Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

O CORRESPONDENTE

03
Mai23

Mentiras podem matar

Talis Andrade
 

 

 

 (crédito: Caio Gomez)
 

 

por Rodrigo Craveiro

- - -

Primeiro. Blogueiro, salvo raras exceções, não é jornalista, não apura o fato, não tem formação acadêmica nem ética. Não tem o esmero, o cuidado ao levantar as informações e ao buscar as fontes mais precisas. Segundo. As fake news se excluem da seara da liberdade de expressão. Não existe liberdade para mentir, para distorcer e criar notícias falsas, quase sempre com o intuito de beneficiar determinados políticos. Terceiro. As fake news têm o potencial de destruir reputações ou mesmo de matar. Quem as compartilha deve ser tão responsabilizado quanto quem as cria.

As eleições de Donald Trump, nos Estados Unidos, e de Jair Bolsonaro, no Brasil, tentaram deslegitimar o jornalismo e fomentaram um modelo nocivo à democracia, ao propagarem informações falsas, principalmente por grupos de WhatsApp ligados à chamada alt right (direita alternativa) — a facção mais supremacista, ultraconservadora e misógina da extrema-direita. Sem qualquer controle, fatos fabricados começaram a circular livremente fora da bolha desses grupos.

Curioso ou não, as fake news se disfarçam de manchetes extraordinárias, impactantes ou escandalosas para prender a atenção do "leitor", que nem se dá ao trabalho de checar a notícia em sites de veículos de comunicação confiáveis e dedicados ao jornalismo profissional. Ele acaba por compartilhar a "notícia" na mesma hora, e isso vira um ciclo sem fim.

Na condição de repórter formado há quase três décadas, sinto asco quando me deparo com as fake news ou quando pretensos influenciadores digitais fazem defesa apaixonada da disseminação livre e solta de "fatos", ancorados na premissa de que a liberdade de expressão não pode ser tolhida.

Utilizar fake news para criar uma massa de manobra de políticos sedentos pelo poder e avessos ao jornalismo é violar a democracia e o direito à informação séria, qualificada e isenta. É preciso deter essa lama tóxica que escorre pelas redes sociais de forma indiscriminada, metáfora usada pela jornalista filipina Maria Ressa, laureada com o Nobel da Paz em 2021, em entrevista exclusiva ao Correio Braziliense, em outubro de 2021, dois dias depois de ganhar o prêmio.

Responsabilizar e punir autores de fake news, assim como cobrar das plataformas tecnológicas ações voltadas a filtrar conteúdo inverídico, é algo crucial e urgente. "Mentiras podem matar", disse Ressa, durante a mesma entrevista. Sim. No Brasil, uma mulher foi assassinada após boatos de que ela estaria sequestrando crianças para rituais de magia negra. A história se espalhou pelas redes sociais e a moça, inocente, foi linchada. É preciso que a sociedade volte a acreditar no jornalismo profissional como única fonte credível de informação. Antes que a lama tóxica cubra todos nós.

15
Jan23

O “Hino” ao Inominável, feito pra lembrar, pra sempre, o pior dos piores mandatários da nossa história; vídeo

Talis Andrade

hino_ao_inominavel.jpg

 

Redação Vio Mundo

- - -

No ar, o ”Hino” ao Inominável. Com letra de Carlos Rennó e música de Chico Brown e Pedro Luís.

Autoironicamente intitulada “hino”, é uma canção-manifesto contra a contra a candidatura de Jair Bolsonaro (PL) à presidência da República.

Num vídeo criado pelo Coletivo Bijari (versão integral, acima, tem 13min40), 30 artistas interpretam-na.

Entre eles, Wagner Moura, Bruno Gagliasso, Lenine, Zélia Duncan, Chico César, Paulinho Moska, Leci Brandão,  Marina Lima, Mônica Salmaso e Zélia Duncan.

Os versos falam de temas recorrentes no discurso do ex-capitão, como a ditadura militar, racismo, machismo,  destruição ambiental.

Citam literalmente ou se baseiam em declarações dadas pelo ‘inominável’ e encontradas na internet e em jornais.

“Feito pra lembrar, pra sempre, esses anos sob a gestão do mais tosco dos toscos, o mais perverso dos perversos, o mais baixo dos baixos, o pior dos piores mandatários da nossa história. E pra contribuir, no presente, pra não reeleição do inominável”, frisa o texto que acompanha o vídeo lançado nesse em 17-09-2022.

“Na íntegra, são 202 versos, mais o refrão, contra o ódio e a ignorância no poder no Brasil”, prossegue o texto.

Que arremata: “Porém, apesar dele – e do que, e de quem e quantos ele representa – a mensagem final é de luz, a luz que resiste, pois, como canta o refrão ‘Mas quem dirá que não é mais imaginável / Erguer de novo das ruínas o país?’”.

Letra completa do “Hino” do Inominável, de  Carlos Rennó

“Sou a favor da ditadura”, disse ele,
“Do pau de arara e da tortura”, concluiu.
“Mas o regime, mais do que ter torturado,
Tinha que ter matado trinta mil”.
E em contradita ao que afirmou, na caradura
Disse: “Não houve ditadura no país”.

E no real o incrível, o inacreditável
Entrou que nem um pesadelo, infeliz,
Ao som raivoso de uma voz inconfiável
Que diz e mente e se desmente e se desdiz.

Disse que num quilombo “os afrodescendentes
Pesavam sete arrobas” – e daí pra mais:
Que “não serviam nem pra procriar”,
Como se fôssemos, nós negros, animais.
E ainda insiste que não é racista
E que racismo não existe no país.

Como é possível, como é aceitável
Que tal se diga e fique impune quem o diz?
Tamanha injúria não inocentável,
Quem a julgou, que júri, que juiz?

Disse que agora “o índio está evoluindo,
Cada vez mais é um ser humano igual a nós.
Mas isolado é como um bicho no zoológico”,
E decretou e declarou de viva voz:
“Nem um centímetro a mais de terra indígena!,
Que nela jaz muita riqueza pro país”.

Se pronuncia assim o impronunciável
Tal qual o nome que tal “hino” nunca diz,
Do inumano ser, o ser inominável,
Do qual emanam mil pronunciamentos vis.

Disse que se tivesse um filho homossexual,
Preferiria que o progênito “morresse”.
Pruma mulher disse que não a estupraria,
Porque “você é feia, não merece”.
E ainda disse que a mulher, “porque engravida”,
“Deve ganhar menos que o homem” no país.

Por tal conduta e atitude deplorável,
Sempre o comparam com alguns quadrúpedes.
Uma maldade, uma injustiça inaceitável!
Tais animais são mais afáveis e gentis.

Mas quem dirá que não é mais imaginável
Erguer de novo das ruínas o país?

Chamou o tema ambiental de “importante
Só pra vegano que só come vegetal”;
Chamou de “mentirosos” dados científicos
Do aumento do desmatamento florestal.
Disse que “a Amazônia segue intocada,
Praticamente preservada no país”.

E assim negou e renegou o inegável,
As evidências que a Ciência vê e diz,
Da derrubada e da queimada comprovável
Pelas imagens de satélites.

