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O CORRESPONDENTE

Os melhores textos dos jornalistas livres do Brasil. As melhores charges. Compartilhe

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O CORRESPONDENTE

15
Jul23

Professores, uni-vos!

Talis Andrade

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Um voto de protesto contra o discurso nefasto sobre o duro, incompreendido e desvalorizado ofício de professor

 

por Jean Pierre Chauvin

- - -

Uma das notícias mais tristes, nos últimos anos, foi constatar a existência de colegas que não só votaram no mitômano especializado em matar,[i] mas continuam a defendê-lo em 2023, apesar de tudo o que ele negou, distorceu, corrompeu e desfez; a despeito de todas as ignomínias que cometeu; apesar do absoluto deboche com que desgovernou as pessoas, as coisas, as culturas, as leis e as contas do país, em favor de si mesmo e de seus asseclas, todos situados muito abaixo da mediocridade.

Ora, se nem mesmo a hecatombe sanitária por negligência federal foi capaz de sensibilizar alguns professores durante a pandemia, o que o discurso leviano do seu filho poderia despertar? É nisso que tenho refletido desde que o deputado comparou “professores doutrinadores” a “traficantes” – em prejuízo moral dos educadores –, durante o final de semana, em ato que “coincidiu” com os seis meses do atentado aos três Poderes da República, no dia 8 de janeiro de 2023.

Alguém objetará que resulta inútil propor qualquer forma de diálogo com essa turma nefasta; mas, persisto.

Comecemos pela suspeita de que pouca gente lembra ou sabe que entre os antigos romanos, o verbo “doutrinar” subjazia o ato de lecionar, ou seja, era prática inerente à relação entre Mestre e Discípulo (veja-se o que ensinou Antônio Geraldo Cunha em seu Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa).

Entretanto, o correr dos séculos, a mudança dos regimes, as novas formas de conceber o mundo, emprestaram caráter pejorativo ao termo doutrinação. Se até o final do Oitocentos, doutrina traduzia um conjunto de preceitos e, por extensão, a ideia de sistema, o fato é que a palavra assumiu caráter negativo ao longo do século XX, especialmente quando ela passou a ser empregada como sinônimo de perversão, desvio ético e/ou intelectual dos “puros” alunos, por obra do professor “doutrinador”.

Se resgatar a etimologia de doutrina pode resultar em argumento inconsistente (já que foram atribuídas muitas camadas de sentido a essa palavra, ao longo dos séculos), consideremos o uso que Paulo Freire fez dela em Pedagogia do Oprimido – publicado em 1968. Contrariando o que disparam seus detratores sem tê-lo lido, repare-se que em nenhum momento ele defendeu o papel doutrinário do professor, mas o seu propósito libertário, no trabalho com os alunos.

Uma explicação possível. A concepção freiriana de ensino-aprendizagem pressupunha solidariedade contra antagonismo; educação crítica em lugar de escolarização ingênua. Em suma, superar a contradição oprimido-opressor envolveria a relação horizontal entre educador-educando e educando-educador.

A lição pode soar óbvia aos colegas familiarizados com a extensa obra de Paulo Freire; mas, provavelmente será condenada como peça de pedagogia “doutrinária” pela extrema direita e seus adeptos – especialistas em ressentimento que fingem acreditar nos absurdos que eles mesmos criam e disseminam, em nome de quimeras como “Pátria” (quintal dos EUA), “Deus” (da prosperidade), “Família” (das aparências) e “Propriedade” (do latifúndio improdutivo) etc.

O que seres dessa estirpe simulam esquecer é que não há professor neutro, tampouco ensino isento de parcialidade. O que eles teriam a dizer sobre coachs apologetas do neoliberalismo, que transferem toda a cota do insucesso para o indivíduo “fracassado”? Sobre instrutores que “ensinam” o empreendedorismo como se fosse um valor absoluto, alheio aos limites do indivíduo e infenso às assimetrias sociais? Sobre líderes “religiosos” que espoliam os fiéis mais carentes, em benefício próprio? Sobre sujeitos na política que se divertem enquanto alvejam os profissionais da educação?

Professores, uni-vos!

Eis o link para registrar seu voto de protesto contra o discurso nefasto sobre nosso duro, incompreendido e desvalorizado ofício: https://lucienecavalcante.com.br/foraeduardobolsonaro/#form

Nota


[i] Depoimento feito em 2017. Cf. https://www.nytimes.com/pt/2022/03/31/opinion/bolsonaro-brazil-amazon.html

Programa de doutrinação bolsonarista e boquinha para militares

13
Jul23

Escolas cívico-militares rendem salário extra de até R$ 9.152

Talis Andrade
(Foto: Alesp)

 

Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim) chega ao fim e 1,5 militares da reserva perderão a mamata dos salários extras

 

247 — O Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim), uma das principais iniciativas da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, será encerrado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O fim do programa também terá impacto financeiro para 1,5 mil militares da reserva que atuavam nas escolas. Esses militares recebiam salários extras que podiam chegar a até R$ 9.152, de acordo com informações do Ministério da Educação (MEC), segundo reportagem do jornal O Estado de S.Paulo.

