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O CORRESPONDENTE

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O CORRESPONDENTE

28
Set22

Grupo de economistas divulga carta de apoio a Lula no primeiro turno

Talis Andrade

www.brasil247.com -

 

"As ações e a inépcia do atual governo causaram um desastre no processo de desenvolvimento institucional e socioeconômico do país, afetando dramaticamente o bem-estar da população brasileira", diz documento

 
por Victor Correia /Correio Braziliense
 
Um grupo de 38 economistas divulgou nesta terça-feira (27/9) uma carta de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assinada por acadêmicos de universidades nacionais e internacionais. O documento fez críticas contundentes à gestão de Jair Bolsonaro (PL), nas áreas de economia, saúde e segurança pública, e aos ataques a instituições democráticas promovidos pelo chefe do Executivo. De maioria com viés liberal, os economistas não deixaram de apontar, contudo, divergências com as políticas promovidas pelos governos petistas passados.
 

Entre os signatários estão o ex-diretor-executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) Otaviano Canuto e a ex-diretora-presidente do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP) Joana Monteiro. Na lista estão ainda professores e pesquisadores de institutos como Fundação Getulio Vargas (FGV), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), além de instituições estrangeiras como University of Cambridge, Yale e London School of Economics.

“Neste momento crítico da história brasileira, nós [...], economistas, que sempre nos posicionamos em favor da estabilidade econômica, do fortalecimento das instituições e da justiça social, nos manifestamos em apoio à candidatura do ex-presidente Lula, já no primeiro turno”, afirmou o manifesto. “As ações e a inépcia do atual governo causaram um desastre no processo de desenvolvimento institucional e socioeconômico do país, afetando dramaticamente o bem-estar da população brasileira”, continuou a carta.

 

Retrocessos no meio ambiente, saúde, economia e saúde pública

 

Os economistas citaram retrocessos protagonizados no governo Bolsonaro em áreas estratégicas, como o desmonte da fiscalização de crimes ambientais e consequente deterioração do meio ambiente. Sob a atual gestão, a Amazônia atingiu níveis recordes de desmatamento, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O documento também classificou como “calamitosa” a política de saúde e afirmou que “a gestão da pandemia contribuiu para dezenas de milhares de mortes que poderiam ter sido evitadas”, além de denunciar “total falta de empatia” do atual presidente com as famílias dos mortos.

A educação e a segurança pública também foram alvo de críticas dos acadêmicos, especialmente a política de facilitar o acesso às armas de fogo e munições. “Buscou-se estabelecer uma salvaguarda para os policiais matarem, com a tentativa de aprovação da excludente de ilicitude”, citando uma das promessas de Bolsonaro em 2018, que ainda é defendida pelo candidato à reeleição.

Na área econômica, a carta citou um desmonte do orçamento federal e criticou as medidas eleitoreiras de Bolsonaro para tentar diminuir a distância de Lula, como o aumento do Auxílio Brasil para R$ 600 e a criação de benefícios para taxistas e caminhoneiros. E destacou que, “apesar da retórica, houve um desmonte da capacidade institucional de combate à corrupção”, e que há diversas denúncias contra o atual governo, incluindo contra o presidente e seus familiares, que ainda não foram esclarecidas.

“Por fim, e ainda mais importante, o atual presidente fez e continua a fazer reiteradas ameaças à democracia, agredindo o Judiciário, afirmando que não respeitará os resultados da eleição e fomentando um clima de profunda instabilidade e o risco real de ruptura institucional”, disse o grupo.

O apoio a Lula, porém, é crítico. Os economistas deixaram claro que têm “sérias discordâncias” sobre políticas passadas dos governos do PT, e que a vitória do ex-presidente no primeiro turno é a melhor forma para proteger a democracia brasileira.

Nos últimos dias, Lula conseguiu angariar apoio de importantes economistas à candidatura, como a do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles (União) e de André Lara Resende, que integrou a equipe de criação do Plano Real.

28
Mar21

Signatários de carta terão de ver em Lula o mais capaz de bater Bolsonaro. Por Janio de Freitas

Talis Andrade

As ligações da Bolsonaro faroeste com a indústria da morte

 

Se banqueiros, empresários variados e economistas concluíram que apoio ao atual presidente é suicida, devem preparar-se para o impensável

Janio de Freitas /Folha

Se de fato os banqueiros, empresários variados e economistas signatários da Carta Aberta  concluíram que seu apoio a Bolsonaro é suicida, devem preparar-se para pensar em fazer o impensável.