E proclamou : “Policial tem que matar,
Tem que matar, senão não é policial.
Matar com dez ou trinta tiros o bandido,
Pois criminoso é um ser humano anormal.
Matar uns quinze ou vinte e ser condecorado,
Não processado” e condenado no país.

Por essa fala inflexível, inflamável,
Que só a morte, a violência e o mal bendiz,
Por tal discurso de ódio, odiável,
O que resolve são canhões, revólveres.

“A minha especialidade é matar,
Sou capitão do exército”, assim grunhiu.
E induziu o brasileiro a se armar,
Que “todo mundo, pô, tem que comprar fuzil”,
Pois “povo armado não será escravizado”,
Numa cruzada pela morte no país

E num desprezo pela vida inolvidável,
Que nem quando lotavam UTIs
E o número de mortos era inumerável,
Disse “E daí? Não sou coveiro”. “E daí?”

“Os livros são hoje ‘um montão de amontoado’
De muita coisa escrita”, veio a declarar.
Tentou dizer “conclamo” e disse “eu canclomo”;
Não sabe conjugar o verbo “concl…amar”.
Clamou que “no Brasil tem professor demais”,
Tal qual um imbecil pra imbecis.

Vigora agora o que não é ignorável:
Os ignorantes ora imperam no país
(O que era antes, ó pensantes, impensável)…
Quem é essa gente que não sabe o que diz?

Mas quem dirá que não é mais imaginável
Erguer de novo das ruínas o país?

Chamou de “herói” um coronel torturador
E um capitão miliciano e assassino.
Chamou de “escória” bolivianos, haitianos…
De “paraíba” e “pau de arara” o nordestino.
E diz que “ser patrão aqui é uma desgraça”,
E diz que “fome ninguém passa no país”.

Tal qual num filme de terror, inenarrável,
Em que a verdade não importa nem se diz,
Desenrolou-se, incontível, incontável,
Um rol idiota de chacotas e pitis.

Disse que mera “fantasia” era o vírus
E “histeria” a reação à pandemia;
Que brasileiro “pula e nada no esgoto,
Não pega nada”, então também não pegaria
O que chamou de “gripezinha” e receitou (sim!),
Sim, cloroquina, e não vacina, pro país.

E assim sem ter que pôr à prova o improvável,
Um ditador tampouco põe pingo nos is,
E nem responde, falador irresponsável,
Por todo ato ou toda fala pros Brasis.

E repetiu o mote “Deus, pátria e família”
Do integralismo e da Itália do fascismo,
Colando ao lema uma suspeita “liberdade”…
Tal qual tinha parodiado do nazismo
O slogan “Alemanha acima de tudo”,
Pondo ao invés “Brasil” no nome do país.

E qual num sonho horroroso, detestável,
A gente viu sem crer o que não quer nem quis:
Comemorarem o que não é memorável,
Como sinistras, tristes efemérides…

Já declarou: “Quem queira vir para o Brasil
Pra fazer sexo com mulher, fique à vontade.
Nós não podemos promover turismo gay,
Temos famílias”, disse com moralidade.
E já gritou um dia: “Toda minoria
Tem de curvar-se à maioria!” no país.

E assim o incrível, o inacreditável,
Se torna natural, quanto mais se rediz,
E a intolerância, essa sim intolerável,
Nessa figura dá chiliques mis.

Mas quem dirá que não é mais imaginável
Erguer de novo das ruínas o país?

Por vezes saem, caem, soam como fezes
Da sua boca cada som, cada sentença…
É um nonsense, é um caô, umas fake-news,
É um libelo leviano ou uma ofensa.
Porque mal pensa no que diz, porque mal pensa,
“Não falo mais com a imprensa”, um dia diz.

Mas de fanáticos a horda lamentável,
Que louva a volta à ditadura no país,
A turba cega-surda surta, insuportável,
E grita “mito!”, “eu autorizo!”, e pede “bis!”

E disse “merda, bosta, porra, putaria,
Filho da puta, puta que pariu, caguei!”
E a cada internação tratando do intestino
E a cada termo grosso e um “Talquei?”,
O cheiro podre da sua retórica
Escatológica se espalha no país.

“Sou imorrível, incomível e imbrochável”,
Já se gabou em sua tão caracterís-
Tica linguagem baixo nível, reprovável,
Esse boçal ignaro, rei de mimimis.

Mas nada disse de Moise Kabagambe,
O jovem congolês que foi aqui linchado.
Do caso Evaldo Rosa, preto, musicista,
Com a família no automóvel baleado,
Disse que a tropa “não matou ninguém”, somente
“Foi um incidente” oitenta tiros de fuzis…

“O exército é do povo e não foi responsável”,
Falou o homem da gravata de fuzis,
Que é bem provável ser-lhe a vida descartável,
Sendo de negro ou de imigrante no país.

Bradou que “o presidente já não cumprirá
Mais decisão” do magistrado do Supremo,
Ao qual se dirigiu xingando: “Seu canalha!”
Mas acuado recuou do tom extremo,
E em nota disse: “Nunca tive intenção
(Não!) De agredir quaisquer Poderes” do país.

Falhou o golpe mas safou-se o impeachável,
Machão cagão de atos pusilânimes,
O que talvez se ache algum herói da Marvel
Mas que tá mais pra algum bandido de gibis.

Mas quem dirá que não é mais imaginável
Erguer de novo das ruínas o país?

E sugeriu pra poluição ambiental:
“É só fazer cocô, dia sim, dia não”.
E pra quem sugeriu feijão e não fuzil:
“Querem comida? Então, dá tiro de feijão”.
É sem preparo, sem noção, sem compostura.
Sua postura com o posto não condiz.

No entanto “chega! […] vai agora [inominável]”,
Cravou o maior poeta vivo, no país,
E ecoou o coro “fora, [inominável]!”
E o panelaço das janelas nas metrópoles!

E numa live de golpista prometeu:
“Sem voto impresso não haverá eleição!”
E praguejou pra jornalistas: “Cala a boca!
Vocês são uma raça em extinção!”
E no seu tosco português ele não pára:
Dispara sempre um disparate o que maldiz.

Hoje um mal-dito dito dele é deletável
Pelo Insta, Face, YouTube e Twitter no país.
Mas para nós, mais do que um post, é enquadrável
O impostor que com o posto não condiz.

Disse que não aceitará o resultado
Se derrotado na eleição da nossa história,
E: “Eu tenho três alternativas pro futuro:
Ou estar preso, ou ser morto ou a vitória”,
Porque “somente Deus me tira da cadeira
De presidente” (Oh Deus proteja esse país!”).

Tivéssemos um parlamento confiável,
Sem x comparsas seus cupinchas, cúmplices,
E seu impeachment seria inescapável,
Com n inquéritos, pedidos, CPIs.

………………………………………………………………

Não há cortina de fumaça indevassÁvel
Que encubra o crime desses tempos inci-vis
E tampe o sol que vem com o dia inadiÁvel
E brilha agora qual farol na noite gris.
É a esperança que renasce onde HÁ véu,
De um horizonte menos cinza e mais feliz.
É a passagem muito além do instagramÁvel
Do pesadelo à utopia por um triz,
No instante crucial de liberdade instÁvel
Pros democráticos de fato, equânimes,
Com a missão difícil mas realizável
De erguer das cinzas como fênix o país.

