O jurista Walter Maierovitch analisa falas e atitudes desrespeitosas de deputados durante a CPI do MST e a CPMI do 8 de janeiro. O descaso vai desde a defesa da ditadura militar até deputados comendo melancia e fazendo analogias durante a sessão.
Durante a sua fala na CPMI do 8 de janeiro, o deputado federal Duarte Júnior (PSB-MA) afirmou ter sido interrompido por gestos pelo deputado Abilio Brunini (PL-MT).
Imediatamente, o presidente da Comissão, Arthur Maia (União Brasil-BA), repreendeu o deputado.
“Abilio, essa CPI não é lugar de brincadeira. Peço que leva a sério essa CPI, leve a sério o trabalho de todos nós, não podemos admitir um negócio desse. O deputado falando e você com um dedo apontando”. O dedo em forma de arma.
Maia afirmou que Abílio "envergonha a CPI" e pediu que o deputado levasse a sério o trabalho do colegiado.
A discussão começou após Duarte Júnior iniciar os questionamentos para Saulo Moura da Cunha, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que depôs nesta terça. Abilio Brunini, que não integra a CPMI, mas é presença constante nas reuniões, começou a apontar o dedo em direção ao deputado do PSB, a fim de aparecer na transmissão em vídeo.
Duarte Júnior parou de falar e solicitou que Maia tomasse uma providência sobre a intervenção de Brunini. O presidente da comissão afirmou que o deputado do PL não costuma prestar um papel "condizente a de um parlamentar" e que a comissão "não é lugar de brincadeira".
"Eu peço que Vossa Excelência leve a sério essa CPI, leve a sério o trabalho de todos nós. Nós não podemos admitir um negócio desse. Pelo amor de Deus, o senhor está sendo visto aqui pelo Brasil inteiro. O deputado está falando e Vossa Excelência com o dedo apontando para aparecer no vídeo com a cabeça do deputado", disse Maia.
Depois de ser repreendido por Maia, o deputado do PL, que estava atrás de Duarte Júnior, se levantou e se mudou para a cadeira ao lado do parlamentar do PSB.
Duarte Júnior insistiu que Abilio Brunini fosse retirado da comissão, o que não foi atendido pelo presidente da CPMI. Maia subiu o tom e chamou as ações do aliado de Bolsonaro de "palhaçada". "Eu vou exigir que Vossa Excelência se comporte."
"Isso é inadmissível. Vossa Excelência reiteradamente tem feito um papel aqui que não é condizente com o papel de um parlamentar, e Vossa Excelência está envergonhando essa CPI. E, realmente, se Vossa Excelência continuar com esse tipo de atitude, eu vou ter que tomar uma medida contra Vossa Excelência, o que não é de maneira nenhuma o meu desejo", disse o presidente da comissão.
Antes de prosseguir com os questionamentos ao ex-diretor da Abin, Duarte Júnior disse que Abilio Brunini "se comporta feito um moleque" e disse que o colega de plenário não se comporta como um parlamentar "eleito pela força do voto popular". "Em um colégio, um aluno que faz isso em sala de aula vai para a secretaria, é advertido, é suspenso", afirmou.
Lawand, durante a sessão da CPMI do Golpe: mentiras sobre diálogo golpista com Mauro Cid foram expostas pelos parlamentares
Bolsonarista Jean Lawand Junior foi denunciado por mentir na CPMI do Golpe. “Não é normal e aceitável alguém chegar à CPMI e contar fatos inverídicos”, justifica Rubens Junior
Na denúncia protocolada os integrantes da comissão informaram que Lawand deu versão mentirosa sobre mensagens com teor golpista encontradas pela Polícia Federal no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Eles alegaram ainda que ficou claro o pedido do coronel para que Bolsonaro desse uma “ordem” e não uma mensagem apaziguadora, como ele declarou à CPMI:
“A ideia minha, desde o começo, desde a primeira mensagem com o tenente-coronel Cid foi que viesse alguma manifestação para poder apaziguar aquilo e as pessoas voltarem às suas casas e seguirem a vida normal”. Mas, nas mensagens enviadas no celular de Mauro Cid, Lawand incentiva claramente um golpe de Estado para impedir a posse de Lula. “Cidão, pelo amor de Deus, cara. Ele dê a ordem, que o povo tá com ele, cara”.
