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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

31
Jul22

Bolsonaro conseguiu uma façanha: destruir a imagem do Brasil de forma muito acelerada, diz Jamil Chade

Talis Andrade

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247 - O jornalista Jamil Chade, em entrevista à TV 247, comentou a mudança da imagem internacional do Brasil durante o governo Jair Bolsonaro. Enquanto governos anteriores levaram o País a ser admirado em todos os cantos do planeta, hoje ele é percebido como uma ameaça à sobrevivência da humanidade, relatou Chade, que vive em Genebra. 

Segundo o correspondente do portal UOL, questões como o aumento do desmatamento, a má gestão do governo federal da pandemia de Covid e as constantes ameaças contra a democracia nos últimos anos contribuíram para o deterioramento da percepção geral dos europeus sobre o Brasil.

“O governo Bolsonaro conseguiu uma enorme façanha, destruir a imagem do Brasil no exterior de uma forma extremamente acelerada e eficaz", sentenciou. "São três elementos que colaboraram com isso: primeiro, os incêndios e a questão do desmatamento na Amazônia. É muito interessante, porque vários líderes internacionais sabiam quem era Bolsonaro, mas a opinião pública, os estudantes e as pessoas na rua conheceram o Bolsonaro pelas chamas na floresta. Foi em 2019 que o nome Bolsonaro passou a fazer parte do ambiente internacional da opinião pública, do taxista, da vendedora de pão, as pessoas que não estão envolvidas diretamente com a política. O nome dele desembarca naquele momento, e o Brasil é apresentado como uma ameaça planetária e à sobrevivência em termos ambientais”, disse. 

“Em seguida, com a pandemia, o Brasil passa a ser uma ameaça sanitária internacional”, enumerou. “Isso é completo com a ameaça democrática. Essa é a destruição”. 

Chade avaliou que o estrago está feito e que a recuperação da imagem internacional do Brasil deve passar por um árduo processo de reconciliação. “A visão que o mundo tinha do Brasil também era errada e ilusória, de um país legal e que não tem problemas, que sabemos que era mentirosa. A história do País é uma história de estupro e violência, e mesmo assim conseguia passar ao mundo uma ideia de um país simpático. Hoje, não existe mais essa imagem. É mais complexa, talvez mais realista, mas que contou com uma destruição avassaladora nos últimos três anos e meio”, sentenciou. 

No Piauí, terra de Ciro Nogueira, chefe da Casa Civil de Bolsonaro e do Orçamento Secreto, e da mãe dele senadora Eliane Nogueira:

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Luiz Ricardo Saldanha de Oliveira
@LuizRic59002187Image
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Capa do jornal Meio Norte traz foto aérea de ato no Piauí e manchete: "Multidão vai a evento de Lula em Teresina"
 
Capa do jornal O Dia com foto aérea do ato e manchete "No Piauí, Lula impulsiona chapa de Rafael e promete combater a pobreza"
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 Lula em Teresina, Piauí, foto Ricardo Stuckert
 

 
27
Jul22

"O país acordou. Autoritários não passarão", diz editorial do Estado de S. Paulo

Talis Andrade

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Jornal diz que a sociedade compreendeu a gravidade dos ataques de Bolsonaro ao processo eleitoral e à democracia

 

Em editorial publicado nesta quarta-feira (27), o Estado de S. Paulo afirma que "o país acordou" e não tolerará o atropelo da democracia por Jair Bolsonaro (PL). 

"Depois da reunião do dia 18 de julho com embaixadores, na qual Jair Bolsonaro disse ao mundo que a democracia brasileira não era confiável, o País acordou. Houve um sem-número de depoimentos de entidades e pessoas que participaram e ainda participam do processo eleitoral atestando a lisura e a segurança do nosso sistema de votação e apuração. A democracia brasileira não está nas mãos de algumas poucas pessoas. É uma construção coletiva, robusta e admirada – aqui e no mundo inteiro", diz o texto.

De acordo com o periódico, a população brasileira finalmente se conscientizou da gravidade dos ataques de Bolsonaro ao processo eleitoral. "A boa notícia, a confirmar o isolamento dos autoritários, é que o documento vem recebendo amplo apoio dos mais diversos setores da sociedade brasileira. Ninguém preocupado com o País quer saber de bagunça com as eleições ou de ruptura da ordem constitucional".

