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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

29
Mai23

Zé Trovão, que já foi flagrado usando cocaína, pede aos EUA que invadam o Brasil para prender Maduro por narcotráfico

Talis Andrade

 

Que papelão do Zé Trovão
 
 

O deputado extremista, que enviou ofício à Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, precisa ser cassado e preso por trair o Brasil e tentar impedir reunião dos presidentes da América do Sul 

 

O deputado federal Zé Trovão enviou ofício à Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, nesta segunda-feira (29), no qual informa a presença do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, em terras brasileiras, e pede informações sobre “quais medidas podem ser adotadas pelo governo americano para captura deste criminoso”.

De acordo com o Metrópoles, no ofício, Zé Trovão cita que o presidente venezuelano consta no site do Drug Enforcement Administration (DEA), como “procurado por autoridades norte-americanas, acusado pelo procurador-geral dos Estados Unidos, sr. Willian Barr, dos crimes de narcotráfico, terrorismo internacional e corrupção”. 

No entanto, “Trovão” omite que já teve experiências com a cocaína. O envolvimento dele com a droga veio à tona após uma foto que vazou nas redes. 

Zé Trovão esoera que o Brasil seja invadido pelas forças armadas do Tio Sam, e humilhados os  presidentes dos demais países da América do Sul, convidados por Lula para uma reunião amanhã no Palácio do Itamaraty, em Brasília.

Os chefes de Estado de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Suriname e Uruguai confirmaram presença.

A única ausência em nível presidencial é o Peru, cuja presidente, Dina Boluarte, não poderá vir ao encontro em função impedimentos legais internos do país. O Peru vive uma grave crise política desde a destituição do agora ex-presidente Pedro Castillo, no fim do ano passado. Em seu lugar, virá o presidente do conselho de ministros do país, Alberto Otárola, uma espécie de primeiro-ministro. A Guiana Francesa não participa porque é um território ultramarino da França.

A reunião já havia sido anunciada no início do mês pelo governo. Um encontro desse porte não ocorre há, pelo menos, sete anos. “O principal objetivo desse encontro é retomar o diálogo com os países sul-americanos, que ficou muito truncado nos últimos anos, e é uma prioridade do governo Lula. Temos consciência que há diferença de visão e diferenças ideológicas entre os países, mas ele [Lula] quer reativar esse diálogo a partir de denominadores comuns com os países”, explicou a embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores (MRE). Gisela conversou com a imprensa durante coletiva nesta sexta-feira (26), quando apresentou considerações gerais sobre a cúpula.

Embora o governo brasileiro evite apontar uma proposta específica, há a expectativa de que os presidentes discutam formas mais concretas de ampliar a integração, incluindo a possibilidade de criação ou reestruturação de um mecanismo sul-americano de cooperação, que reúna todas as nações da região. Atualmente, não existe nenhum bloco com essas características.

A União das Nações Sul-americanas (Unasul), criada em 2008, no segundo mandato do presidente Lula, foi se desintegrando ao longo do tempo, em meio a mudanças de governos em diversos países, e agora reúne apenas sete deles: Venezuela, Bolívia, Guiana, Suriname, Peru, além de Argentina e Brasil], que voltaram ao grupo recentemente. O Brasil também voltou a integrar a Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) este ano, mas o bloco é mais amplo que as fronteiras sul-americanas.

“Como vocês sabem, nos últimos anos, houve uma espécie de fragmentação nessa concertação puramente sul-americana. O propósito dessa iniciativa é unir, de novo, a região com a totalidade de seus países”, enfatizou a embaixadora. Segundo ela, temas como saúde, mudanças climáticas, inflação alta e preço dos alimentos, volta da pobreza e da fome tornam ainda mais relevante uma ação mais coordenada entre os países da América do Sul.

"Retiro" informal

A metodologia da reunião prevê, em primeiro lugar, o encontro de pontos comuns a partir das posições presidenciais, bem como a condução de uma agenda que já poderia ser iniciada mais rapidamente. Nessa agenda está, por exemplo, o combate ao crime organizado, projetos de infraestrutura, meio ambiente e mudanças climáticas, entre outros. Por causa disso, o formato da cúpula será o menos protocolar possível.

O convite enviado aos países vizinhos chegou a falar em uma espécie de “retiro” de presidentes para aprofundar o diálogo. Serão duas sessões. Na manhã de terça, cada chefe de Estado fará um pronunciamento, com tema livre. Depois disso, eles almoçam. À tarde, eles retomam a conversa para um diálogo informal, “numa sessão de trabalho mais livre e descontraída”, segundo descreveu Gisela.

Os presidentes que permanecerem em Brasília na noite de terça participarão de um jantar oferecido por Lula no Palácio da Alvorada, residência oficial. Nem sequer uma declaração final do encontro está prevista, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores.

O Palácio do Itamaraty ainda não confirmou as prováveis reuniões bilaterais que o presidente Lula terá com alguns dos seus homólogos presentes na cúpula, mas elas podem ocorrer já na segunda-feira (29), quando as delegações começam a chegar em Brasília.

