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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

28
Mar23

Depoimento devastador de Tacla Duran é a ponta do iceberg (vídeo)

Talis Andrade

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Sergio Moro e Deltan "DD" Dallagnol, em particular, tem motivos para estarem ansiosos, porque o depoimento de Tacla Duran, além de ser muito forte, deixa entrever a ponta de um iceberg. E o que diz Tacla Duran?

 

Por Miguel do Rosario /Revista Forum

 

Devastador. Assim devemos qualificar o depoimento do ex-advogado da Odebrecht, Rodrigo Tacla Duran na 13a Vara Federal de Curitiba, ao juiz Eduardo Appio, herdeiro dos processos da Lava Jato.

A julgar pelo desespero de DD, que literalmente perdeu a linha em suas redes sociais, os ex-membros da Lava Jato ficaram abalados.

Sergio Moro e Deltan "DD" Dallagnol, em particular, tem motivos para estarem ansiosos, porque o depoimento de Tacla Duran, além de ser muito forte, deixa entrever a ponta de um iceberg.

E o que diz Tacla Duran?

Em resumo, ele acusa a organização criminosa liderada por Sergio Moro e Deltan Dallagnol de tentar extorqui-lo em cinco milhões de dólares, para que ele não fosse preso e mantivesse parte de seu dinheiro depositado no exterior. O pedido de extorsão foi feito por Orlando Zucolotto, sócio de Rosângela Moro, esposa de Sergio Moro, através de uma mensagem do aplicativo Wicr Me.

Duran contou ainda que um dos cabos eleitorais de Sergio Moro em 2022, Fabio Aguayo, e hoje seu assessor no Senado (com salário próximo de R$ 5 mil), e Orlando Zucolotto, procuraram-no no Sindicato de Hoteis de São Paulo, onde ele era vice-presidente, para reforçar a extorsão. Dessa vez, houve vínculo direto ao nome de Moro, porque os dois chantagistas tentaram o coagir a contratar o "escritório de Moro".

Moro ainda era juiz do caso e, obviamente, não poderia ter nenhum "escritório".

Tacla Duran tem prints, vídeos, fotos, áudios e testemunhas. E mostrou tudo no depoimento desta segunda-feira 27 de março de 2023.

Apesar de abafado pela mídia corporativa, o depoimento de Tacla Duran tomou conta das redes sociais, graças à imprensa progressista. A edição desta segunda-feira (27) do Jornal da Fórum, programa do qual sou âncora, está com quase 200 mil visualizações, e crescendo.

Ao final do depoimento, o juiz Eduardo Appio, um crítico severo do modus operandi da operação Lava Jato, incluiu Tacla Duran no programa de Proteção à Testemunha, em virtude do "poderio econômico e político" das figuras que ele denunciava. É a primeira vez que Moro e Dallagnol são retratados como bandidos perigosos pelo próprio Estado brasileiro, capazes de tudo para silenciar uma testemunha.

Antes disso, Appio já havia revogado uma ordem de prisão preventiva que pesava sobre o advogado. As denúncias de Duran serão analisadas agora pelo Supremo Tribunal Federal (STF), por envolver figuras com fóro privilegiado.

Independente da sequência que as denúncias terão no STF, o impacto político delas é fulminante para Moro e Dallagnol, e para a Lava Jato como um todo, reavivando uma história muito real e dolorosa, de que esses agentes formaram uma organização criminosa com um projeto de poder.

Para atingir seu objetivo, destruíram milhões de empregos, arrasaram empresas que eram, naquele momento, pilares de um projeto de desenvolvimento, tentaram assassinar o mais importante partido progressista da América Latina, e prenderam ilegalmente uma das mais importantes lideranças políticas do mundo.

Moro abandonou a toga para se tornar ministro de Jair Bolsonaro, um governo de extrema direita, autoritário, negacionista, incompentente, que promoveu estragos profundos no sistema nacional de educação, na saúde, e na infra-estrutura nacional, vendeu partes estratégicas da Petrobrás, privatizou a Eletrobrás, e matou centenas de milhares de pessoas através da má gestão da pandemia. Depois de acusar o presidente Bolsonaro de interferir na Polícia Federal para proteger os crimes de sua própria família, e sair do governo, Sergio Moro foi trabalhar na Alvarez & Marsal, empresa especializada em recuperação judicial, que tinha contratos com a Odebrecht e várias outras empresas atingidas pela Lava Jato. Nada poderia ser mais anti-ético e escandaloso. Depois de ganhar alguns milhões com essa empresa, Moro voltou ao Brasil, tentou ser candidato a presidente da República, desistiu, voltou a se associar a Bolsonaro, e se elegeu senador em 2022, ainda usando o capital político que acumulou como um juiz parcial e corrupto.

Dallagnol tem uma história parecida, que, por economia de espaço, deixaremos para recontar em outra ocasião.

O depoimento de Tacla Duran chega num momento propício, em que Sergio Moro tentava fazer um rebranding de sua imagem, através da manipulação de uma investigação, liderada por juíza amiga, Gabriela Hardt, sobre supostos atentados do PCC à sua pessoa. O presidente Lula chegou a opinar, numa fala que talvez não tenha sido das mais estratégicas, que o processo cheirava a "armação de Moro". O petista foi muito criticado pelo tom conspiracionista.

Em seguida, Sergio Moro e Dallagnol acabaram por perder completamente a razão no debate, ao fazerem postagens ostensivamente criminosas, tentando associar Lula a um endereço de email apócrifo e anônimo.

