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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

06
Ago23

Ofensas machistas e gordofóbicas na CPI do MST “são tiro pela culatra”

Talis Andrade

 

A deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) acionou nesta sexta-feira (4) a Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente do colegiado por ofensas machistas e gordofóbicas

 

 

Os constantes ataques machistas desferidos pelo presidente da CPI do MST, Coronel Zucco (Republicanos-RS), e o relator Ricardo Salles (PL-SP), contra as mulheres de esquerda no colegiado estão servindo apenas para acentuar atitudes desprezíveis dos dois bolsonaristas. Não encontra eco na sociedade e nem nas normas jurídicas.

Por isso, a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), mais uma vez, acionou nesta sexta-feira (4) a Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Zucco por ofensas machistas e gordofóbicas.

Na sessão desta quinta-feira (3), o presidente do colegiado se dirigiu a deputada dessa forma: “A senhora pode, também, daqui a pouco, tomar qualquer atitude, ficar mais calma. A senhora está nervosa, deputada? Quer um remédio? Ou quer um hambúrguer?”.

“Pedirei que a PGR anexe o caso à investigação já em curso contra o Zucco por violência política de gênero contra mim. Eu procuro responder à altura, acho que é pedagógico para que as demais mulheres não baixem a cabeça. Não vou retroceder”, afirmou a deputada.

Leia mais: CPI do MST visa barrar mobilização que o governo precisa para fazer mudanças

Ao avaliar a repercussão do caso, a deputada do PSOL foi taxativa: “O tiro da CPI do MST saiu pela culatra e restou aos bolsonaristas apenas a baixeza dos ataques misóginos.”

Percebendo o desgaste, o presidente do colegiado pediu para retirar sua manifestação das notas taquigráficas e disse que não agiu dessa forma contra a parlamentar.

“Não é verdade que o senhor nunca foi indecoroso ou desrespeitoso comigo e com as demais parlamentares desta comissão. E isso não sou eu que afirmo, mas a Procuradoria-Geral da República que, neste momento, tem um inquérito aberto para apurar a conduta”, respondeu Sâmia.

“Eu já tinha visto esse tipo de ironia nas redes sociais, por parte do relator da CPI, Ricardo Salles, mas nunca vindo do Zucco. Ele já havia me silenciado, cortado meu microfone, mas nunca agido desta forma tão truculenta, publicamente. Eu denuncio e seguirei denunciando sempre que houver violência política de gênero”, completou.

Solidariedade

A deputada recebeu solidariedade dos colegas de parlamento. A líder do PCdoB na Câmara, Jandira Feghali (RJ), diz que esse é o modus operandi daqueles que não têm argumento, não têm educação e não respeitam os espaços democráticos.

“A velha prática de desqualificação. Deputado bolsonarista prática gaslighting, gordofobia e fortalece mais uma vez a misoginia na CPI do MST contra deputadas de esquerda. Não precisamos de remédio, não precisamos nos acalmar, tampouco de hambúrguer. Queremos respeito, punição e cadeia para criminosos. Nossa solidariedade à deputada”, disse.

“Deixo um abraço e minha solidariedade à colega Sâmia pelos ataques machistas e misóginos sofridos na CPI do MST. A violência política de gênero é o recurso que sobra aos politicamente inaptos. Parabéns por sua luta e pelo trabalho corajoso na CPI, querida deputada!”, reagiu o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP).

02
Mai23

Trabalho escravo e gênero

Talis Andrade
 
 
 
Imagem
 

Entre os dias 8 de outubro e 5 de novembro, a Repórter Brasil organizou o webinário Trabalho escravo e gênero: quem  são as trabalhadoras escravizadas no Brasil?. A série, dividida em quatro eventos virtuais, debateu os achados do levantamento inédito do programa Escravo, nem pensar! (ENP!) sobre o perfil das 1.889 mulheres escravizadas entre 2003 e 2018, além de ter abordado boas práticas e os desafios ainda postos para o enfrentamento ao trabalho escravo envolvendo mulheres. (Baixe aqui o fascículo hômonimo ao webinário e saiba mais).

Para isso, foram convidados especialistas do poder público, da sociedade civil e do setor acadêmico engajados no assunto. Os encontros foram transmitidos no canal da Repórter Brasil no YouTube e dedicaram atenção a áreas distintas mas complementares para o enfrentamento do problema: resgate das mulheres escravizadas, atendimento às vítimas, sistematização de dados estatísticos e as formas de representação das trabalhadoras. Confira abaixo as gravações na íntegra:

 

  • Perfil socioeconômico, estatísticas e invisilidades sociais (8/10)

No 1º encontro, a equipe do ENP!, representada pela coordenadora Natália Suzuki e o assessor de projeto Thiago Casteli, apresentou dados sobre as características socioeconômicas das trabalhadoras resgatadas no país, como raça, escolaridade, local de origem e atividade laboral desempenhada no momento do resgate. Os dados estão disponíveis no fascículo Trabalho escravo e gênero: quem  são as trabalhadoras escravizadas no Brasil?. Foram analisadas ainda disparidades regionais em relação à proporção de homens e mulheres resgatados, como no caso do município de São Paulo, em que 30% do total são do sexo feminino, em oposição à média nacional de 5%.

 

  • Demandas de mulheres resgatadas e ações de assistência (22/10)

O 2º encontro foi dedicado a discutir ações de assistência às trabalhadoras resgatadas. Para isso, foram convidados a assistente social Aline Santos, do Centro de Acolhida Especial para Mulheres Imigrantes (Caemi) de São Paulo, e o agente pastoral Francisco Alan de Lima, coordenador da Rede de Ação Integrada de Combate a Escravidão da Comissão Pastoral da Terra de Tucuruí (PA). Os participantes, que atuam diretamente no apoio a vítimas e trabalhadoras vulneráveis, discorreram sobre iniciativas de atendimento socioassistencial a mulheres no campo e nas cidades, incluindo imigrantes.

 

  • Contribuições acadêmicas para o debate e agenda de pesquisa (29/10)

Para o 3º encontro, foram convidadas as pesquisadoras do Cebrap Priscila Vieira e Beatriz Sanchez. A atividade foi dedicada a refletir sobre as contribuições acadêmicas a respeito da questão de gênero para o debate e agenda de pesquisa sobre o trabalho escravo. As pesquisadoras destacaram como as desigualdades de gênero contribuem para a exploração laboral de mulheres e refletiram sobre a ausência de representação feminina na formulação de políticas públicas.

 

  • Reflexões a partir da fiscalização e resgate de mulheres (5/11)

No encontro de encerramento do webinário, representantes dos órgãos de fiscalização foram convidados a falar sobre o resgate de mulheres escravizadas. Participaram da atividade Lys Sobral, procuradora do Trabalho do Ministério Público do Trabalho, e André Roston, auditor fiscal do Trabalho do Ministério da Economia. Os palestrantes apresentaram o histórico do combate ao trabalho escravo a partir do recorte de gênero e discutiram desafios para as políticas de repressão ao problema, como o reconhecimento por parte da fiscalização de trabalhadoras invisibilizadas, como no caso das trabalhadoras domésticas e profissionais do sexo. Os convidados relataram ainda alguns casos de resgate de mulheres escravizadas em áreas rurais e urbanas. (Publicado in 18 de janeiro de 2021

Quer se aprofundar no assunto? Acesse a página especial Trabalho escravo e gênero in Escravo Nem Pensar /Repórter Brasil

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