10
Mai23

Em novo depoimento, Tacla Duran acusa procurador Carlos Fernando

Talis Andrade

Com base nesse depoimento, o juiz Eduardo Appio encaminhou cópia da audiência para o Superintendente da Polícia Federal do Paraná

17
Ago22

Histórias viscerais

Talis Andrade

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por Sergio Ramírez

Aqueles que morriam em odor de santidade transferiam a fama de seus poderes milagrosos para suas vísceras, falanges, membros e outras partes de seu corpo, e por isso eram desmembrados e distribuídos em santuários e igrejas, um coração dentro de um peitoral de ouro bordado com pedras preciosas, um braço ou uma perna em armadura de prata, um dedo em um dedal de ourives. Aconteceu até com os mais humildes servos de Deus, como São João da Cruz, ou com os mais cultos, como Santa Teresa.

Mas também acontece com santos leigos embalsamados, como Eva Perón; ou com os presidentes todo-poderosos quando reivindicam a eternidade além de sua morte; ou com os imperadores, quando seus corpos, ou suas vísceras, são úteis, mesmo séculos depois, em termos eleitorais. Vamos por partes.

Na manhã de 6 de agosto de 1875, o presidente do Equador Gabriel García Moreno, do lado conservador, que logo iniciaria seu terceiro mandato, voltava a pé ao Palácio Nacional, depois de ter recebido a comunhão na igreja de Santo Domingo, quando foi baleado e morto com facões por um grupo de conspiradores do lado liberal.

No dia seguinte, o cadáver presidiu seu próprio funeral. Vestido com o uniforme de desfile do comandante supremo, o bicorne de penas na cabeça e a faixa no peito, ele apareceu sentado na cadeira presidencial no altar principal da catedral, enquanto os religiosos cantavam o ofício dos mortos e o protocolo foi seguido de funerais de estado ditados por ele mesmo.

Essa foto está lá fora, prova de que o romancista não está mentindo. Feito para esconder a palidez da morte, as sobrancelhas repintadas, os olhos semicerrados e a boca grotescamente aberta, atrás dele está um guarda dos granadeiros, com seus altos bonés de pele de urso, baionetas vazadas e estranhamente vestido com aventais forenses.

Houve tentativas frustradas de canonizar García Granados, um católico devoto. Enterrado na catedral de Quito, os altos e baixos da política levaram a temores de profanação, e o corpo foi movido secretamente de um esconderijo para outro, até terminar na igreja de Santa Catalina de Siena, onde foi descoberto cem anos depois de sua morte, em uma cripta do lado direito do altar-mor.

O coração, que havia sido removido para preservá-lo como relíquia, foi escondido separadamente em uma coluna no claustro do Bom Pastor, junto com a do Arcebispo de Quito, Monsenhor José Ignacio Checa y Barba, que morreu depois de beber o envenenado vinho do cálice no escritório da Sexta-feira Santa de 1877. Importa também o que a realidade dá ao romancista.

E aqui está a outra história. Na igreja da irmandade de Nossa Senhora da Lapa, no Porto, está o coração de D. Pedro de Alcântara, Rei de Portugal e Imperador do Brasil após a proclamação em 1822 da independência desta imensa colônia americana que era por si só um continente, um caso único na história da América Latina de um monarca reverenciado como herói.

Dom Pedro, exilado do Brasil, morreu em 1834 no Paço Real de Queluz, em Portugal, consumido pela tuberculose. Mas antes disso, ditou sua famosa carta aberta aos brasileiros: “A escravidão é um mal, um atentado contra os direitos e a dignidade da espécie humana, mas suas consequências são menos danosas para quem sofre cativeiro do que para a Nação cujas leis eles permitem. É um câncer que corrói sua moralidade.”

E providenciou para que seu coração ficasse na igreja da Lapa, enquanto seu corpo foi sepultado no Panteão Real da dinastia Bragança, na igreja de São Vicente de Fora. Em 1972, quando se comemorava o 150º aniversário da independência do Brasil, a ditadura militar, evocando sua fama de “rei soldado” e não de inimigo da escravidão, conseguiu que os ossos do imperador fossem transferidos de Portugal, desfilando com grande pompa por todo o o país antes de ser enterrado no mausoléu imperial no Ipiranga, São Paulo, onde proclamou o Brasil livre do jugo de Portugal. Ele estava então travando uma campanha em que era forçado a descer do cavalo em cada etapa, sofrendo de diarréia.

Se a ditadura conseguiu apoderar-se dos ossos do “rei soldado”, agora o presidente Jair Bolsonaro, que não esconde em absoluto a saudade do regime militar, conseguiu que a Câmara Municipal do Porto lhe emprestasse o coração de Dom Pedro por ocasião das comemorações do segundo centenário da independência.

Bolsonaro, que busca a reeleição, proclama que se sente imortal, que só Deus o tira do poder e ameaça com golpe se perder. As eleições presidenciais, nas quais ele tem desvantagem nas pesquisas contra Lula da Silva, são em 2 de outubro, e a celebração da independência, em 7 de setembro.