As acusações cabeludas de Tacla Duran surgem quando Moro tentava esticar sua cabeça para fora do esgoto em que seus próprios crimes o mergulharam.

E traz fatos que se enrolam, como bolas de chumbo, a seus pés, arrastando-o para as profundezas.

25
Out22

Banheiros unissex e os novos fantasmas das lendas urbanas eleitorais

Talis Andrade

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Quase um quarto da população não tem lar adequado. MARCELLO CASAL/AGÊNCIA BRASIL

 

Banheiros unissex em todas as residências das classes média e alta. Casa de pobre não tem disso não 

 

por Lígia Ziggiotti /Mídia Ninja

Em São Paulo, há quem acredite que a rua Visconde de Guaratinguetá seja mal assombrada. Nela, uma mansão de cores brandas situa a atual Escola Estadual Conselheiro Rodrigues Alves, onde, ao final do século XIX, o corpo sem vida de uma jovem chamada Maria Augusta foi exposto em uma redoma de vidro. Filha do proprietário cujo nome batizou a rua, a moça de cabelos claros aguardou a preparação de seu túmulo nestas circunstâncias dignas de uma historia de terror. De fato, os estudantes daquela instituição, ao longo dos anos, trataram de contá-la com tanta
minúcia que a trama ganhou o país. Tornou-se um consenso que, se chamada três vezes diante dos espelhos de banheiros de escolas, uma loira inspirada em Maria Augusta apareceria para assombrar a meninada.

Esta é uma lenda urbana criada por crianças. Outras envolvendo banheiros de escolas, com consequências mais violentas, são hoje criadas por adultos. Ainda em outubro de 2022, a Justiça Eleitoral determinou a retirada de fake news ligadas a supostas tentativas de candidatos à esquerda de unificarem os gêneros em sanitários de instituições de ensino. De modo falacioso, aliados ao governo bolsonarista seguem investindo em pânico moral para catapultar lideranças que apenas nestes contornos patéticos tangenciam algo ligado à educação.

A receita para a produção do terror coletivo se tornou conhecida nos últimos anos. Para as historias dos estudantes, basta misturar um falecimento macabro, um prédio com uma porção de corredores e uma evocação mais ou menos ritualística que se garante alguma gritaria. Já para as historias dos políticos neoconservadores que desejam conquistar votos também por histeria, parece recomendável misturar, de um modo irresponsável e distorcido, infância como vítima; feminismo e diversidade sexual como fantasmas.

Neste sentido, há representantes importantes do poder institucional que comprovam ser possível angariar um bom espaço midiático para as corridas eleitorais sem tanto trabalho. Basta aplicar a fórmula acima e se pode até mesmo ignorar qualquer problema real da população que demande empenho orçamentário, técnica legislativa e criação de estratégias em políticas públicas, como falta de merendas ou precarização da docência.

Por exemplo, propositor de homenagens de Cidadanias Honorárias para profissionais da psicologia que conduzem tratamentos de cura para homossexuais, um pastor da capital paranaense é também quem conduz um projeto na Câmara Municipal para proibir banheiros unissex em prédios públicos. Em 2020, este mesmo vereador dedicou forças inexplicáveis e, por fim, vencidas, para aprovar localmente o Escola Sem Partido, tentando amordaçar o debate de gênero em escolas. Nada, porém, foi por ele pensado para incrementar estrutura ou função das instituições de ensino municipais.

De autoria dele, o Projeto de Lei Municipal 005.00296.2021, em Curitiba, só tem três parcos artigos, e é de conteúdo risível. Um deles serve, literalmente, para celebrar a garantia da privacidade de se fechar a porta durante a realização das necessidades fisiológicas em repartições públicas. De acordo com os seus defensores, a questão produz reclamações frequentes aos vereadores de pais e responsáveis. Por outro lado, em investigação recente do jornal Plural, não se constatou pedido desta natureza em 375 mil registros encaminhados àquela Casa Parlamentar – com exceção de uma denúncia sobre a falta de diligência de uma professora durante o uso dos sanitários pelo filho da reclamante.

A lógica proibitiva de práticas inexistentes revela um charlatanismo eleitoreiro que não se situa em uma única cidade. Ganha o Brasil. Vedar algo que provoca pânico moral nada custa aos cofres públicos e a técnica legislativa, para isso, beira à dificuldade pré-escolar. O que custa investimento, exige seriedade e implica diálogos plurais é garantir direitos – como a possibilidade de banheiros públicos serem usados em conformidade com a identificação de gênero de cada cidadão. Aliás, aqueles sem especificação sobre destinação pelos públicos feminino ou masculino nem são tão desconhecidos. Em ônibus, aviões, lanchonetes, constituem até um formato comum.

Mas a nova lenda urbana eleitoral, como qualquer historia de ficção, não tem compromisso com evidências. Aproveitando-se de um odioso preconceito social, encontra em transexuais e travestis as principais personagens para, da trivialidade que deveria surgir da mera concretização de garantias, criar-se uma narrativa caótica. Os
contornos da masculinidade cisheterossexual, em que realmente se situa a causa para os estupros e para a pedofilia, não ocupa a ordem do dia bolsonarista. Pelo contrário, é deste imaginário pretensamente imbrochável que o grupo se sustenta.