E quem dirá que não é mais imaginável
Erguer de novo das ruínas o país?

Mas quem dirá que não é mais imaginável
Erguer de novo das ruínas o país?

“Hino” ao Inominável

Produção e direção musical: Xuxa Levy

Produção e direção artística: Carlos Rennó

Colaboração musical e artística: Pedro Luís e Chico Brown

Intérpretes

André Abujamra

Arrigo Barnabé

Bruno Gagliasso

Caio Prado

Cida Moreira

Chico Brown

Chico César

Chico Chico

Dexter

Dora Morelenbaum

Héloa

Hodari

Jorge Du Peixe

José Miguel Wisnik

Leci Brandão

Lenine

Luana Carvalho

Marina Íris

Marina Lima

Monica Salmaso

Paulinho Moska

Pedro Luís

Péricles Cavalcanti

Preta Ferreira

Professor Pasquale

Ricardo Aleixo

Thaline Karajá

Vitor da Trindade

Wagner Moura

Zélia Duncan

Músicos:

Ana Karina Sebastião: baixo
Cauê Silva : percussão
Fábio Pinczowski: teclados
Juba Carvalho: percussão
Léo Mendes: guitarra
Thiago Silva: bateria
Webster Santos: violões
Xuxa Levy: máquina de escrever e programações

Participação especial: violoncelista Jacques Morelenbaum

Vídeo:

Coletivo Bijari
Edição: Guilherme Peres
Direção de fotografia: Toni Nogueira

09
Jan23

ONU cobra investigação e punição dos criminosos dos atos em Brasília

Talis Andrade

 

Dirigente da entidade comentou sobre políticos que incentivam o ódio e compartilham fake news para desinformar

Móveis e janelas danificados no Congresso Nacilnal
Móveis e janelas danificados no Congresso Nacilnal - 
 
 

Volker Türk, alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos pediu através de um comunicado emitido nesta segunda-feira, 09, que o Brasil "conduza investigações rápidas, imparciais, eficazes e transparentes sobre a violência de domingo e responsabilizem os envolvidos".

Türk, disse que as cenas das invasões "de simpatizantes do ex-presidente (Jair Bolsonaro)" foram "chocantes". "Condeno com veemência este atentado ao coração da democracia brasileira", afirmou.

O comissário questionou as ações de políticos que incentivam o ódio e o uso da desinformação, as chamadas fake news.

De acordo com Volker os atos deste domingo foi "o desdobramento final da distorção continuada dos fatos e da incitação à violência e ao ódio por parte de atores políticos, sociais e econômicos que têm fomentado uma atmosfera de desconfiança, divisão e destruição ao rejeitar o resultado de eleições democráticas. Aceitar o resultado de eleições livres, justas e transparentes está no centro dos princípios democráticos fundamentais. Alegações infundadas de fraude eleitoral minam o direito à participação política. A desinformação e a manipulação precisam parar". disse.

"Exorto as lideranças de todo o espectro político do Brasil a colaborarem umas com as outras para restaurar a confiança nas instituições democráticas e promover o diálogo e a participação pública", solicitou no comunicado.

A ONU ainda pontou que ao menos oito profissionais da imprensa foram agredidos ou tiveram seus equipamentos destruídos, "impossibilitados de cumprir sua função essencial de informar os brasileiros e o mundo sobre o que estava acontecendo".

"Estes últimos ataques confirmam uma tendência de aumento das agressões físicas contra jornalistas num contexto de elevados níveis de violência política", disse.

Türk ainda disse que seu escritório está "pronto para apoiar o novo governo a tratar das questões de direitos humanos que o Brasil enfrenta".

 
Image

07
Dez22

O recado indecoroso e ameaçador de Flávio Bolsonaro para Alexandre de Moraes

Talis Andrade

nando flavio bolsonaro queiroz.jpg

 

O senador criminoso miliciano propõe que todos se acovardem diante do poder que a família e a extrema direita ainda pensam ter. Essa é a pacificação

 

 

por Moisés Mendes

- - -

O choro de Bolsonaro diante dos militares levou o filho Flávio a entregar armas como um derrotado desastrado e prepotente. 

Flávio mandou dizer a patriotas e manés ainda nas estradas e diante dos quartéis que a ideia do golpe nunca existiu. E aproveitou para fazer uma proposta.

Sugeriu que Alexandre de Moraes arquive os inquéritos contra ele, o pai dele, os irmãos, os milicianos, os empresários e os amigos golpistas.

Fez a sugestão com a candura de uma mãe que pede clemência a um juiz por ter furtado um pacote de massa miojo para enganar a fome de quatro filhos.

Foi isso o que disse Flávio em entrevista a Paulo Cappelli, do Metrópoles: 

“A pacificação do país passa pelo arquivamento dos inquéritos que estão com o Alexandre de Moraes no STF. A defesa da democracia passa pelo arquivamento desses inquéritos. Se Moraes continuar nessa toada, o próximo Bolsonaro será o Lula. Amanhã, será a vez da esquerda”.

Nessa toada, Moraes toca os inquéritos mais importantes da República, porque juntam os principais desmandos da extrema direita desde a eleição de 2018. 

As investigações tratam das milícias digitais, das fake news, dos atos golpistas em Brasília, do que chamam, no conjunto, de gabinete do ódio, dos tios do zap que se organizaram para defender o golpe, dos manés que ocuparam estradas e ruas depois da eleição e dos financiadores das arruaças.

Há no recado do senador uma advertência: Moraes pode fazer com Lula amanhã o que faz hoje contra Bolsonaro. 

É uma tese que circula inclusive entre carnavalescos de esquerda do bloco do eu-estou-avisando.

Há na fala de Flávio uma ofensa grave ao ministro que relata os crimes da família e dos agregados dos derrotados. 

Há também uma aposta no pano quente e nos imbróglios da burocracia judiciária, diante da possibilidade de transferência de parte dos casos para a Justiça Comum. 

E aí tudo pode acontecer e não acontecer, ainda mais agora que as próprias autoridades finalmente reconhecem que o bolsonarismo expôs muitos xerifes sem brio. E brio não é mercadoria barata. 

Há ainda no recado de Flávio, mesmo que não explicitado, o alerta que o fascismo dissemina com insistência sobre a granada que espera Moraes no Senado. 

A forte bancada de extrema direita manterá o ministro e seus colegas sob ameaça de impeachment, mesmo que pareça improvável. 

O Senado bolsonarista poderia puxar o pino da granada quando quisesse.

Nessas circunstâncias, a ideia da pacificação é um truque raso, mesmo que seja da natureza da política e de seus apêndices fazer arranjos sujos e limpos, alguns até hoje mantidos sob os pântanos. 

Foi assim na anistia de 1979. Todos estavam cansados, e os exilados queriam voltar. Não havia o que fazer. 

Aceitaram o que havia sido imposto. Os exilados voltaram, os dois lados seguiram a vida, mas em algum momento se daria um jeito de pegar os criminosos. 

Alguns tentaram fazer o que argentinos, no melhor exemplo, e chilenos e uruguaios fizeram. 

Tentaram revisar a anistia, para pelo menos processar os torturadores. Faltou lastro político em todas as esferas, do povo às elites que poderiam transmitir alguma bravura e confiança.  

