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O CORRESPONDENTE

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25
Ago23

BRICS-Plus, a incontornável nova ordem mundial

Talis Andrade
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e presidentes dos países amigos do BRICS, posam para foto oficial após a reunião do grupo, no Sandton Convention Centre. Joanesburgo – África do Sul.
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e presidentes dos países amigos do BRICS, posam para foto oficial após a reunião do grupo, no Sandton Convention Centre. Joanesburgo – África do Sul. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

 

por Carol Proner

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O BRICS ampliado tornou-se realidade. Dos mais de 40 pedidos de ingresso em diferentes níveis de formalização, foram admitidos seis novos membros com mandato a partir de 2024. Com Arabia Saudita, Irã, Emirados Árabes Unidos, Egito, Etiópia e Argentina, o grupo de 11 países representará 36% do PIB mundial em paridade de compra e 46% da população do planeta, tornando-se o arranjo econômico mais impactante em produção de petróleo, gás natural e alimentos.

É destaque na imprensa de todo o mundo que o BRICS segue aberto a novas candidaturas desde que sejam cumpridos requisitos de admissibilidade aprovados nesta 15ª Cúpula realizada na África do Sul. Contrariando fortes interesses do mundo unipolar, o Bloco criado em 2011 aparece como resposta aos fracassos e falhas constatadas nas organizações multilaterais de comércio e de finanças associadas ao sistema ONU e sequestradas pelas amarras da dolarização e das sanções econômicas coercitivas unilaterais.  

O Brics é, portanto, uma realidade tendencialmente expansiva e, com a mediação do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), certamente vai acelerar o surgimento de uma nova arquitetura financeira mundial.

Não surpreende que a imprensa hegemônica no Brasil noticie a expansão do Bloco com os habituais clichês e preconceitos alinhados ao “atlantismo” ou ao imperialismo. Para entender a importância do que está por vir, é preciso diversificar as fontes de informação. Como ponto de partida, vale ouvir os pronunciamentos dos líderes para entender que o que se pretende tem a ver com a sobrevivência de países em desenvolvimento diante da constatação de que estão em franco encolhimento econômico, social e humano.

Para usar uma régua de medida da própria ONU, dos 17 Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS) rumo a 2030, metade estão atrasados e a outra metade sofre estagnação ou retrocesso. Esse foi o argumento de Lula no encerramento da Cúpula em Joanesburgo e ele tem absoluta razão. De fato, os medidores de direitos humanos e de democracia regridem de forma generalizada em todo o mundo. Os extremismos e a violência explodem em diversos lugares e mais uma vez estamos sob ameaça de uma guerra nuclear.

De modo geral, a ONU nunca esteve tão questionada quanto aos seus objetivos e métodos de preservação da paz. O sistema de segurança, criado para evitar conflitos armados, já bastante desgastado pelo uso das falsas operações de intervenção humanitária, está atualmente inviabilizado pelo enfrentamento entre membros e pelas amarras de funcionamento que demandariam a refundação do mecanismo. Por outro lado, os propósitos organizativos e universais da Carta de São Francisco sucumbem diante da insistência de alguns em restaurar a lógica da guerra fria e da guerra contra o terror.

É inútil evitar o tema da instrumentalização dos organismos internacionais e suas estruturas financiadas por potências interessadas, castigando sociedades inteiras submetidas a sanções e bloqueios ilegais. Esta já seria uma razão suficiente para que diversos países procurassem outro sistema de organização que lhes fosse mais favorável, aliando emergência de paz à emergência climática.

Tem razão Lula quando diz que o combate à mudança do clima é uma oportunidade de repensar o modelo de financiamento, comércio e desenvolvimento. Tem mais razão ainda quando repete o que disse na Cúpula da Amazônia, realizada em Belém, que a transição energética não pode repetir a relação de exploração colonial.

Segundo a posição brasileira, o mundo precisa de soluções que diversifiquem e agreguem valor à produção econômica com responsabilidade social, ecológica e climática. E esse tema traz para o centro do debate o papel dos grandes produtores de petróleo e gás para viabilizar a inadiável transição energética.

Países em desenvolvimento com biomas florestais abundantes estão prontos para ensinar ao mundo desenvolvido formas sustentáveis de ampliar a produtividade agrícola, gerar renda e oferecer proteção social, e essa é a proposta que será desenvolvida a partir da gestão estratégica das bacias da Amazônia, do Congo e do Borneo-Mekong mencionadas no discurso brasileiro.