Neste debate, especificamente, o contrapeso à violência não está exatamente num programa de governo adversário, e, sim, no Supremo Tribunal Federal, que há anos tem a possibilidade de julgar sobre o uso de banheiros públicos por transexuais e travestis.

O Recurso Extraordinário 845.779, proposto em 2014, não trata de modalidades interssex de sanitários nem se dedica ao contexto escolar. Apenas visa ao óbvio: que mulheres possam usar os espaços femininos e que homens possam usar os espaços masculinos para realizarem as suas necessidades fisiológicas – independentemente de suas genitálias, porque estas não definem identidade de gênero.

Abarrotada pela responsabilidade de conter parte do desmonte democrático, a Corte segue silente quanto a esta demanda, cujos elementos, fantasiados de modo perverso, criaram uma historia de mau gosto para uma nação que, infantilizada, acredita em qualquer bobagem que lhe é contada.

Retornando a lendas urbanas mais inofensivas, é curioso saber que, desembarcada de Paris para São Paulo já falecida, Maria Augusta viajou foragida para terras europeias, onde morreu de causa desconhecida, para escapar de um casamento com um homem vinte e um anos mais velho do que ela. Ao que parece, a loira do banheiro e as crianças que dela fogem têm mais em comum do que se imagina. Para todas estas personagens, é o heteropatriarcado que ainda configura o maior motivo de suas verdadeiras tragédias.

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De acordo com o estudo “Pobreza Menstrual no Brasil: desigualdade e violações de direitos”, 713 mil meninas vivem sem acesso a banheiro ou chuveiro em seu domicílio e mais de 4 milhões não têm acesso a itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas. Relatório da Unicef

Mais de 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água tratada e 100 milhões não têm coleta adequada de esgoto.

Os dados preocupantes são de um levantamento do Instituto Trata Brasil, que analisou as condições de saneamento básico no país.

Cerca de 2,8% da população brasileira (5,7 milhões) não têm acesso a um banheiro exclusivo ou utilizam de um buraco, segundo estudo divulgado em novembro de 2020, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

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21
Ago22

Sonhar com um milionário fascista na cadeia

Talis Andrade

 

 
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O alvoroço da semana é provocado pela possibilidade de ver um dos milionários tios golpistas do zap na cadeia.

É uma ilusão que vai e volta e enfeita os sonhos das esquerdas. Tem que chegar a hora de ver mais do que Sarah Winter e Zé Trovão nas grades.

Precisamos de um ricaço delinquente encarcerado, para que se cumpra uma etapa sempre adiada de reparação.

As esquerdas sonham com o momento em que um desses sujeitos graúdos que saíram do bueiro destampado por Bolsonaro entrarão num camburão.

É uma miragem recorrente. Mas dizem agora os juristas formados pelo lavajatismo que golpistas podem se articular em seus grupos de zap e conversar sobre a tomada do poder.

Eles teriam o direito de falar em voz alta entre eles. É o que dizem os justiceiros da direita, que desejam ferro e fogo para as esquerdas e moderação para a abordagem dos delitos de suas turmas.

De acordo com tese já disseminada, é preciso respeitar a privacidade dos golpistas descobertos pelo jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles.

É como se um delegado de Sorocaba, Barbacena ou Alegrete descobrisse que uma quadrilha se prepara para tomar e saquear um banco da cidade, mas respeitasse a privacidade dos bandidos.

Porque, de acordo com esse raciocínio, a conversa fechada no grupo tem efeitos naquela bolha. O delegado só iria intervir se o plano fosse tornado público pelo Twitter.

O certo é que a ilusão de ver um fascista grandão na cadeia é um direito de todos e uma possibilidade real.

O jurista Wálter Maierovitch já pulverizou em artigo na Folha a teoria do golpe mantido em conversa privada como galhofa ou liberdade de expressão.

O grupo de tios endinheirados do zap caracteriza, segundo Maierovitch, crime de associação delinquencial, que recebe o nome jurídico de formação de organização criminosa.

E a prisão cautelar é uma hipótese a ser considerada, ensina o jurista. Maierovitch não diz, mas é preciso levar em conta que essa é uma possibilidade improvável às vésperas da eleição.

Mesmo assim, o impasse político não afasta completamente a hipótese, considerando-se que o golpe estaria sendo planejado para evitar a posse de Lula.

Como o plano é dar o bote depois da eleição, é nesse momento, pós-pleito, que iria se configurar a ameaça real.

O que a realidade nos impõe, destruindo sonhos coloridos nesse sentido, é que poderemos ter, com Lula eleito, a acomodação das pacificações.

E o grupo dos tios milionários do zap seria visto com o tempo como uma subturma de gente que não frequenta altas rodas e se contenta com o que, na definição de Maierovitch, são apenas associações delinquenciais.

A força do empresariado fascista em geral é outra, em toda parte. Eles aplicam golpes contra o Fisco e contra concorrentes, mas não têm mais poder para golpes políticos.

Até a ameaça de golpe dos milionários pode ser, como também é o blefe de golpe de Bolsonaro, mais um estelionato do capitalismo brasileiro.
 
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08
Jul22

Lula: "A violência tem várias razões, mas uma das principais é a ausência do Estado" (vídeo)

Talis Andrade

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Lula foi recebido, na noite desta quinta-feira (7), no Rio de Janeiro, por dezenas de milhares de pessoas, que lotaram a Cinelândia, palco das maiores manifestações populares da história da cidade. Emocionado ao se lembrar das lições da mãe e entusiasmado com a enorme quantidade de pessoas reunidas, o ex-presidente disse ter vontade de governar o Brasil para cuidar dos cariocas e de todos os brasileiros.