O coração será transportado em avião da Força Aérea Brasileira, e certamente Bolsonaro o receberá no aeroporto para aproveitá-lo eleitoralmente, e exibir triunfantemente a urna em comícios.

Grande oportunidade para um homem tão visceral.

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16
Mai22

Forças Armadas colombianas só servem para interferir em processo eleitoral

Talis Andrade

O candidato presidencial colombiano Gustavo Petro fala durante evento em 6 de abril, em Bogotá — Foto: Nathalia Angarita/Reuters

Gustavo Petro

Para garantir a subserviência aos Estados Unidos e o tráfico de coca

 

 A campanha eleitoral na Colômbia ficou marcada nas últimas semanas por um embate entre o comandante do Exército, general Eduardo Zapateiro, e o candidato de esquerda e líder nas pesquisas Gustavo Petro.

O episódio marca uma intromissão das Forças Armadas nas eleições presidenciais. O primeiro turno ocorre no dia 29 de maio. 

A uma crítica de Petro ao Exército, afirmando que havia corrupção na instituição, e que o sistema de promoções era baseado em "politicagem interna e em subornos por parte do narcotráfico", Zapateiro respondeu por meio das redes​ sociais: "Nunca vi nenhum general recebendo dinheiro de modo indevido como o senhor já foi acusado".

Zapateiro fazia menção a um vídeo que circulou em 2005 e que mostrava Petro, à época congressista, recebendo uma bolsa com dinheiro. O caso foi à Justiça, mas Petro acabou absolvido. A Procuradoria da Colômbia abriu investigação para avaliar se Zapateiro extrapolou seus limites de atuação constitucional, informa a jornalista Sylvia Colombo na Folha de S.Paulo. 
 

Considerada um cultivo milenar na região, segundo dados das Nações Unidas contra Drogas e Crime (UNODC), em 2006, a Colômbia era responsável por 50% da plantação mundial de coca, enquanto o Peru produziu 33% e a Bolívia 17%. No Equador e na Venezuela já se percebe um aumento do cultivo, mesmo que em pequena escala.

No Peru e na Bolívia houve um aumento no número de hectares plantados – 12,69 mil hectares peruanos e 5,07 mil hectares bolivianos -, enquanto na Colômbia houve uma redução, mas o aprimoramento das técnicas de cultivo, de variedades da planta e processamento da coca nos laboratórios clandestinos fez com que essa diminuição não fosse tão significativa.

Outro militar mostrou o descontentamento de parte das Forças Armadas com a candidatura do ex-guerrilheiro do M-19. José Marulanda, presidente da Associação Colombiana de Oficiais Aposentados, afirmou: "Sentimos que há um ressentimento muito claro de Petro contra militares e policiais, porque foram eles que combateram e mataram muitos de seus companheiros de guerrilha". Transcrevi trechos  
 
Os generais de Bolsonaro consideram o golpista Zapateiro um exemplo de militar. Da extrema direita e golpista.
 
Fica a pergunta: a droga encontrada no avião presidencial de Bolsonaro veio de que país? 
 
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06
Set21

Ex-presidentes e políticos de 26 países fazem alerta sobre insurreição de Bolsonaro

Talis Andrade

 

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Ex-presidentes, parlamentares e ministros assinam carta chamando a atenção sobre a intimidação promovida pelo mandatário brasileiro com a marcha marcada para esta terça-feira. Presidente fala em “paz e harmonia”, enquanto seguidores elevam provocações nas redes

 
 

Uma carta assinada por ex-presidentes, parlamentares e ministros de 26 países mostra que a preocupação com as manifestações deste 7 de setembro já ultrapassou as fronteiras do Brasil. Insufladas pelo presidente Jair Bolsonaro, as manifestações, que devem ocorrer principalmente em Brasília e São Paulo, são vistas como mais um gesto de “insurreição” que coloca em perigo a democracia do Brasil. “Neste momento, o presidente Bolsonaro e seus aliados — incluindo grupos supremacistas brancos, policiais militares e agentes oficiais de todos os níveis do Governo —estão preparando uma marcha nacional contra a Suprema Corte e o Congresso, gerando medo de um golpe contra a terceira maior democracia do mundo”, diz a carta, assinada por nomes como o ex-presidente da Colômbia, Ernesto Samper, o ex-presidente da Espanha, José Luis Zapatero, além dos ex-mandatários do Paraguai, Fernando Lugo, e do Equador, Rafael Correa.

“O presidente Bolsonaro aumentou a escalada de ataques às instituições democráticas do Brasil nas últimas semanas”, diz a carta assinada também por nomes com o Nobel da Paz argentino de 1980 Adolfo Esquivel, o ex-ministro das Finanças grego Yanis Varoufakis, e o filósofo Noam Chomski. O grupo cita o alerta de alguns membros do Congresso brasileiro sobre a tentativa de modelar este 7 de setembro para ser uma insurreição similar à invasão do Capitólio, nos Estados Unidos, no último 6 de janeiro, por seguidores do presidente derrotado Donald Trump.