As escolas cívico-militares serão reintegradas à rede regular de ensino. Atualmente, o Pecim conta com 202 escolas em todo o país e aproximadamente 120 mil alunos. No primeiro modelo do programa, presente em 120 unidades, o governo federal remunerava militares da reserva para auxiliarem em atividades de gestão, assessoria ou monitoria, sem a atribuição de ministrar aulas. Esses militares recebiam um adicional pro labore, cujo valor máximo era de R$ 9.152.

No entanto, com o fim do Pecim, esses militares da reserva perderão essa remuneração extra. A decisão conjunta dos Ministérios da Educação e da Defesa também envolve a desmobilização do pessoal das Forças Armadas lotado nas escolas vinculadas ao programa.

Segundo o MEC, quatro motivos principais justificaram o encerramento do programa: desvio de finalidade das Forças Armadas, problemas de execução orçamentária, falta de coesão com o sistema educacional brasileiro e inadequação do modelo didático-pedagógico adotado.

Veja a lista de escolas que adotam ordem unida, e os comentários civilistas.

 

Sobre a decisão do governo Lula de acabar com o programa federal de escolas cívico-militares, vale a pena relembrar as sabatinas do ministro da Educação, Camilo Santana, na Câmara dos Deputados e no Senado. Parlamentares bolsonaristas tentaram encurralar o ministro, mas se deram mal e tiveram de ouvir números que provam a absoluta ineficácia das tais escolas. Confira.

30
Ago22

Ana Júlia critica a militarização das escolas e a substituição de professor por TV

Talis Andrade

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Candidata a deputada estadual, a jovem de 22 anos liderou movimentos estudantis em 2016; critica a militarização das escolas e a substituição de professor por TV

 

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Ana Júlia

Uma #NovaPrimavera

 
Ana Júlia 13213  
A gente tem o SUS e tem uma cultura de vacinação de dar inveja pro resto do mundo. O que a gente não teve foi governo pra proteger a população na pandemia.
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O bom de ver a Tebet e a Soraya debatendo juntas é que relembramos que representatividade vazia é em vão. Precisamos de mulheres na política, mas mulheres que defendam um projeto de governo feminista e classista, que coloca o povo pobre como prioridade. #DebateNaBand
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Quando eu digo que todo candidato defende a educação porque pega bem, mas quem defende a educação pública, com gestão pública e dinheiro público são poucos. A Soraya em rede nacional defendeu a privatização da educação.
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Em entrevista ao H2FOZ, tive a oportunidade de falar das pautas prioritárias da nossa campanha: educação pública de qualidade, emprego e renda para todos os paranaenses, além de respeito aos direitos da juventude e das mulheres
 
 

A candidata a deputada estadual Ana Júlia foi entrevistada na série 2 em 1, do H2FOZ e Rádio Clube FM 100.9, durante agenda de campanha em Foz do Iguaçu, onde visitou jovens, professores e lideranças comunitárias. Com 22 anos, ela defende a educação gratuita e de qualidade e maior participação da juventude na vida política como temas prioritários.

Ana Júlia ficou conhecida durante o movimento de ocupação das escolas do Paraná em 2016. “Ocupamos 850 escolas contra a ‘reforma’ do ensino médio e o teto de gastos”, explicou. E foi quando pegou gosto pela política. Essa liderança a levou à primeira suplência na Câmara de Vereadores de Curitiba, nas últimas eleições, com 4,5 mil votos. A estudante acaba de ser empossada efetivamente no Legislativo da capital paranaense.Image

 

Aida Franco de Lima entrevista Ana Júlia

 

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Ao defender a educação pública, direitos da juventude, emprego e renda, Ana Júlia frisou que é preciso renovar as representações e lideranças e garantir a presença das mulheres. “A política parece algo muito distante da gente, que não é feito para nós. Ela precisa ser coletiva e participativa, através da convivência para que as pessoas se sintam representadas”, destacou.

A candidata identifica-se como ativista da educação pública e enxerga o ensino no Paraná ainda pior que no passado, por conta do projeto governamental. “Com tudo feito às pressas, sem discussão com a comunidade escolar. Como a militarização das escolas, a privatização e terceirização. Com a televisão ocupando o papel do professor”, enumerou, de forma crítica.

A candidata disse entender que uma das principais funções legislativas é fiscalizar as ações do Governo do Estado e tornar as políticas públicas concretas. Que é preciso debater com a sociedade as propostas que afetam a vida de todos. Ela realçou a necessidade de combater a evasão escolar, pois “há medidas que o Governo do Paraná pode tomar para evitá-la”.

Ana Júlia observou que há um sentimento de que as pessoas são sub-representadas na política. “Se não há identificação, não se sentem partes. Como no caso das mulheres, negros, LGBTQIs, pessoas com deficiência e a juventude”, refletiu.

Ela estimula a participação dos jovens na política, para definir o futuro que se almeja e avançar em pautas tecnológicas e comportamentais. Lembrou que é dever de todo deputado ou deputada estadual pensar o Paraná além das demandas específicas de cada região: “É fundamental conhecer as diversas realidades. A política se faz com convivência, participação e esperança. É preciso participar”, convidou.Image

Perfil

Ana Júlia Pires Ribeiro, 22 anos, é natural de Curitiba. Estuda Direito na PUC-PR e de Filosofia na UFPR. Em 2016, durante o movimento das ocupações secundaristas, ficou nacionalmente conhecida pelo discurso na Assembleia Legislativa do Paraná. Filiou-se ao PT em 2018.

Ana Júlia na Assembleia Legislativa

Ana Júlia no Senado Federal

Hoje, a Polícia Federal esteve no apartamento de Sergio Moro, que é suspeito de cometer irregularidades em sua campanha, cumprindo mandado de busca e apreensão. A Polícia Federal, como manda a lei, e não o PT.

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De repente 30 dias para uma nova primavera tomar conta do Paraná  #13213

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24
Mai22

Bolsonaro "o governo da destruição"

Talis Andrade
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Rui Falcão no Twitter
 
 
Grande vitória! Moro, juiz venal e agora réu, vai ter que se explicar pelos prejuízos que causou ao povo brasileiro.Image
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Parabéns, companheiro Pepe Mujica, pelos seus 87 anos. Você é um exemplo para os revolucionários do mundo todo!ImageImageImageImage

Militares querem poder até 2035 e fim do SUS gratuito

Depois do bolsolão da vacina, bolsolão do busão, bolsolão do MEC, agora é a vez do Bolsolão do SUS. Durante a maior pandemia da nossa história, Bolsonaro usou dinheiro da saúde para comprar apoio de deputados. O Brasil não passa um dia sem escândalo de corrupção! #BOLSOLÃODOSUSImage

Protocolei uma representação na Procuradoria-Geral Eleitoral contra Michelle Bolsonaro e a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Cristiane Rodrigues Britto, por campanha antecipada e improbidade administrativa.ImageImage

AÇÃO CONTRA MORO. Parlamentares do ingressaram com uma Ação Popular contra o ex-juiz Sergio Moro pelos prejuízos ao patrimônio público nacional e à Justiça, por conta de condutas ilegais e parciais enquanto comandou os julgamentos da Lava Jato.

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A ação judicial, apresentada no dia 27 e enviada à 2ª Vara Federal Cível de Brasília, está sob os cuidados do juiz Charles Renaud Frazão de Morais. "Cite-se o réu", determinou o magistrado.O advogado Marco Aurélio de Carvalho, coordenador do Grupo Prerrogativas, assina a ação que afirma que "o ex-juiz Sergio Moro manipulou a maior empresa brasileira, a Petrobras, como mero instrumento útil ao acobertamento dos seus interesses pessoais. (...) O distúrbio na Petrobras afetou toda a cadeia produtiva e mercantil brasileira, principalmente o setor de óleo e gás".

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Moro, juiz venal, tem que prestar contas à Justiça, tendo o direito de defesa que negou aos réus que perseguiu.

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Após o ex-juiz parcial Sergio Moro (União Brasil-SP) ter se tornado réu em ação que pede o ressarcimento aos cofres públicos dos prejuízos causados pela Lava Jato à economia brasileira, o ex-presidente Lula (PT), principal perseguido pela operação, afirmou esperar que Moro tenha seus direitos de defesa respeitados durante o processo, o que não aconteceu com ele anos atrás.

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"Só espero que nessa acusação ele tenha o direito de defesa e a presunção de inocência que eu não tive. Se ele tiver que ser julgado, que ele tenha o direito de defesa, que possa se defender, que a imprensa possa ser honesta ao divulgar as coisas contra ou a favor dele, e não com  a parcialidade que transmitiram coisas contra mim. Eu sou um democrata, mas é difícil você suportar nove horas de matérias contra mim, como eu suportei, nove meses de Jornal Nacional. É muito difícil você sobrevier com 59 capas de revistas te chamando de 'ladrão'. É muito difícil você sobreviver com 680 primeiras páginas de jornais falando que você cometeu corrupção. Eu sobrevivi a tudo isso".

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2022 chegou com a esperança de que juntos vamos fazer o BRASIL FELIZ DE NOVO!

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20
Set21

Ameaça a aluno em colégio militarizado mostra confusão entre disciplina e submissão

Talis Andrade

 

Vida Loca

 

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