“Eu duvido que o estado do Rio de Janeiro tenha recebido em toda a sua história, de qualquer presidente da República, a quantidade de recursos que o PT botou neste estado. E por que nós fizemos isso? Porque o Rio de Janeiro é muito importante para o Brasil, e o Rio de Janeiro não pode ficar aparecendo nas bancas de jornais apenas por conta da violência, apenas por conta das balas perdidas, apenas por conta da morte de filhas, de irmãos, de pais de gente pobre”, discursou.

Segundo Lula, ". “Se o povo tivesse emprego, se tivesse escola de qualidade, se tivesse saúde de qualidade, se tivesse área de lazer, se tivesse cultura, se tivesse água boa, tratamento de esgoto, não teria metade da violência que tem no Rio de Janeiro”, acrescentou

 

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Hoje é um dia de gratidão ao povo do Rio de Janeiro que lotou a Cinelândia. #LulaInRio

📽️: @ricardostuckert pic.twitter.com/A3PeKIUghv

— Lula (@LulaOficial) July 7, 2022

 

Governar com o coração

O ex-presidente ressaltou que a diferença entre o seu governo e o de Jair Bolsonaro é justamente a crença de que o Brasil pode ser grande se o Estado acreditar e apoiar a população, fazendo investimentos. Foi assim que, no governo Lula, a Petrobras descobriu o pré-sal e a indústria naval multiplicou por mais de 20 os postos de trabalho.

“Agora, pergunte quanto esse genocida que está governando investiu no Rio de Janeiro. Pergunte qual foi a grande obra que ele fez. Qual foi a escola técnica, a universidade que ele fez? Qual foi o dinheiro para a saúde que ele colocou? Nada, nada, nada. Só quer tirar”, criticou Lula, referindo-se à insistência de Bolsonaro em privatizar o patrimônio nacional.

“Este país está precisando voltar a ser humanizado. Nós precisamos voltar a ser humanistas outra vez”, prosseguiu. “Quando eu era presidente, eu dizia: ‘A gente precisa pensar com o coração’. Este país, o cara não tem que governar, tem que cuidar. E cuidar de quem? De quem mais precisa”, completou.

E, segundo Lula, não é o rico ou a classe média alta que precisam do governo. “É o povo trabalhador, é o pequeno e médio produtor rural, são as pessoas quem moram nas favelas e nas periferias, são os micro e pequenos empreendedores, são as pequenas cooperativas que precisam do Estado. É para esses que nós temos que governar. Se não, a gente não vai tirar o país da desgraça em que eles meteram.”

 

Alckmin: Lula é esperança

 

O ex-governador Geraldo Alckmin iniciou sua fala fazendo referência à multidão que lotava a Cinelândia. “Quando eu vejo aqui essa grande manifestação na Cinelândia, eu entendo por que que o Bozo está com medo da urna eletrônica. É porque ele está com medo do voto do povo”, disse.

Alckmin contou que, ao percorrer o Brasil ao lado de Lula, tem notado como os brasileiros veem na volta do ex-metalúrgico a esperança de uma vida melhor. E o mesmo acontece no Rio de Janeiro. “O Rio está com saudade. Indústria naval, indústria petroquímica, Comperj, moradia, Minha Casa Minha Vida, saúde, emprego, salário mínimo valorizado, juventude com oportunidade”, enumerou, referindo-se ao governo Lula.

 

“O Rio ama Lula”, diz Ceciliano

 

O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, André Ceciliano, pré-candidato do PT ao Senado, começou seu discurso dizendo que a Cinelândia estava lotada porque o povo do Rio ama Lula.

“A favela ama o senhor. Eles querem que você continue a fazer os complexos esportivos, as bibliotecas-parques e as milhares de casas que o senhor construiu na Rocinha, em Manguinhos e no Complexo do Alemão. Nós queremos que o senhor retome o complexo petroquímico porque o que estão fazendo ali é uma covardia”, afirmou.

Ceciliano lembrou ainda que Lula foi o presidente que mais gerou empregos, e o Rio precisa de empregos. “Quando os senhor foi eleito, a indústria naval tinha 3 mil empregos. Uma década depois, tínhamos mais de 80 mil empregos. E o Rio de Janeiro precisa de emprego, precisa de desenvolvimento social e econômico. O Rio de Janeiro precisa voltar a sorrir. E o senhor ama o Rio, nós temos certeza.”

 

Freixo: segurança e oportunidade para a juventude

 

Pré-candidato ao governo do Rio, o deputado federal Marcelo Freixo (PSB)discursou um pouco antes de receber apoio público de Lula. Freixo disse que deseja comandar o estado para que cada menino e cada menina do estado tenha oportunidade de estudo e trabalho e não seja presa fácil do crime.

“O Rio de Janeiro tem 3 milhões de pessoas passando fome, e o Rio tem 80% do petróleo nacional. Isso é porque a gente é governado por uma máfia, por um grupo de criminosos que está aqui há muito tempo e tem que ser afastado do poder”, analisou Freixo.