A carta chega ao mesmo tempo em que o presidente Jair Bolsonaro publicou uma mensagem falando em “paz e harmonia” durante as manifestações insufladas por ele para esta terça. O recado do presidente chegou antes das 7 da manhã desta segunda, em meio às preocupações crescentes com a agressividade que possa vir a se instalar nas manifestações que estão mobilizando as redes bolsonaristas. “Na próxima terça-feira, comemoraremos o nosso 199° aniversário da independência do Brasil. Independência está associada à LIBERDADE. Assim sendo, também no escopo dos incisivos XV e XVI, do artigo 5° da nossa CF [Constituição Federal], a população brasileira tem o direito, caso queira, de ir às ruas e participar dessa nossa data magna EM PAZ e HARMONIA”.

A mensagem de Bolsonaro foi dada depois que seguidores do presidente soltaram vídeos entusiasmados, alguns interpretados como uma provocação para estabelecer conflitos, especialmente em Brasília, um dos pontos centrais do encontro. Neste domingo, o bolsonarista Jackson Vilar gravou um vídeo sugerindo que “o pau vai cantar em Brasília”, lembrando que indígenas estão acampados na capital para acompanhar o julgamento do marco temporal no Supremo Tribunal Federal (STF). “O povo da direita, tenho falado com alguns líderes aí, os caras tão acesos. Tá igual pólvora. Se riscar um pavio, se um índio desse se meter a besta, Brasília vai ‘desindializar’”, ironizou, falando em ‘derramamento de sangue’.

O vídeo provocou reações e Vilar gravou outro neste domingo para negar o que dissera antes. “Eu não falei que era para ir para Brasília para derramar sangue de indígena não”, disse Vilar, que admitiu “que os ânimos estão nervosos”. Outros seguidores replicam imagens de Bolsonaro a cavalo em vestes similares a de Dom Pedro I quando declarou independência do Brasil de Portugal, em 1822. Também Zé Trovão, o caminhoneiro que vem estimulando as manifestações contra o Supremo, gravou vídeo avisando que “o povo brasileiro” inicia neste dia 7 o movimento em prol da sua liberdade. “Começa no dia 7 mas só tem por fim quando houver o impeachment dos 11 ministros do STF e a contagem pública dos votos. Caso isso não ocorra o Brasil inteiro ficará parado o tempo que for necessário”, diz Trovão, que teve a prisão solicitada pela Procuradoria Geral da República, e acatada pelo ministro Alexandre de Moraes, no âmbito de uma investigação sobre a organização de manifestações violentas durante os atos do dia 7.

De camiseta e chapéu de cowboy, o caminhoneiro sugere no vídeo que os policiais federais não cumpram a medida de prisão determinada pelo ministro da Corte. “Cruze seus braços para que mostremos a força do povo brasileiro. Entregue a nós o trabalho que vocês se propuseram a fazer”, diz ele.

Há a expectativa sobre a participação de policiais militares que apoiam o presidente durante as marchas convocadas para esta terça. O papel dos PMs tem mobilizado os ministros da Corte e governadores, que prometem atuar para desarmar essa bomba relógio. A única certeza até o momento é que não há certeza de nada para o evento deste dia 7.

A tensão cresce enquanto a credibilidade do Governo evapora junto ao mercado financeiro. Nesta terça, a pesquisa Focus do Banco Central, que reúne as projeções de indicadores econômicos de mais de 100 instituições financeiras, aponta para uma revisão para baixo do PIB deste ano – de 5,22% para 5,15% — e de 2022 — de 2%, para 1,93%. A inflação também é outro indicador revisto, assim como o câmbio, ambos para cima. A projeção do Focus é de um IPCA de 7,58% para este ano, contra 7,27% na semana passada. O dólar, por sua vez, passou de 5,15 reais há uma semana para 5,17 reais.

As turbulências na política têm contaminado cada vez mais a economia, especialmente com as repercussões no exterior. Representantes diplomáticos da Europa e Estados Unidos ouvidos pelo EL PAÍS não escondem a intranquilidade com os ataques à democracia promovidos pelo Governo Bolsonaro e suas consequências para os assuntos mais importantes que o país deveria estar focando neste momento.

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Bolsonaro assim governa: Eu sou a constituição. Todo Brasil para a minha família. Milícia e Monarquia é tudo uma coisa só. 

17
Abr21

"É preciso agora processar o vende-pátria Moro"

Talis Andrade

Sérgio Moro

247 – O líder do MST, João Pedro Stédile, avalia que a anulação dos processos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, repõe apenas parcialmente a justiça no Brasil. Segundo ele, é também necessário punir o ex-juiz Sérgio Moro, condenado por parcialidade pelo Supremo Tribunal Federal, e que, segundo reportagem do jornal francês Le Monde, trabalhou a serviço dos Estados Unidos e contra os interesses do Brasil.