Seu candidato à Presidência assustou-se com o retorno de Lula e já avisou seus inventores de que não trocará os auditórios de TV pelos palanques da candidatura. Sem a esperança de um milagre com Luciano Huck, os signatários da carta que enfim pressentem seu próprio desastre, não pela pandemia mas pela derrocada do país, terão de ver em Lula o mais capaz, senão o único, de bater o devastador Bolsonaro e os recursos eleitorais do governo.

Vista a perspectiva com objetividade, os signatários da carta e seus assemelhados não tiveram motivo para repelir Lula, em cujo governo obtiveram êxitos e um período de tranquilidade como em nenhum outro.

Só muito depois encontraram a corrupção na Petrobras para explicar a idiossincrasia, mas era um fato que, em inúmeros setores, nunca lhes foi estranho.

Ciro Gomes tem potencial para uma candidatura importante, mas tudo sugere que sua margem de incerteza é, e tende a se manter, muito maior que a de Lula em disputa com Bolsonaro. A preferência de Huck pelo ganho em vez do risco abre a Ciro Gomes portas largas. Não, porém, entre banqueiros e outros segmentos empresariais que o veem com notória desconfiança.

O machinho​

O Bolsonaro que vemos nestes dias é o mesmo valentão que, ao se ver abordado por um assaltante, sacou sua fulminante pistola Glock —e entregou-a ao bandido. Mas não só. Entregou também a moto. Bateu o medo então, bate o medo hoje. O Bolsonaro que voltam a ver em transformação, aceitando a máscara e propagando a vacina, é só o Bolsonaro acovardado. Com citações à derrubada até na celebração do próprio aniversário, que indicam onde e como está sua cabeça.

À falta de arma para entregar, servem os pescoços dos mais próximos paus-mandados. Eduardo Pazuello acha que foi degolado por pressão de Arthur Lira, presidente da Câmara desejoso de ver no cargo uma amiga do peito, ou cardiologista. O general obediente, na verdade, foi vítima da Carta Aberta em que economistas, banqueiros e outros empresários mostraram sua delicada discordância com o consentimento do governo à mortandade pandêmica. A chegada às 300 mil pareceu suficiente a ex ou ainda bolsonaristas para merecer-lhes algumas sugestões suaves.

O noticiário exibiu e falou de um Bolsonaro apressado para dizer-se, na TV, sempre adepto e praticante das providências mencionadas na carta. Mentiu como nos melhores momentos do seu cinismo.

Bolsonaro tinha mais do que pressa, aliás. Tinha pânico desde que soube da carta. Ao Congresso chegaram informações sobre seu estado, e isso se refletiu no passo vindouro: a reunião para constituir-se um pretenso comitê dos Três Poderes contra a pandemia. Não adiantou que só se selecionassem simpatias para o encontro: não deu para disfarçar o fracasso. Mas deu para comprovar o grau de desorientação vigente.

À impropriedade do convite que lhe foi feito, o presidente do Supremo, Luiz Fux, sobrepôs uma aceitação, embora efêmera, que embaralhava Executivo e Judiciário, em função estrita do primeiro. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, aceitou assumir uma coordenadoria que não lhe compete, para a qual não tem o saber científico conveniente, e nem se deu conta do que é o comitê desejado pelo grupo do Planalto: algo que lhe sirva de bode expiatório ou de laranja, conforme as circunstâncias. Como a função dada ao vice Mourão para a Amazônia.

O presidente da Câmara, Arthur Lira, parece desejoso de esculpir nova personalidade política. Não há comparação sua com o antecessor, mas o crescimento de Rodrigo Maia, no mesmo cargo, é um exemplo estimulante. Lira não amenizou discordâncias na reunião e, ainda por cima, guardou a melhor surpresa para pouco depois. Ao voltar à Câmara, fez um discurso sobre a situação e suas propensões. Lançou-se às mais agudas considerações feitas fora do exasperado jornalismo, e por uns poucos políticos. Não faltou lembrar nem “a solução amarga, e até fatal”, que é o impeachment ao alcance da Câmara.