Em entrevista na manhã de hoje (5) ao Jornal PT Brasil, o deputado Rubens Junior (PT-MA) esclareceu que o coronel Lawand, na condição de testemunha, tem obrigação de falar a verdade.
“Todas as vezes que uma testemunha for a CPMI e a gente perceber que ele está contando uma mentira, logo depois de apurados os fatos vamos fazer a representação criminal por conta do crime de falso testemunho, para que respeitem as investigações e o Legislativo. Não é normal e aceitável alguém chegar à CPMI e contar fatos inverídicos”, ressaltou o deputado, ao explicar que, como investigado, o depoente tem o direito de permanecer calado e de não se incriminar mas, se chamado como testemunha, tem a obrigação e o dever de falar a verdade. “Mentiu, nós iremos entrar com representação”, avisou.
Além dos parlamentares do PT, também assinaram o pedido de investigação de crime de falso testemunho de Lawand os deputados Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Duarte Júnior (PSB-MA), Duda Salabert (PDT-MG) e Erika Hilton (PSOL-SP) e os senadores Jorge Kajuru (PSB-GO) e Soraya Thronicke (União-MS).
CPMI dos Atos Golpistas e Exército vão investigar visitas a Mauro Cid personagem-chave para elucidar crimes cometidos por Bolsonaro, um kid preto em silêncio nos inquéritos e falante e alegre nas animadas farras na prisão especial do quartel
Escreve Valdo Cruz, G1: Pegou muito mal, durante o não-depoimento do tenente-coronelMauro Cidà CPI, a informação de que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro recebeu visitas de Fábio Wajngarten, interessado direto no depoimento dele na CPI, e docoronel Jean Lawand Júnior, também investigado.
A CPI busca saber agora quando foi a visita de Lawand a Mauro Cid. Se antes ou depois de divulgadas as mensagens em que o coronel defende um golpe de Estado e cobra de Mauro Cid uma ação de Jair Bolsonaro paratentar impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Se foi depois da divulgação, é ainda mais grave. Para todo efeito, tem gravidade, já que Lawand sabia das mensagens e poderia ser alvo de investigação, o que já acontece hoje.
Ao tomar conhecimento donúmero "elevadíssimo" de visitas a Mauro Cid, o ministro Alexandre de Moraes decidiu restringi-las apenas à mulher, filhos e advogados. As demais, apenas se autorizadas por ele.
O ministro questionou ao Batalhão da Polícia do Exército, onde o ex-ajudante de ordens está preso, as regras das visitas e por que tantas foram liberadas, inclusive as de investigados pelos atos golpistas de 8 de janeiro deste ano.
Segundo interlocutores do comando do Exército, o depoimento de Mauro Cid ocorreu dentro do previsto, já que ele havia sinalizado que não pretendia falar à CPI,como tem ocorrido nos depoimentos à Polícia Federal.
Mas a avaliação dentro do governo Lula é que o ex-ajudante de ordens acaba prejudicando a imagem do Exército e passou a imagem de que realmente tem "culpa no cartório" ao se manter em silêncio.
Neste trecho do Café do MyNews, do dia 03 de maio de 2023, os jornalistas Mara Luquet e Afonso Marangoni repercutem a prisão do ex-assessor de operações e braço direito do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, em uma operação da Polícia Federal. A prisão de Cid foi uma determinação do Ministério Público junto ao ministro do Superior Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Mauro Cid teria, junto a outros representantes públicos e integrantes da equipe de Bolsonaro, falsificado cartões de vacina contra a Covid-19 para entrar nos Estados Unidos após a derrota do ex-presidente nas eleições passadas. De acordo com Afonso Marangoni, a prisão do braço direito de Bolsonaro foi decretada na Vila Militar, onde Mauro Cid reside, o que gerou desconforto nos militares. Já segundo o jornalista João Bosco Rabello, a prisão de Cid pode levar a desdobramentos que envolvem o ex-ministro de Bolsonaro, Anderson Torres. Ainda, após deixar sua residência, Jair Bolsonaro declarou que os Estados Unidos não o pediram carteira de vacinação.