"O STF confirmou a inocência do @LulaOficial e devolveu seus direitos políticos. Antes tarde do que mais tarde ou nunca! Agora, falta processar o vende-pátria do ex-juiz e ex-ministro e ex-tudo Sérgio Moro. Que se exile em Miami com a vergonha que está passando", postou Stédile em seu twitter.

João Pedro Stédile
@stedile_mst
Governo cortou 36 bilhões no orçamento do SUS para este ano. E o ministro da saúde, disse que isso não é problema! Santa paciência! Fora Bolsonaro! Vacina já para todos e todas!

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Vejam o nível da tragédia que estamos enfrentando. Durante a segunda guerra mundial, morreram 457 militares brasileiros da FEB. Agora no Covid, já perdemos 809 militares brasileiros, entre os 351 mil brasileiros. FORA BOLSONARO! Vacina já para todos e todas. O governo neofascista de Bolsonaro matou mais militares brasileiros do que os fascistas do Mussolini.

O Império americano é decadente, mas é cada vez mais violento. As eleições do Equador revelaram isso. Gastaram mundos e fundos e todas as táticas de Guerras Hibridas para eleger um dos seus, banqueiro e ex-CEO da coca-cola.+ Repetindo um cenário de 8 anos passados, no Mexico.O Equador teve sua economia dolarizada no período neoliberal.Quem controla a moeda e o banco central deles são os EUA diretamente, sem intermediários, como aqui. E tem muito petróleo e recursos naturais. E por isso sempre foi um pais com muita atuação da CIA.

A Petrobras, a bolsa e os cães de guerra – blog da kikacastro
Em março de 2019, participei da caravana do Lula pelo sul do pais.Em maio de 2019, o MPF de Curitiba, aquele mesmo da lava-jato, entrou com uma denuncia contra mim.
Com a seguinte acusação, por incitação pública ao crime de dano, por ter dito: "O primeiro é nós nos comprometermos a não deixar que a burguesia prenda o Lula. O segundo compromisso é vocês saírem de casa com spray e em cada muro escreverem ‘Lula inocente, Lula presidente". Nenhum juiz acolheu a denuncia e ficou parada. Ontem, os advogados foram notificados que o processo prescreveu. E todo mundo sabe quais as motivações que movem aquela turma. Que não tem nada a ver com democracia e a defesa da constituição.AEPET
As empresas transnacionais que exploram o Brasil estão em 3.º lugar do mundo em transferir seus lucros para paraísos fiscais. Ou seja em vez de reinvestir, escondem-se de governos e impostos. Ano passado em plena crise foram US$14,9 bilhões. Esse é o capitalismo senil!Nani Humor: CORRUPÇÃO NA PETROBRAS

Segue a politica colonial do governo neofascista. Agora entregou 22 aeroportos pra os capitalistas e todos os 7 aeroportos da amazônia para a empresa francesa Vinci Airports. Perguntem se a França ou EUA privatizam seus aeroportos para empresas estrangeiras?A Terra a Quem a Trabalha on Behance

De Emiliano Zapata a bandeira “Terra para quem nela trabalha“. Síntese de todas as lutas pela terra no continente. Ele também articulou com os dirigentes camponeses mexicanos o primeiro plano de reforma agraria das Américas, o Plano Ayala. Que foi aplicado na marra pela revolução

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Há exatos 25 anos, em 17 de abril de 1996, uma 4ª feira, centenas de trabalhadores rurais acampavam com suas famílias no local conhecido como curva do S, na atual BR-155, município de Eldorado dos Carajás, região sudeste do Pará, quando foram cercados por policiais militares vindos do quartel de Parauapebas, de um lado, e do batalhão de Marabá, pelo outro.

 

 
10
Dez20

Lawfare latino-americana: a Operação Condor do século 21

Talis Andrade

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Não estamos habituados com essa ave, o condor, embora seja a maior ave voadora do mundo. Ela pode ser encontrada ao Norte, na Venezuela e Colômbia, com mais frequência na região andina, podendo esporadicamente estar no sudoeste do Brasil, até a Terra do Fogo, na Argentina. Um típico símbolo da América Latina, que se alimenta de roedores e carniça.
 

Os agentes repressivos, à frente das forças armadas na época da ditadura civil-militar, estavam atentos ao símbolo e batizaram de Operação Condor a colaboração instituída entre os regimes ditatoriais da América Latina. Essa aliança político-militar, levada a cabo nos anos 1970 e 1980, era coordenada pela Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos.

Inúmeros documentos divulgados anos mais tarde pelo serviço secreto estadunidense apontavam essa ação conjunta com o propósito de eliminar os grupos de oposição às ditaduras, simbólica e até fisicamente, da maneira que fosse necessário, seja com ações terroristas do próprio Estado ou exílios forçados. A Operação Condor aproveitava para trocar informações sobre os prisioneiros de diferentes países e fragilizar as organizações de luta pela resistência.

Cortamos desse contexto para o ano de 2020. Momento em que nos deparamos com uma rearticulação e avanço de grupos de extrema-direita na América Latina e nos Estados Unidos, estabelecidos na sociedade civil e chegando ao comando dos Estados. Alguns desses grupos, como no caso brasileiro, chegaram ao comando da nação através das eleições, mesmo que para isso fosse necessário deturpar a democracia, articulada por fake news e por outra novidade dos tempos atuais, o lawfare.

