é tão ridícula quanto falsa.

Em primeiro lugar, não é uma viagem privada, mas um grupo de representantes oficiais do Brasil que, como tal, usa dos serviços diplomáticos do país. Ele não está ali como um mero “deslumbrado” com as riquezas do petróleo, mas como representante do país e especificamente da Câmara dos Deputados e dispensado, por isso, de suas presenças na Casa.

Em segundo lugar, salvo se tiver alguma fortuna misteriosa, seu dinheiro “privado” são os subsídios que recebe como deputado federal. Portanto vêm dos cofres públicos. E ele está brincando de ser sheik de araque nesta condição.

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Mas nada supera a impressão de primarismo mental da família Bolsonaro.

Além de um negócio familiar, a vida pública, para eles, é uma espécie de “curtição” adolescente – onde o ‘papai Brasil” dá-lhes mesada, para curtir a vida adoidado.

Festas, mansões, viagens inesquecíveis, como dispensar estas ostentações cafonas, como se dizia no meu tempo?

Que se dane a indispensável postura de austeridade que se exigiria da corte presidencial, no momento em que milhões de brasileiros passam fome?

Fome por que? Pois não têm ossos e pés de galinha?

fome marcio vaccari.jpeg

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21
Fev20

Veja embrulha Witzel e Bolsonaro na morte de miliciano

Talis Andrade

Entramos no carnaval da “milícia doida”. Hoje, a Veja mergulha o governador Wilson Witzel no pantanal da morte do miliciano Adriano Nóbrega. Ele teria recebido – segundo sua mulher, Júlia Mello Lotufo, 2 milhões...

por Fernando Brito

Entramos no carnaval da “milícia doida”.

Hoje, a Veja mergulha o governador Wilson Witzel no pantanal da morte do miliciano Adriano Nóbrega.

Ele teria recebido – segundo sua mulher, Júlia Mello Lotufo, 2 milhões de reais em dinheiro vivo para sua campanha eleitoral ao governo do Rio.

Também revelou a ela quem pediu e quem recebeu as mochilas de dinheiro — repassado, nas palavras dele, como uma espécie de investimento, um seguro que garantiria proteção para tocar seus negócios clandestinos sem ser importunado pelas autoridades, especialmente a polícia.

Witzel, claro, nega tudo e diz que vai processar a viúva de Adriano.

Ela, diz que Witzel roeu a corda da relação com o miliciano para colá-lo na testa dos Bolsonaro.

A revista traz mais: o fazendeiro Leandro Abreu Guimarães, “que deu guarida a Adriano em sua fazenda no município baiano de Esplanada” e que ajudou o ex-PM a fugir de um cerco policial na Costa do Sauípe, aparece, sorridente, numa selfie com Jair Bolsonaro.

Não é nada, é claro, senão mais uma coincidência das dúzias de “por acaso” que surgem na história das ligações milicianas do presidente.

Que mais uma? Lauro Jardim a traz: Paulo Catta Preta, advogado da família de Adriano é amigo antigo de Fred Wassef, advogado de Flávio Bolsonaro no caso das rachadinhas.

— o 01 empregava a ex-mulher e a filha de Nóbrega em seu gabinete de deputado estadual. Catta Preta, aliás, já foi até advogado da ex-mulher de Wassef, Cristina Boner.

Ô mundo pequeno…

 

 

09
Fev20

Morte de miliciano ligado ao clã Bolsonaro na Bahia pode ser álibi para esconder queima de arquivo

Talis Andrade

 

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por Jeferson Miola

 

Adriano foi morto na zona rural do pacato município baiano de Esplanada, distante 155 km de Salvador e que, segundo dados do IBGE de 2013, tem menos de 36 mil habitantes.

Enquanto a Polícia Civil da Bahia alega que Adriano reagiu a tiros ao cerco policial, a defesa e a família de Adriano negam.

Segundo Paulo Emílio Catta Preta, advogado do chefe miliciano vinculado ao clã dos Bolsonaro, na última 4ª feira, 5/2, Adriano lhe telefonou para relatar “medo de um plano de queima de arquivo”; alegou que “queriam matá-lo, não prendê-lo”.

As circunstâncias da morte de Adriano precisam ser apuradas com rigor. Mas existem elementos que reforçam a tese de queima de arquivo, a começar pelo local ermo onde ele foi morto e que, em tese, permitiria uma operação de prisão ao invés da eliminação física do foragido que tem alerta vermelho da Interpol e que, apesar disso, Moro o excluiu da lista dos bandidos mais procurados [aqui].