O jornal ainda demonstra surpresa ao ver o ministro da Casa Civil de Bolsonaro, Ciro Nogueira (PP), assumindo que o atual governo não está do lado da democracia. "Como a confirmar os piores temores, o governo de Jair Bolsonaro vestiu a carapuça. Para o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), as manifestações em defesa das eleições são um ataque ao presidente da República. Sem nenhum pudor, o Palácio do Planalto escancara que não está do lado da democracia. A sociedade tem motivo, portanto, para estar alerta. Os liberticidas e autoritários não passarão".

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Sérgio A J Barretto
@SergioAJBarrett
O Gabriel Monteiro, acusado de estupro, pedofilia e assédio sexual e moral, poderá ser o grande puxador de votos do PL, o Partido do Bolsonaro, no Rio de Janeiro. Não é o típico aliado do clã miliciano?
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UOL Notícias
RJ: PM acusado de matar mulher em chacina diz que achava que seria atacado
Um PM acusado de matar Letícia Marinho Salles na chacina policial de 21 de junho, que deixou 20 pessoas mortas no Complexo do Alemão, zona norte do Rio de Janeiro, disse ter atirado após confundir uma colega de farda com um criminoso. O cabo Eduardo Nunes Rodrigues Júnior atirou 12 vezes
Foto: Reprodução / Redes Sociais
Letícia Marinho Salles 
 

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Lenio Luiz Streck
@LenioStreckImage
 
A bela charge explica muito. Para registro: na livraria Ateneu de B.Aires tem mesmo uma caixa assim. Contei isso em vários textos. Acho que Geraldo Prado tb. Linda charge. No Brasil, o risco é claro. Quebremos o vidro! Antes do incêndio.

 

 

 

 

24
Jan22

O Estado de São Moro

Talis Andrade

 

por Fernando Brito

- - -

Reacionário e direitista, o Estadão sempre foi.

Pretensioso, também.

Mas, agora, adotou também a covardia como linha editorial.

Como seu “santo do pau oco”, Sérgio Moro, atrai uma rejeição imensa nas pesquisas, quer fazer sua campanha sem citar-lhe o nome.

E, enquanto o país se debate com um governo que nos afunda numa crise (não é exagero dizer, como se verá no próximo post) humanitária, leva para sua capa um vergonhoso editorial “O mal que Lula faz à democracia”.

Claro que não se esperava do jornal, nem mesmo com o país à matroca, que o Estadão fosse adotar, em nome de razões maiores, que o ex-presidente, embora não de seu agrado, é a alternativa para deter o processo de crise e de balbúrdia institucional em que mergulhamos, ao ponto de vermos, em plena pandemia, dirigentes do Ministério da Saúde ainda mentindo sobre a vacina e referendando o charlatanismo da cloroquina.

Mas, ao dizer que “Lula nunca tratou bem a democracia brasileira”, o jornal parte para a mentira, vociferada com ódio, à mesma moda do bolsonarismo de plantão e do “não tenho provas, mas tenho convicção”.

Lula amargou cadeia por exercer seu papel de líder sindical, nos anos 70, ainda sob a Lei de Segurança Nacional da ditadura que censurava o Estadão; perdeu e acatou o resultado de eleições, pacificamente, em 1989, 1994 e 1998; chegou ao poder sem perseguir ninguém e, durante seu exercício, nunca tentou qualquer manobra autoritária contra os outros poderes, nem mesmo quando era seu governo o investigado; recusou o movimento por um terceiro mandato, quando os 87% de popularidade que tinha davam a ele todas as condições de aprovar esta possibilidade no Congresso, como antes Fernando Henrique aprovara a reeleição.

Por fim, pode-se dizer que desrespeita o Estado de Direito que, mesmo ante uma sentença reconhecida como injusta, submete-se a 580 dias de cárcere, sem apelar para o exílio internacional que não lhe faltaria e se recusando, até, a reconhecer a punição optando por uma tornozeleira eletrônica e a uma prisão domiciliar que se lhe ofereceu, para provar sua inocência?

Se Lula jamais investiu contra a democracia no campo político institucional, mais do que qualquer outro trabalhou para aprofundá-la, ainda que modestamente, no campo econõmico social. Elevou o emprego, o salário, a renda e a qualidade de vida da população mais pobre, da classe média e, até, dos privilegiados deste país.

Saneou as contas públicas e obteve superávit primário ao longo de seus dois mandatos, inclusive no período 2008/2009, na crise mundial que ameaçou arruinar o mundo.

Liquidamos a dívida pública externa, nos tornamos credores do FMI e acumulamos mais de US$ 300 bilhões em reservas internacionais que, até hoje, nos livram da insolvência cambial. Viramos a 6ª economia do mundo e agora somos a 11ª, e ladeira abaixo por conta de crescimentos muito menores que a média do planeta.

Reconhecer estes fatos, tranquilize-se o centenário jornal, não é ser “lulopetista”.

Apenas reconhecer verdades, do que não está eximido um jornal por mais que discorde da atenção de Lula ao que chamam de “patuléia”.

Assim como não anistia suas responsabilidades pela eleição deste traste presidencial, ao dizer que era “uma escolha muito difícil” decidir se um ex-capitão de trajetória, esta sim, de desrespeito à democracia poderia merecer o voto dos brasileiros.

O jornal, porém, não poderia esconder dos seus leitores a admissão de que tem um candidato às eleições de outubro e que deve, quanto a ele, dizer se faz bem ou mal à democracia.

Faz bem à democracia que um juiz cujas decisões – ilegais, como reconheceu o STF – tenham influído no resultado das eleições e que, ato contínuo, aboleta-se num cargo de ministro?

Faz bem à democracia que este já ex-juiz, defenestrado do cargo em meio até hoje não explicadas supostas pressões sobre a condução da Polícia Federal, para proteger a prole presidencial, vá se tornar “managing director” de uma multinacional que cuida, a peso de ouro, da administração judicial das empresas quebradas pela Lava Jato?

Faz bem à democracia que um pretendente à Presidência diga que o dinheiro que ganhou nesta relação é privado e que “ninguém tem nada com isso”, quando se trata de um negócio empresarial que se dá por designação de um juiz – portanto, do poder público – de um administrador das massas empresariais em recuperação, que é pública e não privada, pois está sujeita a controles do Estado?

O Estadão fez muitas campanhas políticas e ninguém espere que não atuará nesta.

Mas se excede os limites das razões política e passa a fazer acusações de autoritarismo e pouco apreço às instituições a quem jamais investiu contra elas, o jornal passa a viver, também, no mundo das “narrativas” fascistoides do bolsonarismo, aquelas mesmas que viam um exército de comunistas chineses às nossas fronteiras, prontos a aqui implantar o comunismo.

Como o jornal não assume que apoio Moro e nem o menciona, parece que está diante, agora sim, de uma “escolha muito difícil”: ou embarca no pedalinho do ex-juiz que anda a deriva ou vai de Bolsonaro mesmo.

Se é para ser assim, recomenda-se que o Estadão passe logo à história das mamadeiras e chame o foragido Allan dos Santos para editar o jornal.

22
Jan21

Elite abandona Bolsonaro e Estadão pede pela primeira vez seu impeachment

Talis Andrade

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247 – Setores da elite brasileira, que promoveram o golpe de 2016 contra a ex-presidente Dilma Rousseff, que teve como objetivo aplicar um choque neoliberal na economia, retirando direitos de trabalhadores, e também atacar a soberania nacional, já não suportam mais a presença de Jair Bolsonaro na presidência da República. É o caso do jornal Estado de S. Paulo, que, pela primeira vez, pede seu impeachment.

"Existem, assim, 56 pedidos sobre a mesa do presidente da Câmara dos Deputados, a quem compete verificar o preenchimento dos requisitos legais e, se for o caso, submetê-los à apreciação de comissão especial, composta por representantes de todos os partidos. O caráter especial dos tempos atuais – apesar do início da vacinação, o País ainda está distante de vencer a pandemia – não deve significar a inviabilidade, por princípio, de qualquer pedido de impeachment", aponta o editorial desta sexta-feira.

"A maioria das denúncias contra o presidente da República por crime de responsabilidade ocorreu precisamente em função de sua conduta no enfrentamento da crise sanitária. Depois de quase um ano de pandemia, Jair Bolsonaro deu mostras mais que suficientes de que não vai mudar. O Direito e a Política dispõem de instrumentos para sanar essas situações. Que o presidente da Câmara não tenha receio de usá-los. O País não pode ficar refém de alguém que despreza não apenas a Constituição, mas a vida e a saúde de sua população", finaliza o editorialista.

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21
Jan21

Editorial do Estadão diz que Bolsonaro é 'inepto' para o cargo e defende seu afastamento

Talis Andrade

 

247 - Editorial do jornal O Estado de S. Paulo desta quinta-feira (21) afirma que “Jair Bolsonaro não reúne mais condições de continuar na Presidência e que sua permanência no poder põe em risco a vida de incontáveis brasileiros em meio à pandemia de covid-19, em razão de sua ignominiosa condução da crise”. Segundo o jornal, Bolsonaro “é o mais inepto presidente da história” e só permanece à frente do cargo “porque ainda não foram reunidas as condições políticas para seu afastamento constitucional”.

“Essas condições políticas dependem majoritariamente de um entendimento não em relação aos muitos crimes de responsabilidade que Bolsonaro já cometeu, hoje mais que suficientes para um robusto processo de impeachment, e sim em relação ao projeto de país que se pretende articular para substituir o populismo raivoso do bolsonarismo”, destaca o texto do editorial.

Ainda segundo o jornal, um eventual impeachment de Bolsonaro “não será nada fácil – especialmente tendo em vista a qualidade sofrível de muitas das atuais lideranças políticas –, mas a crise brasileira não admite acomodação ou discursos vazios. Não basta ir às redes sociais para atacar Bolsonaro e cobrar o impeachment; é preciso construir um discurso político forte o bastante para reduzir a clientela do presidente e oferecer uma alternativa concreta aos desencantados que ele cooptou”.

24
Jan20

Estadão esculhamba Fux e diz que ele afrontou as instituições brasileiras

Talis Andrade

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247 – "É inadmissível, num Estado Democrático de Direito, que idiossincrasias de um magistrado prevaleçam sobre o Poder Legislativo e também sobre o Judiciário", apontou o jornal Estado de S. Paulo, em editorial sobre a anarquia jurídica implantada no Brasil com a suspensão do juiz de garantias por decisão de Luiz Fux.

"Poucas vezes se viu na história recente do País tamanho acinte às instituições, especialmente ao Congresso e ao próprio Poder Judiciário, como o que se viu com a decisão do ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendendo sine die a eficácia de trechos da Lei 13.964/2019, especificamente, mas não apenas, as normas relativas à implantação do juiz das garantias. É inadmissível, num Estado Democrático de Direito, que idiossincrasias de um magistrado prevaleçam sobre o Poder Legislativo e também sobre o Poder Judiciário, que deveria funcionar como um colegiado. O que se viu na quarta-feira passada foi um desabrido autoritarismo, a merecer cabal reprovação e urgente correção por parte do plenário do Supremo", aponta ainda o texto.

 

18
Jan20

O verdadeiro nazista é Bolsonaro, aponta editorial do Estadão

Talis Andrade

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"Não são rompantes, e perde tempo quem acredita na possibilidade de que, com o tempo, Bolsonaro vá temperar seu comportamento. O assessor que se inspirou em Goebbels para anunciar o “renascimento da cultura nacional” só foi exonerado porque houve uma grita generalizada diante de tamanho absurdo. Noves fora o plágio nazista, o conteúdo da fala que custou o cargo ao tal secretário é essencialmente o que Bolsonaro já disse e repetiu inúmeras vezes, mesmo antes da eleição. Portanto, ninguém pode se dizer surpreendido, nem mesmo os eleitores mais ingênuos. Bolsonaro é Bolsonaro há muito tempo", aponta o texto.

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22
Out19

O papelão do Estadão

Talis Andrade

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por Fernando Brito

Estadão se sai hoje com uma reportagem sobre as “pressões” que o STF estaria sofrendo para não corrigir a sua decisão e reconhecer a constitucionalidade da presunção de inocência até o trânsito em julgado de sentenças condenatórias.

Diante da falta de repercussão até de manifestações patéticas, como o twitter do General Eduardo Villas Boas, apela para uma “ameaça de bloqueio das estradas pelos caminhoneiros”, sustentada apenas pelas declarações de um militante e extrema-direita, proprietário de uma loja de conveniências m Vila Prudente e uma microempresa de intermediação de negócios no Ipiranga (SP), Ramiro Cruz Jr.

Ramiro tem vários vídeos pró-intervenção militar numa página de Facebook intitulada “Despertar da Consciência Patriótica e, candidato a deputado federal pelo PSL, sob o nome de Ramiro dos Caminhoneiros, teve portentosos 1.810 votos em todo o Estado de São Paulo.

Pois este cidadão é a única fonte identificada que fala em paralisação das rodovias. O outro é um certo “Marcão”, que teria postado um “fica esperto, Tóffoli” em redes sociais e ainda um outro “caminhoneiro” sem nome ou origem, mas com a ideia de” subir a rampa” do STF com um caminhão.

Um jornal como o Estadão dar destaque, com chamada de primeira página, a isso tem nome: uma desmoralização.

Quaisquer 10 minutos no Twitter e se acha coisa muito pior em matéria e ameaças da trupe bolsonarista: impeachment, sugestão de agressões, invadir do STF…

Publicar uma bobajada dessas, sim, é uma pressão espúria sobre os ministros da Corte, inventando um movimento de bloqueio nas estradas que não existe e que é só delírio de metade de meia-dúzia de lunáticos.

Se o Estadão quer que se perpetue a agressão à Constituição, que faça um editorial dizendo que não vale o escrito.

Mas terrorismo, não, Estadão…

 

29
Ago19

TORTURA PSICOLÓGICA. Vazamentos de Deltan Dallagnol emplacaram até capa no Estadão para aterrorizar potenciais delatores

Talis Andrade

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Deltan Dallagnou mentiu descaradamente ao afirmar repetidas vezes que a Lava Jato não vazava informações sigilosas para a imprensa. Num discurso em Harvard, em 2017, afirmou taxativamente que "agentes públicos não vazam informações". Agora, aparecem em novas revelações do Intercept as impressões digitais dele e de outro líder da operação, Carlos Fernando Santos Lima, em uma série de vazamentos. Um deles é a articulação com um jornalista de O Estado de S.Paulo (cujo nome não foi revelado) de uma manchete do jornal que seria publicada em 22 de agosto de 2015 - como de fato foi.

247 - Deltan Dallagnou mentiu descaradamente ao afirmar repetidas vezes que a Lava Jato não vazava informações sigilosas para a imprensa. Num discurso em Harvard, em 2017, afirmou taxativamente que "agentes públicos não vazam informações". Agora, aparecem em novas revelações do Intercept as impressões digitais dele e de outro líder da operação, Carlos Fernando Santos Lima, em uma série de vazamentos. Um deles é a articulação com um jornalista de O Estado de S.Paulo (cujo nome não foi revelado) de uma manchete do jornal que seria publicada em 22 de agosto de 2015 - como de fato foi.

A sem-cerimônia das conversas entre os líderes da Lava Jato é espantosa. Escreveram os jornalistas Glenn Greenwald e Rafael Neves na reportagem do Intercept divulgada na manhã desta quinta-feira (29): "No chat, Santos Lima assume, sem qualquer constrangimento, que vazava informações para a imprensa. Além disso, o seu próprio comentário, insinua que se tratava de uma prática habitual, dado que ele se refere aos vazamentos no plural — 'meus vazamentos'. E o procurador afirma com aparente orgulho e convicção que agia assim com objetivos bem definidos: induzir os suspeitos a agirem de acordo com seus interesses".

Na reportagem, há a descrição de como foi "negociada" uma manchete com o jornal O Estado de S.Paulo em 2015.  

Diz a reportagem do Intercept:

"No mesmo dia [21 de junho de 2015], Deltan e Orlando [Martello, produrador da Lava Jato] anunciaram no chat terem vazado a informação de que os Estados Unidos iriam ajudar a investigar Bernardo para repórteres do Estadão, como forma de pressionar o investigado [Bernardo Freiburghaus, da Odebrecht]. Eles estavam antecipando a um jornalista uma movimentação da investigação. Foi Dallagnol o responsável pelo vazamento, como mostra sua conversa como o repórter do jornal."

Veja a imagem da conversa a seguir:

A conversa foi adiante e o repórter informou Dallagnol que a reportagem seria manchete no dia seguinte, o que ele repassa ao grupo deprocuradores. De fato, a reportagem foi manchete do jornal.. Veja a conversa e a seguir a manchete: 

 

No dia seguinte à manchete, os procuradores tramam como esmagar a vítima de suas articulações com a imprensa. Com desfaçatez, dizem que iriam colocar Freiburghaus "de joelhos":

 

 

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