E foi assim que o Supremo decidiu: não mexam com isso daí. Não mexeram, apesar da Comissão da Verdade e de valentes mobilizados pela reparação de crimes de lesa humanidade.

E assim o país elegeu um presidente que elogia torturadores. Foi essa a pacificação à brasileira. 

Bolsonaro é produto desse esforço pacificador, com o Supremo e com tudo, patrocinado por, terei de repetir, autoridades sem brio.

É o que Flávio propõe que se repita, mas sem que exista reciprocidade, como se pretendeu que existisse na anistia de 1979. 

O que o Brasil ganha com a anistia para as quadrilhas investigadas por Alexandre de Moraes? Nada.

A pacificação proposta é o que é. Uma tentativa de passada de mão na bunda. É um acinte do porta-voz dos investigados, incluindo sonegadores que patrocinam o golpe. 

Flávio pede que instituições e autoridades façam fila para que ele toque suas partes, enquanto o pai e os filhos dão gargalhadas. 

O senador propõe que todos se acovardem diante do poder que a família e a extrema direita ainda pensam ter.

Essa é a pacificação. Um gesto em que Flávio é apenas o emissário do pai. A atitude do empreendedor da família é o que há muito tempo chamavam de desplante. 

Promotores, procuradores, juízes, desembargadores e ministros das altas Cortes sabem que é desfaçatez mesmo.

adriano flávio queiroz.jpg

30
Nov22

As mais loucas fake news que os bolsonaristas ajoelhados nas porteiras dos quartéis acreditam

Talis Andrade

fake moça.jpeg

fake thiagolucas.jpg

fake _news___amorim.jpg

lava-jato-moro fake.jpeg

fakeada por jota camelo.jpeg

meme-damares cacetinho mamadeira de piroca.jpg

 

A MAMADEIRA QUE MUDOU O BRASIL #meteoro.doc - YouTube

 

mamadeira de piroca - Revista Fórum

Mamadeira inflada em ato golpista /7 de Setembro /São PauloPerfis da 'mamadeira de piroca' ainda espalham fake news - 25/08/2022 -  Poder - Folha

 

por Jornalistas Livres

- - -

 

Com o fim do segundo turno e a derrota de Bolsonaro, os seguidores fiéis do presidente não desistiram da corrida eleitoral e se mantiveram firmes nas ruas questionando o resultado das urnas. Como de costume, o que vem dando sustentação aos argumentos desses golpistas é um vasto acervo de fake news. Tem de tudo. Tem notícia que traz a cantora Lady Gaga representando a primeira-ministra do tribunal de Haia. Tem Alexandre de Moraes preso por favorecer Lula. Tem general das Forças Armadas Beijamin Arrola. E por aí vai. No universo paralelo do bolsonarismo o déficit cognitivo impera. Para os que estão do outro lado, chega a ser cômico. Nós dos Jornalistas Livres reunimos algumas das mais absurdas fake news propagadas por grupos bolsonaristas desde o dia 30 de outubro.

 

Lady Gaga, a primeira-ministra do Tribunal de Haia

Uma imagem com a cantora Lady Gaga em uma suposta conferência com Jair Bolsonaro começou a circular nas redes sociais bolsonaristas. A foto estava acompanhada de uma explicação: Stefani Germanotta (o verdadeiro nome da cantora), a primeira-ministra do “Tribunal de Haia”, estaria negociando uma possível intervenção militar com o atual presidente. 

Lady Gaga é, na verdade, uma cantora que não tem relações com a política brasileira, e não possui um cargo de primeira-ministra (já que esse cargo não existe) no Tribunal Penal Internacional, localizado na cidade de Haia.

Stefani Germanotta (Lady Gaga), em uma suposta conferência de vídeo com Jair Bolsonaro. Foto/Reprodução

 

Mia Khalifa, diretora do tribunal de Haia

Outra notícia foi compartilhada nas redes sociais do grupo bolsonarista “Direita Brasil” (@direita.brasil_oficial), a matéria contava com uma foto de Mia Khalifa, ex-atriz pornô libanesa, em um entrevista que fez para a BBC em 2019 acompanhada de uma foto de Jair Bolsonaro com a seguinte manchete: “Diretora do Departamento Anti-Fraudes Eleitorais do Tribunal de Haia diz que está chocada com as provas obtidas”. 

Mia Khalifa não apresenta nenhuma relação com o tribunal de Haia ou com as eleições presidenciais do Brasil. “Ok, a essa altura eu deveria estar me perguntando se estou atrasada para o trabalho, eu acho que eu realmente tenho esse emprego”, ironizou a modelo ao compartilhar a notícia falsa que estava circulando nas redes sociais. 

Tweet do portal Direita Brasil chamando Mia Khalifa de Diretora do Departamento Anti-Fraudes Eleitorais do Tribunal de Haia. Imagem/Reprodução

 

General Benjamin Arrola

Mais uma notícia duvidosa começou a circular nos grupos bolsonaristas nesta semana. Trata-se de um texto que afirma que o suposto general das Forças Armadas “Benjamin Arrola” teria pedido ao TSE uma explicação sobre as eleições. É admirável a credibilidade que um bolsonarista pode dar a uma notícia que traz um nome fictício que sonoramente se traduz em “Beija Minha Rola”. Foi o caso do prestigiado lutador Vitor Belfort, ex-campeão de UFC e eleitor de Jair Bolsonaro. Em seu instagram, o lutador compartilhou um story com a notícia do general e ainda abriu uma enquete para os seus seguidores perguntando se eles acreditavam no resultado das urnas.

“O General Benjamin Arrola das Forças Armadas declarou que o exército deu 24 horas para que o TSE explique o que houve nas urnas no domingo. Segundo ele, as forças armadas já estão apostos para a tomada do poder caso não haja nenhuma explicação coerente”, diz o texto que Belford compartilhou nos stories do seu instagram”.

Vitor Belfort, ex-campeão de UFC, postou em seu stories uma declaração do “General Benjamin Arrola”. Imagem/Reprodução

Nesta terça-feira (08/11), o ex-lutador de UFC postou um vídeo pedindo uma declaração do suposto general.

Onde está o General Benjamin Arrola?

 

A renomada juíza Anna Ase, cantora do ABBA  

A cantora Agnetha Fältskog, do conjunto ABBA, também foi alvo de fakenews bolsonaristas. Um vídeo mostra a suposta juíza Anna Ase, uma autoridade internacional sueca, falando sobre fraudes nas urnas brasileiras. 

Anna Ase, na verdade, é Agnetha Fältskog, cantora na banda ABBA. O vídeo que a “juíza” questiona a veracidade das urnas é uma entrevista de 2013, e os bolsonaristas usaram legendas falsas nas falas da cantora para sustentarem sua tese. 

Agnetha Fältskog, a cantora do grupo ABBA, é chamada de juíza renomada e comenta as eleições brasileiras de 2022. Imagem/Reprodução

 

Pedido de prisão contra Alexandre de Moraes 

Um vídeo que viralizou na última semana mostra um grupo de bolsonaristas comemorando a suposta prisão do Ministro Alexandre de Moraes. A filmagem aconteceu em Porto Alegre e nela bolsonaristas choram, se jogam no chão e balançam a bandeira do Brasil ao receberem a notícia falsa. 