Segundo informações da Polícia baiana, a operação contou com a cobertura de helicópteros e equipes especializadas e poderia resultar na prisão do amigo dos Bolsonaro, mas ele acabou sendo morto. Esse é outro daqueles mistérios insondáveis que rondam as polícias em qualquer Estado e sob comando de qualquer governo …

Ser morto pela Polícia Civil do Estado comandado por um governador do PT é um ótimo verniz para aparentar a “morte em combate” de Adriano, versão que a defesa e a família de Adriano refutam.

Adriano da Nóbrega é filho e marido de assessoras do Flávio Bolsonaro que participavam das “rachadinhas” coordenadas por Fabrício Queiroz, outro integrante do exército do Escritório do Crime que, aliás, também anda foragido como Adriano e, por isso, correndo risco de ser outro arquivo a ser queimado, em nome nos interesses superiores do clã miliciano.

 

09
Fev20

Adriano, o miliciano, tem dossiê guardado

Talis Andrade

ribis- marielle consciencia negra quebra placa car

 

por Marconi Moura de Lima

Não! Recuso-me acreditar que Adriano da Nóbrega não possuía um dossiê como ferramenta última de proteção de sua vida. Na verdade, o miliciano mais “próximo” da morte de Marielle Franco e tão ligado à família Bolsonaro não era um amador. Sabia que seu destino seria a morte. Por óbvio, ele tivera tempo no “exílio”, escondido na Bahia, de produzir um dossiê em que iria prevenir que algum acidente pudesse lhe ocorrer (e por isso demorou tanto ser assassinado por seus pares).

O fato é que todo este caso é um mistério óbvio. Os mais poderosos ocupantes do poder da República na atualidade estão por traz da morte da vereadora do Rio de Janeiro e de tantos outros crimes relacionados à disputa de poder, dinheiro e história, neste País.  

Com o devido respeito, mas Marielle é ativista tão guerreira e relevante quanto algumas outras lideranças no País. Contudo, seu assassinato é um ponto fora da curva; um acidente colateral nas estratégias de ação da Milícia – que atual na República. Não por sua importância tão relevante na luta e defesa dos direitos humanos e sua carreira ascendente, podendo alçar os voos mais significativos na política brasileira. Contudo, essa organização miliciana se entranhou em alguma rusga de cunho pessoal. Isto é, na hipótese aqui que levanto, um vereador ligado aos milicianos[1], ou algum dos policiais do grupo, para além dos negócios e da frieza dos atos planejados ao poder, teve seu “orgulho ferido” por contextos de ordem mais direta e... resolveu “dar cabo” da vereadora.

O que não esperava(m), estes de “orgulho ferido”, é que o martírio de Marielle consignasse a justa comoção nacional por sua morte, e fosse atravessar os oceanos a representar a mística da resistência em todo o Planeja àqueles que lutam ou esperam por justiça e direitos. Marielle tornou-se um símbolo dessa resistência em todo canto[2]. E o erro tático de um (ou uma parte do grupo) miliciano que orbita, atualmente, o Palácio do Planalto, tornou-se a própria desgraça dos poderosos da ponte aérea: Brasília-Rio de Janeiro, podendo vir a ser o calcanhar de Aquiles daqueles que, buscando o poder por meio de crimes, por estes crimes poderão perder o poder.

Feitas estas considerações transversais, resta claro que Adriano é uma peça chave para desvendar o quebra-cabeças desse “vacilo” dos milicianos. E algum miliciano-mor exigiu a queima de arquivo àquele(s) que vacilou(aram), por saber que a mística de Marielle Franco está batendo à porta de todos, inclusive dos investigadores que se viram “obrigados” a puxar o rabo do gato e desvendar este crime tão bárbaro, contudo, tão épico, do ponto de vista da História.

Portanto, Adriano, diga-se: ex-capitão do BOPE, o que o qualifica como um agente de inteligência pelos acervos técnicos e operacionais que a profissão exigia, jamais morreria sem deixar um dossiê; sem “pedir perdão” ao cosmo por tantos crimes cometidos, dessa forma, guardando, por um escrito, a memória de seu maior crime: participar do assassinato de uma heroína chamada Marielle Franco.