Como se vê, as críticas generalizadas à expansão do BRICS, além de distorcidas, perdem a chance de reconhecer o papel do Brasil na liderança internacional. A começar pela Presidência do Novo Banco de Desenvolvimento, a cargo de Dilma Rousseff, deveríamos ser capazes de reconhecer que, por onde passa, Lula e sua equipe contaminam de otimismo e esperança os fóruns e as agendas internacionais.

O Brasil vai assumir a presidência do G20 e já anuncia que vai recolocar a redução das desigualdades no centro da agenda internacional, bem como o tema dos bancos públicos e fundos públicos para o fortalecimento da democracia.

Tendo sido realizado na África, o encontro dos BRICS foi a oportunidade para o Brasil anunciar a retomada das parcerias com o Sul Global e os projetos com o continente africano e uma nova agenda de cooperação entre os países que têm vínculo histórico e raízes comuns.

É nesse sentido que a expansão do BRICS é inevitável e, apesar da diversidade política e cultural na gestão de direitos e da democracia nos diversos países e continentes, pode representar um ajuste inovador e de futuro diante de uma ordem internacional desgastada e em franco declínio.

14
Mar22

Mourão diz que tem a chave da porteira dos quartéis

Talis Andrade

 

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R$ 1.212 o salário do brasileiro e quase a totalidade das pensões. 14 milhões de trabalhadores estão desempregados. A fome é pior do que a guerra convencional. Idem as pestes do Terceiro Mundo.Image

Por Ana Eduarda Diehl /Jornal Plural: "O GNV vai bater em oito reais, um monte de gente com fome e diz que a guerra é lá na Ucrânia".guerra.jpg

Além da Ucrânia, dezenas de conflitos sangrentos hoje no mundo. Guerras no Iêmen, Etiópia, Mianmar, Síria, Afeganistão, Haiti, Camarões, Mali, Níger, Burquina, Somália, Congo, Moçambique provocam enorme sofrimento humano que a imprensa esconde.

Dinamarca planeja abrigar ucranianos, mas quer saída de sírios."El régimen israelí condena a Rusia" Del artista jordano Emad Hajjaj.Image

Jaqueline Quiroga
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Blog do Noblat
Vejam a mesma cena por outro ângulo. Carlos sentado ao lado do pai em reunião com os russos em Moscou. Atrás deles, sentado, o ministro Augusto Heleno. De pé, encostado na parede, o ministro Luís Eduardo Ramos. Os dois ficaram de fora da mesa principal para dar lugar a Carlos.Image
Gerardo Santiago
ImageHQ 'Raízes' conta a história de Marielle Franco para as crianças
Natália Bonavides
Uma vereadora eleita com quase 50 mil votos na segunda maior cidade do país foi executada a sangue frio. Quatro anos depois, o crime ainda não foi elucidado. Até quando seguiremos sem respostas? #4AnosSemRespostasImage
Luciana Thomé feminista antirracista
Quem mandou o vizinho do Bolsonazi matar Marielle Franco ? Quem estava na casa 58 ? Pq o CARLUXO foi na portaria, mexer no computador ?
Suzanne Bernard
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Ivana Emerick
Ajudem a ministra! Compartilhem com seus contatosImage
Rosa de Luxemburgo
"É preciso fazer uma devassa nas contas desse grupo sinistro chamado MBL", diz Cynara Menezes

Manuela d’Ávila relatou algumas das inúmeras agressões que sofreu especialmente dos milicianos ligados ao MBL: "Ando nas ruas de cabeça erguida porque sei quem sou e o que defendo e sei quem são os mentirosos que me atacam".Charge: Reprodução Facebook/Ferrugem CartuneiroImageImage

Denise Balestra
Eu tenho essa sensação... Será só eu?Image
Reinaldo Azevedo
Outra novidade que o humanismo ucraniano introduziu na guerra são os “militares estrangeiros”. Antigamente, o nome era “mercenários”. Não paremos de vituperar contra Putin. Sempre será merecido. Mas ñ está faltando um pouco de rigor técnico? Cresce risco de confronto nuclear.Image
G5
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14
Mar22

Além da Ucrânia dezenas de conflitos sangrentos ocorrem hoje no mundo

Talis Andrade

assassinato Boligán exército guerra .jpg

 

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