O ministro não recebeu nenhum mandado de prisão e segue atuando no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), confira abaixo o vídeo que viralizou nas redes: 

 

Christmas 

Uma foto da reportagem afiliada ao SBT do Rio Grande do Norte, TV Ponta Negra, viralizou na internet. A imagem mostra um idoso em uma manifestação antidemocrática, contrariando a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na Avenida Hermes da Fonseca. 

O sujeito segura um cartaz escrito: “intervenção federal 02/11/2022 Natal/RN — Brasil”. No entanto, o que chamou mais a atenção dos internautas foi a tradução em inglês logo abaixo: “federal intervention already 02/11/2022 Christmas/RN — Brasil”. O nome da cidade havia sido traduzido para “Christmas”, como é chamado a data comemorativa em que Jesus nasceu, 25 de dezembro, isto é, Natal. 

Homem traduz o nome da cidade de Natal para Christmas. Imagem/Reprodução
 

Com Camilla Veles e Marina Merlino. Roteiro André Cavalieri e Gabriel Di Giacomo. Direção captação edição André Cavalieri
 

Nenhuma descrição de foto disponível.
 
 

camelo mentiras à brasil eira nem beira.jpg

 

mentira imprensa Kalvellido.jpg

 
 
 
06
Nov22

Quem são os parlamentares que apoiam atos golpistas e por que isso é um problema

Talis Andrade

Image

 

Deputados estaduais e federais que se elegeram neste ano convocaram ou defenderam protestos por intervenção militar após Bolsonaro perder eleição; juristas explicam possíveis crimes que estariam cometendo

 

O deputado estadual reeleito Sargento Rodrigues ( Washington Fernando Rodrigues -  PL-MG) publicou um vídeo no story do Instagram (postagem que tem duração de 24h), nesta quarta-feira (2/11), incentivando a população a ocupar as ruas para que as Forças Armadas tomem o poder, ou seja, deem um golpe.

Zema usa teoria nazista, diz Sargento Rodrigues | O TEMPO

“Passando aqui para deixar uma singela contribuição para reflexão de todos os patriotas. Hoje, 2 de novembro de 2022, assistimos a belíssimas manifestações e exemplo de cidadania por todo o Brasil”, disse. “Mas, se queremos de fato alcançar nosso resultado de forma efetiva, de forma prática, nós devemos ter como exemplo o que aconteceu no Egito em fevereiro de 2011, onde 20 milhões de egípcios ocuparam a praça em frente à sede do governo e só saíram de lá depois de o ditador Hosni Mubarak foi destituído e o poder entregue às Forças Armadas. Se queremos, de fato, o reestabelecimento da ordem constitucional, o respeito à democracia e à nossa bandeira, devemos canalizar as nossas energias para um único local: a Praça dos Três Poderes”.

Vereadora Rute Costa | São Paulo SP

Outro exemplo foi a invasão do Capitólio, nos Estados Unidos, em janeiro de 2021, que deixou cinco mortos e mais de 180 policiais feridos por apoiadores do ex-presidente Donald Trump, derrotado no pleito presidencial, que alegava fraude sem provas.

Ajude a Ponte!

“Além de a gente ver como a lei nacional é, é muito importante olhar para fora e ver essas experiências desastrosas de tentativa de desestabilização do ambiente democrático em períodos pós-eleitorais que são organizados e capitaneados por grupos de extrema-direita, muitas vezes profissionais nisso, que acabam levando um conjunto de pessoas nem iriam se juntar a esse tipo de manifestação”, afirma.

Image

Eduardo Bolsonaro defendeu o golpe e que o pai conversasse com Steve Bannon.

Rodrigues se refere à renúncia do ditador Hosni Mubarak, que governou o Egito por 30 anos, após pressão popular. A comparação, contudo, não faz sentido, já que tanto o candidato que o parlamentar defendeu, o presidente Jair Bolsonaro (PL), e o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (PT), disputaram eleições num regime democrático no Brasil. Além disso, ele esquece de mencionar que no Egito, dois anos depois, as Forças Armadas praticaram um golpe contra o então presidente democraticamente eleito Mohammed Morsi, em 2013.

Denise Dora, diretora da ONG Artigo 19, explica que manifestação e liberdade de expressão são direitos humanos, mas não absolutos. “Você pode fazer atos de solidariedade porque o seu candidato não ganhou, mas não pode organizar um movimento coletivo de ataque ao sistema eleitoral”, sinaliza. “No Brasil, temos tanto o direito ao protesto quanto a norma que delimita até onde esse direito pode se estender se faz um ataque às instituições”, aponta, ao citar a nova Lei de Segurança Nacional, aprovada em 2021.

Hugo Albuquerque, advogado e mestre em Direito Constitucional pela Pontifícia Uninversidade Católica de São Paulo (PUC-SP), concorda com Dora e exemplifica que os manifestantes, incluindo parlamentares, violam o artigo 286 do Código Penal, que revisou a Lei de Segurança Nacional em 2021, sobre criar “animosidade entre as Forças Armadas, ou delas contra os poderes constitucionais, as instituições civis ou a sociedade”.

Raquel Scalcon, advogada criminalista e professora de Direito na Fundação Getúlio Vargas em São Paulo (FGV-SP), também soma o enquadramento, no caso dos bloqueios de rodovias, do artigo 359-L, que prevê “tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais”, também incluído pela nova Lei de Segurança Nacional. A Agência Pública fez denúncias de coações a passageiros para serem liberados. “Não se trata de um movimento legítimo, mas que busca reverter o resultado legítimo de um processo eleitoral”, afirma.

“Imunidade parlamentar não é impunidade parlamentar, ela diz respeito mais a um aspecto processual [por quem um deputado pode ser julgado e não sofrer perseguição pela atuação política] do que material, e isso não quer dizer que o Ministério Público não possa agir contra um parlamentar que está tentando violar a ordem”, enfatiza. Denise Dora também indica que parlamentares podem “responder processos para discutir a legitimidade de seus mandatos, sofrer sanções, podem se tornar inelegíveis”, a depender do tipo de engajamento de autoridades engajadas nesses atos quando já ocupam um cargo público, mas se preocupa com uma Procuradoria-Geral da República omissa, já que Augusto Aras declarou que os bloqueios de rodovias eram “indesejáveis, mas compreensíveis”.

Outro ponto é de que existe um consenso de juristas de que o artigo 142 da Constituição Federal, que define que as Forças Armadas “destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem”, não autoriza uma intervenção militar para “restaurar a ordem” nem interferir no Executivo ou no Legislativo pelo princípio de separação dos poderes previsto na Constituição, apesar de os grupos bolsonaristas insistirem em invocá-lo para os protestos.

“É uma forma de angariar essa contradição do discurso que é realizado por esse grupo, como se fossem defensores da Constituição. Uma contradição também presente no discurso do presidente [Bolsonaro], que usa um bordão de que ele é o agente que age dentro das quatro linhas da Constituição, mas ele tomou ao longo do seu governo uma série de medidas para implodir o projeto constitucional e usou do seu poder por meio decretos sobre orçamento público e nomeação de cargos administrativos para inviabilizar, por exemplo, normas constitucionais que demandavam proteção ao meio ambiente.”