Por finalmente, o que nos deixa mais angustiados agora com a morte de Adriano é: quem conseguirá chegar primeiro a seu dossiê: os filhos de Bolsonaro, que são amigos de Adriano, ou a família de Marielle, isto é, as milhões de pessoas que exigem justiça por sua morte?

 

.................

[1] Todos os eleitores no Rio sabem que parcela significativa dos vereadores são eleitos com o (pelo) dinheiro da milícia, e distribuídos pelos vários bairros da capital fluminense.

[2] Várias cidades importantes no mundo promoveram homenagens, inclusive permanentes, como dar nome de rua à política brasileira. Universidades em todo o globo terrestre e inúmeros outros organismos, renderam-se à luta e martírio de Marielle Franco.

clovis milicia porteiro marielle Franco.jpg

 

02
Nov19

Pedido de 'impeachment urgente' contra Bolsonaro está no topo do Twitter

Talis Andrade

aroeira ai 5.jpg

 

Por Pablo Rodrigues
Sputnick
 

Internautas parecem estar dispostos a subir ainda mais uma hashtag contra o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro. Trata-se de um pedido de impeachment urgente.

O Brasil já chegou ao décimo mês da presidência de Jair Bolsonaro, que divide a população entre apoiadores, desaprovadores e os que não preferem comentar política.

Pelo visto, esta quarta-feira (9) está sendo o dia dos desaprovadores, que lançaram a hashtag no Twitter #ImpeachmentdoBolsonaroURGENTE. Com rápido crescimento, a tag já conseguiu atingir a primeira posição dos assuntos mais comentados do Twitter de hoje.

veto de Bolsonaro à obrigação de assistências psicológica e social nas redes públicas de educação básica foi acentuado por internauta indignada.

Jandira Feghali
@jandira_feghali
Bolsonaro vetou integralmente, o PL 3.688/00 que obrigava que as redes públicas de educação básica dispusessem de serviços de psicologia e de serviço social. Mais um retrocesso. A luta agora é pela derrubada do veto!

 
17
Out19

General Villas Bôas é a incongruência em toda sua plenitude e a desfaçatez em toda sua amplidão

Talis Andrade

Esse general que pertence à pior geração de generais que o Exército já formou, não está preocupado com corrupção ou seja o que for. Balela. Mentira. O Exército Brasileiro mais uma vez sairá pelas portas dos fundos do poder e da história, como ocorreu em 1985

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por Davis Sena Filho

---

Há muito tempo o milico Villas Bôas está a encher o saco da Nação, a peitar de forma desatinada e radical o sistema judiciário brasileiro e a querer, por intermédio de seu ódio infame e burro, manter Lula preso, como se o ex-presidente fosse o troféu de um Exército de ideologia imperial e participante de outro golpe de estado, agora o de 2016, cuja geração de generais que está em peso no poder central é a mais alienada e totalmente dedicada a ser cúmplice do desmonte do estado nacional, a se calar vergonhosamente sobre a entrega das riquezas brasileiras e de suas estatais, que sempre foram indutoras do desenvolvimento brasileiro, principalmente desde os tempos de Getúlio Vargas.

Villas Bôas deveria calar a boca, porque ao que parece não tem ligação com seu cérebro, pois uma mente capciosa e perversa, que considera Lula um corrupto sem nunca ter sido, ao tempo que apoia um governo, cujos filhos e mulher do presidente fascista Jair Bolsonaro são acusados de cometer incontáveis ilegalidades e irregularidades, sendo que muitas delas são consideradas crimes graves. Esse general que pertence à pior geração de generais que o Exército já formou, não está preocupado com corrupção ou seja o que for. Balela. Mentira.

Se tal milico hidrofóbico e analfabeto político se preocupasse com a República, certamente que esse sujeito emocionalmente descontrolado e com vocação para ser um pequeno déspota à moda Mussolini estaria agora a exigir a prisão dos tucanos, que jamais foram incomodados pela Lava Jato do acusado de crimes Sérgio Moro, bem como estaria a exigir que praticamente todo o PSL, além do MDB estivesse na cadeia.

Hipócrita, o milico volta a pressionar vergonhosamente o Supremo Tribunal Federal (STF), como se o tribunal fosse atender sua vontade digna de doidivana e não se ater à Constituição, que determina que uma pessoa só pode ser encarcerada depois de processo transitado em julgado, assim como prender alguém ainda na segunda instância não é constitucional e nunca foi. Inventaram esse jabuti constitucional para que Lula fosse preso em segunda instância e, com efeito, afastado da corrida presidencial.