Esse último termo em inglês significa o uso de instituições jurídicas, de forma abusiva, para perseguir adversários políticos. Dessa forma, a atividade política de grupos que estavam no comando do Estado poderia ser criminalizada.

Da mesma forma que a bandeira da corrupção foi usada com sucesso na ditadura militar, ela foi repaginada para o convencimento da opinião pública e a sustentação do lawfare. A corrupção, apesar de termo forte, seu significado é facilmente maleável pelos grupos que estão no poder. Esses grupos políticos podem, com um ato legislativo, transformar o que era legal em ato corrupto e o que era corrupção em ato legal. Vide a legalização das “pedaladas fiscais” semanas depois de condenarem politicamente a ex-presidenta Dilma pelo ato.

Uma nova colaboração carreada pela extrema-direita na América Latina e coordenada pelos Estados Unidos foi articulada. As operações de lawfarecumpriam o papel que já foi operacionalizado pela Operação Condor, de troca de informações entre esses países latino-americanos com o intuito de difundir uma nova tática antidemocrática de aniquilamento das forças opositoras.

vazamento de informações pelo Intercept e as diversas viagens do ex-juiz Sérgio Moro aos Estados Unidos para capacitação nos órgãos de estado são provas cabais e de conhecimento público dessa articulação.

Os resultados do lawfare foram imediatos, conforme se aproximavam os pleitos eleitorais:

Equador: Em fevereiro de 2021 está programada a eleição presidencial, que teria como candidato à vice-presidente, o ex-presidente Rafael Correa. Em setembro de 2020, a Justiça equatoriana confirma a condenação de Rafael Correa, exilado na Bélgica, a oito anos de prisão e perda de direitos políticos por 25 anos. Fundamento: casos de corrupção no governo, recebimento de “contribuições indevidas” não demonstradas.

Bolívia: No fim de 2019, ocorreu um golpe com direito a milícia ameaçando de morte alguns políticos, inclusive o ex-presidente, ação de grupos militares, invasão dos prédios públicos, e caso não seja novamente adiada, ocorrerão eleições em outubro de 2020. Além de tentarem impugnar a candidatura de Luis Arce a presidência, em setembro de 2020, o Supremo Tribunal Eleitoral do país impugna a candidatura ao Senado do ex-presidente Evo Morales, exilado na Argentina por perseguição política. Fundamento: o candidato a senador mora na Argentina.

Argentina: Em outubro de 2019 ocorreram as eleições presidenciais. Em maio de 2019 iniciou-se o primeiro, de vários, julgamentos contra Cristina Kirchner, ex-presidenta. Fundamento: casos de corrupção no governo como fraudes através da concessão de obras públicas, não demonstradas em juízo.

Brasil: A operação de lawfare mais exitosa até agora, sem sombra de dúvidas, foi a operação Lava-Jato, sobretudo, se considerarem o seu resultado político: a inabilitação/prisão do ex-presidente Lula antes das eleições de 2018, único candidato capaz de vencer Bolsonaro.

Na época, já saltava aos olhos de qualquer jurista com formação mediana as violações procedimentais grotescas (conduções coercitivas, aceleração de etapas processuais, delações premiadas, etc.), que se consubstanciaram em sentenças sem lastro probatório, formalmente legitimadas por ratificação em instâncias superiores de uma estrutura Judicial carcomida eticamente, em que o corporativismo e a ideologia política falam mais alto que o senso de justiça e o respeito ao Estado Democrático de Direito.

Derrotar o caráter autoritário do que representa a Lava-Jato e o lawfare na América Latina é um imperativo absoluto para o reestabelecimento de princípios razoavelmente democráticos para a direita e para a esquerda.

Vide a postura da maioria dos jornalistas que cobrem essa operação desde Glenn Greenwald à Reinaldo Azevedo. Setores de ambos os lados já entenderam isso, apesar da grande emissora de telecomunicações brasileiras ainda não ter dado o “braço a torcer”, mas logo sentirá na “própria carne”, pois a criatura gerada já começou a engolir seus criadores.

O que um dia foi Condor, hoje tem nome em inglês, mas o propósito é semelhante: destruir as instituições e as organizações populares, fazer do povo carne barata e como a ave, se alimentar da carcaça que persistirá em resistir na América Latina.

04
Dez20

Aplicativo desenvolvido por brasileiro é usado para combater violência doméstica em todo o mundo

Talis Andrade

A melhor maneira de pedir socorro - YouTube

 

Por Ana Carolina Peliz /RFI
 

Desenvolvido por um brasileiro, um aplicativo gratuito que facilita a assistência a pessoas vulneráveis está sendo usado em vários países do mundo para combater a violência contra a mulher. A tecnologia, que pode ser utilizada por qualquer pessoa em perigo, tem funcionalidades que facilitam os pedidos de socorro de vítimas de maus-tratos domésticos.

O aplicativo Linha Direta foi criado em 2017 para facilitar a comunicação entre a polícia do Rio de Janeiro e a população, como conta seu criador, o brasileiro Leonardo Gandelman. Dois anos mais tarde, em 2019, a ferramenta acabou se popularizando entre o público feminino.

“A gente era o canal oficial da polícia militar para a patrulha Maria da Penha (destinada a atender casos de violência contra a mulher) no Rio de Janeiro. Então a gente ouviu muito e focamos muito na violência contra a mulher”, explica.

Segundo ele, as usuárias temiam um aumento das agressões dos parceiros caso estes encontrassem mensagens com pedidos de ajuda em seus celulares.  

“O nosso aplicativo é o único no mundo que fecha automaticamente após o envio do pedido de ajuda”, explica seu criador. O programa também consegue localizar o emissor da mensagem, até mesmo em altitude, e avisa o destinatário da chegada do alerta com uma sirene. “A gente foi ouvindo as mulheres e botando isso dentro do app”, conta Gandelman.

Whatsapp da ajuda emergencial

O funcionamento do Linha Direta, em princípio, não é diferente de outros aplicativos de envio de mensagens. O usuário pode disparar alertas a grupos de amigos ou separadamente. Mas o programa envia também a localização da pessoa que está em situação de perigo e o itinerário para chegar até o local.

“A gente fala que é um Whatsapp de ajuda emergencial”, diz Gandelman. “Nossa diferença é que a gente não tem limite. Você pode mandar (o alerta) para 10 pessoas ou para 1.000.”

Em algumas localidades, também é possível enviar mensagens para embaixadas ou à polícia, como no caso do Rio de Janeiro. Mas muitas mulheres acabam preferindo pedir ajuda para o círculo próximo, para evitar a judicialização dos casos.

De acordo com dados da ONU Mulheres divulgados no fim de setembro, as medidas de lockdown, determinadas para conter o avanço da pandemia de Covid-19, levaram a um aumento das denúncias ou pedidos de ajuda por violência doméstica.

Ajuda fora do Brasil

O aplicativo já é utilizado nos Estados Unidos, em Portugal, na França, Inglaterra, no Equador e Japão e seu inventor trabalha em parceria com diversas organizações internacionais, entre elas a Mulheres do Brasil e seus vários núcleos, inclusive o de Paris. Gandelman também assinou uma parceria com o Conselho Regional de Brasileiros no Exterior (CRBE).

As mulheres imigrantes se encontram frequentemente em situação de isolamento, longe das famílias, muitas vezes sem falar o idioma do país e podem ter mais dificuldades em pedir ajuda. Em setembro deste ano, o assassinato da paranaense Franciele Alves da Silva a facadas pelo marido, o brasileiro Rodrigo Martin, na periferia de Paris, causou comoção entre a comunidade brasileira residente na França.

Apesar de indentificar a localização dos emissores dos alertas, o inventor da tecnologia ressalta que o aplicativo não tem acesso a dados dos usuários. “A comunicação vai direto para uma pessoa, e a gente não fica sabendo o que ela falou”, diz.

O aplicativo Linha Direta tem versões em português, inglês e espanhol. É gratuito e está disponível na Apple Store e no Google play.

 

 
17
Set20

Lawfare latino-americana: a Operação Condor do século 21

Talis Andrade

A ditadura que ainda não superamos | Pimenta com Limão

O que um dia foi Condor, tem nome em inglês e propósito semelhante: destruir as organizações populares, fazer do povo carne barata que se alimenta da carcaça que resiste na América Latina
Rodrigo Buendia 
Lawfare significa o uso de instituições jurídicas para perseguir adversários políticos

por Gladstone Leonel da Silva Júnior

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Não estamos habituados com essa ave, o condor, embora seja a maior ave voadora do mundo. Ela pode ser encontrada ao Norte, na Venezuela e Colômbia, com mais frequência na região andina, podendo esporadicamente estar no sudoeste do Brasil, até a Terra do Fogo, na Argentina. Um típico símbolo da América Latina, que se alimenta de roedores e carniça.

Os agentes repressivos, à frente das forças armadas na época da ditadura civil-militar, estavam atentos ao símbolo e batizaram de Operação Condor a colaboração instituída entre os regimes ditatoriais da América Latina. Essa aliança político-militar, levada a cabo nos anos 1970 e 1980, era coordenada pela Agência Central de Inteligência (CIA) dos Estados Unidos.

Inúmeros documentos divulgados anos mais tarde pelo serviço secreto estadunidense apontavam essa ação conjunta com o propósito de eliminar os grupos de oposição às ditaduras, simbólica e até fisicamente, da maneira que fosse necessário, seja com ações terroristas do próprio Estado ou exílios forçados. A Operação Condor aproveitava para trocar informações sobre os prisioneiros de diferentes países e fragilizar as organizações de luta pela resistência.

Cortamos desse contexto para o ano de 2020. Momento em que nos deparamos com uma rearticulação e avanço de grupos de extrema-direita na América Latina e nos Estados Unidos, estabelecidos na sociedade civil e chegando ao comando dos Estados. Alguns desses grupos, como no caso brasileiro, chegaram ao comando da nação através das eleições, mesmo que para isso fosse necessário deturpar a democracia, articulada por fake news e por outra novidade dos tempos atuais, o lawfare.

Esse último termo em inglês significa o uso de instituições jurídicas, de forma abusiva, para perseguir adversários políticos. Dessa forma, a atividade política de grupos que estavam no comando do Estado poderia ser criminalizada.

Da mesma forma que a bandeira da corrupção foi usada com sucesso na ditadura militar, ela foi repaginada para o convencimento da opinião pública e a sustentação do lawfare. A corrupção, apesar de termo forte, seu significado é facilmente maleável pelos grupos que estão no poder. Esses grupos políticos podem, com um ato legislativo, transformar o que era legal em ato corrupto e o que era corrupção em ato legal. Vide a legalização das “pedaladas fiscais” semanas depois de condenarem politicamente a ex-presidenta Dilma pelo ato.

Uma nova colaboração carreada pela extrema-direita na América Latina e coordenada pelos Estados Unidos foi articulada. As operações de lawfare cumpriam o papel que já foi operacionalizado pela Operação Condor, de troca de informações entre esses países latino-americanos com o intuito de difundir uma nova tática antidemocrática de aniquilamento das forças opositoras.

O vazamento de informações pelo Intercept e as diversas viagens do ex-juiz Sérgio Moro aos Estados Unidos para capacitação nos órgãos de estado são provas cabais e de conhecimento público dessa articulação.

Os resultados do lawfare foram imediatos, conforme se aproximavam os pleitos eleitorais:

Equador: Em fevereiro de 2021 está programada a eleição presidencial, que teria como candidato à vice-presidente, o ex-presidente Rafael Correa. Em setembro de 2020, a Justiça equatoriana confirma a condenação de Rafael Correa, exilado na Bélgica, a oito anos de prisão e perda de direitos políticos por 25 anos. Fundamento: casos de corrupção no governo, recebimento de “contribuições indevidas” não demonstradas.

Bolívia: No fim de 2019, ocorreu um golpe com direito a milícia ameaçando de morte alguns políticos, inclusive o ex-presidente, ação de grupos militares, invasão dos prédios públicos, e caso não seja novamente adiada, ocorrerão eleições em outubro de 2020. Além de tentarem impugnar a candidatura de Luis Arce a presidência, em setembro de 2020, o Supremo Tribunal Eleitoral do país impugna a candidatura ao Senado do ex-presidente Evo Morales, exilado na Argentina por perseguição política. Fundamento: o candidato a senador mora na Argentina.

Argentina: Em outubro de 2019 ocorreram as eleições presidenciais. Em maio de 2019 iniciou-se o primeiro, de vários, julgamentos contra Cristina Kirchner, ex-presidenta. Fundamento: casos de corrupção no governo como fraudes através da concessão de obras públicas, não demonstradas em juízo.

Brasil: A operação de lawfare mais exitosa até agora, sem sombra de dúvidas, foi a operação Lava-Jato, sobretudo, se considerarem o seu resultado político: a inabilitação/prisão do ex-presidente Lula antes das eleições de 2018, único candidato capaz de vencer Bolsonaro.

Na época, já saltava aos olhos de qualquer jurista com formação mediana as violações procedimentais grotescas (conduções coercitivas, aceleração de etapas processuais, delações premiadas, etc.), que se consubstanciaram em sentenças sem lastro probatório, formalmente legitimadas por ratificação em instâncias superiores de uma estrutura Judicial carcomida eticamente, em que o corporativismo e a ideologia política falam mais alto que o senso de justiça e o respeito ao Estado Democrático de Direito.

Derrotar o caráter autoritário do que representa a Lava-Jato e o lawfare na América Latina é um imperativo absoluto para o reestabelecimento de princípios razoavelmente democráticos para a direita e para a esquerda.

Vide a postura da maioria dos jornalistas que cobrem essa operação desde Glenn Greenwald à Reinaldo Azevedo. Setores de ambos os lados já entenderam isso, apesar da grande emissora de telecomunicações brasileiras ainda não ter dado o “braço a torcer”, mas logo sentirá na “própria carne”, pois a criatura gerada já começou a engolir seus criadores.

O que um dia foi Condor, hoje tem nome em inglês, mas o propósito é semelhante: destruir as instituições e as organizações populares, fazer do povo carne barata e como a ave, se alimentar da carcaça que persistirá em resistir na América Latina.ventodeliberdade: OPERAÇÃO CONDOR

 

 

 

 

17
Abr20

Urubus no Equador, epicentro do horror do coronavírus na América Latina (vídeo)

Talis Andrade

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"Não há espaço nem para vivos, nem para mortos". Presidente Lenín Moreno anunciou retirada de mais de 770 corpos das calçadas e 630 de hospitais. Sem espaço em cemitério, corpos são incinerados pela própria família. Urubus sobrevoam os céus

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