O deputado também defendeu uma política de segurança que não criminalize a periferia. ”A gente precisa dizer que em cada favela, em cada território, matança não vai ser segurança. A gente vai ter polícia sim, a gente precisa da polícia sim, mas de uma polícia treinada, integrada, modernizada, com equipamento e inteligência e que proteja a nossa juventude, principalmente a juventude preta, a juventude pobre e a juventude da periferia.”

 

Gleisi: “Vamos retomar o Brasil para os brasileiros”

 

A presidenta nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), pediu que todos os presentes se organizem, montem comitês populares de luta e se empenhem para rebater as fake news bolsonaristas. “Nós vamos vencer Bolsonaro sim, vamos retomar o Brasil para o povo brasileiro, e vamos fazer isso com esse movimento amplo de que precisamos, juntando todos aqueles que querem vencer o fascismo e a barbárie”, garantiu.

“O que nós temos de resultado do governo de Bolsonaro são mais de 600 mil mortes por Covid, são 33 milhões de pessoas de novo com a fome, 60 milhões de pessoas com insegurança alimentar. É a carestia dos alimentos, o preço do combustível, o desmatamento na Amazônia, a liberação de armas, o ódio que ele destila contra todos aqueles a que ele se opões. O ódio contra as mulheres, contra negros e negras, contra a população LGBT, contra a população indígena”, completou Gleisi.

Também discursaram o presidente nacional do Psol, Juliano Medeiros, e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AC). 

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17
Jun22

O fedor de Bolsonaro espalha-se pelo mundo

Talis Andrade

Putrefato - Renato Aroeira - Brasil 247

 

por Fernando Brito

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O ódio e a maldade que dominam a mente de Jair Bolsonaro provocam nele um déficit de percepção típico de governantes autoritários: sua deformação mental é tanto que sequer é capaz de lidar com a ideia de redução de danos políticos.

Nesta tragédia humana do assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, ele repete o comportamento que teve na pandemia da Covid.

Em uma e em outra, não foi ele quem causou, diretamente, os fatos. Nem trouxe o vírus para o Brasil, nem ordenou a um bando de ilegais que executassem, com requintes sádicos, a dupla, mas seu ódio às pessoas é tão grande que toma os fatos negativos como algo que deve ser desprezado e minimizado, inclusive nas reações administrativas do governo brasileiro.

Não há muita diferença na essência de suas manifestações, embora, é claro, as situações sejam muito diferentes.

Do “é só uma gripezinha” e o “não sou coveiro” para o “aventura muito perigosa”, “os dois sabiam dos riscos” ou o “esse inglês era muito malvisto”, de fato, revela-se a mesma incapacidade de ter empatia, perceber a comoção e o sofrimento e, sobretudo, de reconhecer que são necessárias ações de Estado, cuja iniciativa depende dele.

Bolsonaro trata os fatos como “inimigos” a serem combatidos, não como problemas a serem resolvidos. Apela a generalizações como o “todo mundo morre um dia”, no primeiro caso, e “60 mil pessoas desaparecem, porque só se preocupar com estes dois”.

Sua limitada cognição e seu ódio figadal não lhe permite sequer fingir que está dando importância ao caso. Ao contrário, faz questão de evidenciar isso, como na espera, por um dia inteiro, da fingir “sentimentos” às famílias .

Com a cumplicidade de maus militares, arrasta ao lodo a ideia de sobernaia que temos todos o dever de defender para o nosso país sobre a Amazônia, e que não pode ser entendida jamais como destruição, como observa a excelente Maria Cristina Fernandes, no Valor:

“É sabido que Bolsonaro seguiu à risca o brado miliar “selva!”, com o desmonte da Funai e do Ibama, a redução de multas ambientais, os decretos de liberação de posse e porte de armas e a paralisação da demarcação das terras indígenas. A reação à morte de Bruno e Dom, porém, fez mais. Fez pouco caso do conceito de soberania nacional que, um dia, guiou a instituição militar à qual o ex-capitão serviu”.

Felipe Nunes, diretor da Quaest Pesquisas, colocou no Twitter o mapa acima, com a distribuição, até ontem, das menções ao caso Bruno/Dom, com suas mais de 18 milhões de menções nas redes sociais do mundo inteiro, no qual a intensidade do azul representa a relevância que teve em cada país.

Deixo ao leitor e à leitora a difícil missão de imaginar quantas delas são positivas ou negativas.

Nunca antes na história deste país alguém causou tantos danos à imagem do Brasil e, com eles, prejuízos para a economia e para os cidadãos deste país.

O cérebro de Jair Bolsonaro é um esgoto de ideias e tudo o que vem dele emana uma podridão insuportável.Image

 

 

 

02
Mai22

O golpe do esgoto que afoga a Democracia brasileira

Talis Andrade
 
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Quem? Um dos responsáveis direto pela destruição do país

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Mas não há mentira que encubra a arapuca em que Moro jogou o Brasil. Destruiu suas empresas maiores geradoras de empregos. Desmoralizou seu maior orgulho, a Petrobras. Demonizou a política e nos enfiou o Coiso pela goela. E ganhou, do Departamento de Estado, EUA, 5 estrelinhas na caderneta! 

A verdade: sofremos golpe, sim! Queiram ou não aceitar. Mas não foi 1 golpe apenas, foram vários

 

por Hildegard Angel

Neste 1º de Maio, vamos refletir sobre a verdade como ela é.

Vivemos um momento no país em que as únicas passeatas pensáveis e possíveis de encher as ruas são as "Passeatas Contra a Fome". Só a revolta nos move a ponto de gritar nas ruas.