Por sua vez, o general raivoso não sabe disso. O pequeno Pinochet só sabe dos interesses dos Estados Unidos, porque o Brasil para essa geração de generais entreguistas e privatistas tem mais que se explodir e ser desmontado para a gringada safada aliada desses milicos entrem apenas com o garfo e a faca para se deliciar com o trabalho realizado por inúmeras gerações de brasileiros.

General, servidor público privatista e de classe média é a mesma coisa que um gato se misturar a leões. Vocês não são o establishment. Vocês são os capitães do mato do establishment, com salários de classe média. Gerações de milicos sempre se engaram e sofreram quanto a essa realidade: não serem ricas.

Villas Bôas, do alto de sua empáfia e arbitrariedade, aponta os “erros” de Lula e da esquerda, mas se nega a reconhecer que o laranjal do PSL, as milícias, as fakes news eleitoreiras e as rachadinhas da famiglia Bolsonaro durante décadas a arrecadar dinheiro de funcionários já foram comprovados e até agora nada foi feito pela PF de Moro, juiz que um dia o general odiento poderá vê-lo preso.

O Moro, general, aquele que fez o jogo sujo contra a democracia e o Estado de Direito, além de quebrar a economia do País. Ele mesmo, general, o sujeito que, juntamente com os procuradores e delegados da Lava Jato, cometeu crimes em série. Não é mesmo, general? E hoje o ministro da Justiça blinda a famiglia Bolsonaro, após prender seu adversário político, o Lula. O senhor não estranha, general? Ou só enxerga o que deseja ver por conveniência e cinismo?

É inexplicável e surreal compreender tanto ódio, rancor e perversidade de um general, cuja geração é privatista, entreguista, golpista e que se comporta como pária dos militares norte-americanos, como se fosse controlada por um poderoso cafetão. Nunca se viu tantos generais no poder como agora, a se locupletarem em altos cargos e a apoiar um desgoverno de extrema direita fracassado, com índices, números, gráficos e valores negativos em todos os setores da economia e segmentos sociais. Trata-se do fracasso retumbante.

Mais uma vez esses milicos retornaram ao poder para garantir o desassossego, a miséria, a pobreza e a violência para que os ricos e muitos ricos, além dos países desenvolvidos tenham mais do que já tem. Trata-se, na verdade, de servidores públicos alienados e distantes da população, que viveram a vida inteira em uma redoma de cristal, com todos seus direitos garantidos e a participar de festas e reuniões sociais de forma sistemática e a se juntar ao status quo, como sempre fizeram.

Esse tal de general Villas Bôas significa a total falta de inteligência, a arrogância e a prepotência em forma de ideologia, no campo da extrema direita. Seu discurso doentio e verve autoritária é tudo o que uma nação civilizada não quer e deseja. O Exército da geração desses generais elitistas e que jamais saíram ridiculamente da Guerra Fria é isso aí: não protege as fronteiras para impedir o contrabando de armas e drogas, não participa de uma guerra há mais de 150 anos e não se importa em garantir e proteger os projetos militares e de desenvolvimento do Brasil. Não se importam com a soberania e a independência da Nação, porque nunca tiveram projeto de País e programa de governo, com tiveram Getúlio, Jango, Lula e Dilma. São vazios como uma casa de João de Barro abandonada.

Lula sempre foi generoso com as Forças Armadas, as respeitou, as equipou e aumentou seus recursos orçamentários. Projetos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica de grande interesse nacional foram tocados com ênfase, além de os soldados terem uniformes, alimentação e as condições necessárias para servir nos quartéis. O general Villas Bôas calado é um poeta.

E o que acontece hoje? As Forças Armadas estão a dispensar os soldados por falta de comida e corporações estratégicas para a proteção do País, a exemplo da Embraer e o Centro de Lançamento de Alcântara foram entregues aos Estados Unidos, na maior desfaçatez e complexo de vira-lata de generais que envergonham o País. Nunca vi tanto milico de alto escalão tão irresponsável e venal.

Para quem não sabe, essa geração horrorosa de generais é da geração do fascista Jair Bolsonaro que, junto com Paulo Guedes, jamais apresentou quaisquer propostas de desenvolvimento para o País, além de desmontar toda a estratégia estatal de proteção ao pré-sal formulada pelos governos nacionalistas de Lula e de Dilma, por intermédio da compra de caças, da construção de submarinos nucleares e com a renovação das armas pesadas do Exército.