“Atos “ANTIdemocráticos”!? Um monte de velhinhos(as), adultos segurando bandeiras do Brasil e crianças cantando o hino nacional brasileiro. Se isso é antidemocrático o que a esquerda sempre faz ao destruir patrimônio público e privado, pichar muros e tocar fogo e em carros é o que? Terrorismo? Claro que não! Democracia que eles defendem é outro nível!”, escreveu capitão Alden (Alden Jose Lazaro da Silva). 

E há quem participou ativamente dos atos, como o deputado federal eleito Coronel Ulysses (Ulysses Freitas Pereira de Araujo -PL-AC), em frente ao Comando de Fronteira Acre, onde funciona o 4º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS). “Parabéns aos acreanos que estão em frente ao 4º BIS. São famílias que dão um exemplo de fé e coragem, exercendo o direito de liberdade e expressão de forma ordeira, pacífica e patriótica. Deus, Pátria, Família e Liberdade”, escreveu.

O deputado estadual de Santa Catarina Sargento Lima (Carlos Henrique de Lima -PL) também fez uma live no protesto em frente ao 62º Batalhão de Infantaria de Joinville. “A população simplesmente não aceita o resultado das eleições. Um candidato sem popularidade vencer as eleições? Esse é o motivo da revolta”, diz, próximo a um cartaz branco com letras vermelhas pedindo “intervenção federal”. O parlamentar afirma que está transmitindo o protesto “antes que derrubem a página” e em contraponto à imprensa. “É uma manifestação pacífica, com crianças, mulheres, todo o povo brasileiro nas ruas totalmente inconformado com o resultado das eleições”, prossegue.

Scalcon esclarece que não são os métodos que definem um protesto ser democrático, mas o motivo de estar sendo realizado. “É uma linha muito tênue, sem dúvida. Contudo, a sua finalidade não é constitucional, porque se busca questionar o resultado de uma eleição absolutamente legítima. O problema não são apenas os métodos em si, mas a finalidade dos bloqueios. Essa finalidade não está amparada pela ordem constitucional. Pelo contrário”, afirma.

Denise Dora, da Artigo 19, ainda lembra que é preciso fazer um olhar para casos fora do Brasil, como a derrubada do presidente eleito da Bolívia, Evo Morales, em 2019, em que a deputada Jeanine Añez se autoproclamou presidente (e que acabou presa e condenada em 2022 por participação no golpe de Estado). Añez já era citada por Bolsonaro há seis meses por receio de ter um destino igual ao dela.

25
Out22

“A avalanche de desinformação é um desafio existencial para a democracia”, diz Jamil Chade

Talis Andrade
 
O jornalista Jamil Chade nos estúdios da RFI em Paris
O jornalista Jamil Chade nos estúdios da RFI em Paris © RFI

 

A multiplicação de fake news veiculadas nos canais de informação e propagadas a uma velocidade impressionante nas redes sociais nesta reta final da campanha eleitoral gerou uma ‘máquina de guerra’ que coloca à prova a existência da própria democracia no Brasil. Ao analisar esse fenômeno, o jornalista e escritor Jamil Chade lança um alerta sobre os efeitos da desinformação, que cria uma "realidade paralela" capaz de influenciar a decisão do eleitor em um momento crucial para definir o futuro do país.

“A eleição é aquele momento em que você vai votar e isso é o óbvio. Mas parece que o óbvio está sendo desfeito. Você vai votar em pleno controle da sua consciência. Você vai escolher com pleno controle do que você pensa. Mas o que acontece se o que a gente pensa é determinado por uma realidade paralela que não existe? Essa é a grande questão hoje”, argumenta o jornalista, que lamenta o atraso na elaboração de mecanismos para coibir a desinformação no Brasil, apesar do histórico recente do uso dessa estratégia de comunicação.

“Eu acho que, apesar dos exemplos do que aconteceu em 2018, apesar de 2020 na eleição regional, no caso do Brasil, na eleição municipal, eu acho que mais uma vez, infelizmente, a gente fracassou em lidar com essa desinformação, porque o que a gente tem visto nos últimos dias é absolutamente assustador e tem dominado a eleição. Tem dominado a campanha”, afirma. Nos últimos dias o Tribunal Superior Eleitoral tem adotado novas regras para dar mais agilidade no combate aos conteúdos de desinformação e da retirada de fake news das plataformas de distribuição.  

“Eu acho que a blindagem ou a força tarefa deveria ter sido feita há seis meses, não há duas semanas do segundo turno. As decisões que foram tomadas nos últimos dias… Você pode dizer que está certo, que está errado e isso é um outro debate. Mas entrar nisso só agora me parece até mesmo um reconhecimento de que a desinformação está vencendo", acrescenta o jornalista, que participou de um ato de defesa da democracia promovido no último sábado, em Paris, por um coletivo de entidades e ONGs preocupadas com os resultados das eleições no Brasil.  

 

Diplomacia brasileira e a agenda ultraconservadora

 

Antes da manifestação, o jornalista falou em entrevista à RFI Brasil sobre a imagem do país no cenário mundial. Para Jamil, que há duas décadas acompanha de perto a movimentação diplomática na sede das Nações Unidos em Genebra, o Brasil não desapareceu da cena internacional, mas assumiu, a partir do governo Bolsonaro, um outro papel. Antes focada na defesa dos interesses nacionais e usando sua influência para mudar regras em organismos como a Organização Mundial do Comércio e a Organização Mundial de Saúde, a diplomacia brasileira tem buscado um protagonismo na agenda ultraconservadora mundial.

“Quando chega o governo Bolsonaro, há um enorme primeiro susto internacional, principalmente nessas diplomacias. Por quê? Porque o governo brasileiro usou de uma forma muito habilidosa essa estrutura que o Itamaraty tinha montado nas últimas décadas, para justamente agora se colocar como uma plataforma, não na defesa do interesse nacional, mas da defesa de um grupo específico, que seria a extrema direita. Então, o Brasil passa a usar os seus canais diplomáticos, não para defender os interesses nacionais brasileiros, mas para defender uma agenda internacional ultraconservadora. E esse é o grande susto”, relata Jamil.

A preocupação do jornalista e escritor com os rumos do país está também presente no livro “Ao Brasil, com amor”, da editora Autêntica, lançado em meio à efervescência política no país. A obra reúne uma troca de cartas de Jamil Chade com a jornalista Juliana Monteiro entre setembro de 2021, quando a Europa deixava para trás o momento mais crítico da pandemia, e julho de 2022, às vésperas do início da campanha eleitoral.

No “exercício do diálogo”, Jamil e Juliana trazem reflexões sobre assuntos diversos pautados pela atualidade, como pandemia, racismo, brasilidade e, claro, a situação política do Brasil.

“No começo, era aquele período da vacinação. Essa era a questão. Mas depois, se você pega o livro, ele vai percorrendo outros temas. E aí, no final, já chegando agora em 2022, não tinha como não falar de desinformação, democracia e como lidar com um fator que todos nós vivemos, que é como dizer para os nossos filhos que aquilo ali que a gente quer evitar, que é justamente o desmonte da democracia, um governo com algumas características claramente autoritárias, é apoiado inclusive por aqueles que nos amam. Como é que fica essa relação? Então, todos esses temas acabaram entrando”, conta.