Com isso, lá se vai a doidice mais simpática e de conceitos mais engraçados no governo. Vai para apaziguar críticos parlamentares. Até um militar já se foi, o coronel Elcio Franco, segundo na caótica hierarquia militar do Ministério da Saúde. Ao general Braga, por exemplo, convém fugir de correntes de ar no Planalto. Quase qualquer um pode servir para Bolsonaro entregar os sucedâneos humanos de sua Glock e da moto.

Ainda que não seja o mais desejado, pode-se esperar por fatos até mais interessantes para daqui a pouco.Bolsonaro ao ser assaltado em 95: "mesmo armado me senti indefeso" |  Revista Fórum

O continuísta

Do novo ministro da Saúde: “Quem quer o lockdown? Ninguém quer lockdown”. É a nova voz de Bolsonaro e Pazuello, portanto. Marcelo Queiroga ainda não conhece os resultados europeus e asiáticos do confinamento. Mas poderia ter deduzido, com menos bolsonarismo a orientá-lo, que, se as pessoas não se oferecem ao vírus nas ruas e outras proximidades humanas, o bicho não tem como infectá-las.

O nosso lugar

Brasil: mais de 300 mil mortos, é muito difícil imaginar essa quantidade. Quase 7.000 na espera desesperada de um leito em UTI. No estado da riqueza, três mortos asfixiados por falta de oxigênio. E quatro na fila do último sopro de vida. No Distrito Federal da presunçosa e riquíssima Brasília, corpos mortos esperam a remoção, alguns por 24 horas, no chão de unidades de saúde e de hospital regional.

Vai piorar, advertem cientistas brasileiros e estrangeiros. Até quando o país tolerará a omissão das classes e dos políticos que controlam o país, eis a incógnita.

Transcrição, em Toda Mídia por Nelson de Sá, de frase em reportagem sobre a pandemia na rede pública de rádio dos EUA: “O Brasil parece o pior lugar do mundo”.

03
Abr20

Peça 3 – consequências políticas da nova realidade trazida pelo coronavírus

Talis Andrade

 

clayton coronavirus dominó.jpg

 

Xadrez do início do jogo pós-Bolsonaro

por Luis Nassif

Conforme venho dizendo, o governo Bolsonaro acabou. Nos próximos dias, mais pessoas pularão do barco, aumentará a coragem dos representantes das demais instituições e será menor a blindagem, na apuração da morte de Marielle.

Os grupos começam a se rearticular se posicionando em relação à nova realidade trazida pelo coronavirus.

Para a fase de transição, no momento há dois personagens centrais.

Um deles é Rodrigo Maia, presidente da Câmara, que assumiu um papel de excepcional maturidade para enfrentar as loucuras de Bolsonaro. Outro é o vice-presidente general Hamilton Mourão, que ontem soltou um tuite em defesa do regime militar de 1964, provavelmente procurando galvanizar a insatisfação militar contra Bolsonaro.

Para a fase posterior, há um movimento em todos os lados, com os jogadores se posicionando, mas sem tomar posição definitiva. E uma tentativa de voltar à polarização pré-Bolsonaro, entre a centro-esquerda, representada pelo PT, e a centro-direita do PSDB mas, agora, com o caos trazido pelo coronavirus, outros grupos se habilitando.

Ontem, saiu um manifesto pedindo o impeachment de Bolsonaro, assinado por quatro lideranças expressivas da oposição – Fernando Haddad, Ciro Gomes, Flávio Dino e Guilherme Boulos. No momento seguinte, no entanto, Ciro voltou a atacar o PT.

O PT, diversas universidades federais, o grupo de Ciro Gomes, o pessoal do Armínio Fraga e Pérsio Arida, todos estão tirando sugestões da gaveta e apresentando o que consideram saídas para a crise. Como quem implementa medidas é governo, não a oposição, fica óbvio que estão esquentando o motor para a próxima disputa política.

Na Globo, há um empenho feroz em repaginar a imagem dos economistas que, nesses anos todos, forneceram o discurso legitimador do desmonte do Estado brasileiro.

Mas, provavelmente, assim como enterrou a era dos justiceiros, o coronavirus irá enterrar a era dos economistas. Entram em cena os sanitaristas. Certamente Luiz Henrique Mandetta torna-se peça relevante no jogo.

De qualquer modo, são movimentos ainda muito incipientes. O acordo para por fim ao governo Bolsonaro será o local para o primeiro ensaio do pacto. Por ali se terá ideia se será um pacto amplo ou um pacto miúdo.

 

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