Nem isso esses estúpidos de farda percebem, porque obcecados em intervir na política, como historicamente sempre fizeram ao lado das “elites” e contra os trabalhadores. Definitivamente, essa gente parva não sabe fazer política, porque não compreende a condição humana. O ódio desse general Villas Bôas, que deveria calar a boca para não dizer insanidades, é simplesmente abissal, pois vem de uma alma pequena alimentada pela presunção de que, como um simples servidor público concursado, considera-se mais importante e histórico do que Luiz Inácio Lula da Silva.

Villas Bôas pode ser um poço de ignorância e boçalidade, mas burro esse indivíduo não é. O general que apoia fascistas e a entrega do Brasil aos estrangeiros e à iniciativa privada sabe que o Lula não roubou, mas percebe que no meio onde ele anda está cheio de ladrões, que um dia serão investigados. Ele sabe, pois não é um idiota.

O interesse é manter o Lula preso e dar mais fôlego a um governo fadado ao fracasso, que em pouco tempo trouxe a miséria e a infelicidade ao povo brasileiro. O Exército Brasileiro mais uma vez sairá pelas portas dos fundos do poder e da história, como ocorreu em 1985. Quem viver verá. Os capitães do mato fardados dos escravagistas das oligarquias não aprendem. Villas Bôas é o fim da picada, pois a incongruência em toda sua plenitude e a desfaçatez em toda sua amplidão. É isso aí.

 
12
Jul19

Deus, Farda, Família: galeria dos hipócritas

Talis Andrade

 

AUTO_jarbas religião fanatismo chacina Estados Un

 

Por Reginaldo Corrêa de Moraes

Glenn Greenwald ficou muito famoso desde junho deste ano de 2019. Todos sabemos a razão. Pouca gente o conhecia. Talvez ainda mal conheça, já que uma certa malta de psicopatas tenta construir uma “biografia paralela” do jornalista.

Para começar, antes de ser o repórter premiado e autor de numerosos livros de investigação, ele era advogado, com larga experiência em litígios. Não nasceu ontem.

Um de seus livros talvez tenha particular interesse para o leitor brasileiro, por conta das pimentas que fornece para que compreendamos a fauna que nos rodeia e, infelizmente, nos governa.

O livro é este: Great American Hypocrites: Toppling the Big Myths of Republican Politics (Crown Publishers, N. York. 2008)

A narrativa prima pelo foco e pelos detalhes, sobre os quais, evidentemente terei pouco espaço para falar. Localiza um paradoxo de lá deles, dos gringos, com evidentes analogias para nós, os tupiniquins. Afinal, grandes hipócritas existem lá como cá. Não poderia ser diferente numa terra em que militar expulso por baderna e indisciplina enche a boca para falar das virtudes da caserna. Mas o livro de Greenwald pega no pé dos falsários do Partido Republicano do nosso Grande Irmão do Norte. Não porque não os haja entre aqueles do partido democrata, mas, sim, porque o PR, sobretudo nas últimas décadas, vestiu de modo espalhafatoso a fantasia do comportamento exemplar.

A síntese do livro-reportagem poderia ser esta:

"Nas últimas três décadas, a política americana tem sido impulsionada por uma anomalia bizarra. As pesquisas mostram continuamente que em quase todas as questões, os americanos preferem amplamente as políticas do Partido Democrata frente aquelas do Partido Republicano. Ainda assim, durante esse tempo, os republicanos ganharam a maioria das eleições. Este livro examina como e por que isso aconteceu".

A vantagem republicana depende de vários fatores, mas o livro destaca uma como primordial. Os picaretas republicanos forjam e difundem com incomparável habilidade uns mitos e imagens que os fazem parecer sempre seres superiores aos demais: corajosos, fortes, de ilibada moralidade familiar, honestos, empreendedores, gestores ímpares. Além de tudo, parecem gente “simples”, patriotas e heróis de Guerra, promotores da restrição fiscal e da defesa do indivíduo contra a ingerência governamental.

Os democratas, em contraposição, são sempre retratados como tipos afeminados, fracos, displicentes, imorais, esbanjadores. De vez em quando alguém escapava. Hillary Clinton, por exemplo, era pintada como a macha-castradora, gelada e dominadora.