Jamil Chade diz que a escolha do título é uma provocação e serve de contraponto ao clima que se instalou no país. “A gente coloca isso também numa fala muito recorrente no livro. A gente não vai vencer o ódio com mais ódio, não vai. Não vai dar certo. Ele vai ser desmontado pela indignação, pela não aceitação dessa normalidade de violência, de ódio que se estabeleceu. Quando a gente fala em amor, é um amor justamente como essa provocação. A gente poderia usar outra palavra no lugar do amor, de repente respeito ou convivialidade. O amor, obviamente, é para se contrapor ao ódio”, afirma.

14
Out22

Damares deveria ser processada, condenada e presa por mentir

Talis Andrade

www.brasil247.com - { imgCaption }}

 

Ela requentou antiga fake news de americanos de extrema-direita

 
 
 
- - -
“Nós temos imagens”, disse Damares Alves (Republicanos), senadora eleita pelo Distrito Federal, ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, sobre uma suposta rede de tráfico e crimes sexuais contra crianças paraenses. Ela fez a denúncia em um culto evangélico no último domingo em Goiânia, quando pediu votos para Bolsonaro.
 

“Nós temos imagens de crianças de 4 anos, 3 anos que, quando cruzam as fronteiras [para outros países] tem seus dentes arrancados para não morderem na hora do sexo oral” – foi o que ela disse em discurso gravado.

Image

Acossada pela cobrança de provas, Damares afirmou, ontem, em entrevista à Band News:

“O que eu falo no meu vídeo são as conversas que eu tenho com o povo na rua. Eu não tenho acesso, os dados são sigilosos, mas nenhuma denúncia que chegou na ouvidoria [do ministério] deixou de ser encaminhada”.

Damares deveria ser presa. Não é doida, nem idiota e ainda não tem imunidade para dizer o que que quiser. Terá depois de ser empossada como senadora. É ligada a um grupo americano de extrema-direita que apoia Trump e distribui fake news. O que ela fez foi requentar uma antiga fake news desse grupo.

A campanha de Bolsonaro tenta desvinculá-lo de Damares. Impossível. Bolsonaro a conheceu quando ela circulava no Congresso como assessora do senador Magno Malta (PL-ES). Gostou dela, e quando se elegeu presidente, empregou Damares como ministra. Ela e Michelle Bolsonaro tornaram-se amigas.

Image

ImageImage

Image

11
Out22

MPF pede informações sobre crimes sexuais citados por Damares

Talis Andrade

Image

 

 

Ex-ministra da Mulher, Família e dos Direitos Humanos detalhou casos chocantes cometidos contra crianças da Ilha do Marajó

 

 
- - -
Membros do Ministério Público Federal (MPF) no Pará enviaram ofício ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH) nesta segunda-feira (10/10) para solicitar mais informações sobre supostos casos de abuso sexual revelados pela ex-titular da pasta e senadora eleita, Damares Alves (Republicanos).
 

A ex-ministra, em discurso feito no sábado (8/10) em Goiânia (GO), afirmou que, “abrindo as gavetas do ministério” que chefiava, descobriu casos de abuso sexual e tráfico de crianças na Ilha do Marajó (PA). O ofício do MPF, endereçado à secretária-executiva da pasta, Tatiana Barbosa de Alvarenga, pede que todos os detalhes descobertos pelo MMFDH venham ser encaminhados “para que sejam tomadas as providências cabíveis”.

Além disso, exige que o MMFDH “informe quais providências tomou ao descobrir os casos e se houve representação (denúncia) ao Ministério Público ou à Polícia”.

Damares Alves deu detalhes explícitos sobre as violências sofridas pelas crianças, que teriam “os dentes arrancados pra elas não morderem na hora do sexo oral”. “Fomos para a Ilha do Marajó, e lá descobrimos que nossas crianças estavam sendo traficadas por lá. Nós descobrimos que essas crianças comem comida pastosa para o intestino ficar livre para a hora do sexo anal”, afirmou.

A ex-ministra afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) teria se mobilizado em prol das vítimas. “E o inferno se levantou contra esse homem. A guerra contra Bolsonaro que a imprensa, o Supremo e o Congresso levantaram, acreditem, não é uma guerra política. É uma guerra espiritual”, argumentou.

O Metrópoles entrou em contato com o MMFDH a respeito do assunto e aguarda retorno.

 

Bolsonaro canibal e mitomaníaco  

 

www.brasil247.com - { imgCaption }}

Para atenuar as histórias de canibalismo do chefe, Jair Bolsonaro, Damares diz que as eleições "não é uma guerra política. É espiritual".

Não sei como uma pastora mente tanto em coisas que ela classifica de religiosas. Inclusive inventa boatos e espalha fakenews. 

Damares faz parte do Gabinete do Ódio, responsável por uma onda de boatos, e transformação das eleições em uma guerra religiosa. 

 

De Amazônia a ditadura, como foi a entrevista em que Bolsonaro afirmou que 'comeria índio sem problema algum'

 

www.brasil247.com - { imgCaption }}

por Fernanda Alves /Jornal Extra

O vídeo de 30 segundos em que Jair Bolsonaro afirma que "comeria um índio sem problema algum", viralizado nas redes sociais e usado nas inserções televisivas do PT, faz parte de uma entrevista maior do presidente para o New York Times, concedida em 2016. Disponibilizada no canal oficial de Bolsonaro no Youtube, a íntegra traz outras declarações polêmicas do então deputado federal, que repetiu que não houve ditadura no Brasil, afirmou que nordestinos são chamados de pau de arara "de forma carinhosa" e, em dado momento, chegou a defender vacinas.

A menção ao suposto canibalismo acontece quando Bolsonaro conta ao repórter sobre uma visita a uma região indígena no Norte do país. "Morreu um índio e eles estão cozinhando. Eles cozinham o índio, é a cultura deles. Cozinha por dois, três dias e come com banana"", descreveu o hoje presidente. Contudo, Junior Hekurari, presidente do Condisi (Conselho do Distrito Sanitário Indígena) Yanomami, negou em declaração à Agência Púbica que o povo indígena Yanomami do Surucucu realize rituais com canibalismos.

— Eu queria ver o índio sendo cozinhado. Daí o cara falou: "Se for, tem que comer". Eu falei: "Eu como!" Como a comitiva não quis ir, porque tinha que comer o índio, e não queriam me levar sozinho lá, aí não fui. Eu comeria o índio sem problema nenhum, é a cultura deles, e eu me submeti àquilo — continuou Bolsonaro.

No bate-papo, Bolsonaro adiantou seus planos de se tornar presidente da República, concretizados dois anos depois. Logo no início da conversa, ele critica a esquerda e o Partido dos Trabalhadores, afirmando que "a política do PT é de igualdade na miséria". O então deputado federal também comenta o desmatamento na Amazônia, criticando as demarcações indígenas, e garante que não houve ditadura no Brasil.

— Ditadura? No Brasil? Mas eu não sei aonde. Quem quisesse ir para Miami iria naquela época. Algum cubano pode vir pra cá? Que ditadura? Você ia e vinha, andava à vontade. Tinha segurança, tinha saúde, tinha educação — avaliou.