Reinaldo: O celular recheado de golpismos de Mauro Cid, o faz-tudo de Bolsonaro
Deputado Abilio Brunini, que não é integrante da comissão, fez diversas intervenções durante falas de colegas. Avacalha com o deputado Arthur Maia
Por Filipe Matoso, Luiz Felipe Barbiéri e Pedro Alves Neto, g1
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O presidente da CPI Mista dos Atos Golpistas, Arthur Maia, ameaçou levar o deputado Abilio Brunini ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, após uma série de interrupções de Brunini (veja vídeo acima).
Em tom de voz elevado e com dedo em riste, Arthur Maia afirmou: "Vou encaminhar o nome de vossa excelência ao Conselho de Ética. Eu não vou permitir que vossa excelência fique tumultuando esses trabalhos da CPI. Vossa excelência não vai conseguir isso", disse.
O presidente da comissão tem feito frequentes reclamações sobre as interrupções feitas durante a fala de parlamentares ou depoentes. O trabalho de Brunini, que gravou um vídeo falso da invasao do Congresso pelos terroristas no dia 8 de janeiro, visa desmoralizar a Camara dos Deputados e o Senado Federal.
Deputado trapalhão do PL mente e faz vídeo fake news para provar que Camara não ficou destruída
Apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Brunini interrompeu outros parlamentares e os depoentes desde o início da sessão. A discussão com Arthur Maia ocorreu após a exibição de um vídeo associando uma "tentativa de golpe" a políticos da oposição.
As imagens foram exibidas a pedido do deputado Rogério Correa (PT-MG), que afirmava que a "tentativa de golpe" no Brasil foi um "processo" que envolveu, entre outros episódios, o caso da bomba no caminhão em Brasília.
Em seguida, foi exibido o vídeo com reportagens exibidas por emissoras de TV sobre o assunto, e o deputado alegou que as imagens exibidas "doem" e "mostram". Porém, Correa não conseguiu concluir a frase.
Nesse instante, Brunini, que nao faz parte da CPMI, apresentou uma questão de ordem, afirmando: "O que é isso, presidente? Ele não pode fazer em tom afirmativo, presidente".
Arthur Maia, então, se dirigiu a Rogério Correa e afirmou que o deputado teria mais um minuto para concluir o raciocínio. Em seguida, afirmou ao plenário que, a cada nova interrupção, Correa teria mais um minuto.
"Mas, presidente, o senhor vai permitir fake news? Vai permitir fake news?", indagou Brunini a Arthur Maia.
O presidente da CPI, então, respondeu ao deputado, em tom mais alto: "Eu afirmo à vossa excelência que vossa excelência não vai conseguir tumultuar nosso trabalho. Se vossa excelência insistir com esse seu papel, vou fazer uma representação da presidência contra vossa excelência no Conselho de Ética. Não vou aceitar isso."
Arthur Maia, então, devolveu a palavra a Rogério Correa. O presidente da CPI foi aplaudido por parte dos presentes. Enquanto isso, Brunini sorria e fazia sinal negativo com a cabeça.
Brunini considera que a brabeza de Maia coisa de circo de fantoches, de teatro mambembe.
O senador Magno Malta (PL-ES), segundo vice-presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos golpistas do 8 de janeiro, se irritou com as interrupções do deputado Abilio Brunini durante a sessão. “Eu tenho que gritar, é? Estou na escolinha?”. Leia mais: https://www.em.com.br/app/noticia/pol...
Convocado pelo colegiado por mensagens trocadas com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro, o tenente-coronel Jean Lawand Junior estava sendo questionado pelo deputado Duarte Junior (PSB-MA) sobre as diferentes versões apresentadas para a motivação das mensagens. Brunini se sentou ao lado de Duarte, nesse momento, e passou a interromper a fala do parlamentar, sem que o microfone pudesse captar o tumulto. Duarte pediu mais tempo para concluir as perguntas, diante das interrupções, que se repetiram.