Não importa que juízo façamos de Hillary, é constrangedor que seja assim retratada por republicanos como o radialista Rush Limbaugh: “onde estão os homens de verdade do Partido Democrata? Hillary Clinton é um deles, mas onde estão os outros?”.

O próprio Limbaugh é um impostor rematado, cuja vida não bate com a imagem. Entre outras tantas baixarias, basta lembrar o modo como se livrou do recrutamento militar, nas tantas vezes em que os americanos se envolveram invadindo outros países. Primeiro tentou inventar que era estudante de faculdade. Deu ruim – a junta militar ficou sabendo ele havia abandonado a escola. Daí ele achou um atestado médico maroto, dizendo que ele tinha um quisto... no ânus. A junta abriu mão de verificar a existência do caroço incômodo. Dá para ver...

Essa é prática usual dos cínicos retratados. Pintam os adversários como anormais para fazer pose de durões exemplares. Quando você olha para a vida real... encontra casamentos e divórcios em série, aventuras variadas no quesito camas, enfim, vidas pouco tradicionais e pouco “cristãs”. Isso vale para sacripantas de várias profissões. Radialistas como Limbaugh ou Bill O’Reilly, políticos profissionais como Ralph Giuliani e Newt Gingrich – figuras que mostram em seu currículo inegáveis aptidões para gerenciar prostíbulos, cassinos ou bancas do jogo de bicho.

Mas voltemos ao argumento do livro. Ele começa por um ícone dessa tribo. Nosso também muito conhecido John Wayne, o macho dos machos, reto dos retos.

Wayne do filme é um, na vida é outro, muito diferente. No filme, o cowboy macho, o herói de guerra, o patriota do pedaço.

Na vida real, o cara chegado ao copo de destilados fortes e que fez de tudo para escapar da convocação militar – ele preferia que outros morressem na guerra que ele convocava. Outros atores de sua geração foram para a guerra contra o nazismo – William Holden, James Stewart, Clark Gable, Tyrone Power, Henry Fonda.

James Stewart tinha 33 anos quando aconteceu Pearl Harbor, alistou-se e participou de nada menos que vinte missões de combate. Wayne alegou estar fora da idade (tinha 34). Depois disse que precisava cuidar de seus três filhos. Por fim, disse que prestava outros serviços – ganhava dinheiro fazendo filmes patrióticos. E encontrava tempo, claro, para pregar as virtudes da tradicional família americana e simultaneamente casar três vezes e rodar a baiana com muitas outras mulheres.

Repetindo a comparação. Clark Gable se alistou com 40. Henry Fonda tinha 37, três anos a mais que Wayne – e também tinha três filhos. Wayne, 32, tirou o corpo fora e animou os demais a entrar em combate. Em resumo, Wayne era, de fato, o retrato do herói de Guerra dos republicanos. Mais ou menos o Rambo-Stalone de sua geração.

Mas teria imitadores no mundo da política. Como George W. Bush e Dick Cheney. Mas uma referência especial cabe ao antigo líder republicano na Câmara de Deputados, o cristão conservador Newt Gingrich. Cristão conservador – esse termo virou escracho e não é apenas aqui, no Brasil. Gingrich é um exemplo acabado de santo do pau oco. Fez todas a que tinha direito. Arrancou assinatura da primeira mulher nos documentos de divorcio quando ela estava saindo de uma cirurgia de câncer. Naquele momento, já estava em outra, já engatara uns três relacionamentos paralelos. E entrou em vários lençóis e bancos traseiros de automóveis. Ou elevadores. Onde fosse possível. O cara era um azougue, insaciável. O dramático é que mesmo assim pretendia se estabelecer como fiscal da braguilha alheia, inclusive a do Clinton, com cujo impeachment sonhava, por conta do affair Monica Levinsky. Deitou, rolou, caiu no ostracismo e... voltou como mordomo de outro paladino da família cristã, Donald Trump. Trump e Gingrich, tudo a ver. Tudo pela moral, pela família e pela civilização cristã-ocidental. Amém, Deus seja louvado.

Assim é a galeria de hipócritas que o talento de Glenn retrata, lá no hemisfério norte. Talvez o repórter não soubesse que encontraria uma fauna similar quando se mudasse para o Brasil. Aqui, também há pastores que juram Deus e a Família na TV e nos púlpitos ao mesmo tempo em que pintam o sete nas quebradas e nos motéis. Que organizam cofres milagrosos e bíblias que expelem dólares. Ah, sim, alguns deles também juram a família no microfone do Congresso. Há políticos que conclamam marchas contra a corrupção enquanto engordam contas na Suíça. E há ex-militares que exaltam o poder educativo da farda e da guerra, mas apenas para os filhos dos outros.

Talvez precisemos da edição de um Great Brazilian Hypocrites. Ou talvez tenhamos uma prévia nas famosas filtragens do Telegram, a nova novela das oito, só que muito mais apimentada.
18
Mai19

ESQUEMA CRIMINOSO DE FLAVIO BOLSONARO EXPLICA PORQUE DELTAN DALLAGNOL PREVARICOU

Talis Andrade

 

Lavanderia bolsonaro queiroz.jpg

 

por Jeferson Miola

---

O MP e o judiciário do RJ fizeram aquilo que a Lava Jato, coordenada por Deltan Dallagnol, deliberadamente deixou de fazer: investigar com isenção e profissionalismo o esquema de corrupção, desvio de dinheiro público, lavagem de dinheiro, enriquecimento ilícito e organização criminosa do Flávio Bolsonaro na política.
 
É preciso recordar que Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz figuravam no relatório do COAF que identificou movimentações financeiras atípicas de deputados estaduais, assessores parlamentares e agentes públicos do Rio de Janeiro.
 
O relatório do COAF resultou na Furna da Onça, operação da Lava Jato realizada no Rio pela PF e MPF em 8/11/2018 com apoio da Receita Federal que levou à prisão 10 deputados estaduais colegas de Flávio e outros 16 agentes públicos implicados [dentre eles, colegas de Queiroz].
 
Apesar da movimentação financeira atípica detectada pelo COAF – R$ 1,2 milhão e depósito de R$ 24 mil na conta da primeira-dama Michele Bolsonaro –, a Lava Jato livrou Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz do mesmo destino dos demais parlamentares e agentes públicos presos na ocasião.
 
Naquela circunstância, os iguais – no caso, Flávio e o assessor e amigo de pescarias e churrascadas da FaMilícia – receberam da Lava Jato do Deltan Dallagnol tratamento desigual: uns bandidos foram brindados com o privilégio da liberdade. Outros, foram enjaulados.

fabrício queiroz pescaria.jpg

Fabricio-Queiroz pelada.jpg

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Não bastasse a exclusão do filho presidencial e do amigo da FaMilícia da investigação no contexto da Furna da Onça, a Lava Jato fechou os olhos para a fuga de Queiroz da justiça e da polícia [aqui] – um comportamento absolutamente atípico, se considerado o padrão de prisões espetaculares, conduções coercitivas ilegais e arbítrios perpetrados pelo Partido da Lava Jato contra petistas e inimigos político-ideológicos.
 
Em 12 de dezembro/18, 1 mês depois da Furna da Onça, Deltan Dallagnol publicou um tweet [aqui] para “oficializar” a prevaricação da Lava Jato, ao abandonar a investigação dos crimes de Flávio e Queiroz:
 
Relatório do COAF apontou que 9 ex-assessores de Flávio Bolsonaro repassaram dinheiro para o seu motorista. Toda movimentação suspeita envolvendo políticos e pessoas a eles vinculadas precisa ser apurada com agilidade. É o papel do MP no RJ investigar”.
 
À continuação, não faltaram tentativas, ameaças e pressões para impedir que o MP/RJ investigasse o esquema da FaMilícia. O MP/RJ, a despeito disso, contrariou expectativas e decidiu não só continuar, como aprofundar as investigações.
 
Com o avanço da investigação, o MP/RJ desvelou uma realidade ainda mais escabrosa, com quase uma centena de pessoas com sigilos quebrados, que compromete não só o filho presidencial Zero1, mas o próprio presidente da República e o modus operandi da FaMilícia Bolsonaro em 30 anos de ação corrupta na política.
 
As investigações revelaram que Flávio Bolsonaro é o elo de ligação de esquema criminoso de enorme alcance da FaMilícia presidencial, com poder de derrubar o governo.
 
Examinado o caso em retrospectiva, fica muito claro entender porque o Partido da Lava Jato de Deltan Dallagnol tudo fez para esconder e abafar este escândalo com potencial devastador, que implica mortalmente a FaMilícia Bolsonaro.
 
Ao mesmo tempo, ajuda a entender a obsessão do ministro Sérgio Moro em manter sob suas asas e controle o COAF.

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