A verdade "como ela é" é aquela que nos dói, nos machuca, fere os brasileiros de morte.

1º de Maio, Dia do Trabalhador. Qual? Um país com 15% de desempregados, sei lá quantos % de desalentados, mais outros tantos de subempregados e autônomos. Dia, isto sim, de Passeata contra a Fome, contra o Desemprego -- é esta que tem que encher as ruas.

Enquanto isso, neste 1º de Maio Sérgio Moro divulga mais um vídeo acusando os outros, não ele próprio, das desgraças do Brasil. Não foi a esquerda nem foi o PT que desqualificaram Moro. Foi o Mundo! E agora? Vai chamar o Mundo de ladrão? De comunista? Foi o Mundo que o classificou como um juiz delinquente. Como um juiz parcial, ambicioso, venal, que destruiu o Brasil. Citando o deputado Glauber Braga, "um juiz ladrão". 

Moro destruiu os empregos, nossas empresas das maiores empregadoras, promoveu a fome. Mas não há mentira que encubra a arapuca em que Moro jogou o Brasil. Desmoralizou nosso maior orgulho, a Petrobras. Demonizou a política e nos enfiou o Coiso pela goela. E ganhou, do Departamento de Estado americano, 5 estrelinhas na caderneta do Primário, do qual  parece nunca ter saído.

A verdade: sofremos golpe, sim! Queiram ou não aceitar. Mas não foi 1 golpe apenas, foram vários. O golpe de Aécio. O golpe de Cunha. O golpe de Moro. O golpe do Jucá "com Supremo, com tudo".  O golpe do Judiciário conivente. O golpe da mídia corporativa - o PIG (Partido da Imprensa Golpista). O golpe da Lava Jato, dos januários e dalanhóis. O golpe das Forças Armadas, com Villas Boas intimidando o STF, com os murros na mesa, as ameaças veladas e escancaradas, com Mourão discursando na Maçonaria dizendo que interviriam, com a "intervenção colorida" no Rio, só pra matar pobres, chutar portas de barraco na favela, atirar em crianças nas escolas públicas, e para Braga Neto mandar a imprensa botar as câmeras no chão. 

Sim, meninos, vimos isso em plena vigência da "Democracia" pós golpe, daquele golpe, o de Michel Temer, golpe do Congresso dos deputado paspalhões, votando pra derrubar Dilma e mandando beijinhos para a família e o eleitorado - grande parte deles em seguida desmascarada e até presa!

O golpe do Senado brasileiro, cenário daquele julgamento torpe de pedaladas que não houve, julgamento medieval, inquisitorial. Dilma lá, queimada numa fogueira de delinquentes, os senadores Templários da "Nova República", queimada pelo STF de vestais, também Templárias, os Templários da Globo, os Templários da FIESP. Não frequentaram a escola, não sabem que os Templários propriamente ditos também  fritaram nas fogueiras . 

O golpe das pedaladas e dos pedalinhos, da prisão injusta de Lula, do triplex sem dono e com notas fiscais falsas. O golpe das fake news, com "tios" Trump, Olavo e Steve Bannon ensinando os '3 porquinhos' como fazer. O golpe de uma eleição de WhatsApp, tendo a mentira como combustível, dividindo o Brasil entre os que odiavam e os que se intimidavam. O golpe dos Algoritmos. O golpe do Zuckerberg. O golpe de Paulo Guedes, explicitado em suas manifestações nos EUA "vamos vender tudo, dos palácios às casas, as empresas, o petróleo, o pré-sal, a Petrobras, o Banco do Brasil..." e segue cumprindo a promessa feita a Tio Sam. 

O golpe das granadas nos bolsos dos brasileiros. O golpe de "passar a boiada", do Salles. O golpe das propinas das vacinas, com rastro de 670 mil mortes. O golpe do leite condensado, dos Viagras, da cloroquina, da falta de oxigênio para os doentes do Pazuello. O golpe das verbas da Educação destinadas aos bolsos dos pastores evangélicos, os que pastoreiam o "gado".

O golpe da falta de compaixão, de patriotismo. Da vassalagem explícita, da continência para bandeiras alheias, da cocaína nos jatinhos oficiais. Da descompostura, do linguajar chulo, da vulgaridade, dos palavrões, da obsessão anal, dos feminicídios, do preconceito de classe, de raça, de religião, de cor.

Golpe do esgoto inundando o pouco das águas cristalinas que nos restam, engasgando o idealismo, sufocando os miseráveis, com seus ratos roendo nossas estatais, florestas, ciência e cultura.

Esgoto que afoga a Democracia brasileira.

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09
Abr22

Ameaça de morte feita por nazistas contra Lula e petistas repercute na mídia internacional

Talis Andrade

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"As ameaças foram feitas através das redes sociais em um momento em que a tensão política se intensifica no gigante sul-americano", pontuou a agência EFE, que destaca Lula como favorito para vencer as eleições

 
 

Veículos da mídia internacional repercutiram, nesta quinta-feira (24), as ameaças de morte feitas por neonazistas contra ao ex-presidente Lula (PT), o vereador Leonel Radde (PT-RS) e a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS)

As ameaças chegaram através de mensagens enviadas no número de WhatsApp do mandato de Radde. O vereador é constantemente alvo de intimidação pois coordena a Operação Bastardos Inglórios, um canal de denúncias, em parceria com a polícia, que visa identificar e combater a atuação de grupos neonazistas no Rio Grande do Sul.