Ao abordar sua experiência no Haiti, Bolsonaro disse que "viu mulheres se oferecendo por sexo sem higiene nenhuma". Questionado se ficou doente durante a viagem, o presidente respondeu que não, por conta da vacinação.

— Não, não fiquei não. Tomei todas as vacinas. Agora eles vêm para cá e não tomam nenhuma vacina, vai tudo para São Paulo. Temos problemas de saúde aparecendo por aqui, coisa nova — pontuou Bolsonaro, que durante a pandemia afirmou que não iria se vacinar contra a Covid-19.

Na entrevista, Bolsonaro também criticou o sistema de cotas nas universidades. Ao explicar sua posição, ele, que teve seu pior resultado eleitoral no primeiro turno nos estados do Nordeste, afirmou que nordestinos são chamados de pau de arara "carinhosamente":

— Falam muito que o negro é sofrido. O nordestino também é sofrido. O Lula discrimina o nordestino. Por que não dá cota para paraibano? Para pernambucano? São sofridos também. São carinhosamente chamados de pau de arara porque era o meio de transporte no passado. E era comum isso aí. São chamados, não são discriminados não. Você brinca com gaúcho, com baiano, com paulista, com carioca.

Na entrevista, o presidente comentou também sobre sua aceitação junto ao público feminino e disse achar que recebe muito mais votos de mulheres do que de homens. A informação, no entanto, não se confirma nas pesquisas eleitorais deste ano, e a própria campanha em busca da reeleição faz constantes tentativas de diminuir a rejeição junto a essa parcela do eleitorado. A última pesquisa Datafolha, divulgada nesta sexta-feira, mostra que Lula (PT) tem 50% dos votos entre as mulheres, contra 41% de Bolsonaro, enquanto dentro do grupo masculino ambos somam 47%.

Na ocasião, Bolsonaro opinou ainda sobre a eleição presidencial dos Estados Unidos de 2016, se dizendo simpático aos republicanos, mas sem revelar seu favorito entre Donald Trump e Ted Cruz, na época pré-candidatos no país. Trump acabou cacifando-se para a disputa e vencendo a candidata democrata Hillary Clinton, e Bolsonaro, após eleito presidente, tornou-se um grande defensor do político norte-americano.

O então parlamentar elogiou os Estados Unidos ao descrever seus planos para a política externa brasileira:

— Sou apaixonado pelas nações americanas, se depender de mim aqui, nós vamos ser parceiros. O Brasil aqui tem tudo para ser feliz com vocês. Não vamos acabar com o Mercosul, mas dar a devida estatura ao Mercosul. Israel não vai mais nos chamar de anões diplomáticos porque eu vou fazer parceria com Israel.

A entrevista encerrou-se com um comentário de Bolsonaro sobre a então presidente Dilma Rousseff, em que ele defende o impeachment da petista, que acabaria se concretizando no mesmo ano.

— A Dilma na campanha falou: "Faço o diabo para reeleita". E digo mais, ela faz muito mais que o diabo para não sair de lá. Mas o que nós queremos é pela via democrática — concluiu.

 

O inferno se levantou com Bolsonaro

 

Image

 

por Isadora Teixeira

A ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos eleita senadora pelo Distrito Federal, Damares Alves (Republicanos), disse que “o inferno se levantou” contra o presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL). Damares e Michelle Bolsonaro têm reforçado a campanha com discurso religioso.

Damares e outras políticas começaram por Goiânia (GO), no sábado (8/10), a peregrinação que farão pelo país em campanha por Bolsonaro, ao lado da primeira-dama.

 

Celina e Damares percorrerão o país com Michelle em campanha por Bolsonaro

Na Assembleia de Deus Ministério Fama, em Goiânia, Damares disse que Bolsonaro ordenou ações para resgate de crianças que teriam sido traficadas com fins sexuais para outros países através da Ilha do Marajó, no Pará. Em seguida, ela falou que há uma “guerra espiritual” contra Bolsonaro.

“Fomos para a Ilha do Marajó e lá descobrimos que nossas crianças estavam sendo traficadas por lá. Nós descobrimos que essas crianças comem comida pastosa para o intestino ficar livre para a hora do sexo anal. Bolsonaro disse: ‘Nós vamos atrás de todas elas’. E o inferno se levantou contra esse homem. A guerra contra Bolsonaro que a imprensa, o Supremo e o Congresso levantou, acreditem, não é uma guerra política. É uma guerra espiritual”, afirmou.

Image

01
Out22

Carta de Marcia Tiburi: Querido presidente Lula

Talis Andrade

marcia.jpg

 

Querido Presidente Lula,  

Nem acredito que estou a escrever para você, dois dias antes de poder votar em você; depois de anos catastróficos; da tua prisão injusta marcada por tantos eventos tristes; dos horrores vividos no Brasil, do exílio que eu vivo e que vejo se tornar cada vez mais comum, quando hoje várias pessoas são obrigadas a deixar o Brasil. Que bom te ver sorrindo, irradiando coragem e esperança. Que bom te ver como fênix voltando a ser candidato, na iminência de se tornar presidente de novo e, mais uma vez, a abrir possibilidades, a despertar as potencialidades apagadas do país massacrado que temos em comum. É terrível pensar que nosso país experimente tal catástrofe social e política desde o golpe de 2016. 

Há poucos dias escrevi uma carta para um homem mau. Hoje eu poderia dizer que esse pequeno bilhete aberto vai para o homem bom que você é.  

Mas você é mais que um homem bom. Você é um líder popular mundialmente reconhecido, você é um fenômeno histórico. 

E você é brasileiro.  

E você está ao nosso alcance.  

Você é alguém que muitos brasileiros, inclusive eu, aprenderam a reconhecer. Demorei a te entender. Demorei a entender a tua generosidade, o teu jeito de ser, demorei a compreender o teu destino e a tua missão. Demorei a perceber que deveríamos estar todos contigo desde sempre. 

Demorei a saber que um país é um corpo e um espírito que avançam juntos no tempo.  

Demorei a entender que não deve ter sido nada fácil segurar tantas ondas, respirar fundo e voltar à tona.  

Depois de compreender o que somos, como país colonizado e ameaçado desde o seu nascedouro, entendi rapidamente que nunca será fácil.  

E que mesmo assim, você estará aí, sempre pronto para a luta.  

Você é um grande exemplo de resiliência e superação.  

Te vendo tão firme e forte penso que o Brasil é também possível.  

Você que veio da fome e da miséria, que conhece os piores sofrimentos na pele, sabe o quão mágico é estar orientando um país inteiro na direção do diálogo e do amor.

Eu te agradeço por não desistir nunca.

A gente que vota em você não vai desistir também.  

Obrigada por me ensinar tanto.  

Gratidão e amor e #lulanoprimeiroturno  

- - -

livro- marcia.jpg

 

Professora de Filosofia, escritora, artista visual, Marcia Tiburi encontra-se exilada em Paris, depois de candidata à governadora derrotada nas eleições de 2018 no Rio de Janeiro, ex-Cidade Maravilhosa, zona de guerra miliciana

 

Image

Image

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2020
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2019
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2018
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2017
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub