A Assembleia Legislativa de São Paulo e a defesa do machismo
por Cristina Serra
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por Cristina Serra
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Pedro Calvi / CDHM
Imagens divulgadas pelas redes sociais e imprensa, mostram a deputada Isa Penna (PSOL/SP) sendo apalpada pelo deputado Fernando Cury (Cidadania) durante sessão da Assembleia Legislativa de São Paulo. Cury passou a mão ao lado do seio e manteve as mãos na cintura da deputada.
Isa fez boletim de ocorrência contra o parlamentar, abriu reclamação no Conselho de Ética da Alesp e lançou um manifesto pedindo a cassação de Fernando Cury.
Nesta sexta (18), o presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM, Helder Salomão (PT/ES) pediu providências para investigação e punição do ato.
O documento foi enviado para o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Cauê Macris (PSDB); ao secretário de Segurança Pública, João Camilo Campos e ao procurador-geral de Justiça de São Paulo, Mário Sarrubbo.
“A cena é, no mínimo, asquerosa para quem assiste e pelas imagens é possível observar o quanto foi perturbador para a deputada. O fica ainda mais grave por ocorrer não apenas no interior da Alesp, mas no plenário, o local mais nobre de qualquer órgão legislativo, e em frente ao presidente da Assembleia, a figura de maior autoridade no recinto”, ressalta o presidente da CDHM.
No documento, Salomão lembra que a Constituição da República estabelece “que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações e que são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas”.
O parlamentar aponta ainda que o Brasil condena as violações contra a mulher também na comunidade internacional, como a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência Contra a Mulher, onde os países participantes devem “abster-se de qualquer ação ou prática de violência contra a mulher e velar para que as autoridades, seus funcionários, pessoal e agentes e instituições públicas se comportem conforme esta obrigação”.
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Nota deste correspondente: A Alesp parece um ônibus lotado. O deputado Fernando Cury & parceiros estavam de bebedeira no corredor.
Deputada Isa Penna encoxada pelo deputado Fernando Cury. A deputada conversava com o presidente Cauê Macris, quando o assediador matreiro, manhoso, malandro, sorrateiramente, veio por trás...
Pela cassação do mandato do deputado Fernando Cury
Justiça para a deputada Isa Penna
A deputada estadual Isa Penna (PSOL) foi assediada publicamente pelo deputado Fernando Cury (Cidadania) na última quarta, 16, em meio à realização da 65a Sessão Plenária Extraordinária na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, quando estava em votação o orçamento do Estado.
Durante o início da Sessão, cujo registro público se encontra disponível no canal de YouTube da Alesp (clique aqui), é possível verificar que o deputado Fernando Cury conversa com o outro deputado, realiza um movimento em direção à deputada Isa Penna, e retorna a conversar com deputado, que tenta impedi-lo com a mão de se dirigir novamente à deputada. Cury, no entanto, ignora o gesto e se posiciona atrás da deputada apalpando seus seios, no que é imediatamente repelido por ela.
A deputada Isa Penna é conhecida por atuar em prol do combate à violência contra as mulheres e afirma que a violência de gênero que sofreu publicamente na ALESP infelizmente não é um caso excepcional, dado que ela e as deputadas Mônica Seixas e Érica Malunguinho, do mesmo partido, já foram assediadas em ocasiões anteriores.
É justamente esse tipo de violência, que também é uma violência política, que impede que as mulheres possam atuar livremente em todos os espaços públicos.
Quando Marielle Franco foi executada, o recado foi claro. Mulheres, em especial mulheres negras, de esquerda, com uma agenda de emancipação, serão continuamente perseguidas. E isso continua a acontecer com Talíria Petrone agora e tantas outras.
O próprio Jair Bolsonaro, nosso atual presidente, quando era deputado disse em 2003 para a deputada Maria do Rosário: ‘não te estupro porque você não merece’ e reafirmou o mesmo absurdo publicamente em 2014.
Quando a deputada Isa Penna atuou como vereadora por um mês na Câmara Municipal de São Paulo, em apenas oito dias de mandato foi assediada pelo parlamentar Camilo Cristófaro. E desde que assumiu seu cargo na Assembleia Legislativa é sistematicamente assediada, subestimada e agredida aqui e em minhas redes sociais, onde recebe inúmeras ameaças de mortes, o que a fez buscar um reforço de segurança.
A violência e o ódio contra mulheres, negros e negras e LGBTs são uma marca da cultura autoritária que permeia nosso país. Por isso o combate à violência contra as mulheres é o eixo central da atuação de Isa como parlamentar.
É nosso dever fazer com que as próximas gerações de mulheres possam ter mais liberdade. Que quando quiserem falar, possam ser respeitadas e escutadas.
Casos como o de Mari Ferrer, vítima de estupro que foi abusada publicamente durante audiência do judiciário, ou da atriz e comediante Dani Calabresa, que foi assediada continuamente em seu ambiente de trabalho por um homem hierarquicamente superior, não podem mais continuar impunes.
O deputado Fernando Cury cometeu uma violência que é inaceitável em qualquer lugar, mas sobretudo em um espaço como o parlamento, que precisa dar o exemplo para a sociedade.
É preciso dar uma resposta pra esse caso que seja exemplar e contundente!
Isa Penna não será intimidada e vai continuar presente em todos os espaços lutando pela vida das mulheres!
Apoie a cassação do deputado Fernando Cury!
O apoio de todas e todos é muito importante,
Equipe Mandata Isa Penna
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247 - O deputado bolsonarista Gil Diniz, conhecido como Carteiro Reaça, defendeu Fernando Cury (Cidadania), que assediou sexualmente Isa Penna (PSOL) na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). Aos berros, Diniz dizia que deputadas estavam usando o abuso contra Penna como "escada" e "palanque político".
"Nós não podemos generalizar uma conduta individual, seja lá de quem for. Eu sou homem, eu sou pai de família, sou marido, como muitos aqui são. Deputado Cury veio aqui à tribuna, colocou a sua cara a tapa, pediu desculpas. Mas, da maneira como estão colocando isso aqui, usando isso como escada - respeito a deputada Isa Penna, respeito todas as mulheres aqui. Mas, generalizar, chamar todos de assediadores, usar a situação como palanque político…", dizia Diniz no plenário da Alesp.
Monica Seixas
Em seguida, Monica Seixas foi ao microfone para questionar Diniz. "É exatamente esse tipo de violência que quem denuncia tem que passar".
"Não tem violência nenhuma, senhora", respondeu Diniz, aos berros. "Não generalize. Eu defendo pena de morte para assediador, você defende esses canalhas na rua. Eu não sou assediador, coloque-se no seu lugar. Você não tem moral", acrescentou.
Lá no Sertão de Pernambuco, onde nasceu o Carteiro Reaça, homem que é homem não aceita ser agarrado por trás. Isso se chama bolinagem, esfregação, encostada.
Existe este tipo de abraço entre os deputados machos na Alesp, tipo Fernando Cury chegando por trás de Isa Penna (fotograma acima), se encostando, encoxando como acontece nos ônibus lotados com as mulheres vítimas de importunação sexual?
Define a Wikipédia: Abraço ou amplexo é quando duas ou mais pessoas, geralmente duas, ficam parcial ou completamente entre os braços da outra. Pois é, uma apertada, uma arrochada, agarrar por trás nunca foi abraço. É amasso, chamego, pegação.
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