"As ameaças foram feitas através das redes sociais em um momento em que a tensão política se intensifica no gigante sul-americano devido às eleições presidenciais de outubro, para as quais Lula é o grande favorito dos brasileiros", pontuou a agência de notícias espanhola EFE

O caso também foi notícia no jornal argentino Página 12. "As ameaças contra Lula não são as primeiras em um clima de campanha marcado por mensagens fascistas, incentivadas desde a chegada do ultradireitista Jair Bolsonaro à presidência. Há um ano, o PT já havia denunciado outra ameaça feita pelo empresário paulista José Sabatini, que postou um vídeo em que atirava em um alvo com o rosto do ex-presidente", escreve a publicação. 

O site Prensa Latina, por sua vez, afirma que "o PT anunciou em julho passado que está analisando sistemas para reforçar a segurança do ex-presidente durante a campanha eleitoral". 

 

Entenda

O vereador de Porto Alegre e policial civil Leonel Radde (PT-RS) foi alvo de novas ameaças de morte feitas por neonazistas através de mensagens enviadas no número de WhatsApp de seu mandato.

Radde coordena a Operação Bastardos Inglórios, um canal de denúncias, em parceria com a polícia, que visa identificar e combater a atuação de grupos neonazistas no Rio Grande do Sul. 

Nas novas mensagens recebidas, os extremistas chegaram a dar uma data para a morte do vereador: dia 31 de outubro deste ano. "Sua morte está planejada, será dia 31 de outubro de 2022, 21h, no Rio Grande do Sul", diz uma das mensagens. 

"Vamos te matar, seu lixo. Sua cara vai ficar cheia de balas", dizem os detratores, que prometem ainda matar o ex-presidente Lula (PT), a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) e também o ativista do movimento negro Antonio Isupério, que já vou alvo de ameaças de grupos neonazistas em outras ocasiões. 

"Se prepara, você, Lula e o Isupério estão ferrados, vamos acabar contigo, seus vermes, lixo, macacos de merda (...) Lula vai morrer", dizem, em meio a inúmeras mensagens do tipo. 

Em outra, deixam claro que pertencem a grupos nazistas. "Eu acabo com tua vida se mexer com o cara que vendeu objeto nacional socialista [referência ao Partido Nacional Socialista, de Adolf Hitler]. Se você continuar prendendo fascistas, acabo com tua raça e da Maria do Rosário", escrevem, junto a fotos e gifs de armas e um vídeo de uma mulher negra sendo enforcada e assassinada por supremacistas brancos. 

"Novamente avisamos aos nazifascistas: NÃO SEREMOS SILENCIADOS. A Operação Bastardos segue ativa e logo teremos novidades", escreveu Leonel Radde ao divulgar as ameaças. 

 

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10
Fev22

Bolsonaro está armando milícias eleitorais

Talis Andrade

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Por Helena Chagas /Jornalistas pela Democracia

O projeto de lei que os bolsonaristas estão pressionando para aprovar no Senado permitindo aos colecionadores de armas portá-las nas ruas - memo que sejam escopetas - e a medida provisória anunciada pelo ministro da Justiça para dar anistia aos proprietários de armas ilegais não se destinam apenas a dar mais um agrado ao eleitorado brucutu de Jair Bolsonaro. Fazem parte de uma estratégia maior do presidente da República para tumultuar as eleições de 2 de outubro.

O próprio Bolsonaro, fazendo pela enésima vez algo que um chefe da nação nunca deveria fazer, foi a um stand de tiro no último fim de semana para espalhar imagens em que portava uma arma e atirava - seu desempenho não foi tão eficiente assim, mas o exemplo nefasto chegou aonde ele queria. Ainda fez o assunto render respondendo a um internauta que notou sua fraca performance dizendo que o acertaria fácil porque é "gordinho".

Bolsonaro sempre defendeu e agiu revoltantemente a favor do armamento da população. A violência aumentou a olhos vistos, multiplicando os assassinatos por armas de fogo, as mortes por balas perdidas, episódios lamentáveis como o do sujeito que acordou, atirou e matou um vizinho em seu portão porque o confundiu com um ladrão. Só isso já torna criminosa a atitude do governo que estimulou o armamento.

Mas vem coisa pior. Vai ficando claro, há tempos, que Jair Bolsonaro, forte candidato à derrota na reeleição, terá o tumulto como estratégia. Na campanha, no dia da eleição, no dia seguinte, recusando-se a reconhecer os resultados. Percebeu, porém, que não terá as instituições a seu lado.

As Forças Armadas, embora não gostem de Lula, vêm dando seguidos sinais de apoio à legalidade democrática.  O Judiciário, STF à frente, também vem dizendo repetidamente que não aceita golpes.

O TSE chamou um ex-ministro da Defesa, Fernando Azevedo, para dirigir os trabalhos, com a autoridade e a liderança de alguém que poderá acionar os militares para garantir a lei e a ordem na eleição. Os políticos aliados do Centrão também não vão entrar na reação golpista - até porque, pelo que se conhece de sua natureza, muitos já terão pulado para o barco de Lula a essa altura.  

Diante desse isolamento, Bolsonaro está tentando formar sua própria milícia armada. Não se contenta apenas com as milícias digitais que o ajudaram a vencer em 2018 com todo o tipo de trapaça e fake news. Quer ter seu próprio exército na rua, agredindo, ameaçando e tumultuando, na tentativa de provocar uma convulsão social  que sirva de pretexto a medidas de força.

A lógica indica que não passará. Mas as instituições precisam se antecipar e coibir medidas e projetos que Bolsonaro tenta, à luz do dia, empurrar goela abaixo da sociedade.

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A Beatrix von Storch de Porto Alegre

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05
Jun21

Bretas: outro moralista vai para o esgoto

Talis Andrade

 

por Fernando Brito

- - -

reportagem de capa da revista Veja, mostrando que o juiz Marcelo Bretas praticava – de forma menos sofisticada e mais grosseira – as mesmas práticas que seu mentor Sergio Moro desenvolvia em Curitiba: forçar delações, negociar penas, orientar o Ministério Público e buscar, em tudo, promoção pessoal é tudo menos surpreendente.

Aliás, em março deste ano, o colunista Lauro Jardim adiantava que o conhecimento dos termos de uma delação premiada era a origem da frase que Gilmar Mendes soltou, durante um julgamento no Supremo:

“A tal 7ª Vara do Rio de Janeiro, não sei por que o escândalo ainda não veio à tona, mas o que se fala em torno dessa vara também é de corar frade de pedra”

A 7ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro, claro, é a sede da chamada “Lava Jato” do Rio de Janeiro e , ali, revela a reportagem com base no acordo de delação premiada de Nythalmar Dias Ferreira Filho, até pouco tempo atrás um ilustre desconhecido advogado com escritório (que dividia espaço com uma papelaria no subúrbio carioca de Campo Grande passou a ser o defensor escolhido para defender empreiteiros e doleiros de muito dinheiro, pelas relações que tinha com Bretas.

Relação tão íntima que, por telefone, sem saber que estava sendo gravado, o juiz que comia pipocas com Moro assume abertamente que apenou com 43 anos de prisão o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, ex-presidente da Eletronuclear, a 43 anos de prisão para forçar delações de outros acusados que relutavam em firmar acordos de delação.

Na trilha de Curitiba, segundo o delator, Bretas também agiu para influir nas eleições de 2018 em favor de seu parceiro Wilson Witzel: “Às vésperas do primeiro turno da disputa de 2018, o juiz teria vazado o depoimento de um ex-assessor de Paes, então líder nas pesquisas de intenção de voto, acusando o candidato de envolvimento em fraudes de licitações e recebimento de propina. O delator informou ter ouvido do próprio Bretas a revelação de que ele nutria antipatia pelo ex-­prefeito e que “foi importante que a população fluminense soubesse quem era Eduardo Paes antes das eleições.

O áudio da conversa entre os dois deu materialidade ao que há três anos já era objeto de suspeitas e já começou a gerar efeitos concretos, com o pedido da Ordem dos Advogados do Brasil ao Conselho Nacional de Justiça.

Bretas, que se exibia, nos seus tempos de herói, com fuzis e com halteres e frequentava palanques com Marcello Crivella e Jair Bolsonaro, vai ser o que sempre quis, o Moro-Parte 2. Só que não na fama, mas no ostracismo.

23
Fev21

Kakay: é inacreditável o esgoto moral do bando da Lava Jato

Talis Andrade

O advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, reagiu com indignação às novas mensagens de procuradores da Lava Jato entregues pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta segunda-feira (22) ao Supremo Tribunal Federal (STF). 

Em declaração à imprensa, Kakay disse que a sensação de poder era tal e tanta que integrantes da força-tarefa "ousavam criar, inventar, forjar depoimentos", ao se referir à revelação feita contra a delegada Erika Marena:

É absolutamente inacreditável o que está vindo à tona do esgoto, cuja tampa foi aberta, daquela triste República de Curitiba. O Juiz era o chefe do grupo, tudo era combinado e a desfaçatez não tinha limites. A instrumentalização do Judiciário e do Ministério Público é acintosa, vergonhosa e criminosa. E a sensação de poder era tal e tanta que agora a imprensa notícia que eles ousavam criar, inventar, forjar depoimentos! 

O grau de desprezo por qualquer regra constitucional mínima chega a ser surpreendente, mesmo em se tratando desse bando que se julgava acima da lei. Eles tinham um Código de Processo Penal de Curitiba e um código moral inexistente. Vejam a matéria veiculada hoje no Conjur, que situação grave e constrangedora. 

Segundo o respeitado site jurídico,  a 'Polícia  Federal forjou depoimentos para ajudar a lava jato'. Prestem atenção especialmente no seguinte diálogo:

'O mesmo ocorreu com Padilha e outros. Temos que chamar esse pessoal aqui e reinquiri-los. Já disse, a culpa maior é nossa. Fomos displicentes!!! Todos nós, onde me incluo. Era uma coisa obvia q não vimos. Confiamos nos advs e nos colaboradores. Erramos mesmo!' - diálogo travado entre Martelli Júnior e Deltan Dallagnol.

É estarrecedor! E urge que seja esclarecida essa 'confiança' nos advogados e colaboradores. Tudo bem que o tal Deltan confessou que 'já perdeu a vergonha na cara faz tempo.' Cabe agora que ele aponte os advogados e os colaboradores nos quais ele depositava a confiança e usava para manipular o que há de mais sagrado no processo, a produção da prova. E que confiança era essa. O cheiro putrefato que ronda a força tarefa não pode impregnar a classe dos advogados.

Gilmar : Charge Lava Jato

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